Fanfic: Lembre-se de Mim AyA -Finalizada | Tema: AyA
Tentou colocá-la em foco de novo, mas tudo que conseguia lembrar-se era de ter pego a chave extra sob o vaso de gerânios mortos, no pórtico, e entrar em casa.
Respirou com mais profundidade, desta vez lembrando-se do interior de sua casa. O que acontecera depois de entrar? Ah, sim. A área de serviço. Suas roupas estavam ensopadas, então havia ido até a secadora e tirara a calça e a blusa, colocando-as dentro dela. De volta, ao passar pela cozinha, tomara um comprimido para dor de cabeça, depois vestira uma das camisetas de Alfonso e fora para a cama.
Inconscientemente, seus dedos se fecharam apertando o lençol, enquanto procurava um caminho através das imagens confusas que pareciam explodir em sua mente.
De súbito, algo quebrou-se no corredor em frente à porta do quarto. Antes que ela conseguisse reconhecer o barulho, a porta abriu-se e a silhueta de um homem recortou-se contra a claridade. Por mais que seu coração lhe dissesse que aquele homem devia ser Alfonso, o cérebro dela dizia-lhe algo diferente. O impulso de fugir sobrepujou toda precaução quando ela jogou as cobertas de lado e tratou de livrar-se dos terminais das maquinas aplicados em seu corpo.
Alfonso precipitou-se, segurando-a no momento em que ia sair da cama.
- Any, não!
- Largue-me – Ela começou a chorar. – Por favor, deixe-me ir embora. Não quero morrer!
Um arrepio gelado percorreu a espinha de Alfonso. O olhar vago de sua esposa era apavorante, mais apavorante do que as marcas de agulhas em seus braços. Ele não conhecia aquela mulher. Quando ela bateu com as costas da mão no rosto dele, Alfonso ficou imobilizado pela surpresa e, antes que ele pudesse reagir, o sangue espirrou quando a agulha do soro caiu no chão.
Foi o vermelho do sangue no branco puro da camisola que o fez recuperar-se. Agarrou-a pelos braços e chamou pela enfermeira.
O rosto de Anahí estava contraído pelo medo, enquanto ela se debatia. No instante seguinte o quarto pareceu encher-se de médicos e enfermeiras.
Ele foi levado para o corredor e deixou-se cair na cadeira mais próxima. Inclinou-se para a frente com os cotovelos apoiados nos joelhos, ocultou o rosto com as mãos que tremiam. Sua camisa estava manchada de sangue. Dali ainda podia ouvir Anahí chorando.
Um músculo movimentou-se no alto de suas mandíbulas e em seguida ele respirou fundo. Sentia-se no inferno.
Algum tempo depois, o médico que atendia Anahí aproximou-se e Alfonso se levantou.
- Ela está bem?
O dr. Willis assentiu.
- O que foi aquilo? – perguntou Alfonso.
- Não sei direito, mas minha impressão é que ela sofreu uma espécie de volta traumática de memória . Aplicamos um calmante, e quando ela estiver fisicamente melhor seria bom que fizesse psicoterapia.
Um psiquiatra?, pensou Alfonso. O que mais falta? Ele soltou o ar devagar, contendo-se, e passou os dedos nos cabelos.
- Ela está tendo um colapso nervoso?
O médico sorriu.
- Não sr. Herrera. Não se trata disso. Quando ela se recuperar, veremos do que se lembra e partiremos desse ponto.
Alfonso aceitou a explicação, mas havia algo errado naquilo tudo. Anahí desaparecera dois anos atrás. Seu reaparecimento fora tão repentino e inexplicável quanto o desaparecimento. Ele detestava fazer essa pergunta, porque parecia uma traição aos seus sentimentos pela esposa, mas tinha que fazê-la para conseguir um pouco de paz.
- Doutor....
- Pois não?
- Ela poderia estar fingindo ter perdido a memória?
O dr. Willis pensou por instantes, considerando seriamente a pergunta, depois sacudiu a cabeça.
- Poderia ser, mas na minha opinião ela não esta fingindo.
Alfonso assentiu. Não era exatamente o que queria ouvir, mas servia para suavizar parte de suas dúvidas .
- Sr.Herrera, eu sei que é frustrante, mas veja a situação do ponto de vista de sua esposa. Se houvesse algo sinistro no seu desaparecimento, há dois anos, é ela quem está sofrendo mais. Certo?
Depois de dar uns tapinhas consoladores no braço dele, o médico se retirou.
Sentando-se de novo, Alfonso inclinou-se e fixou os olhos numa mancha no chão. Tinha a impressão de estar enlouquecendo. Não sabia em quem confiar, nem no que acreditar. Precisava desesperadamente de respostas, mas até que Any melhorasse não as teria.
- Sr. Herrera...
Ele ergueu a cabeça e deparou com uma enfermeira.
- Sim?
- Sua esposa quer vê-lo. – A hesitação dele ficou evidente enquanto se erguia. – Está tudo bem – assegurou a moça. – O ferimento na cabeça melhorou bem. Creio que sua senhora está apenas confusa. Não tome isso pessoalmente... O mais estranho é que ela pensa que estamos tendo um terremoto.
Terremoto? Ele lembrou-se de ter ouvido algo a respeito num noticiário.
- Como aplicamos um calmante, ela deve estar meio aturdida. – acrescentou a enfermeira – Caso precise de ajuda, é só apertar o botão de chamada e alguém atendera imediatamente.
Alfonso saiu andando para o quarto de Anahí, enquanto a enfermeira caminhava pelo corredor.
Terremoto. Ele não conseguia esquecer-se disso. Era o terceiro indicio a ser acrescentado ao mistério de onde ela teria estado. Primeiro, o dinheiro, depois a tatuagem e agora o terremoto. Empurrou a porta e entrou no quarto. A camisola e os lençóis sujos de sangue haviam sido trocados. A agulha de soro estava de novo enfiada na mão dela. Seus olhos estavam fechados e o rosto era quase tão branco quanto as cobertas que a cobriam até o queixo. Com medo de tocá-la e desencadear um novo ataque de pânico, ele ficou parado, esperando que Any fizesse algum sinal de permitir que ele se movesse.
Sentindo uma presença no quarto, ela abriu os olhos.
- Poncho?
Com um suspiro, ele aproximou-se dos pés da cama.
- Sim sou eu.
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Os grandes olhos azuis encheram-se de lágrimas.- Sinto muito.... Não sei por que agi daquele modo com você. Sei que parece idiota, mas pensei que estivesse havendo um terremoto... – Ela fez uma pausa, durante a qual seu olhar se tornou longínquo. – Acho que eu o confundi com outra pessoa.O coração dele deu um salto.- Com q ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 700
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biaportilla13 Postado em 14/09/2016 - 03:17:27
Oi, eu queria saber se você deixa eu postar sua web no Wattpad (lhe darei os créditos, óbvio) é que eu achei ela incrível e queria postar no meu perfil de lá. *-*
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Cristieli Postado em 06/01/2016 - 23:53:07
Amei essa história muito aconchegante....uma das melhores que já li aqui no fanfics
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queren_fortunato Postado em 29/12/2015 - 02:53:50
Que perfeita adorei 😍😍😍😍
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juliapuente Postado em 03/03/2013 - 16:00:12
uma das melhores historias AyA que ja li aqui *-*
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isajuje Postado em 26/01/2013 - 18:33:51
Realmente, essa história é demais. Gostei muito. Comecei a ler ela ontem e terminei hoje, de curiosa que eu sou :3' KKKKKKKKKK' e o Poncho e a tatuagem rsrs, sem comentários... K
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:50
caramba carol_17, sempre procuro webs dos AyA pra ler e qdo comeceei a ler essa eu não parei mais, que historia linda que final maravilhoso vc deu a ela, até chorei, juro que chorei que coisa linda, valeu demais ter lido essa web
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:34
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:10
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:19:59
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:19:19
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