Fanfic: Lembre-se de Mim AyA -Finalizada | Tema: AyA
Tirar neve dos caminhos não era o trabalho preferido de Alfonso, mas como havia nascido em Denver era uma coisa que fizera quase que durante toda a sua vida. Quando terminara o caminho dos fundos e fora para a frente da casa, estava suando sob o agasalho. Cada vez que exalava o ar, o calor de sua respiração criava uma pequena nuvem de condensação junto de seus lábios.
A calçada diante da casa estava coberta de neve e parecia muito mais longa do que seus quinze metros de uma ponta do seu terreno à entrada para a garagem. Cutucou com a pá uns pingentes de gelo que desciam do telhado e olhou-os cair macia e silenciosamente na neve.
Deu um passo para a direita e cutucou outra série de pingentes. Eles fizeram um suave ruído de cristal que se quebra, pareceram imobilizar-se por alguns momentos no ar, depois caíram enterrando-se na neve, como os outros.
Alfonso não parava de pensar que no próximo ano teriam uma criança em casa, e seu coração se aquecia diante dessa perspectiva.
Meu Deus, um filho!
Pensou emocionado.
Vai ser menino ou menina? E isso importa? De jeito nenhum. Menos ainda quando o nome do pai é a maior incógnita.
Afastou esse pensamento. Fora sincero para Anahí quando lhe dissera que não se importava.
Passara dois anos rezando para um milagre acontecer. E ele acontecera, trazendo-a de volta. Mesmo que ela já tivesse trazido o bebê consigo, ou o tivesse concebido depois da volta, não iria alterar o fato de que Anahí estava de novo na sua vida. Um filho que viesse dela só poderia ser puro, não importava em que circunstância se houvesse dado a concepção.
A atenção aos pingentes de gelo passou para o reflexo de si mesmo na janela à sua frente. De repente ele se tornou consciente de algo mais, do reflexo do sol no pára-brisa de um carro percorrendo a entrada da garagem.
Voltou-se quando dois homens saiam. Um era alto, com ombros largos, e os cabelos compridos, presos num rabo-de-cavalo, desaparecendo atrás das costas. Jamais o vira, porém o outro pareceu-lhe familiar. Alfonso franziu a testa. Onde ele vira...
Oh, meu Deus!
Gemeu, como se houvesse sido atingido por um soco, e correu para casa, gritando por Anahí. O tiro foi pouco mais do que um "pop", mas atingiu-o nas costas, junto ao ombro, e o impacto derrubou-o no chão. Ele mergulhou na neve macia e quase desapareceu, como os pingentes de gelo que derrubara.
Anuar parou junto ao corpo caído.
- Quer que eu....
- Deixe-o – interrompeu Rodrigo, andando para a porta pelo caminho que ainda não fora limpo. – Não vamos ficar muito aqui tempo bastante para que ele nos incomode.
O capanga olhou nervosamente por cima do ombro. A vizinhança parecia deserta, como estivera antes do tiro, mas num lugar como aquele nunca se sabia se se estava sendo observado. Continuava amaldiçoando Rodrigo por insistir em atuar à luz do dia, porém tudo que fez foi erguer a gola para proteger as orelhas e também dirigiu-se para a porta. Ia bater quando Rodrigo segurou-lhe a mão.
- Não Anuar.
- Mas, chefe, eles tem um sistema de segurança!
Anuar apontou para uma caixa colocada acima de uma das janelas.
- Ele não deve estar ligado e a porta não deve estar trancada... Não com o "garotão" aqui fora, limpando a neve.
Anuar relanceou os olhos pelo homem que Rodrigo acabara de balear e segurou a maçaneta. Como o chefe dissera, a porta abriu-se.
O odor do pão assando foi o que eles sentiram primeiro. Rodrigo respirou fundo e seu coração passou a bater mais forte, antecipando o momento em que estaria junto com ela de novo. E desta vez seria para sempre.
- Trouxe a droga? – perguntou.
Seu capanga enfiou a mão no bolso e tirou uma seringa cheia de liquido.
- Sim, senhor.
- Então, vamos logo com isso – murmurou Rodrigo. – Tenho um encontro em Tijuana e não gosto de deixar ninguém esperando.
Anahí se achava no meio da cozinha quando ouviu Alfonso gritar seu nome. Parou, voltou-se e nesse momento algo adejou em sua mente como um fantasma de passagem. Enquanto permanecia parada, a lembrança veio.
Estava naquele mesmo lugar quando ouvira o ruído da porta da frente se abrindo, depois os passos no hall e pensara que fosse Alfonso.
Mas não era.
Seu coração começou a bater como um tambor e suas mãos ficaram suadas.
- Poncho?
Ninguém respondeu.
- Poncho?
O silêncio era mortal.
O pânico chegou em ondas violentas e era tudo que ela precisava para se mexer. Sem se dar tempo para pensar, terminou de atravessar a cozinha, correu pelo hall e entrou no quarto.
Segundos depois abriu a gaveta onde guardava camisolas e pegou o revólver. Um rápido olhar demonstrou-lhe que estava carregado. Foi até a janela. A parte da frente do carro cinzento estava apenas visível. De súbito uma mancha colorida na neve atraiu seu olhar. Prestou atenção, tentando enxergar melhor através do vidro meio embaçado. Um débil gemido escapou-lhe dos lábios quando viu que olhava para o abrigo de Alfonso, e para o braço de Alfonso, na neve.
Contendo os soluços, correu para o telefone. Com dedos trêmulos, digitou 911. Quando atenderam ouviu a porta da frente abrir-se.
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Antes que Alfonso terminasse, o policial soube o que ele ia dizer.- Suponho que ela se lembre de como era essa tatuagem – observou.- Lembra-se, sim. Addie disse que parece uma cruz, a não ser pela curvatura em cima, e que era colorida. Amarela, ela acha.Christopher começou a sorrir.- Igual à que apareceu no pescoço da sua esposa.- Agora voc& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 700
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biaportilla13 Postado em 14/09/2016 - 03:17:27
Oi, eu queria saber se você deixa eu postar sua web no Wattpad (lhe darei os créditos, óbvio) é que eu achei ela incrível e queria postar no meu perfil de lá. *-*
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Cristieli Postado em 06/01/2016 - 23:53:07
Amei essa história muito aconchegante....uma das melhores que já li aqui no fanfics
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queren_fortunato Postado em 29/12/2015 - 02:53:50
Que perfeita adorei 😍😍😍😍
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juliapuente Postado em 03/03/2013 - 16:00:12
uma das melhores historias AyA que ja li aqui *-*
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isajuje Postado em 26/01/2013 - 18:33:51
Realmente, essa história é demais. Gostei muito. Comecei a ler ela ontem e terminei hoje, de curiosa que eu sou :3' KKKKKKKKKK' e o Poncho e a tatuagem rsrs, sem comentários... K
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:50
caramba carol_17, sempre procuro webs dos AyA pra ler e qdo comeceei a ler essa eu não parei mais, que historia linda que final maravilhoso vc deu a ela, até chorei, juro que chorei que coisa linda, valeu demais ter lido essa web
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:34
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:10
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:19:59
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:19:19
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