Fanfic: Lembre-se de Mim AyA -Finalizada | Tema: AyA
Pegou a lata de sorvete e foi para a cozinha, esperando que ela saísse de algum dos cômodos a qualquer instante. No meio da sala parou e voltou-se, olhando para trás, para o caminho que fizera. Os cabelos da nuca arrepiando-se quando a estranha quietude da casa o envolveu.
A porta da frente. Não a fechara.
Voltou-se lentamente, de súbito consciente do silêncio. Não ouvia nada de familiar. Nem rádio. Nem televisão. Nem mesmo o som da água correndo. Apenas a chuva batendo no telhado. Apertou a lata de sorvete contra o peito.
- Any... Anahí...Voce está em casa?
Ninguém respondeu.
Enquanto permanecia ali, em pé, o frio do sorvete passou através da roupa. Ele olhou para a lata, como que surpreso por ainda a estar segurando, e foi para a cozinha.
O estrondo de um trovão sacudiu a casa quando ele chegou a porta, fazendo os copos e louças tilintarem no armário. Alfonso soltou como se houvesse levado um tiro.
- Droga! – murmurou, indo para a geladeira.
No meio da cozinha, parou de novo, mas não por causa da tempestade. Foi a xícara quebrada e a mancha de café sobre a qual os cacos jaziam que o fizeram parar. Derramar café no chão era ruim. Mas não limpar o café derramado era pior. O pânico o assaltou, apertando-lhe o estômago e acelerando sua respiração, até que ele começou a ofegar buscando ar.
Virou-se rapidamente e saiu correndo, chamando por Anahí. De volta à sala. No hall. No quarto deles.
A cama estava desarrumada como quando saíra naquela manhã. Ficou olhando para ela, lembrando-se da paixão que o unira a Any e tentando conciliá-la com o pânico que crescia cada vez mais.
A camisa que ela vestia naquela manhã estava no chão perto do guarda-roupa, como se Anahí houvesse parado ali e vestido outra roupa. Nada daquilo era próprio dela. Ela era organizada de maneira quase obcecada. Alfonso sacudiu a cabeça como um homem que houvesse ficado cego e dirigiu-se para o banheiro.
A mancha de sangue na pia quase fez seu coração parar.
- Meu Deus – sussurrou e teria caído se não se apoiasse na parede. – Oh, meu Deus, meu Deus... por favor, não...
Suas pernas tremiam quando voltou a andar pela casa. As mãos estavam tão geladas que mal conseguia senti-las, e levou alguns instantes para perceber que ainda segurava a maldita lata de sorvete.
Voltou a encaminhar-se para a geladeira quando algo, pode-se chamá-lo de instinto, de percepção, disse-lhe para não mexer em nada a não ser no telefone.
Colocou a lata de sorvete sobre a mesa, depois foi pegar o telefone sem fio no escritório. Não parava de dizer a si mesmo que estava fazendo tempestade em copo d`água , que coisas como aquela não aconteciam a pessoas como eles. Não era dia de Any trabalhar, mas talvez alguém houvesse ficado doente, então a haviam chamado da biblioteca e ela saíra apressada.
Digitou os números, depois fechou os olhos e respirou fundo.
- Biblioteca Pública de Denver – atenderam. – Mary Albright falando.
Ele teve a impressão de ver a senhora de meia-idade, com seu brilhante cabelo cor de cobre.
- Mary, é Alfonso. Any está aí?
- Não, meu querido. Ela só vai voltar ao trabalho amanhã.
As esperanças dele desfizeram-se como bolhas de sabão.
- É, eu sei... Mas pensei... Bem, pensei que alguém poderia ter ficado doente.
- Não, meu querido. Tudo bem por aí?
Ele estremeceu de novo.
- Não sei.
E desligou. Mal enxergando os números digitou outro telefone, procurando conforto na voz familiar de sua mãe.
- Residência Herrera.
- Mamãe, sou eu, Alfonso. Any não está aqui, por acaso ela está aí?
Betty Herrera franziu as sobrancelhas. Conhecia o filho bem demais para não perceber a ansiedade na voz dele.
- Não, não esta. Na verdade, hoje eu ainda não falei com ela
- E papai?
- Tenho certeza de que ele também não falou com ela – respondeu Betty – Se houvesse falado, eu...
- Pergunte a ele.
- Mas Alfonso, eu...
- Ora, mamãe! Pergunte a ele, sim?
O coração de Betty falhou uma batida.
- Claro, filho. Um instante....
Ele esperou rezando, dizendo a si mesmo que aquilo não passava de um sonho ruim.
- Alfonso?
- Sim, mamãe, estou aqui.
- Ele também não falou com Any hoje.
As pernas de Alfonso dobraram-se e ele mal conseguiu se manter de pé.
- Está bem, obrigado, mãe.
- Por nada – disse Betty – Será que podemos fazer alguma coisa?
- Não... quero dizer, não sei. Oh, mamãe...
- Sim?
- Desculpe-me por ter sido brusco.
- Está tudo bem, meu filho. Devemos sair procurando por ela? Acha que Any se sentiu mal dirigindo ou algo parecido?
Ele fechou os olhos. Eles tinham apenas um carro.
- Não. Eu estou com a caminhonete. Olhe, tenho que sair. Depois telefono.
Alfonso desligou mais uma vez, então apertou o botão de ligar e esperou impaciente pelo ruído de discar. Assim que o escutou , digitou três números.
- 911, qual é sua emergência?
- Creio que aconteceu alguma coisa com a minha esposa.
Uma ligeira pressa no modo de falar da mulher indicou que ela percebera a ansiedade de Alfonso.
- Ela está aí com o senhor?
- Não, não está. Acabo de chegar do trabalho e encontrei a porta aberta, Há uma xícara quebrada na cozinha e sangue no banheiro.
- O senhor é Alfonso Herrera, da Avenida Denver, 1943?
- Sim.
- Está machucado também, senhor?
- Não – agitou-se Alfonso. – Eu disse que acabo de chegar.
- Sim, senhor. Estou mandando uma unidade para aí.
- Obrigado...
Ele estava aturdido, mal percebia que falava ao telefone. A voz da operadora do 911 subiu um tom.
- Senhor, peço-lhe que se mantenha nesse endereço até os policiais chegarem.
Um arrepio frio percorreu o corpo dele. Sem Anahí, para onde ele iria?
Quando três viaturas e dois investigadores chegaram, Alfonso compreendeu que eles estavam inclinados a crer que ele era o motivo do desaparecimento da esposa. Isso não apenas o deixou zangado, como também começou a assustá-lo. Se achassem que ele era o responsável não iriam procurá-la, e precisavam encontrá-la .
Alfonso não sabia viver sem Anahí.
Conseguir Postar Kis *--*
Não vou deixar Vc Mais Curiosa.kkkk
Camila Tutty e Joanat Carolina sejam Bem Vindas *-*
Espero que Gostem da Web :)
Autor(a):
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- Então. sr. Herrera, o senhor disse que a última vez que viu sua esposa foi hoje de manhã, ali pelas oito horas?Ele inspirou o ar com força, procurando uma calma que não sentia. O cheiro de roupas molhadas em corpos quentes começavam a enjoar-lhe o estômago, e o pensamento de Any em algum lugar lá fora, com aquela tempe ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 700
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biaportilla13 Postado em 14/09/2016 - 03:17:27
Oi, eu queria saber se você deixa eu postar sua web no Wattpad (lhe darei os créditos, óbvio) é que eu achei ela incrível e queria postar no meu perfil de lá. *-*
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Cristieli Postado em 06/01/2016 - 23:53:07
Amei essa história muito aconchegante....uma das melhores que já li aqui no fanfics
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queren_fortunato Postado em 29/12/2015 - 02:53:50
Que perfeita adorei 😍😍😍😍
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juliapuente Postado em 03/03/2013 - 16:00:12
uma das melhores historias AyA que ja li aqui *-*
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isajuje Postado em 26/01/2013 - 18:33:51
Realmente, essa história é demais. Gostei muito. Comecei a ler ela ontem e terminei hoje, de curiosa que eu sou :3' KKKKKKKKKK' e o Poncho e a tatuagem rsrs, sem comentários... K
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:50
caramba carol_17, sempre procuro webs dos AyA pra ler e qdo comeceei a ler essa eu não parei mais, que historia linda que final maravilhoso vc deu a ela, até chorei, juro que chorei que coisa linda, valeu demais ter lido essa web
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:34
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:10
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:19:59
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elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:19:19
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