Fanfics Brasil - Capítulo 5 Lembre-se de Mim AyA -Finalizada

Fanfic: Lembre-se de Mim AyA -Finalizada | Tema: AyA


Capítulo: Capítulo 5

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- Então. sr. Herrera, o senhor disse que a última vez que viu sua esposa foi hoje de manhã, ali pelas oito horas?

Ele inspirou o ar com força, procurando uma calma que não sentia. O cheiro de roupas molhadas em corpos quentes começavam a enjoar-lhe o estômago, e o pensamento de Any em algum lugar lá fora, com aquela tempestade, o estava deixando louco. Não sabia onde ela estava, mas tinha certeza de que, para onde quer que houvesse ido, não saíra pela própria vontade

- Não. Não foi isso que eu disse e você sabe. Eu disse saí de casa mais ou menos às nove horas.

O investigador Christopher Uckermann consultou seu caderninho de notas.

- Oh, sim. É verdade – Tornou a fitar Alfonso. – Mas disse que costuma sair às oito para o trabalho.

De repente, Alfonso explodiu.

- É verdade! – Levantou-se, foi ficar frente a frente com o corpulento investigador, e continuou: – Olhe aqui, seu idiota, vou repetir apenas mais uma vez. Eu amo minha mulher. Ontem à noite foi o primeiro aniversário do nosso casamento. Cheguei atrasado ao trabalho porque a levei para a cama de novo antes de sair. – A voz dele partiu-se, mas continuou firme. – Quando saí ela estava vestida com uma camisa minha... e sorria. Será que entendeu?

Um dos policiais disfarçou uma risada. Christopher fuzilou-o com o olhar, depois voltou a atenção para Alfonso.

- Entendi, sr. Herrera. Mas fazer estas perguntas é o único modo de conseguir as respostas de que preciso. O senhor me entendeu?

Alfonso estava tão zangado que tremia.

- O que entendi é que você pensa que sou responsável pelo desaparecimento de Anahí, o que lhe é muito conveniente. Se atribuir a culpa a mim, seu trabalho está terminado. Mas isso não encontrará a minha mulher. – Cerrou os punhos e bateu na mesa entre eles. – Não entende? Isso mesmo, estou louco e com um medo mortal. Se puser a culpa em mim não irá procurá-la.

O cérebro de Christopher trabalhava a toda. Herrera era agressivo. Na maioria das vezes era preciso mais entrevistas com um marido para que ele perdesse as estribeiras. O homem era pura adrenalina. Devia estar no caminho certo com ele.

- Tem um temperamento admirável, sr. Herrera.

A voz de Alfonso desta vez soou como se ele chorasse:

- Eu tenho uma mulher admirável e a quero de volta.

Nesse momento começou a formar-se uma rachadura na opinião de Christopher. Havia uma possibilidade de que o homem estivesse falando a verdade. Mas a história dele era certinha demais. Herrera devia saber de alguma coisa que não queria contar. Mulher nenhuma desaparecia sem que alguém visse alguma coisa. Os olhos do investigador estreitaram-se, pensativos. Ou aquele homem era um excelente ator ou... estava dizendo a verdade.

No momento que aceitou esse fato, passou pela mente de Christopher o pensamento de que deveria pensar em se aposentar. Houvera momentos em sua vida em que não era assim tão afoito a respeito dos crimes que investigava. Tinha que admitir: ao chegar ali seu instinto o levara a suspeitar do marido, e mesmo depois de interrogá-lo durante uma hora sua opinião não havia mudado. Até aquele instante. Estivera procurando motivos para culpar Herrera, em vez de procurar pistas. Desgostoso consigo mesmo, e porque o trabalho o endurecera até aquele ponto, fechou o caderninho de anotações e guardou-o num bolso com a caneta.

- Creio que é só isso, por enquanto – disse – Eu me comunico com o senhor.

Alfonso fez um gesto de impaciência, pegou a lista telefônica e o telefone.

- O que vai fazer? – perguntou Christopher.

- Vou contratar um investigador particular. Quero minha mulher de volta.

- Se ela foi seqüestrada, como o senhor parece acreditar, tem que esperar que
peçam o resgate. Envolver investigação particular no caso só poderá piorar as coisas para a sua mulher.

- Não vai haver pedido de resgate – afirmou Alfonso.

Os olhos de Christopher arregalaram-se. Como o homem sabia disso, a menos que....

- Como sabe disso? – inquiriu.

Inclinando para a frente, Alfonso explicou:

- Você ainda não percebeu, não é? Eu ganho menos do que dois mil dólares por mês. Minha esposa trabalha por turnos na Biblioteca Pública. Meus pais não são ricos e Any é órfã. Esta casa é alugada. O que eles vão pedir? As chaves da minha velha caminhonete?

O pescoço e o rosto do investigador ficaram vermelhos. Aquele homem estava fazendo com que ele se sentisse um tolo, e não gostava disso.

- Suponho que sua esposa não tem seguro de vida?

Nesse momento Alfonso esganaria Christopher com o maior prazer. Cerrou os dentes, tratando de focalizar a atenção na pergunta e não no homem que a fizera.

- O único seguro de vida que existe na família é meu. Se eu morrer, Anahí receberá meio milhão de dólares. Se ela morrer, eu fico apenas com meu coração partido. Agora, se o seu pessoal terminou, preciso fazer uns telefonemas.

Sem esperar permissão, Alfonso pegou o telefone e saiu da sala. Dois policiais uniformizados que estavam por perto olharam com ar interrogativo para Christopher, que apenas perguntou:

- Meu parceiro voltou?

Um dos policiais sacudiu a cabeça.

- Não, senhor. Parece que Christian ainda está investigando nas redondezas.

Christopher dirigiu-se para a porta da frente. Aquele caso provocava-lhe um gosto amargo na boca. Estava cansado daquele dia e de todo mundo.

Quando abriu a porta e saiu para o pórtico, uma rajada de vento sacudiu as pernas de sua calça. Estava, também, danadamente cansado daquela chuva. Deu um passo atrás, abrigando-se sob o puxado do telhado, enquanto olhava a rua em busca do carro do seu parceiro. Afinal, viu-o perto da esquina. Alguns minutos depois, Christian se aproximou da casa, que ficava no fim do quarteirão. Christopher acenou, indicando que estava pronto para ir embora. O carro parou diante da casa e ele saiu correndo sob a chuva.

- Que chuva mais besta! – reclamou, jogando-se no assento do passageiro e batendo a porta.

Christian riu.

- Você não vai derreter, é velho e durão demais.

Christopher recostou-se no assento e suspirou.

- É, acho que você tem razão.

Christian sacudiu a cabeça, pondo o carro em movimento.

- Desanimado? A esta hora? Parceiro, começamos a trabalhar pouco depois das dez. O dia ainda é criança.

- O dia, pode ser – comentou Christopher – mas, eu, não.

- O que quer dizer?

- Comecei esta investigação com preconceito e não me orgulho disso, Christian

- Então, acha que o marido está dizendo a verdade?

Christopher deu de ombros.

- Talvez sim... talvez não. Conseguiu alguma coisa?

- Uma mulher que mora logo virando a esquina disse que quando estava chegando das compras, um carro preto com as janelas escurecidas quase a atropelou. Ela teve a impressão que o carro virou aqui.

- É claro que ela não anotou a placa.

Christian assentiu.

- Por que isso não é surpresa para mim? – suspirou Christopher.

- O que vamos fazer?

- Verificar as declarações de Herrera e rezar para haver pistas... Aproveitando, podemos rezar também para que esta maldita chuva pare. Estou cansado de ir para cassa com os pés molhados.

***

Alfonso sentou-se num canto da sala de estar, no escuro, olhando para a janela. A casa agora estava quieta. A polícia havia se retirado havia horas, assim como seu pai e sua mãe, que tinham chegado logo depois. A aflição deles apenas havia aumentado seu pânico, e o desaparecimento de Any fazia-o sentir-se desligado da realidade.
Estremeceu quando uma rajada de vento fez os pingos de chuva baterem com mais força nas vidraças. Estava ficando cada vez mais frio. A previsão do tempo avisara que havia possibilidade de nevar.

De repente, o som estridente de uma sirene cortou-lhe os pensamentos; ele ergueu-se da poltrona onde estava sentado e foi para a porta. O vento frio jogou chuva em seu rosto quando saiu para o pórtico e ficou olhando a noite. Junto à luz dos postes as gotas de chuva cintilavam como lágrimas de cristal, caiam no chão e corriam para a sarjeta. Alfonso foi para a beirada do pórtico e olhou atentamente para as sombras da noite, como se Anahí pudesse aparecer miraculosamente. A não ser pelo barulho da chuva o silêncio era devastado....Alfonso começou a tremer. Aquilo não podia ser real.
Tinha que haver alguma explicação simples, de que ele não lembrava.

E se ela houvesse se perdido? E se estivesse lá fora, em algum lugar, procurando o caminho de volta para casa?

Saiu para a rua, debaixo da chuva, levado pela necessidade de encontrar a mulher que amava. Prometera amá-la e ficar a seu lado na doença e na saúde. Prometera protegê-la. Um soluço escapou-lhe da garganta. Como poderia protegê-la se não sabia onde ela estava?
O vento frio jogava mais chuva em seu rosto, correndo-lhe pela face, atrapalhando-lhe a visão enquanto ele caminhava pelo meio da rua. Seu coração batia forte no peito, seu estômago estava retorcido.

Doía quando ele respirava. E o peito doía enquanto pensava nela.
A chuva ensopou seus cabelos, fazendo-os aderir à cabeça como um gorro negro. As roupas molhadas grudavam na pele. Ele parou no meio da rua, olhando para a esquerda, depois para a direita. Nada havia entre Alfonso e o esquecimento, a não ser a chuva. A dor em seu peito foi aumentando até que inclinou a cabeça para trás e gritou:

- ANAHÍ!

Então, segurou a respiração e ficou esperando pela voz dela, que não veio.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 700



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  • biaportilla13 Postado em 14/09/2016 - 03:17:27

    Oi, eu queria saber se você deixa eu postar sua web no Wattpad (lhe darei os créditos, óbvio) é que eu achei ela incrível e queria postar no meu perfil de lá. *-*

  • Cristieli Postado em 06/01/2016 - 23:53:07

    Amei essa história muito aconchegante....uma das melhores que já li aqui no fanfics

  • queren_fortunato Postado em 29/12/2015 - 02:53:50

    Que perfeita adorei 😍😍😍😍

  • juliapuente Postado em 03/03/2013 - 16:00:12

    uma das melhores historias AyA que ja li aqui *-*

  • isajuje Postado em 26/01/2013 - 18:33:51

    Realmente, essa história é demais. Gostei muito. Comecei a ler ela ontem e terminei hoje, de curiosa que eu sou :3' KKKKKKKKKK' e o Poncho e a tatuagem rsrs, sem comentários... K

  • elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:50

    caramba carol_17, sempre procuro webs dos AyA pra ler e qdo comeceei a ler essa eu não parei mais, que historia linda que final maravilhoso vc deu a ela, até chorei, juro que chorei que coisa linda, valeu demais ter lido essa web

  • elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:34

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  • elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:20:10

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  • elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:19:59

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  • elizacwb Postado em 11/01/2013 - 13:19:19

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