Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

Melhor Amiga.

          Sou uma garota normal pra todas as hipóteses, mas tenho meus problemas pessoais, claro, quem nunca teve problemas? Bastante complicada, confusa e pensativa. Chamo-me Bianca Sampaio, tenho 15 anos e moro em São Paulo, tenho uma altura confortável e média, as massas do meu corpo são bem distribuídas, sou uma garota com um corpo admirável. Sou bonita sim, não é querendo me gabar, mas eu chego até ser linda. Com uma pele branca e meus cabelos negros em um corte curto acima dos ombros, ganho olhares por onde passo. Moro em um apartamento com meus pais, passo meu dia completamente só, minha mãe é advogada e passa grande parte do seu dia em seu escritório, ela se chama Luiza. Meu pai é o Ricardo, empresário e mais novo que minha mãe cinco anos, eles se dão bem, formam um casal lindo. Minha melhor campainha é o meu quarto e meus livros, sou muito fechada e nunca fui de ter muitos amigos, não porque ninguém liga pra mim sabe, é apenas pelo fato de não querer ter alguém por perto, estou bem sozinha. Bom, vamos agora ao que interessa, a minha vida, que esta mudando radicalmente numa velocidade incrível.

          O relógio marcava 12h00minh e todos a minha volta se levantaram arrumando suas coisas para irem embora, eu continuei sentada na minha cadeira como fazia todos os dias, esperava todos saírem, não gostava de tumulto. Grande parte da sala já tinham se retirado então comecei a arrumar minhas coisas, guardei tudo dentro da minha mochila e levantei-me a colocando no meu ombro esquerdo, o professor que estava na porta sorriu pra mim, me cumprimentando antes de virar as costas e desapareceu no corredor completo por adolescentes. Antes de chegar a porta da minha sala alguém tocou meu ombro que me fez virar rapidamente e encarar a Sophia. 
          — Bianca... Oi! — Sophia era uma amiga de infância, mas nós crescemos e fomos cada uma pro seu lado, cada uma com seu jeito de ser. Ela era linda, seus cabelos loiros e longos davam uma moldura perfeita pra seu rosto, ela tinha os olhos claros, azuis e ao mesmo tempo verdes, nunca soube identificar. O nosso contato de agora era apenas alguns sorrisos tímidos, nada mais, e agora ela estava falando comigo. 
          — Bia? — Pisquei rapidamente ao ouvi-la novamente, eu tinha me perdido em meus pensamentos, finalmente a olhei nos olhos com um sorriso simpático.
          — Olá Soph! — Ela não estava sorrindo antes, mas ao me escutar abriu um sorriso com uma expressão de felicidade, nervosismo, tensão e não sei mais o que.
          — Oi, então, como amanhã tem prova, pensei em te chamar pra estudar comigo e o pessoal lá em casa... — Para tudo! Como assim ela tava me chamando pra ir à casa dela? Bom, não entendi muito, mas fiquei feliz confesso, depois de alguns meses atrás ela teria desistido de se aproximar novamente de mim. Mas não me mostrei feliz.
          — Pessoal? Que pessoal? — Fiz o sorriso que estava em seu rosto desaparecer lentamente quando a respondi, agora seu rosto era de reprovação ou até mesmo esperança. Imaginava o pessoal que ia, mas mesmo assim perguntei.
          — Ah, o Pietro, Lucas e a Amanha, vem Bia, vai ser legal, nos últimos anos você ficou tão... Tão... — Ela não conseguiu terminar a frase, começou a gaguejar, estava tão tensa, que parecia estar falando com um ser de outro mundo, mas eu sabia o que ela queria dizer, tão chata, depressiva, sozinha.
          — Chata? Sim. Sophi, obrigada, mas, é muita gente! — Seus ombros caíram sobre seu corpo, como se acabasse de ser derrotada, eu pode sentir a tristeza que ela sentiu, por isso tentei mudar a situação, afinal, o que poderia acontecer em uma tarde de estudo com a ex melhor amiga de infância? Decidi tentar.
         — Mas você é sempre bem-vinda, então, por que não aparece lá em casa a tarde? —
Pam! Em cheio, ela estava sorrindo de novo, eu sou foda, sorri por dentro.
         — Sua casa? Cl... Claro, eu vou desmarcar com o pessoal e apareço lá, as 3h00minh, tudo bem? — Ela agora gaguejava de felicidade, apenas assenti com a cabeça terminando aquela nossa conversa com um sorriso sincero nos lábios, dei as costas pra Sophia e sai andando em direção a porta, passando pelos corredores e chegando ao lado de fora da escola, finalmente respirando o ar poluído de São Paulo.