Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

          Depois que terminei de fazer minhas obrigações fui direto pra cozinha e a Sophia estava sentada a mesa sozinha, com o meu café da manhã pronto, ela sabia como me agradar, em meu lugar na mesa estava uma fatia de pão com requeijão, uma taça de salada de frutas e café, bem forte dava pra sentir o cheiro, ela sabia muito bem do que eu gostava, sentei a mesa numa cadeira de frente pra onde ela estava posicionada.

         — Nossa! Palmas pra você neném, palmas! — Falei sorridente a aplaudindo e ela riu com o que fiz, riu como uma criança. — Onde está a mamãe? — Eu falei sem olhar pra ela, nesse tempo eu já estava com a taça de frutas em minhas mãos.
          — Ela teve que sair, você demora muito no banho, meu. — Não olhava pra ela, mas podia vê-la sorrindo. — Ficamos conversando e ela está feliz por eu estar aqui com você. —
          — Ah, quero ver se ela vai ficar... Feliz por agente... — Eu falava de boca cheia e fiz uma pausa pra mastigar melhor e engolir em seguida. — Está se pegando. —
          Ela riu alto que me fez tirar os olhos da taça e fita-la, ela ria muito, seus cotovelos estavam apoiados sobre a mesa e ela olhava fixamente para mim. 
          — Criança, come direito. — Eu mostrei minha língua me exibindo e depois abri minha boca cheia de frutas trituradas. — Eca! Eca! Biiiiiia. — E riu, riu em todas as vezes que eu falei alguma coisa, ficamos conversando besteiras, sobre a felicidade da minha mãe e o quanto o café da manhã dela estava delicioso.
          Eu não podia negar, mas todo aquele fato de ser a outra estava acabando comigo, é muito ruim, é um sentimento totalmente diferente, e aquilo me deixava confusa, ela era tão doce eu não conseguia pensar na hipótese se estar sendo enganada, ou se ela me amava realmente.

         Eu sempre fui um pouco louca com meus sentimentos, sempre desconfiava de tudo, mas talvez devesse sim, confiar nela, porque não se arriscar um pouco? Mas não como segunda isso não. Nunca! 

         Depois de muitas conversas e depois que terminei de me alimentar, continuamos sentadas, brincava com a colher dentro da taça, mexendo na sobra das frutas quando decidi ter aquela conversa o mais rápido possível.
          — Como vai o seu namoro com o Pietro? — Disse sem encará-la, ainda mexia a colher dentro da taça. Escutei um suspiro seu profundo. 
          — Tenho mesmo que conversar sobre isso? —
          — Deve! — Enfim, olhei-a nos olhos, estava com medo, estávamos. O clima ficou pesado ali na cozinha, ficamos caladas por alguns minutos nos olhando nos olhos até que ela decidiu quebrar o silêncio.

          — A qual ponto você quer chegar com esse assunto Bia? —
          — Você sabe onde Sophi, não se faça de idiota! — 
          — Não me peça pra escolher entre... —
          — Ah não? O que você quer então, brincar com os nossos sentimentos? — Interrompi a frase da mesma, e nessa hora meu tom de voz já tinha se elevado.

         — Não! Não é isso Bianca. — Ela fez o mesmo, levantando-se da mesa.
          Levantei-me de onde estava sentada, afastando a cadeira num movimento brusco e segurei em seu braço com força, impedindo-a de continuar a andar.
          — O que é então Sophia? — Nos olhávamos fixamente, uma nos olhos da outra. Ela forçou um movimento com seu braço, tentando solta-lo da minha mão.
          — Não posso escolher entre vocês, eu também o amo! — Ela disse quase num sussurro, então a soltei. Obedecendo a sua força. Deixei seu braço cair devagar da minha mão e dei alguns passos pra trás, encostando-me na parede sem acreditar.

          — Bia... — Ela estendeu sua mão em minha direção e veio andando pra perto de mim. — Me desculpa! —

— Não Sophia, vai embora! Sai daqui! — Eu fui a sua direção com raiva e segurei em seu corpo o jogando na parede com força, encostei meu corpo no dela. Ela gemeu e fechou os olhos. — Eu te odeio. — Disse baixo e ela abriu seus olhos me encarando.
          — Eu te amo! — E ela estava mentindo pra mim, mentindo de novo. Tirei meu corpo do dela e a puxei violentamente pra porta do meu apartamento, a soltei e abri a porta.
          Ela entendeu o que eu queria que ela fizesse.
          — Bianca, para com isso! — Ela gritou comigo.
          — Não Sophi eu não vou parar, eu não vou porque você me enganou, eu não sou um brinquedo ok? Eu... — Agora eu gritava e chorava desesperadamente. Com a cabeça baixa.

          — Bia vamos conversar. — Ela tentou se aproximar novamente.
          — Sai! — E um silêncio transbordou naquele local. Depois de alguns rápidos segundos ela apenas saiu, chorando. Um choro falso é claro. Bati a porta com força e senti um vazio imenso dentro de mim, encostei-me na porta e caiu sentada, com as mãos na cabeça, chorando sem saber se iria parar. Ela tinha ido embora.