Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

          Eu tinha três escolhas pra se fazer, primeira: Deixar a campainha tocar até ela se cansar e ir embora. Segunda: Abri a porta e conversa com ela, ignorando-a totalmente. E terceira: Abri a porta e me entregar para Sophia. Estava em dúvida entre a segunda e a terceira, maldita confiança que não estava comigo aquela noite. Ouvi a campainha tocar novamente e finalmente despertei. Então me levantei e fui em direção a porta, levei minha mão direta a maçaneta e a segurei firme, eu estava tremendo então para acalmar-me mais fechei meus olhos contando até três mentalmente e soltando um suspiro profundo em seguida e abri a porta.

         E ao vê-la ali em minha frente, por um segundo fez com que eu sorrisse por dentro e esquecesse tudo que tinha acontecido. Ela estava linda como sempre e estava com um vestidinho tomara que caia que era super apertado na cintura e bem solto e armado embaixo de renda, e com um casaquinho curto no comprimento e que chegava mais ou menos na altura acima do cotovelo, calçava seu all star branco básico e em volta do seu pescoço um colar com um coração pendurado, me lembro bem daquele colar, era meu e há alguns anos atrás ela tinha roubado de mim, ela sempre achou ele lindo então decidiu pegar, sempre folgada. Seus cabelos soltos, caídos sobre o ombro, enquanto eu estava descalço, com um short curto branco e com minha camiseta da Linkin Park, e meus cabelos presos em um rabo de cavalo, me senti horrível, mas isso não vinha ao caso. Agora ela estava ali, e éramos só eu e ela, não sei bem o que ela queria conversar comigo e isso fazia com que eu por dentro, ficasse louca com toda aquela pressão.

         — Hey! — Ela praticamente quase pulou em meus braços, me envolveu no seu corpo dando-me um abraço apertado e caloroso, suas mãos percorriam minhas costas com intensidade. Por ser bem mais baixa que eu, ela ficou nas pontas dos pés pra poder apoiar seu queixo em meu ombro, encostou nossos rostos de lado e passou sua mão em meu pescoço, que foi logo abraço pelos seus braços. Eu continuei imóvel, parada sem mover qualquer parte do corpo, embora quisesse. Seu cheiro doce e suave estava me derrotando, então sai do seu abraço lentamente suspirando.
          — Sem encostar, falow? — Dei as costas e voltei para onde estava, sentada ao sofá, a vi caminhar até a sala, então apontei para uma poltrona que tinha na minha frente. Olhei para ela — Espero que seja rápida! — Suspirei.

         — Para com isso! Você não combina com esse jeito de durona! — Sentou-se na poltrona e cruzou suas pernas, seus ombros relaxaram e ela esticou seu braço, tocando em meu joelho e o acariciando devagar.
          — Sophia, então... O que quer conversar? — A partir daí, comecei a olhar-la fixamente em seus olhos e ela fez o mesmo.

          — Eu te devo milhares de desculpas, eu sei, sou uma idiota! —
          — Uma verdadeira idiota! — A corrigi, que fez com que seus olhos baixassem por breves segundos, então depois voltou a olhar novamente para mim.
          — E sei que você me odeia... — Eu apenas balancei minha cabeça positivamente, então ela continuou. — Percebi quem realmente eu amo, então terminei com o Pietro.
          — Ah é? Nossa porque terminou com ele? Era pra ter ido em frente, vai lá, volta com ele e diz que você é uma idiota — Eu disse ironicamente.

         — Dá pra você me ouvir ou ta difícil Bianca? — Ela tirou sua mão do meu joelho e a colocou ao lado de sua outra mão, que estava em seu colo.
          — Tá difí... — 
          — Cala essa boca Bianca, que merda. Eu venho aqui falar com você, e você fica com gracinha, caralho! — Eu nunca tinha visto a Sophia daquele jeito antes, seu tom tinha se alterado e ela chamou “merda” e “caralho” numa frase só, isso não era realmente bom, ela não é dessas coisas, então fiquei quieta e fiz um movimento de sim com a cabeça, explicando-a que tinha entendido e que ela deveria continuar.
          Ela suspirou profundamente, fechando sua mão com força como se fosse da um soco em alguém, ela estava tremendo e quando a olhei novamente seus olhos estavam fechados, ela os abriu devagar e relaxou suas mãos. Aquilo mexeu comigo.

         — Então como eu estava dizendo, terminei com o Pietro e ele ficou bravo, se descontrolou e levantou a mão pra mim... —
          — Como assim “levantou a mão”? — Ela não respondeu, ficou calada olhando para mim. 
          — Ele não bateu em você Sophi, ele bateu? — E novamente, o silêncio.
          — Me responde Sophia, ele te bateu é isso, o que ele fez, ele te machucou? — Falei me levantando e sentando-se ao seu lado. 
          — Ele te machucou amor, ele... Oh meu Deus... Amor ele te bateu! — Eu estava com ódio, e ela começou a chorar baixinho como que não quisesse que ninguém visse, ela balançou a cabeça pra mim afirmando e então tirou seu casaquinho OMG. Seu ombro estava roxo e avermelhado com um machucado que descia até o braço, estava horrível. MONSTRO! Gritei em meus pensamentos. A puxei imediatamente pros meus braços, e a abracei forte, como se nunca a tivesse abraçado antes, passei minhas mãos pelos seus cabelos que foi beijado em seguida, ficamos assim por uns minutos, chorávamos.