Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

         O Pietro tinha machucado o meu bebê, minha menina. Não iria deixar aquilo passar despercebido. Sai do abraço, levantando-me e ficando de costas pra ela enquanto enxugava minhas lágrimas.
         — Filho da puta! — Eu sussurrei pra mim mesma, muito baixo, ela não iria escutar provavelmente. Eu tremia, tremia de ódio. 
         — O que você falou ai? — Me virei ao escutá-la e ela já tinha vestido o casaco novamente. Então estourei.
         — Isso não vai ficar assim amor, eu prometo! — Meu rosto estava queimando, talvez estivesse bem vermelho. — Tá ouvindo Sophia? Ele vai se foder comigo! — e eu já gritava, percebi quando ela veio até mim, também gritando.
         — Não! Amor você ta louca? Ele é um garoto! Você é uma menina. — Ela segurou em meus braços.
         — E eu deixei de ser fraca por isso, deixei? Você me conhece, eu vou matá-lo —
         — Não vai. Não se mete nisso! —
         — Bê olha pra você, ele te bateu, que viado meu! — Passei minhas mãos na cabeça.
         — Se acalma ok? Respira. — 
         — Como vou me acalmar? Ele te machucou, e ninguém machuca o que é meu — 
Ela me abraçou. 
         — Você não vai fazer nada! —
         Balancei minha cabeça positivamente. Mas sim, eu iria fazer.

         Naquela noite eu esqueci que um dia havíamos brigado, eu me esqueci de tudo. Ficamos quietas e caladas por praticamente a noite inteira, ela deitada em meus braços e eu lhe fazendo carinho. Às vezes arriscava algumas palavras mais ela só afirmava com a cabeça, então decidi ficar quieta. Não queria estragar o momento, de dez em dez minutos eu a perguntava se estava bem e ela me dizia em um sussurro “você ta aqui” então eu a abraçava mais forte e às vezes beijava seu ombro por cima do casaco onde se encontrava o machucado.

        Passei a maior parte do tempo que estava com ela pesando em como iria me vingar do Pietro, pela Sophia. Pensei no possível e o impossível, pensei em coisas absurdamente bizarras, como por exemplo: empurrá-lo do décimo andar ou bater nele até a morte. Como eu seu, uma garota pudesse causar alguma ameaça para um garoto como ele, popular, alto e incrivelmente forte, porém idiota. Sentia-me profundamente inútil, tão inútil que não conseguia nem se quer proteger a minha namorada. Ah sim, namorada, voltamos é claro, depois daquele acontecimento, obviamente que iríamos voltar, ela precisava muito de mim e eu estaria ali com ela, por ela. Enfim, nada do que fosse a minha altura me vinha à cabeça, mas iria deixar que aquilo abalasse a minha cede de vingança.

        Eu iria confrontá-lo e seria capaz de tudo por isso, até mesmo expor a minha sexualidade, estava pouco me fodendo pro que iriam achar da garota excluída. Não que eu fosse uma pessoa de personalidade ruim, muito menos vingativa, não isso não. É que vocês devem imaginar do que somos capazes de fazer por um amor, certo? Então, sabem o que né? Tudo! Resumindo: Não sou mal, sou uma pessoa com um coração bom. Voltando para meus planinhos sem quaisquer más intenções. Estava a ponto de enlouquecer, desespero total, o que fazer? Ele tinha humilhado o meu neném e eu não conseguia pensar em nada? Como assim? Vamos Bianca Sampaio, pense, vamos!