Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

          Paramos no supermercado e compramos as bebidas. Vários litros de vodkas, wisk e duas grades de cerveja, sem contar os refrigerantes. A Sophia tinha ficado encarregada de comprar as bebidas da festa e eu estava a ajudando, contando e pagando o dinheiro que a turma passou o ano juntando. Finalmente paramos o carro em frente ao colégio e já tinha uns cinco meninos da turma que correram em direção ao carro para pegar as bebidas. Um dos meninos que estavam carregando as sacolas pra dentro do colégio que eu acreditava que fosse o Junior Felipe olhou pra mim e sorriu.
          — Seja bem-vinda de volta Bia, sentimos sua falta, acredite é bom saber que não esta mais sozinha. — Ele sorriu e era um sorriso sincero eu retribui entregando-lhe um sorriso com a mesma intensidade. Era bom saber que não tinha mudado muita coisa. O que me parecia era como se eu nunca tivesse me afastado, tava tudo ótimo.

         Depois que chegamos e organizamos a bebida, comidas e som, decidimos iniciar a festa. Estava tudo exatamente como a nossa turma tinha planejado há meses. A festa estava rolando a um bom tempo e eu estava na pista de dança me divertindo com a Sophia, Amanda e o Lucas, dançávamos, pulávamos e riamos involuntariamente. E aquela festa estava perfeita sem a presença do Pietro, acho que ele não foi porque eu não tinha o visto a festa inteira, por enquanto. Eu tinha bebido bastante, já estava rindo por besteiras e meus olhos não estavam abertos como antes, tinha momento que eu aproximava-me da Sophia e colava meu corpo ao dela o remexendo no ritmo da música eletrônica e ela disfarçadamente dizia em meu ouvido. “Se controle.” E se afastava rindo, para que ninguém suspeitasse. Bom, eu estava consciente claro, mas a bebida apenas me forçava a fazer coisas que eu não faria se estivesse limpa, e às vezes me dava vontade de puxá-la pela cintura e lhe dar um beijo daqueles que só eu sabia dar quando estávamos a sós, a sós é uma palavra tão difícil, as vezes eu penso o quanto seria mais fácil se todos soubessem e que eu pudesse sair com a Sophia para lugares que tivessem pessoas e me divertir, sem ficar escondida, mas era uma coisa difícil que nem todos saberiam lidar. Talvez não estivesse na hora ainda, então eu passei a festa inteira me controlando.

         Já estava de madrugada, não sei bem, mas o relógio indicava umas 03h30min por ai, eu já não via tudo tão claro, todos nós estávamos embriagados, eu estava suada de tanta dança e bebida, em minha mão esquerda se encontrava o lindo copo de wisk, que sem controle derramava todo o liquido dentro do meu corpo, copos e mais copos de wisk, garrafas e garrafas de cerveja. Bêbada! Sim eu estava. 
          Senti um corpo se encaixar a frente do meu, era a Amanda, ela segurou em meu ombro e de frente pra mim encaixou umas de suas pernas entre a minha, sua coxa roçou em meu sexo que me fez estremecer, agora coladas, dançávamos loucamente, esfregando nossos corpos, minha mão estava firme em sua cintura a incentivando-a a rebolar mais e mais no ritmo da música. Gritos como “É isso aí” “Uoool” e “Gostosas” suavam em nossa volta. Nossa dança deixava meu corpo quente, e excitado, eu nunca tinha notado direito a Amanda, mais seu corpo era lindo, sua pele morena e seus olhos castanhos claros eram hipnotizantes e os seus cabelos médios super cacheados a tornavam uma delicia. Ela roçou mais forte sua coxa entre minhas pernas na dança, agora ninguém reparava na gente, apenas bebiam e dançavam também, ela colocou sua mão em minha nuca puxando minha cabeça pra perto da dela, sua boca vermelha e seu hálito de cerveja me chamavam pro desejo, pra traição... Opa! Afastei-me rapidamente, dando as costas pra ela e virando todo o wisk em meu copo, fechei os olhos e senti minha garganta arder. Porra se controla você não pode. Aliás, a Amanda é amiga da Sophia e ela estava bêbada porque até pelo que eu sei, ela é heterossexual.
          Continuei dançando e bebendo sem me importar, mas dessa vez longe da Amanda, era perigoso até olhar para aquela garota que me chamava toda a vez com seu olhar provocante. Que inferno! Bom, é claro que toda aquela dança sensual não agradou nem um pouco a Sophia, ela estava com uma cara não tão boa. Decidi então conversar com ela. Ela estava fora da pista de dança, no canto da festa onde se encontrava uma das oito geladeiras de bebidas, ela estava abrindo a geladeira e pegou uma garrafa de cerveja quando eu cheguei por trás dela dando um cheiro no pescoço da Sophia. Eu ri alto e ela respirou fundo, fechando a geladeira e se virando pra mim, ela me encarou e seus olhos me fuzilaram. Ela balançou a cabeça negativamente e deu um passo pra frente com a intenção de voltar pra festa, mas eu logo coloquei minha mão na parede a impedindo de sair. Olhamo-nos uns longos e sufocantes seis segundos.
          — O que... Você... Porque ta assim? — Eu estava bêbada então procurava as palavras certas.
          — Porque não volta pra dançar com a Amanda? — 
          — O que? A Sophia coe, foi só uma... Dança! — Ela não tirava os olhos dos meus.
          — Vocês estavam quase se comendo ali, que droga Bia! —
          — Que merda é essa? Você ta viajando! —
          — Deixe-me voltar pra festa! —
          Eu fiz que sim com a cabeça e tirei meu braço que estava apoiado à parede, a deixando passar por mim e desaparecer na pista de dança. Soquei a parede com força me controlando de tanta raiva que eu estava, eu não senti a dor da minha mão, talvez fosse pelo álcool, mas no outro dia com certeza eu iria sentir. Peguei uma garrafa de cerveja e sai entrando no banheiro.