Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

          Eu saí correndo em direção a porta batendo contra a mesma e machucando minha cintura, sai como uma louca procurando a mulher da minha vida. Mulher da minha vida, tarde demais pra isso, idiota. Eu estava na pista de dança, esbarrando em todo mundo, as afastando com meus braços, mas nada dela. SOPHIA!

         Eu não a achava, meus gritos eram em vão, e tudo em minha volta pareceu ficar em câmera lenta, como se o mundo estivesse parando e devagar para eu continuar o meu resgate, estava escuro e as luzes da festa atrapalhavam minha visão que já não estava tão perfeita por causa do álcool, eu corria desesperadamente a procura dela, eu empurrava tudo em minha frente, olhando para os lados, dando voltas e voltas do mesmo lugar, a procura do corpo dela talvez se remexendo com a música, mas ela não estava ali. E em minha cabeça veio à imagem do nosso primeiro beijo, da nossa primeira noite de amor, da primeira briga e da primeira lágrima, do quanto ela tinha lutado por mim na noite que acabamos. Agora eu estava ali, correndo entre adolescentes bêbados, lutando por ela. As pessoas olhavam pra mim sem entender e reclamando o porquê dela ter sido empurrada, todos olhavam pra mim com um susto vendo minha imagem destruída com o rosto molhado, chorando baixinho, mas voltavam à atenção rápido novamente para bebida e música. Sai da pista de dança indo procurá-la em outro lugar, do outro lado do salão vi o Lucas, talvez ele tivesse visto, eles eram tão amigos, então corri em direção ao mesmo. Ele estava de costas conversando com uma menina que estava sorrindo, eu o puxei pela camisa com força o virando pra mim.
          — A Sophia... — O choro não deixava as palavras saírem como eu queria, eu gritava tão alto, não pelo barulho do som, mas pelo desespero.
          — O que tem a Sophia? — Ele segurou em meus pulsos com forças me encarando, preocupado. — Me responde Bianca! — Ele gritou também.
          — Cadê ela, a Sophia, onde ela ta? — Eu abaixei a cabeça, cansada. E fui diminuindo o tom da minha voz até que ela saísse num sussurro. — Onde? —
          — O que aconteceu? Olha pra mim! — Ele levantou meu rosto. — Ela saiu daqui chorando indo pro corredor. Explica-me o que ta acontecendo! —

          O que ela tinha ido fazer no corredor? O corredor do salão de festas ia dar no jardim no colégio que estava fechado e escuro à uma hora dessas. Bom o que eu to esperando, vou atrás dela.
          — Não dá... Só preciso achá-la. — Eu fiz força com meus braços os desprendendo das mãos do Lucas, e sai correndo em direção ao corredor. 

          O corredor era enorme, estava bem escuro, depois que passei pela porta do corredor só consegui ouvir meus passos rápidos e fortes quando eu corria, o barulho da festa e do som alto foi ficando para trás, assim que virei à direita entrando em outro corredor escuro, eu estava com medo confesso, aquele colégio foi sempre enorme e sinistro. O corredor tinha o piso de uma madeira firme e lisa que mostrava o reflexo de uma ou outra luz pequena acesa, nele se encontrava salas de aula que estavam com portas fechadas. Eu ainda estava correndo, com minha respiração ofegante e meu coração acelerado. Por fim tinha chegado ao fim do corredor, parei em frente à porta e abri a mesma, o fim do corredor do outro lado da porta se encontrava uma varanda enorme, que aos seus dois lados tinham duas escadas enormes que davam no andar de baixo, onde era o jardim, com uma fonte enorme no centro.

         De cima, da varanda dava pra ter uma vista perfeita ao local de baixo, da fonte e do jardim em sua volta. Eu fui pra varanda agora andando e olhei pra baixo procurando por ela, e ouvi vozes, um choro e uma voz de homem, eu prendi a respiração para não chamar atenção e me escondi atrás de um pilar, vi uma sombra vinda atrás de uma árvore, então dei alguns passos pro lado e vi dois corpos, um encostado na árvore e o do homem sobre ele. Eu gelei, eram... Pietro e a Sophia. Eu não acredito o que... O que estão fazendo ali escondidos? Fiquei quieta atrás do pilar tentando ouvir alguma coisa.