Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

          — Estou atrapalhando? — O Dr. Roberto apareceu na porta e nos duas viramos para ele, um pouco sem jeito, eu rapidamente retirei minha mão da sua cintura a soltando de mim e ela ficou de pé novamente ao lado da cama, pigarreou tentando disfarçar, eu soltei um riso baixo como sempre fazia quando estava nervosa.
          — Entra aí. — Eu disse arrumando meu cabelo, ele já estava atrapalhando mesmo. Ele ainda mantinha sua prancheta as mãos.
          — Desculpem-me garotas, mas vim da noticias boas. Acabei de examinar seu exame e não precisa ficar aqui até a noite. Já está liberada. — Ele falou rindo.
          Meus olhos brilharam, eu soltei um grito tipo:
          — Uhuuuuu! —
          — Menos Bianca! — Ela falou me dando uma bronca, porque eu teria gritado, mas segundos depois ela começou a rir e o Dr. Roberto, também. Ele acenou com a mão e saiu do quarto. 
          Logo depois a enfermeira entrou me entregando alguns papeis e minha roupa. 
          A Sophia saiu do quarto para me esperar lá fora. Eu me troquei rapidamente, vestindo um short curto, um all star e um casaco simples branco. Soltei meus cabelos, bagunçando-os como eu sempre gostava. Mandei beijinho para o quarto antes de fechar a porta do mesmo. 
          Já na recepção do hospital, abri um sorriso enorme ao fitar meus pais, acelerei o ritmo dos meus passos e praticamente corri até eles. Eles me abraçaram, os dois ao mesmo tempo.
          — Filha! —Eles falaram ao mesmo tempo, eu os apertei e abri meus olhos e vi a Sophia às costas deles. Eu sorri para ela e ela retribuiu. Isso aí! 
          Depois fomos pra casa de carro, eu e a Sophia sentada no banco de trás e meus pais na frente, conversamos e rimos o caminho inteiro, e meus pais não comentaram nada sobre eu e ela. Talvez eles fossem falar sobre em casa. 
          — Tchau! Te ligo amanhã! — Ela me disse quando deixamos a Sophia em casa.
          Depois de alguns rápidos segundos, finalmente teríamos chego.

         Meu pai abriu a porta do apartamento e eu entrei no mesmo, indo direto pra sala e tirando o peso de uma mochila que estava em meu ombro assim que a joguei em cima do sofá, me atirei no sofá, caindo de bunda sentada a ele, encostando-me em seguida, olhei pro teto e suspirei alto o suficiente para notarem que seria um suspiro de alivio. Coloquei minhas pernas sobre o centro que estava centralizado entre o sofá e a TV, por cima de um tapete magnífico preto, que minha mãe morria de ciúmes. 
          Sem qualquer pressa ou esforço, virei minha cabeça para o lado interior da casa, fitando assim o corredor que dava aos quartos e a um dos banheiros, meus olhos brilhavam, eu certamente precisava de um banho na banheira, bem relaxante, sem alguém para atrapalhar, eu me perdi nesse meu desejo e por um momento me vi no banheiro tomando um delicioso banho. Ah! Que sensação incrível.
          — Banho! — E a preguiça que eu estava agora desaparecera, quando rapidamente me coloquei de pé na frente do sofá, pra correr pro banheiro, mas meus pais estavam me olhando sérios.
          — Oi? —
          — Precisamos conversar! — Minha mãe disse, ela não parecia estar brincando como as outras vezes que conversávamos.
          — Ok, mas primeiro um banho. — Eu ia saindo de perto deles, tentando fugir. Mas meu pai segurou meu braço.
          — Sente-se! —
          Olhei pro meu braço, onde sua mão estava e o encarei novamente, soltei um riso irônico.
          — O que? Vão me bater é isso? —
          — Fique quieta, vamos só conversar. — Minha mãe mantinha seu tom frio.
          — Não vão me afastar dela entenderam? Eu a amo. — Grite, soltando meu braço das mãos do meu pai.

         Eu me afastei dos mesmos sem dar as costas, apenas dando alguns passos para trás, meus olhos já estavam cheios de lágrimas. Eu não entendia, a Sophia tinha me dito que eles tinham aceitado, mas o que aconteceu? Por que meus próprios pais iriam ficar contra mim? Eu precisava deles agora.
          Meu pai estava em pé em uma postura bela com seu terno e sua gravata solta pendurada ao seu pescoço, ele aproximou seu rosto do ouvido da sua mão e sussurrou algo como:
          — Ela está mesmo acreditando? — Foi baixo, mas o suficiente para escutar.
          Eu fiquei com raiva, confesso, eles estavam zoando de mim? Mas tirei um peso das minhas costas.
          Minha mãe riu alto colocando a mão no rosto e eu fiquei com cara de lesada olhando pra eles com uma expressão séria.
          — Vocês... Fiquei com medo! — Falei por fim, correndo pra eles, fiquei entre os dois e passei cada um dos meus braços em volta dos pescoços dele, eles me apertaram forte, e foi um abraço gostoso. A essa altura meus olhos já derramavam lágrimas. Eles riam, embora eu chorasse, estava rindo, estava feliz.
          — Meu amor acha mesmo que eu iria ficar contra a você? — Meu pai falou rindo e segurou em meu rosto. Beijando minha testa em seguida.
          Minha mãe segurava minhas mãos e ela estava chorando.
          — Bia... Somos bons pais, e entendemos você. Isso acontece, é tão normal... —
          — Me botaram um medo do caralho. —
          — O que você falou? — Meu pai ergueu sua sobrancelha esquerda me encarando.
          Eu me afastei deles e corri em direção ao corredor, eu dava gargalhadas altas.
          — Nada Pai, nada! — Abri a porta do banheiro rapidamente e ainda pude ver meu pai correndo no começo do corredor.
          — Diga isso de novo mocinha. Rum! — Ele não tava me dando uma bronca, ele estava rindo.
          Fechei a porta do banheiro depois que entrei. Paraíso, vida linda!