Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

          — Você não me teve por completo. — A Amanda falou em um tom altamente atraente dando alguns passos em minha direção.
          — Para Amanda! — Falei quase sem voz, recuando de seus passos.
          — Para você meu. Você quer! — 
          — Não quero, não viaja, é melhor você ir embora. — 
          — Tem certeza? — Eu parei de recuar de seus passos e sem perceber tínhamos ido parar na entrada do corredor do apartamento.
          — Tenho. — Disse com uma voz “firme”.
          — Então porque está com medo se tem tanta certeza? — Ela ergueu sua sobrancelha, orgulhosa pelo seu chute perfeito.
          — Quem falou que estou com medo? —
          — Seus olhos! — Tive uma vontade de enfiar uma faca neles, que droga.
          — Meu já mandei você ir embora. — Apontei para a porta que se encontrava as suas costas à direita. Ela ignorou totalmente, e deu outro passo em minha direção, eu não recuei dessa vez, então ela parou ficando a alguns centímetros de mim, mas ainda dava pra respirar, ainda.
          — Você que me quer. —
          — Eu não vou fazer isso com a Sophia novamente, desista. —
          — O que? Eu não te ouvi! — Que irônica mano, ela deu mais um passo com sua mão já vindo de encontro ao meu rosto, que o segurou devagar e o acariciou. Eu fechei os olhos e com muito esforço agarrei sua mão a retirando do meu rosto e a soltando, em seguida segurei com força em seu braço e a empurrei, carreguei, até a sala.
          — Vai embora! Agora! — Eu a soltei por fim, me afastando e virando-me, ficando de costas para ela.
          — Ok! Eu vou Bia, mas antes me ouvi. — Virei para olhá-la e ela estava com a mão na região do seu braço onde eu tinha apertado.
          Concordei com a cabeça, ela me olhava nos olhos. E eu estava com medo.

         Ela andou em minha direção e eu me perguntei: Por que as pessoas quando querem falar algo serio tem que chegar tão perto? Que droga eu não sou surda.
          — Eu não sei o que eu... —
          — Para! Para! Antes, deixa eu te perguntar uma coisa. — Eu atrapalhei seu discurso.
          Ela concordou com a cabeça, então continuei.
          — Você tinha um caso com a Sophia? —
          — Como? —
          — Eu ouvi a conversa, vai fala. — Eu já estava impaciente.
          — É... E ela me deixou por você, era pra eu estar a ponto de te matar não era? Mas não estou, porque me apaixonei por você. —
          — Não vem Amanda, com essa. — Balancei a cabeça sorrindo ironicamente.
          — Você não acredita? Pergunte a sua namorada então... Naquele dia da festa Bia, eu nunca tinha sentido algo como aquilo. —
          — Aquilo? — Levantei uma das minhas sobrancelhas, eu não sabia sério.
          — Você... No banheiro... Ah, você sabe. —
          — Ah... — Abaixei meu rosto, um pouco constrangida. Olhei para os lados procurando um lugar pra me esconder, mas preferi sentar-me no sofá.
          Ela veio novamente em minha direção e ajoelhou-se ao chão, colocando suas mãos em cima das minhas pernas, fechou os olhos balançando seu rosto rapidamente e em seguida os abriu, fitando-me. Seu olhar penetrante prendeu os meus a ele.
          — Só quero que me responda uma coisa, só preciso ouvir um sim ou um não de você, talvez eu te deixe em paz, um sim ou um não, tudo que eu te peço. — 
          Fiquei em silêncio, ela continuou entendendo minha resposta.
          — Se arrependeu do que fizermos no banheiro? — 

         Confesso que não esperava por uma pergunta como aquela, eu entrei em pânico, sabem a Amanda ela é linda e ela me atrai, eu sinto vontade por ela confesso, que quando ela está perto, perto de mais, meu coração acelera, mas não sabia o que aquilo significava e estava com medo de saber. Eu não me arrependia, mas não poderia dizer, mas também não poderia mentir.
          Então continuei a olhar em seus olhos.
          — Não deixe... — Eu sussurrei, sem ar.
          — O que? — Ela respondeu no mesmo tom de voz, curiosa com minha frase incompleta.

         Era incontrolável, eu reagia por impulso, e quando percebi minha mão já tinha agarrado sua nuca, trazendo seu rosto pra perto do meu. E eu tinha a beijado.

         Acho que se alguém conhece tudo o que se passa pela minha vida, ela não entenderia de fato a merda que eu estava fazendo. Mas era impulsivo, talvez eu pudesse controlar, mas talvez eu não quisesse controlar. Eu a queria, eu estava totalmente errada, a Sophia tinha me dado uma chance e eu não podia trair sua confiança novamente, mas a Sophi também teria mentido pra mim, não teria? Por que ela não me contou delas? Talvez no começo de tudo ela não tivesse me aceitado pela Amanda e não pelo Pietro. Será que ela teria ficado com três pessoas ao mesmo tempo. Ou também será que a Amanda no dia da festa, só ficou comigo por causa dela, com raiva. E estivesse mentido agora também, tivesse apenas querendo se vingar. Será que é era amor falso? O beijo dela, ao contrário do da Sophia, não era nem um pouco doce, era algo que eu não conseguia distinguir, era adrenalina, desejo, poder, era louco. Dominava-me, me prendia. 
          Com delicadeza e ao mesmo tempo pressão minha língua percorria cada pedacinho de seu pescoço, ora eu chupava-o, ora eu mordiscava-o, com cuidado e rapidez em uma só ação. O gosto do seu perfume forte já estava dentro de mim, eu já o respirava por completo, já sentia seu gosto e enfim. Ela era o contrário da Sophia, completamente, mesmo no caso delas serem “melhores amigas” elas eram diferentes, de atitudes, jeitos, gostos, modos e cheiros diferentes. Talvez fosse isso que estava me prendendo as duas tanto assim: Seria impossível ter duas delas em um só corpo. Séria errado eu querer as duas ao mesmo tempo? Eu tinha a sensação que jamais eu estaria satisfeita agora com apenas uma delas.

         Porque eu sempre iria sentir falta, ou do jeito da Sophia, ou do jeito da Amanda. Mas eu cheguei a uma conclusão que me fez ter todas as respostas dessa minha loucura inferior... Se eu não tivesse ficado com a Amanda, naquele dia na festa do colégio, eu jamais estaria passando por isso agora, porque eu não iria saber o seu gosto por isso não o desejaria tanto. Se a boca da Sophia fosse à única beijada por mim, nada disso teria acontecido. Ok! É meio obvio e todos sabem disso. Mas porque naquele dia, a Amanda não me beijou na área das bebidas ao invés de ter me ignorado totalmente, é, viu. Tudo sem sua conseqüência, não estou dizendo que foi bem feito pra Sophia, estou dizendo que temos que pensar muito antes de até mesmo dar um passo. Coisa que eu não fazia quando estava na presença da Amanda: Pensar! 
          A respiração da Amanda em meus ouvidos, ou talvez suspiros, ou na verdade gemidos, era o único som inexistente naquele momento, meu corpo se arrepiava a cada dez segundos. Seu corpo já estava deitado em minha cama e o meu corpo já estava deitado em cima do seu. Eu roçava meu corpo com pressão e movimentos lentos, minha coxa se encontrava entre suas pernas e a pressão dos meus movimentos era depositada todo ao seu sexo, ao seu prazer. Ela às vezes arranhava com tanta força minha nuca que cheguei a ficar preocupada com alguma marca a marca que iria foder de vez a minha vida de merda.