Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

          Foi à melhor noite da minha vida talvez. Não me lembro muito bem, mas adormecemos, quando eu acordei, estávamos nuas deitadas na minha cama, ela totalmente abraçada no meu corpo, e meus braços em volta das suas costas. Olhei pro relógio em cima da mesinha ao lado da minha cama, e o relógio marcava 03h45minh. Eu apertei seu corpo ao meu, e beijei o alto da sua cabeça, suspirei profundamente, encostando meu rosto no dela, me pus a acariciar suas costas. Estiquei meu braço, tentando achar meu celular, o peguei e com dificuldades para olhar sua tela por causa da claridade. Tinham me mandado duas mensagens, da Sophia. Uma dizia “Me liga meu amor.” E a outra “Onde você ta?” Meu coração acelerou. Eu queria soltar a Amanda, mas a mantive firme nos meus braços, sentindo sua respiração em meu ombro. Eu estava tão errada. Não tinha pensado na Sophia enquanto transávamos, eu não sabia o que responder. Então joguei o celular pro lado e novamente apertei o corpo da Amanda ao meu, ela estava tão quente, sua pele era tão macia. Sem querer, adormeci.

         Despertei do meu sono, que sinceramente, foi perfeito, embora minhas complicações eu dormir como um anjo. Mesmo acordada mantive meus olhos fechados, não fazia ideia de que horas seriam. Passeei com minha mão ao meu lado, tocando o colchão vazio. Amanda já teria se levantado. 
          — Bia... Acorda ai vai amor, levanta! — Amanda falou comigo, com pressas nas suas palavras, sua voz saiu baixa. Ela segurou no meu braço, sacudindo-me.
          Com um pouco de dificuldades, por causa da claridade, demorei pra finalmente abrir meus olhos, eu passei a mão pelos meus cabelos, com muita preguiça
          — O que é? — Falei ainda sonolenta. Ela me sacudiu novamente.
          — O porteiro ligou Bia. A Sophia está subindo. —
          — Pra cá? — Dei um pulo da cama, procurando pelo meu roupão, eu ainda estava nua.
          — É, pra cá. — Ela respondeu.
          Eu tinha que fazer alguma coisa, agradeci por meu apartamento ficar no ultimo andar. Mas eu tinha que pensar. Senti-me em uma novela, já que não sabia o que fazer decidi então fazer o que fazem nas novelas. Que merda! Eu olhei pra Amanda, quase morrendo, sufocada.
          — Se esconde! —
          — O que? —
          — Quer que a Sophia te encontre aqui, mesmo? —
          — Não, mas... —
          — Mas nada, tem que se esconder. —
          A campainha tocou eu olhei pro corredor assustada. Não me movi. Amanda tocou meu ombro e o acariciou. Falou baixo, as minhas costas.
          — Vai lá. Não deixa entrar no quarto. —
          Eu concordei com a cabeça, suspirando profundamente. Antes de ir atender a Sophia, ela selou meus lábios delicadamente. Sai do quarto, fechando a porta por fim.

         Enquanto eu caminhava em direção a porta, eu ia arrumando o roupão em meu corpo, com meu corpo desengonçado ainda por causa do sono tropecei em quase todos os móveis que encontrei a minha frente, e ainda o nervosismo aumentava minha desorganização. Cheguei atrás da porta e respirei fundo, segurei em sua maçaneta e a abri. 
          Fui surpreendida por um abraço forte, a Sophia tinha se atirado em meus braços, meus braços mantiveram soltos no meu corpo, eu não queria a tocar depois da noite anterior, mas seu perfume doce que me dava paz e tranqüilidade penetrou no meu corpo, nas minhas veias e sangue. Então passei meus braços pela sua cintura, seus dedos pequenos e delicados percorriam minha nuca, acariciando-a o que me retirava arrepios constantes. 
          — Hey... — Ela suspirou com seu rosto enfiado no meu ombro e pescoço. Eu apertei seu corpo como resposta do seu comprimento.
          — Você não me respondeu, pensei que estivesse brava comigo. — Ela ainda estava abraçada em meu corpo, eu fechei os olhos com o rosto virado pro lado contrário que o dela.
          — Eu só estava dormindo amor, acordei agora. — Dei um sorriso meio torto.
          — Você é linda até com o cabelo assim. — Ela riu alto, e passou suas mãos, arrumando meus cabelos. Eu só abaixei a cabeça, deixando.
          — Me conta amor vai, o que Amanda queria? — Eu gelei.
          — Ah nada sabe, só, pedir desculpas, por que ela não sabia da gente. —
          Os olhos dela brilharam, ela suspirou de alivio parece e eu me senti mal.
          — Por um momento pensei que ela iria te tarar. — Ela riu e beijou minha bochecha.
          — Não amor, imagina. — Eu estava toda por fora, com vergonha de mim.
          — Eu to com saudades bebê. Posso te pedir uma coisa? —
          — O que quiser. — Segurei suas mãos, para aliviar a tensão que eu estava sentindo.

          — Canta uma música pra mim? Lembro que antes, você tava aprendendo, já sabe tocar agora. —
          — Claro amor. Só vou procurar a música ideal pra ti. — Sorri.
          — Vamos então, pegue seu violão. — Ela saiu de perto de mim indo em direção ao corredor, eu sai correndo atrás dela, passando pela Sophia e ficando em sua frente, a impedindo de continuar sua caminhada para o “inferno”.
         — NÃO! — Eu gritei, sem saber o que eu estava fazendo.

          — O que você ta me escondendo? — Ela fitou a porta do meu quarto, voltando logo em seguida seu olhar pra mim novamente.