Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

Deixei minha toalha cair molhada ao chão, agora eu estava apenas de calcinha boxer amarela com listras fininhas prestas e um sutiã preto, sem estampas, de frente ao meu guarda-roupa com as portas abertas, ele estava sempre organizado, calças, shorts, blusas, casacos, moletons, meias, calcinhas e sutiãs.

Eu passei meus dedos pelas variadas blusas baby look’s de cores variadas, de bandas e personagens variados, Mickey e Minnie essas não podiam faltar, minhas camisas prediletas, eu tinha uma coleção delas, sem falar as do Bob Esponja. Isso! Retirei do guarda-roupa uma camisa toda amarela com buraquinhos verde-amarelado que eram as marcas do corpo do Bob, em sua estampa eram apenas seus olhos nariz e boca, seu corpo era a camisa inteira, eu a adorava e era nova, eu não tinha usado ainda. Vesti a blusa rapidamente, colocando uma calça jeans preta em seguida, fiz maquiagem básica (corretivo, pó, blush, lápis preto, rímel) e calcei meu adidas star rosa escuro. Penteei meus cabelos os deixando bagunçados e sai do meu quarto indo de encontro aos meus pais, mas antes que chegasse a sala, voltei mesmo do corredor para colocar perfume, voltei em seguida a caminho da sala. E eram 20h00minh.

— Que demora dela. —
Sussurrei meio que pra mim mesma. Eu estava sentada a frente da TV, com o controle remoto nas mãos passando pelos canais impacientemente, eu estava cansada de tanto esperar, meus pais ainda estavam em casa, sentados na sala de estar. Enquanto eu ficava criando mil e uma possibilidades do tal atraso da Sophia.
Eu me virei novamente para trás, encarando o relógio de parede no fundo da sala de estar, por cima dos meus pais. 20h40minh. Respirei fundo novamente e me virei para fitar a TV, encostando-me no sofá, agora estava praticamente deitada.
— Relaxa filha! —
— Pai... Ela nunca se atrasa! —
Afundei meu corpo no travesseiro, encolhendo-me o mais possível que fosse. Eu estava preocupada.
— Já ligou pro celular dela? —
— Sim, várias vezes. “Este celular, está fora de área ou desligado”. — Falei a ultima frase imitando a voz irritante da mulher. Minha mãe, atrás de mim soltou um riso.
— Não tem graça Luiza. —
Meu pai me defendeu. Eu desisti de ficar apertando aquele botão do controle remoto em uma tentativa fracassada de encontrar alto interessante pra se assistir, então deixei em um canal aleatório, onde estava sendo transmitido um programa policial. Não dei atenção. Levantei-me, sentando-me no braço do sofá com os meus pés em cima do sofá sem me importar em sujar ou não. Suspirei profundamente.

— Bom filhota... Temos que ir ou então, perdemos o nosso vôo. — Meu pai disse com um tom delicado em suas palavras, ele estava com pena de mim talvez.
Fui em direção a sala de estar, sem vontade de andar, abracei meu pai com força e ele me deu um selinho, aconteceu o mesmo com minha mãe. Eles sempre me davam selinhos. Sorri forçadamente.
— Boa sorte! Você é uma ótima advogada mãe, vai ganhar a proposta, ainda mais como um empresário como você, senhor Ricardo. — Eles riram pra mim. Lindos.
— Meu amor, ela vai chegar. — Minha mãe disse antes de virar e sair porta a fora.
— Sim, ela vai! — Meu pai mandou beijo pra mim, indo logo atrás da minha mãe.
Fiquei parada, em pé ao centro da sala de estar, e apenas ouvi o barulho da porta do meu apartamento sendo fechada.

Narrado por Sophia

21h00minh. O que eu estava pensando meu? Não era porque eu tinha recebido um torpedo anônimo falando coisas da Bianca que eu deveria fazer isso com ela. Eu não podia acreditar em tudo o que falam, eu devia confiar nela não devia? O celular estava em minhas mãos, eu estava sentada no corredor do meu apartamento, no térreo, a poucos passos da entrada, então respirei fundo, desligando o celular tentando esquecer aquele torpedo perturbador e o colocando na mochila de costas que estava pendurado no meu ombro esquerdo. Quando cheguei à recepção parei, fitando o espelho que tinha por trás do balcão, passando a mão no meu rosto, limpando o que tinha sobrado do lápis preto que agora estava derramado em minhas bochechas, depois que percebi que estava melhor, saí indo pra frente do apartamento. 
Fiquei em pé parada ao lado de um poste elétrico, rezando para que não demorasse a passar um taxi. Pelas minhas contas, coisa que eu estava em dúvida, pois não parei pra contar o tempo, acho que passei uns dez minutos, quando na esquina um taxi vinha na mesma direção de rua onde eu estava. Rapidamente eu movi meu braço o mantendo esticado, eu sorri simpaticamente, cumprimentando o motorista e abri a porta de trás do carro, quando senti outra mão por cima do meu ombro fechar a mesma.
— Pode ir cara, desculpa. Ela não vai mais precisar. —

Eu conheci a voz feminina, mas o susto chocou-me tanto que eu fiquei sem reação, só fui ter uma, assim que o carro tinha contornado a próxima esquina. Virei-me extremamente aborrecida para encarar a garota intrometida.
— Enlouqueceu Amanda? —
— Não meu amor. —
— O que você ta fazendo aqui velho? —
— Vim ver você! —
Eu suspirei fundo, desviando meu olhar dela, passando pelas janelas do prédio, criando forças pra não socar aquele rostinho lindo. Voltei a fitar seus olhos.
— Ok, mas eu estou de saída. E não posso ficar! —
Passei por ela, batendo ombro com ombro, quando avancei dois passos ela agarrou a outra alça solta da minha bolsa, me puxando, o que fez com que eu parasse.
— Espera aí. —
Novamente, me virei, brutalmente. 
— Me solta garota, eu to atrasada. —
— Aonde que você vai? —
— Casa da B-I-A-N-C-A. —
Disse o nome da minha namorada lentamente para que ela soubesse que era a minha.