Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

— Obrigada Tom. — 
— Irei esperar, fiquei o tempo que quiser. —
Sorri para ele então abri a porta do carro, lentamente andei em direção a entrada do cemitério, cumprimentei simpaticamente o homem que estava na entrada. Suspirei pesadamente e comecei a caminhar por dentro da área. O local não era feio ou assustador como visão os cemitérios, ele era lindo, um ótimo lugar para deixar um corpo para sempre, toda a área era gramada, incrivelmente verde. Os túmulos eram baixos, muito bem organizados, tinha algumas rosas e flores, presentes em cima de alguns túmulos. Tinha uma placa com letras douradas escritas em uma esquina “Acesso 2”. Respirei profundamente, saindo do caminho principal que também era lindo com pedras cinza. 
Minha mão tinha me dito que seu túmulo era o mais arredondado, foi por isso que eu o avistei de imediato a alguns metros de distância de onde eu estava eu continuei caminhando em sua direção. Mas diminui a velocidade dos meus passos, eu podia sentir minhas pernas tremerem, meu coração bater mais forte e meus olhos começando a derramar lágrimas. Parei de andar e tive a impressão que eu poderia cair a qualquer momento, pois eu estava parada, olhando para um túmulo. “Amanda B. Monteiro 1994 – 2010.” Sua foto estava linda, teria sido tirada no Natal de um ano atrás, ela estava rindo, aquele dia ela teria bebido um pouco. 
Eu abaixei meu corpo devagar, e senti o peso do meu corpo assim que meus joelhos caíram ao chão. Eu estava chorando, lembrando de todos os momentos, quando estávamos juntas, ou quando éramos melhores amigas, o trio perfeito. Sorri para mim mesma entregando ao seu túmulo três rosas vermelhas, minha mão tremeu quando passei meus dedos pela sua foto. 
— Eu te amo morena. Obrigada por tudo! — 

Narrado pelo Tom

— Burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinhaaaaa. Tralalá. —
Minha voz nunca fora boa o suficiente, antigamente lembro-me que até cheguei a fazer pequenas apresentações com meu irmão em alguns barzinhos. Mas não deu muito certo e hoje eu sou motorista, o que sou bem grato, pois a família Sampaio me trata como um familiar. Isso nunca me incomodou, eu cantava o mais alto que eu poderia. Quem passasse ao lado do carro iria achar que eu seria um louco, mas seria difícil me ouvir, pois os vidros do carro estavam levantados.
— Hãn... Vamos ver essa não. Não, nossa que antiga. Também não. —
Eu ia falando pausadamente na medida em que o meu dedo apertava o botão passando de uma emissora de rádio e outra.
— Eu vejo o futuro repetir o passado eu vejo o museu de grandes novidaaaades, o tempo não para. —
O tom da minha voz aumentou novamente, ao som de Cazuza. “Agora sim” Pensei.
— Não para não... —
— OI! —
Alguém bateu forte no vidro do carro e rapidamente eu me calei, então abaixei o vidro assim que reconheci o rosto, eu tomei um susto, fiquei até sem reação.
— Ela está lá dentro? —
— S-Sim... É, l-lá dentro. —
A pessoa sorriu pra mim como sempre sorria, e então se virou sumindo assim que passou pelo muro do cemitério.