Fanfic: Melhor amiga. | Tema: Independente.

Voltando a narrativa da Bianca

Eu ainda estava encarando a sua foto no túmulo, as lágrimas estavam mais calmas, já não escorriam tanto, sempre que eu chorava me lembrava aquele sonho que eu tive que ela sorria pra mim e dizia estar tudo bem. Então eu teria que seguir em frente, com a cabeça erguida, com orgulho de que um dia a Amanda foi minha e eu a fiz feliz, eu teria que recomeçar a minha vida.
E bastou pensar na palavra recomeçar que a Sophia veio em minha mente, e foi tão claramente como sua imagem apareceu em meus pensamentos que poderia até dizer que ela estaria ali, em minha frente. Parei por alguns instantes para me perguntar se pensar nela naquele momento seria pecado. Porque eu estaria agora ajoelhada em frente ao túmulo da Amanda.
Algo me deu a resposta, dentro de mim, eu teria a certeza que eu deveria seguir em frente, claro que não com a Sophia, pois ela não estaria nem em sonhos perto de mim, eu não sei se era capaz de perdoá-la pelo que fizera indo embora sem ao menos falar comigo, mas levei em conta tudo o que eu causei para ela, então isso seria um castigo para mim, viver sem ela.
Não seria surpresa para ninguém sobre o meu sentimento pela aquela pessoa, a pessoa mais idiota e chata que eu já conheci em minha vida. Eu a amava, apesar de todos os problemas, brigas, tapas... Eu a amava, eu não me sentia culpada por isso, pois a Amanda sempre soubera dos meus sentimentos, e ela aceitava, pois eu também a amava, como nunca.
Ir ali me fez bem de um modo ou de outro, me fazia pensar em todas as possibilidades de um recomeço e uma vida nova, mas por onde começar? Estava totalmente perdida em pensamentos quando senti o meu celular vibrar no bolso da minha calça, eu tomei um susto acordando-me. Peguei o celular, era a minha mãe ligando.
— Sim? —
Indaguei.
— Onde você está? —
— Ainda estou aqui mãe. —
— Ainda meu amor? Já está ficando tarde. —
Olhei para o relógio em meu pulso, suspirei em seguida, ela estava certa, já estava anoitecendo, olhei até em volta notando o dia mais escuro.
— Ah, estou indo agora. —
— Se cuide. —
      
Guardei o celular de volta ao meu bolso, e então passei minha mão pela sua foto novamente, eu sorri as lágrimas agora já teriam passado. Eu estava bem, como se tivesse lavado a minha alma, tirado um peso das minhas costas. Aquela era à hora. Levantei-me, levando minhas mãos aos joelhos limpando os mesmos, não adiantou muito, mas ainda bem que minha calça era escura. Movi meus braços para frente esticando os mesmos, teria ficado muito tempo em uma posição só.
Então eu ouvi um barulho, passos, creio eu. Pensei em ser o Tom me procurando, talvez. Não virei por esse fato, pois poderia ser o mesmo, então me mantive olhando para o túmulo, capaz de nem ser ele, talvez fosse outra pessoa, porque claro era um cemitério, e pessoas iam ao cemitério. Isso me deixou mais relaxada.
— Tchau morena. —
Eu disse com um sorriso no rosto.
Mas ouvi novamente os passos, e estavam mais próximos, tudo bem aquilo me deu um pouco de medo, foi aí então que eu me virei para saber quem era.
— Olá! —
Respira! Respira! Respira!

Era a única coisa que eu conseguia pensar, porque meu Deus, o que era aquilo?
— Bia? Eu estou aqui. —
— Sophia... —
Meu mundo desmoronou, meu coração parou de bater, ela estava ali mesmo? Ou eu teria morrido? Mas se eu tivesse morrido era a Amanda que eu iria ver então eu estava viva? E aquela era ela mesmo? Linda como sempre, com seu vestidinho, sorrindo pra mim? Era ela?
Eu não conseguia me mover, eu fiquei parada, sem reação. Até que minha respiração voltou e eu explodi em uma respiração ofegante. “Faz alguma coisa” Meu cérebro ordenava, mas eu não conseguia. Então ela veio até mim correndo, e me abraçou como nunca, fortemente.

— Qual parte do “Eu sempre vou te amar” você não entendeu? —
Então ela me beijou.

Uma webnovela de: Emanuelly Meirelles.