Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

Dulce foi retomando a consciência aos poucos, de maneira estranhamente relutante, o
instinto lhe dizendo que não se movesse e que se aproximasse do mundo real com cuidado. Já estava acordada, mas suas pálpebras recusavam-se a obedecer: seria preciso grande esforço para abrir os olhos, por isso os manteve fechados.

Lembranças da noite anterior começaram a desfilar pelo seu cérebro confuso. Soltou um pequeno gemido. Não podia ter... não devia ter feito... Mas a leve pressão em seu ombro não a tranqüilizou. Fizera. Portanto, já que tinha feito a besteira, estava na hora de encarar a situação, avaliar os danos e acertar as coisas do melhor modo.

Forçou os olhos a se abrirem para a luz brilhante do sol. Doeu. Porém, o gemido que
emitiu não foi causado pela luz, mas sim pela visão de Christopher Uckermann deitado ao seu lado, o cabelo despenteado, a barba incipiente, um ombro nu e forte que se prolongava num braço nu, musculoso, que descansava sobre o edredom. Felizmente o restante dele estava coberto.

Fechou os olhos de novo. Outras lembranças afloraram, forçando-a a examiná-las em
detalhes. Lenta e dolorosamente retraçou a seqüência de eventos que levara a "este" resultado.
Fora sua própria e idiótica culpa. Christopher Uckermann não a forçara a tomar todo aquele champanhe; não a forçara a chorar depois que Ray e Marlee haviam partido; não a forçara a contar parte da triste história de sua vida; não a forçará a contar parte do que acontecera com Jeff. Não a forçara a nada. Pelo contrário, mostrara-se gentil, atencioso, carinhoso. Muito gentil, muito atencioso, muito carinhoso. E esse fora o problema.Tudo começara com uma sensação de gratidão em relação a ele. Christopher a levara para longe dos outros convidados, para o quarto que ela ocupava na casa de Pam. Estava mal, muito mal, e ele a salvara do embaraço de mostrar a todos o quanto se sentia mal.

Ele a ajudara a tirar a tiara de flores e a se deitar. Lembrava da gentileza dele libertandolhe os cabelos, oferecendo-lhe lenços de papel para assoar o nariz, enxugando suas lágrimas, trazen-do-lhe um copo de água, dizendo palavras suaves. Fora um homem maravilhoso! Quando Christopher quisera sair para que se despisse e se deitasse, fora ela que lhe pedira, na verdade implorara, que ficasse, que a abraçasse, que não a deixasse sozinha. Nem mesmo assim ele se aproveitara de sua fraqueza emocional e ela devia reconhecer que era um cavalheiro.

Ele a abraçara com suavidade, de um modo reconfortante, e lhe acariciara os cabelos. Ela recostara a cabeça no ombro acolhedor e encostara o rosto no pescoço dele. Christopher lhe parecera muito quente e forte, dando-lhe a sensação de estar protegida, de se encontrar dentro de um casulo macio e aconchegante de amor.
Dulce não saberia dizer quanto tempo haviam ficado assim. Por fim, ele tentara afastá-la de si, pedindo-lhe que fosse para a cama, dormir. No entanto, ela sentira que se Christopher fosse embora seria outra rejeição em sua vida, algo inaceitável. Reagira de um modo louco. Percebia isso agora, cheia de vergonha, mas naquele momento tudo parecera muito lógico e claro.

Lembrava dele tentando fazê-la raciocinar, dizendo que ela não sabia o que dizia, que não ia tirar vantagem de uma mulher cujas defesas estavam alteradas por ter bebido demais. Ela argumentara com fervor, explicando que sabia o que queria e que se ele fosse honesto diria que também a queria; que se não fosse para isso, por que ficara tanto tempo com ela? terminara declarando detestar homens que não sabiam ser honestos.
Dulce iniciara o primeiro beijo. Depois, tudo escapara de controle e ela nada tinha feito para impedir o que se seguira, desejando perder-se na paixão febril que explodira entre eles.