Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

Não era nada do que experimentara com Jeff, não tinha aquela sedução gentil que descobrira ser enganosa. Fora mais um irromper dos desejos primitivos que a consumiam, transformando-a numa criatura que gostaria de esquecer.

Ela não era como parecera ser naquela noite, não podia ser "aquela" Dulce! No entanto, as imagens em sua mente afirmavam o contrário. Fizera coisas incríveis. Permitira, e até encorajara, que Christopher Uckermann fizesse coisas incríveis com ela. E gostara de cada toque, de cada carícia, até o clímax final. Depois, ele a mantivera entre seus braços, os corpos nus ainda vibrando pelas indescritíveis sensações. Também gostara disso.Nua! Os olhos de Dulce se abriram. Tinha esquecido disso. Uma rápida pesquisa revelou que se encontrava tão nua quanto ele. E continuavam juntos na cama. Se Christopher acordasse, naturalmente estenderia a mão, a encontraria e... ia querer começar de novo!

Ela sentiu tontura. O coração bateu acelerado. Muito lentamente, tentando não balançar o colchão, deslizou na cama e desceu as pernas pela beirada. Os pés tocaram no chão e ela se levantou sem fazer um ruído sequer que pudesse acordar Christopher. Ele continuou dormindo.Por um instante, Dulce ficou imóvel, olhando-o. Fora a respiração, nada se movia. Então, os seus olhos passearam ao redor, dando com as roupas que usara na manhã anterior numa cadeira. Em silêncio, cruzou o quarto, pegou-as e foi para o banheiro, fechando a porta com o máximo cuidado.

Ficou aliviada por ter uma porta entre ela e o homem nu com quem passara a noite.

Balançou a cabeça pensando na enormidade da besteira que fizera. Sentia-se uma idiota, nunca mais ia tomar champanhe!

Viu-se no espelho e torceu o nariz. O cabelo ficara todo embaraçado. O rosto estava

pálido, os lábios, inchados. Não se arriscava a examinar os olhos, por que não queria ver a expressão deles. Foi até o box e abriu o chuveiro.Ficou por um longo tempo sob a água. Não queria tocar o próprio corpo, não queria relembrar o toque dele. Por fim forçou-se a pegar o xampu e começou a lavar o cabelo. Ao terminar, ensaboou o resto do corpo, realizando os gestos de forma mecânica. Quanto mais depressa terminasse, mais rápido estaria vestida e poderia escapar daquela situação desagradável.

Mas precisava pensar em como dar a escapada final. Considerou vários tipos de ação,

enquanto se enxugava e se vestia. Sair sem dizer nada era tentador, mas Dulce decidiu que isso não só não tinha dignidade, como poderia fazer Christopher aparecer na casa onde trabalhava para ver se estava bem. Depois da performance da noite anterior, era uma possibilidade que não podia ignorar. Além do que, não podia contar com o fato de que ele continuaria dormindo enquanto arrumava suas coisas e partia.

Escovou os dentes com vigor, bochechou e então tomou dois copos de água, tentando

reduzir a desidratação que era sem dúvida resultado da quantidade de álcool que ingerira. Ou talvez fosse por causa do calor com que ele a beijara... Dulce tornou a lembrar das cenas com um arrepio que não soube definir se de prazer ou desgosto. Christopher, de fato, sabia fazer amor... Ora! Não ia pensar nisso e nada faria para que ele recordasse.

Pegou o pente, tratou de pentear o cabelo molhado e se concentrou outra vez nas rotas de fuga. Tinha de falar com Christopher, deixar claro que fora só o doce caso de uma noite. De novo, torceu o nariz. Não, doce, não. Mas não devia se mostrar agitada por causa disso, nem começar com incriminações que Christopher não merecia. Recebera o que pedira, a culpa fora toda dela.Depois de ajeitar o cabelo, Dulce respirou fundo e forçou as pernas a levá-la para fora do

banheiro.Christopher não se movera. Em silêncio, começou a recolher suas coisas e arrumar a desordem.

O modo como as roupas que usavam na noite anterior estavam jogadas pelo quarto

deixava clara a paixão louca. Dulce ficou vermelha. Rapidamente pegou o vestido, que Pam se oferecera para vender a uma loja de roupas de aluguel para casamento, junto com os vestidinhos das gêmeas. Tinha certeza que não desejava vesti-lo outra vez. Não queria nem mesmo olhá-lo.Pelo menos, pensou para se consolar, Marlee, ao contrário dela, naquele momento devia estar muito feliz.

Dulce detestou tocar as roupas de Christopher, mas forçou-se a arrumá-las ao pé da cama.Melhor ali do que espalhadas pelo chão, onde serviriam para relembrar o que acontecera.Outro pensamento terrível lhe ocorreu: e se ficasse grávida? Fez, às pressas, o cálculo de quantos dias estava da última menstruação; havia uma possibilidade de engravidar, sim, mas esperava que não acontecesse.