Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

 Não, não ia acontecer; seria muito azar! Lamentou não ter começado a tomar a pílula, como Jeff sugerira.Mas com ele passando tanto tempo em Perth, achara que não seria necessário.O choque a fez se imobilizar. Era a primeira vez que pensava em Jeff desde... desde que Christopher a abraçara com força depois do primeiro beijo. Esperou sentir uma dor funda, um vazio, mas isso não aconteceu. Era muito estranho.

Onde estava aquela dor terrível do momento em que Jeff lhe dera o fora? Imaginava que ela iria doer pelo resto da vida! A amargura pela traição dele ainda persistia, mas já não havia aquela angústia funda, aquele vazio que se formara em seu íntimo ao saber que o amor dele não existia.

Mais uma vez na vida, lá estava ela enfrentando uma situação difícil sozinha.Bem, não tão sozinha. Era como se o que acontecera com Christopher Uckermann tivesse anestesiado o profundo ferimento causado por Jeff. Ou, então, aquela estranha indiferença se devia ao fato de sua mente estar lidando com muitos choques de uma vez só. As emoções sem dúvida retornariam quando superasse essa situação.

Foi até a janela onde ela e Marlee tinham ficado na manhã anterior, quando suas vidas estavam a ponto de mudar, mas não bem do modo como Dulce imaginara. O céu estava igualmente azul, sem nuvens. Se pudesse fazer o tempo voltar, pensou, com um suspiro. Porém a vida não funcionava desse modo.

Torcia para que Marlee estivesse imensamente feliz com Ray nessa manhã, que a primeira noite da lua-de-mel tivesse sido tudo que ela desejara. Se Ray fosse um amante tão bom quanto o irmão mais velho... Afastou o pensamento. Não devia pensar nisso.Jamais poderia imaginar o que estava por acontecer quando tinham visto Christopher chegar na manhã anterior. Lembrava-se de ter usado Marlee como escudo para que ele não a visse de camisola e naquela mesma noite seu corpo não tivera mais qualquer segredo para ele! Teria de encará-lo sabendo disso.

Ouviu que Christopher se movia na cama e voltou-se, sentindo as batidas do coração apressarem-se. Viu que estendia o braço para o ponto onde ela estivera, na cama, e no instante seguinte ele se apoiava num cotovelo, olhando ao redor à procura dela.

Encontrou-a, é claro. Dulce não tentava se esconder, mas tinha o coração na boca e não conseguiu dizer nenhuma das muitas frases que imaginara. Sentiu-se invadida pelos olhos castanhos que examinavam o cabelo molhado, a camiseta muito larga, o jeans. Era evidente que ele compreendia que o fato de ela estar vestida significava distância.

Lentamente, ele se sentou, com a colcha ao redor da cintura, ergueu os joelhos e apoiou os braços neles, assumindo uma postura relaxada, sem nada de ameaçadora. Dulce manteve os olhos fixos no rosto dele. Era perturbador demais olhar para o peito largo com os pêlos encaracolados. Trazia lembranças muito vividas.

— Devo dizer bom dia... ou você está achando que não há nada de bom nele?

— perguntou Christopher, com suavidade.

Dulce engoliu em seco e forçou os lábios a se moverem:

— Eu... eu lamento ter bancado a louca ontem à noite. E quero lhe agradecer por sua gentileza.