Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

Ela sentiu-se tentada, mas pensou que nenhum dos dois esqueceria aquela noite e com certeza iriam terminar outra vez na cama. Sem dúvida, disse a si mesma, era o que ele queria, mas quando a atração sexual acabasse, seria o fim. Dulce tinha a forte sensação de que se entrasse na vida de Christopher, perdê-lo iria fazê-la sofrer muito mais do que sofrerá ao perder Jeff Southgate.

— Desculpe... — balbuciou, os olhos  implorando perdão por recusar a gentileza

dele. — Não posso. E obrigada por cuidar de mim ontem à noite, Christopher.

Era difícil interpretar a expressão dele: podia ser desapontamento, frustração ou

resignação.

— Então, muito obrigado pela recompensa — disse ele, com um toque de cinismo que a machucou.

Era hora de partir, informou-a sua mente, mas algo a fez ficar por mais algum tempo. Teve de fazer muita força para desviar o olhar, para se mover, para pegar suas coisas e ir até a porta.

Sentia que os olhos dele a acompanhavam, mas decidiu não fitá-lo outra vez. O simples senso comum dizia-lhe que não havia futuro feliz com Christopher Uckermann.

Ela saiu, fechou a porta do quarto e desceu, as pernas movendo-se de forma mecânica para colocar a distância necessária entre ela e a tentação estúpida. Sentia-se estranhamente embotada, talvez porque não desejava pensar no que acontecera entre os dois. Havia muita coisa em que não desejava pensar.

Encontrou Pamela Harcourt no terraço que dava para o pátio da piscina, supervisionando um grupo de criados que fazia a limpeza. Pam era uma mulher meiga, simpática, quatro anos mais jovem que Christopher e quatro mais velha que Ray. Apesar de ter dado à luz as gêmeas, tinha corpo bem feito e o rosto adorável era emoldurado por cabelos castanho-dourados.

Assim que seus olhos se encontraram, Dulce teve certeza que Pam sabia o que acontecera e não tinha como se explicar. O melhor é ignorar, se ela permitir, pensou. Respirou fundo e começou a falar primeiro:

— Desculpe eu ter sumido tão de repente ontem à noite, Pam. O champanhe me subiu à cabeça... Devia ter ficado ajudando você, eu sei.

— Está tudo certo, Dulce. Tudo estava sob controle e não tive muito trabalho. Eu... há algo

que eu possa fazer? Quer tomar café?

Polidez forçada. Era evidente que Dulce descera muito aos olhos de Pam e não havia

dúvida de que ela achava que o irmão aventureiro baixara o nível de suas conquistas. Além disso, os dois tinham agido de modo inaceitável na casa dela.

Dulce sentiu o rosto ficar vermelho outra vez.

— Não, obrigada, Pam. Você já fez muito. Obrigada por Marlee, também, e pela

hospitalidade. Apreciei mais do que posso dizer. Se eu puder usar o telefone para chamar um táxi...

— Mas é claro. Acho que será melhor — aprovou Pam. — E suponho que você vá

aparecer menos, agora que Marlee se casou.

Lá estava: era a desaprovação, mais do que clara. Babás não podiam se comportar mal na casa de Pam Harcourt. Não de forma tão evidente como Dulce fizera.

— Sinto muito, eu... — começou ela.

— Não vamos falar nisso, Dulce — interrompeu Pam, com rispidez.

Ela deve pensar que eu sou uma caçadora de homens ricos, tentando fincar minhas garras em Christopher, pensou, amargurada. Disse, depressa:

— Obrigada — e entrou na sala, para que a cunhada de Marlee não ficasse mais

embaraçada.

Assim que chamou o táxi, ela saiu e foi esperá-lo na calçada. A espera de dez minutos foi terrível, mas por fim ele apareceu, ela entrou, deu o endereço da casa onde trabalhava e o carro se pôs em movimento. Só então Dulce conseguiu relaxar e fechou os olhos.Graças a Deus o casamento de Marlee acabara! Podia ter sido ótimo para sua amiga, mas para Dulce fora um completo desastre.