Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

 Por mais que considerasse as próprias qualidades e o que elas podiam oferecer lhe para mudar o futuro, não lhe pareciam importantes o suficiente para substituir o que estava perdendo da vida.

Os Stafford não tinham nenhum compromisso social naquela noite, por isso Dulce ficou livre depois das crianças irem dormir. Foi para seu apartamento, mas lá também não se sentia bem.

Qual a vantagem do conforto material, do luxo, se não havia com quem compartilhar? Foi para o quarto e se deixou cair na cama. Tinha vontade de enterrar o rosto no travesseiro e chorar.

Ouviu o intercomunicador tocar na sala e levantou-se. Os Stafford deviam ter mudado de idéia sobre ficar em casa e ela invejou-os por terem a companhia um do outro. Ergueu o fone e tentou se colocar no clima adequado para atender.

— Sim? — disse com o tom mais leve que conseguiu. A voz de Paula soou do outro lado.

— Dulce, Christopher Uckermann está no telefone, procurando por você. Vou passar a ligação.

Era evidente o tom desaprovador na voz dela. Paula não gostava de bancar a empregada para a babá, mesmo que fosse apenas para lhe passar um telefonema.

Houve um ruído na linha e antes que ela pudesse recobrar-se do choque a ouviu a voz de Christopher:

— Dulce?

— Sim? — Uma pausa.

— Você está se sentindo solitária?

A pergunta passou direto pelas defesas que ela erguera.

— Sim — respondeu, incapaz de mentir.

— Eu também. Já jantou?

— Comi alguma coisa — esquivou-se ela, pois não estava com apetite.

— Então, passo aí para pegá-la, em meia hora. Mesmo que você não queira comer, podemos sentar numa mesa de restaurante e tomar um vinho. Ou café. O que você quiser. Vamos fazer companhia um para o outro, Dulce. É só isso que estou pedindo.

— De verdade?

— Sim.

Ela fechou os olhos, perguntando-se se era maluca por ter vontade de concordar.

— Está mesmo falando sério, Christopher? — insistiu, ansiosa. — Só companhia?

— Sim, é mesmo só isso, Dulce.

Ele parecia sincero. Christopher Uckermann podia ter qualquer defeito, mas era um cavalheiro. Não faria nada que ela não aceitasse, tinha certeza. Homens atacam, mulheres escolhem. Ele era muito civilizado...

Uma inexplicável emoção bloqueava-lhe dolorosamente a garganta. Devia ser uma grande tolice, mas por algum motivo não se importava em correr riscos naquela noite.

— Está bem, pode vir, Christopher.

— Você consegue se aprontar em vinte minutos?

— Se você não se importar de eu não estar muito bem arrumada, sim.

— Não me importo nem que esteja muito desarrumada!

Ele desligou antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa e Dulce desligou lentamente.Respirou fundo: era mesmo muito louca para sair com Christopher Uckermann! Bem, pelo menos não ficaria sozinha com ele, já que iam a um restaurante. E pensar nisso a fez ficar subitamente animada.

Não tinha muito tempo para se preparar e não queria estar mal apresentada. Não no tipo de restaurante que Christopher freqüentava. A camiseta e o jeans não serviam. Correu para o banheiro, tirou a roupa e tomou um chuveiro rápido, enquanto considerava o que vestir.

Um vestido, pensou ela, lembrando de como Christopher comentara que gostava de vê-la de vestido. Por outro lado, não queria encorajá-lo a pensar que era tão fácil influenciá-la, porque poderia fazer com que ele tivesse certas idéias. Já seria difícil o bastante ela mesma não pensar em certas coisas. Não, precisava vestir algo que não revelasse sua feminilidade. Aquela calça de seda, decidiu.

Não era realmente de seda, mas o tecido sintético parecia com seda tanto à vista quanto ao tato e não amassava. A calça era preta, com a boca ampla, desenhada de um modo que dava impressão de ser uma saia. A túnica, preta e laranja, era larga, mas sugeria suas curvas de modo sutil.

Depois do chuveiro, Dulce se enxugou depressa, prendeu o cabelo, escovou os dentes e passou um batom no mesmo tom laranja da túnica. Cinco minutos depois estava pronta para sair, com sandálias pretas, de saltos altos, e uma bolsa pequena, preta, pendurada no ombro pelo tirante de elos dourados. Um olhar para o relógio da cabeceira revelou que ainda tinha dois minutos. Era melhor ir esperar Christopher lá fora. Evitaria confusões com os Stafford. Não sabia se ele tinha conhecimento da entrada dos empregados da casa.

Trancou o apartamento e foi até a rua. Estava fechando o portão quando viu o Jaguar de Christopher virar a esquina e se aproximar. Acenou e ele parou ao seu lado.

Era estranho, mas com a pressa de se vestir não pensara em como seria tornar a ver Christopher Uckermann. Quando ele sorriu, Dulce sentiu o coração acelerar.