Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

 Ele usava terno e colete, acabara de se barbear, porém tratava-se do mesmo rosto que vira no travesseiro ao seu lado.

— Estou impressionado com sua pontualidade, mas não precisava vir me esperar na rua.

— Eu queria impedir que você batesse no portão da frente e perturbasse os Stafford.

Ele franziu a testa:

— Você não pode usar o portão da frente, Dulce? — perguntou ele, mostrando-se

descontente com o que ouvira.

Ela ficou vermelha, sentindo-se consciente demais da diferença de classes entre ela e o homem ao seu lado.

— Não. Pelo menos, não para propósitos particulares. Tenho meu próprio portão que leva ao apartamento onde vivo, nos fundos.

— Ah! — exclamou ele, aparentemente satisfeito com a explicação e sorriu de novo. — Posso lhe dizer que você não parece nem um pouco desarrumada?

— Fiz força para isso — disse ela um tanto secamente, reparando que o terno azul marinho dele era de uma elegância impecável.

Christopher notou que ela examinava sua roupa.

— Isso não me importa, Dulce. Só queria estar com você.

— Por quê? Por que eu, Christopher? — Ele ficou quieto por instantes, pensando. Quando respondeu, foi com um toque de ironia, como se esperasse não ser compreendido inteiramente:

— Você não finge, é natural. Não sei se isso faz algum sentido para você.

Ela assentiu lentamente, calculando que a vida dele o forçava a ser esperto, calculista,

controlado e manipulador. Podia entender a necessidade de Christopher em parar de fingir, de vigiar, e ser ele mesmo, pelo menos de vez em quando.

— Acontece que estamos em pólos opostos, Christopher — comentou Dulce, com certa amargura.

— Os opostos se atraem.

— É verdade. E obrigada por me convidar. .

— Amigos por uma noite, Dulce?

— Sim. Pelo menos não estaremos solitários.

Um estranho senso de intimidade pulsava entre eles e Dulce não achava aquilo ruim. Era como se os dois estivessem escapando de suas vidas reais e tudo estava certo porque não iria levar a nada. Podiam dizer o que quisessem ou mesmo não dizer nada. Não importava. Não havia qualquer outro propósito nessa noite, a não ser fazerem companhia um ao outro.

Christopher a levou a um restaurante perto dali, na Hornsby. Foram conduzidos a uma mesa para dois, num canto, o que lhes dava alguma privacidade na sala com bastante gente. A decoração da casa era agradável, em tons de pêssego e verde-menta. As mesas não ficavam muito próximas umas das outras e as cadeiras eram confortáveis. Com música de fundo. A cozinha era francesa.

Dulce decidiu tomar uma sopa de cebola, assim Christopher não comeria sozinho. Ele pediu um filé de peixe com amêndoas e uma garrafa de vinho branco. Depois de fazerem os pedidos, relaxaram e se olharam com certo interesse. Estranhos íntimos, pensou Dulce, imaginando o que se passaria realmente na cabeça de Christopher Uckermann.