Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

A impaciência durante o dia, esperando que as lentas horas passassem, já lhe haviam demonstrado que ele estava ultrapassando suas defesas. Tentou relaxar.

— Veja! Sem as mãos! — disse ele, suavemente. Intrigada, Dulce imobilizou-se enquanto Christopher abria os braços, num gesto amistoso, inclinava-se e a beijava nos lábios, de leve, sem sequer aproximar as mãos de seu corpo. Ele sorriu e todo o juízo dela desapareceu, mas um restinho do instinto de defesa a fez proteger-se.

— Você é má influência, Christopher! — acusou, recuando um passo. O sorriso dele se abriu mais:

— Que bom! Acho o mesmo de você.

— Nas noites de segunda eu assisto tevê — ela tentou afugentá-lo.

— Ótimo! Vou assistir tevê com você.

Com um suspiro resignado, Dulce atravessou a sala e desligou o aparelho, dizendo:

— Se quisesse assistir tevê, você teria ficado em casa.

— Também acho.

— Então, o que quer fazer? — resignou-se ela.

— Quero que me mostre seus jardins prediletos.

— De noite?

— A lua está cheia.

Ela riu de nervosismo à idéia de passear com ele pelas ruas do bairro, ao luar.

— Você está mesmo interessado em jardins?

— Nos seus jardins. Estou interessado em tudo a seu respeito, Dulce.

— Certo. Você pediu. Não espere mais do que jardins, Christopher! — Eles saíram, olharam os jardins dos arredores com atenção e falaram sobre eles, discutiram o charme de vários efeitos paisagísticos e voltaram ao apartamento dela. Dulce fez café e torradas com queijo derretido. Chirstopher sentou-se num dos banquinhos do bar que separava a cozinha da sala e conversaram sobre o que tinham visto, enquanto comiam. Mas durante o tempo todo seus olhos comunicavam-se com sua linguagem própria.

— Você vai estar livre amanhã à noite? — perguntou Christopher, ao terminar o café.

— Parece que sim. Os Stafford vão sair na quarta-feira.

— Então, vamos ver 42nd Street.

Ela sorriu. Entradas para esses shows eram muito caras e Jeff não gostava de teatro como ela, por isso nunca a levara. Em raras ocasiões fora com Marlee e a idéia de ir ao teatro com Christopher era muito mais estimulante.

— Que tal me convidar e não impor? — defendeu-se, porém.

— Você quer ir? — perguntou ele, os olhos  brilhantes de antecipação.

-— Acho que você já me persuadiu.

Ele soltou uma risada que fez um arrepio percorrer a espinha de Dulce e disse, feliz:

— Neste caso, é melhor eu ir embora e deixá-la dormir.

Deu-lhe um beijo rápido e foi embora, deixando-a com a impressão de que ser um homem paciente, agindo com cuidado até que ela dissesse sim.

Na noite seguinte, ele também não a pressionou. 42nd Street foi uma diversão maravilhosa e Chrristopher uma companhia maravilhosa. Dulce estava vibrava ao se despedirem na porta de seu apartamento. A essa altura tinha certeza que ele a atraía cada vez mais, o que era assustador e também excitante.

— Você vai estar livre na quinta à noite? — perguntou Christopher, com a voz grave.

— Sim.

Ele acariciou-lhe o rosto de leve:

— Eu apareço, então.

Com a mão no ponto que ele acariciara, Dulce ficou olhando-o afastar-se. Estou apaixonada por ele, pensou. Era estúpido e auto-destrutivo, porque mesmo naquele momento a idéia desse homem sumir de sua vida era inaceitável: como iria lidar com o futuro?