Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

Na manhã seguinte, Paula ia sair para o trabalho quando voltou-se para Dulce.

— Espero que se lembre que John e eu vamos sair hoje à noite, Dulce.

— Sim, sra. Stafford.

— E espero que você consiga ficar acordada. — O que era uma óbvia referência às duas noites em que saíra com Christopher. Em nenhuma das vezes voltara muito tarde e Paula nunca fizera comentários sobre as visitas de Jeff; o combinado era que podia ter visitas em suas horas de folga.

Parecia que o problema era Christopher.

— Conheço minhas responsabilidades, sra. Stafford.

— Espero que sim — disse ela, deixando claro que Dulce perdera parte de sua confiança.

Tal acontecimento a fez decidir que estava mesmo na hora de achar outro emprego e que não queria mais ser babá.

Dulce fez questão de mostrar-se muito desperta quando os Stafford voltaram, apesar de já ser mais de uma da manhã. Mas isso não conquistou aprovação alguma: Paula deu-lhe um boa noite seco.

Já na cama, ela pensou no que fazer da vida. Ainda não tinha resolvido nada quando

dormiu. Uma das questões, no entanto, foi tirada de suas mãos na tarde seguinte. Paula voltou para casa mais cedo do que de hábito. Eram apenas cinco da tarde quando entrou na cozinha, onde Dulce cuidava do lanche das crianças. Nicky e Tim foram beijar a mãe, que os abraçou e disse que voltassem para a mesa.

— Sra. Walker — disse Paula à empregada —, quer dar uma olhada nas crianças

enquanto converso com a Dulce? — Em seguida voltou-se, fria: — Dulce, no estúdio, por favor.

Era uma ordem. O que será agora?, pensou ela. Tomara que os Stafford não quisessem que ficasse com as crianças naquela noite. Seria por isso que Paula voltara tão cedo? Ou seria por

achar que ela não agia de modo adequado a uma babá?

Paula entrou no estúdio e contornou a grande mesa de carvalho, esperou que Dulce

fechasse a porta, sentou-se na cadeira por trás da mesa e não a convidou para sentar-se.

— Vou direto ao ponto, Dulce. John e eu conversamos e decidimos que não precisamos

mais de seus serviços. Você pode ser má influência para nossas crianças.

— Má influência? — Dulce foi apanhada de surpresa.

— Tenho certeza de que sabe do que estou falando — foi a resposta fria.

— Não, não sei!

— Ontem à noite jantamos com um amigo que esteve no casamento de sua colega com Ray Uckermann. Seu sumiço da festa com Christopher Uckermann foi notado e vocês foram vistos entrando num quarto. Quer que eu acredite que as visitas dele são completamente inocentes?

— E o que isso tem a ver com eu ser má influência para as crianças? Minha vida particular é bem separada do meu trabalho. Sempre cuidei para que fosse assim.

— Você vive sob o mesmo teto que meus filhos e não vou expô-los às suas indiscrições.

— E como eles poderiam ser expostos? Eu não fico sequer perto deles quando estou de folga.

— É uma questão de julgamento, Dulce. Sua vida particular está se tomando pública

demais e nos causa embaraços. A questão não está aberta para discussão: seu emprego termina aqui e agora. Entendido?

— Sim, claramente, sra. Stafford — disse Dulce, os olhos cheios de fúria.

Ela podia ir para a cama com quantos Jeff Southgate quisesse, mas bastava desconfiarem que tinha um amante da classe dos ricos e poderosos para se tornar a mulher fatal capaz de corromper criancinhas.

— Creio que o aviso prévio é uma boa prática — voltou Paula, fria. — Vou lhe fazer um cheque no total de dois meses e queremos que você saia no máximo até o fim da semana. Assim terá todo seu tempo para procurar outro emprego.

E assim fico sem um teto, pensou Dulce. Aquilo era muito injusto. Estava sendo despedida por causa de uma questão social e não por incompetência nas suas obrigações.