Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

Observou Paula enquanto ela preenchia o cheque. Era uma mulher pequena em todos os sentidos, no corpo, nas feições e na mente. Seria insignificante sem os enfeites da moda.

— Farei uma carta de referência para você esta noite, Dulce — disse, estendendo-lhe o cheque. — Pode pegá-la amanhã.

— Que tipo de referências eu poderia esperar, sra. Stafford? — Dulce fitava-lhe os olhos, com firmeza.

— Diante das circunstâncias, vou me referir ao tempo que você permaneceu aqui e mais nada.

— Não precisa se dar ao trabalho — Dulce estava furiosa e ofendida por ser despedida desse modo. — Não vou precisar de suas referências.

— Creio que vai precisar, sim.

— Não, não vou. — Dulce avançou e pegou o cheque, desejando poder se dar ao luxo de rasgá-lo na cara da ex-patroa. — Obrigada.

Voltou-se, fria e digna, saiu do estúdio e fechou a porta com todo o cuidado.

Foi direto para o apartamento e começou a fazer as malas. Relembrava mais uma vez a cena com Paula quando Christopher bateu, duas horas depois. Ao abrir a porta e olhar para o homem que fora o motivo de ser demitida sem uma frazão decente, jurou que iria torcer o nariz para cada mulher de alta classe que cruzasse seu caminho, especialmente Paula Stafford!

— Ainda quer que eu vá morar com você, Christopher? — foi a primeira coisa que disse.

— Sem dúvida — afirmou ele, sem hesitar e cheio de esperança.

— E todas as coisas que você disse na quinta-feira ainda valem? Vai fazer todos me

tratarem com respeito ou rompe relações com eles?

— Sim.

— E você me leva agora? Esta noite?

— Se você estiver pronta, neste instante, Dulce.

— Ainda não terminei de arrumar as coisas.

— Diga o que fazer e eu ajudo. — Dulce recuou e o deixou entrar.

— Você pode levar essas caixas com os livros para o carro, também o som e essa mala.

Vou tomar um banho, trocar de roupa e podemos ir.

— Certo! Vá tomar seu banho. Estará tudo pronto quando você terminar.

Ele pegou a caixa de livros e saiu, sem sequer pensar em perguntar por que ela tomara a decisão tão de repente, nem por que se mudava tão depressa, o que era perfeito para Dulce.

Ela tomou um longo banho, sempre consciente da presença de Christopher na sala. Esperava que ele tivesse champanhe em casa, porque desconfiava que ia ter problemas emocionais quando chegasse a hora.

Lavou os cabelo com o maior cuidado, então fechou as torneiras e se enxugou. Lembrando do comentário de Christopher de que escondia seus traços de beleza, em vez de valorizá-los, usou o secador para ajeitar o cabelo, que ficou sedoso e solto, tocando-lhe os ombros.

Vestiu a mesma calça preta e a blusa preta e laranja que usara na sexta em que tinham ido jantar. Não era uma roupa incrivelmente elegante, mas era a melhor que tinha, fora o vestido de noite, mas ele não seria adequado. Hesitou quanto a usar ou não batom, então decidiu colorir os lábios: não faria mal algum estar o mais bem arrumada possível antes de Christopher começar a beijá-la.

Achando-se preparada para encarar uma nova vida, Dulce fechou a bolsinha de toalete, pegou a roupa suja e saiu do banheiro. Colocou tudo na mala que deixara na cama, fechou-a, olhou ao redor para ter certeza de que não esquecera nada e foi para a sala.

Christopher estava sentado numa das banquetas do bar, esperando. Olhou-a de cima a baixo, apreciando o esforço dela de se fazer mais bonita, porém não disse nada.

— Não consegui colocar suas plantas no carro, Dulce. Mando buscá-las amanhã cedo.

— Obrigada, Christopher.

De súbito ela ficou em dúvida: estava agindo no calor do momento, reagindo em vez de seguir um plano bem definido. Seria a coisa certa?