Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

Enquanto Christopher se preparava para ir trabalhar, na manhã seguinte, Dulce começou a arrumar suas roupas nos armários da sala de vestir. Sentia-se animada, feliz, até encontrar um robe azul pequeno demais para ser dele. Compreendendo que só poderia pertencer a alguma mulher, ela sentiu um vazio doloroso no estômago. Christopher  teria mentido sobre o relacionamento que mantinha com outras mulheres?

Ele saiu do banheiro, barbeado e sorridente, no momento em que ela estava pendurando o robe no lugar de onde o tirara. O sorriso sumiu no instante em que ele viu a peça de roupa.

— Desculpe, Dulce — disse, com expressão contrafeita. — Tinha esquecido que isso

estava aí. Devia ter tirado antes de você vir.

— De quem é?

— De ninguém. Era só questão de conveniência. De vez em quando, tive companhias que passavam a noite aqui. Nunca fui de evitar mulheres, Dulce, mas, como lhe disse, você é a única que convidei para viver comigo.

Dulce não pode deixar de imaginar quantas mulheres ele tivera antes dela. Muitas, pois

sem dúvida era um amante experimentado.

— Você teve Jeff antes de mim — lembrou ele, respondendo à pergunta muda que

percebia nos olhos dela. — Mas agora somos nós dois, Dulce.

— Sim...

Enquanto concordava, Dulce fazia uma enorme força para acreditar que ele sentia por ela o mesmo que sentia por ele. Realmente, fizera amor com Jeff, mas ia se casar com ele. De jeito nenhum isso era a mesma coisa que ter casos passageiros. E, pior, a situação em que estavam também não tinha nada de casual, pelo menos para ela. Seria apenas sexo para Christopher? O que mais o interessava nela?, pensava aturdida, sem conseguir controlar a mente.

Christopher aproximou-se e tirou o robe do cabide, fazendo-a cair na real. Ela disse, querendo parecer despreocupada:

— Você não precisa jogar o robe fora, Christopher.

— Mas vou jogar.. Não quero ter a sombra de nenhuma outra mulher por perto de nós. Só você.

Ele a beijou com uma paixão possessiva que a fez esquecer-se das outras amantes. Mas depois que Christopher saiu para o trabalho, não pôde evitar de pensar naquilo. O começo do relacionamento dos dois não tinha como ser limpo. As cicatrizes do casamento mal sucedido dele sempre estariam no caminho. E não era só isso. Dulce não achava normal alguém não querer filhos.Algo devia ter acontecido para ele pensar assim. Mas Christopher dissera que teria de aceitá-lo como era,então não havia sentido em ficar pensando.

A primeira semana que passaram juntos foi um verdadeiro paraíso para Dulce. Christopher realizava cada um dos seus desejos com alegria, nada era esforço demais para ele. Por seu lado, ela adorava lhe dar prazer.

As roupas que ele insistiu em comprar na loja de Paula eram o sonho de qualquer moça. E o modo como a tratava! Era a mulher dele! Os homens podiam olhá-la o quanto quisessem, mas se saíssem da linha teriam de se haver com Christopher. Era como se houvesse uma esfera de proteção ao redor dela e isso lhe dava uma profunda e embriagadora sensação de liberdade. Pela primeira vez na vida Dulce gostava de ser mulher.

Ele a levou a uma loja de plantas e insistiu que comprasse o que quisesse para o terraço.Dulce teve que fazer força para não deixá-lo exagerar de forma absurda. Afinal de contas, seria bom se tivessem algum espaço que lhe permitisse andar pelo terraço, entre as plantas!

Nos dias seguintes, ele preparou disquetes especiais para ela usar no computador e

ajudou-a com os manuais do processador de palavras. Discutiram os prós e contras de cursos que ela poderia fazer e que levariam a possíveis empregos. Encorajou-a a pesquisar todo tipo de profissão, insistindo em que ela não devia se limitar de forma alguma. Devia escolher um trabalho que se adaptasse às suas habilidades, que apresentasse boa dose de desafio e realização.

Uma faxineira, a sra. Markham, vinha nas segundas e quintas, por isso havia pouco

trabalho para ela fazer na casa. No entanto, era com grande prazer que surpreendia Christopher com os jantares que preparava. Ele dizia que podiam jantar fora, não fazia questão que ela cozinhasse.

Mas Dulce preferia que comessem sozinhos no ambiente acolhedor do apartamento e tinha aprendido muito com as cozinheiras das casas em que trabalhara. Adorava fazer pratos que Christopher apreciasse, apesar de ele parecer contente só em tê-la por perto.

Dulce estava delirantemente feliz: ele era um amante maravilhoso. Mais que isso, tinha um jeito de tornar as pequenas intimidades especiais, com um olhar, um toque, um sorriso. Telefonava do trabalho todos os dias, só para dizer alô, para perguntar o que ela estava fazendo, pensando, se queria que ele levasse alguma coisa. Ela não podia querer um homem mais atencioso ou gentil.

Às vezes, Dulce achava que estavam passando pelo período de lua-de-mel. Não devia esperar que as coisas permanecessem sempre assim: duas pessoas nunca viviam em completa harmonia por muito tempo.