Fanfic: O Preço de uma Conquista - Vondy Adapatada. | Tema: Vondy

Ele soltou a cadeira, deu alguns passos e sentou-se na cama, então continuou:

— Ele foi a luz da minha vida por mais de dois anos. Valia ter casado com Diane só por causa dele. Então, o verdadeiro pai apareceu. Tudo desmoronou.

— E onde o pai estava, nesse tempo todo?

— Retido no Oriente Médio, durante a crise. Diane, pelo jeito, decidira que eu seria melhor como marido e pai. — Ele deu uma risadinha amarga. — Ela negou as acusações dele; estava acostumada à boa vida comigo, com dinheiro para gastar no que quisesse. Mas era só olhar para a criança e para o pai para entender: o mesmo nariz, os mesmos olhos, as mesmas orelhas. Era filho dele, que jurava importar-se com o menino e invocava seus direitos paternos.

Christopher calou-se por momentos e tentou sorrir corajosamente para Dulce, quando voltou a falar:

— Então, dei à Diane o dinheiro que ela queria e entreguei a criança ao pai. Em troca, eles me prometeram segredo. Não era uma história que eu queria ver espalhada por aí.

Dulce compreendeu que ele tivera muito mais do que o orgulho ferido. Devia ter sido

terrível entregar a criança que amava.

— E o que aconteceu com eles? — perguntou ela, hesitante.

— Acabaram acertando as diferenças e se casaram. Dois anos depois se divorciaram, ele ficou com a custódia do menino e tenho certeza que é um bom pai.

Não era de estranhar Christopher não querer uma mulher capaz de mentir, pensou Dulce. Quanta dor lhe causara ao fingir que não estava grávida, mentindo para ele?

— Desculpe ter perguntado. — A voz de Dulce era um fio, mas cheia de emoção. — Sinto ter feito o que fiz e obrigada por ter me contado. Eu nunca...

— A culpa foi minha, Dulce. Eu sabia que não estava sendo justo com você e lhe disse

isso. Pensava que não conseguiria suportar outro casamento, outro parto. Achei que apenas viver junto seria melhor, só que me apaixonei e quando você foi embora...

A mente de Dulce saltou para o ponto central:

— Meu bebê é seu filho, Christopher. Se não consegue acreditar nisso...

— Sei que é meu, Dulce. Sei o que aconteceu. Eu não duvidei, mesmo, de você —

explicou, ele, contrito. — A minha reação foi ditada pela lembrança da outra vez. Pode imaginar como aquilo me doeu?

— Sim. Mas não suportei que você pensasse...

— Não pensei, juro — afirmou ele, com calor. A esperança recomeçou a brilhar entre eles.

— Você lamenta estar grávida? — perguntou Christopher, inseguro, e pegou as mãos dela.

— Oh, não! É o nosso filho, Christopher.

— Está se sentindo solitária, Dulce?

— Desesperadamente — confessou ela.

— Eu também — murmurou ele.

— Você conseguiria passar por outro parto comigo, Christopher?

— Sim, Dulce. Quero estar junto com você em tudo. — Só então voltando a respirar

normalmente, ela o abraçou:

— Eu te amo, Christopher!

Ele retribuiu o abraço com força e perguntou:

— Isso quer dizer que vamos nos casar, Dulce?

— Se você me pedir em casamento... — sorriu ela, provocante.

— Dulce, quer se casar comigo?

Todos os velhos e lindos sonhos voltaram à mente dela.

— Sim... — sussurrou, feliz. — Sim, quero muito me casar com você.

Lentamente, ele abaixou a cabeça e suas bocas se uniram num beijo suave, que selou o amor que sentiam um pelo outro.

O paraíso reconquistado, pensou Dulce, mas dessa vez sem limites!

O alívio e felicidade foram se transformando em paixão e desejo. Christopher terminou o beijo com relutância:

— Vamos para casa, Dulce. Preciso de você ao meu lado. Quero acordar de manhã e vê-la junto de mim. Podemos voltar amanhã para pegar suas coisas.

— Sim.

Dulce trancava a porta quando lembrou-se de Marlee. Se não fosse ela, aquilo não estaria acontecendo. Olhou para o homem que amava e disse, aflita:

— Christopher, antes preciso ligar para a Marlee. Depois eu explico. Você se importa?

— Claro que não. Sempre vou ter muita paciência no que se referir a minha cunhadinha...

Ela foi ao telefone, com Christopher atrás. Enquanto pegava as moedas e fazia a ligação, sentiuse culpada por ter feito a amiga sofrer; devia acabar com a angústia dela o mais depressa possível.

Mas foi Ray quem atendeu.

— É a Dulce, Ray. Posso falar com a Marlee?

— Desculpe, Dulce, mas a Marlee está... bem, muito perturbada. — Dulce sentiu-se ainda mais culpada e pediu:

— Ray, quer dizer a ela que estou com o Christopher e que vamos nos casar? Diga-lhe que agradeço de todo o coração por...

— O quê? — gritou Ray. — Você está com o Christopher?

— Sim.

— E vai se casar com ele?

— Sim.

— Espere um pouco, Dulce. Acho que a Marlee quer falar com você.

Outra pausa tensa e soou a voz de Marlee:

— Dulce? Você está mesmo com o Christopher?

— Sim, Marlee. Quer falar com ele? Está bem aqui, do meu lado, esperando para me levar para a nossa casa.