Fanfic: Marido Por Acaso AyA [Finalizada] | Tema: AyA

Anahí, porém, era um pouco diferente da grande maioria, e talvez estivesse sendo um tanto injusto, suspeitando que ela pudesse ter seus próprios motivos para estar envolvida naquilo que ele mesmo lhe propusera.

O que não podia negar era que Anahí aceitara a proposta quase que de imediato, e Alfonso tivera apenas sua palavra quanto a uma série de coisas: que ela não sabia com antecedência que ele era o proprietário da mansão projetada por Bellows, aquela que Anahí aprendera a adorar em seus estudos arquitetônicos. Que ela não deixara Camila saber de propósito, fingindo-se de inocente, que era muito mais do que uma operária da fábrica. Que Anahí não mudara de ideia e parará de fingir no trato que ambos haviam acertado e passara a fazer seu próprio jogo, desejando muito mais do que o valor que fora acertado… um casamento de verdade, talvez.

Fosse como fosse, não existiam provas de que Anahí estava sendo sincera agora, e Alfonso não tinha outra opção: ou aceitava o que ela lhe dizia, ou não. A única coisa sensata a fazer era tratar Anahí com o mesmo tipo de precaução fria com a qual estava acostumado a lidar com as outras mulheres.

E ainda havia Camila a considerar, é claro, e a convencer. No entanto, algo dentro dele parecia dizer-lhe que era uma pena ter de pensar assim, porque Anahí sabia beijar tão bem… Lembrando-se do beijo, Alfonso e imaginava se Anahí não saberia que estava arranjando problemas para si mesma agindo assim. Teria feito aquilo de caso pensado, procurando despertar seu real interesse, talvez esperando que Alfonso deixasse de lado o acordo que tinham feito e lhe oferecesse algo melhor?

E tinha de fato importância qual fora a intenção dela? Independente do que tivesse em mente, isso não mudaria os resultados. Aquela carícia tinha mexido com todos os seus nervos, Alfonso reconhecia, mas devia ter feito o mesmo com ela, a julgar pelo tremor em sua voz logo em seguida.

Assim, se Anahí estava sentindo a mesma curiosidade que Alfonso, por que não explorar juntos o que incitava a ambos? As conseqüências valeriam a pena?

Ponderando dessa maneira, Alfonso levou Annebelle para seus aposentos, para trocar sua roupa, mas, em vez de deixá-la no berço, pegou seu ursinho de pelúcia, seu cobertor preferido e levou-a consigo para a sala de televisão, ao final do enorme corredor.

O bebê poderia dormir tão bem lá quanto em seu quarto, e ele assistiria ao futebol, já que ninguém parecia muito interessado em sua conversa. Assim que Alfonso pegou o controle remoto, e a televisão oculta no móvel de mogno começou a surgir, devagar, Annebelle murmurou, sonolenta:

— Mã…

Alfonso voltou-se de imediato, encontrando Margheritte enrodilhada num dos cantos do sofá, um livro aberto a sua frente, alguns papéis espalhados a seu redor e um bloco de anotações entre as mãos. Ela também parecia surpresa com sua presença. Anahí fora para o local mais distante da cozinha que conseguira encontrar, Alfonso notou, e não pôde deixar de sorrir por isso.

— Faça de conta que eu a segui como um ímã. — Mas Anahí não pareceu se alegrar com a brincadeira.

— Tem certeza de que não é o jogo que o atraiu? Não sabia que havia uma tevê aqui. Estava apenas procurando por um lugar tranquilo onde pudesse estudar. — Inclinou-se para a frente, começando a recolher seus papéis.

— Não! Não vá embora! — Alfonso protestou. — Não quero que retire tudo o que já arrumou para cuidar de seus afazeres!

— Bem, eu não queria, mesmo, ter de levar tudo isto, agora que já separei meu estudo por partes. Portanto, se tiver outro aparelho que possa ligar, e se não se importar…

—