Fanfic: Entre nós dois. - AyA

Anny: - Então o gostosão me acha gostosona é? – Anny caiu na gargalhada, e ele corou.

Poncho: - Pelo menos não sou eu quem fica repetindo todo o tempo que sou, como você diz, gostosão! – Ele chegou bem perto dela, soltou um sorriso, e continuou andando, deixando com uma cara de desafiada.

Anny: - Sabe qual é o seu problema?

Poncho: - Você!

Anny: - HAHA, muito engraçado. – Ela apressou-se para alcançá-lo. – O seu problema é ser trouxa!

Poncho: - Trouxa, eu? – Ele parou e a encarou.

Anny: - É, fala sério. Você é solteiro, ta de frente pra brasileira mais gata que você já viu, ela te chama de gostosão a toda hora, e não rolou nem uma pegação ainda? Ou você é muito lento, ou trouxa né? – Poncho deixou escapar um riso.

Poncho: - Só que, isso aqui... – Disse dando uma volta. – Não é pra qualquer uma! – Saiu com um sorriso vitorioso nos lábios, em direção ao apartamento de Dulce, que estava a alguns
passos dali, e deixou Anahí boquiaberta para trás.

Ele entrou, deixou a chave em cima da bancada, e foi direto para o quarto. Anny terminava de comer seu cachorro-quente, e na outra mão, seu milk shake só lhe restavam alguns goles. Jogou tudo na lixeira, e foi tomar um banho. Saiu enrolada em uma toalha branca, seus cabelos molhados e despenteados, realçavam o bronze marcado pelo biquíni. Foi até a cozinha, do jeito que estava, pegou um copo de leite, e o tomou em um só
gole, até que ouviu passos, e ficou atenta observando quem era. Poncho chegou na cozinha também, e fixou seu olhar no belo corpo de Anahí desenhado naquela toalha.

Anny: - Que foi? Nunca viu ninguém de toalha não?

Poncho: - De toalha já, mas não tão semi-nua assim.

Anny: - Que que é? Suas namoradas não eram tão boas?

Poncho: - Não falo da minha vida pessoal com qualquer uma. – Ele sorriu, foi até a geladeira, pegou um copo d’água, e se retirou sem mais uma palavra sequer. De alguma forma, a
frase: Suas namoradas não eram tão boas, havia mexido um pouco com o rapaz. Namoradas, a tempos não tinha uma, pensava ele enquanto olhava pela janela aquela praia, a cidade que nunca para, as mulheres, e que mulheres! Por que ele não lembrava mais como era ter uma mulher em seus braços? Talvez porque a dois
anos, um acidente na rodovia de Londres pra Irlanda, o tivesse tirado qualquer possibilidade de ser feliz novamente. Engoliu a água que obtinha em sua boca, pôs o copo sobre o criado-mudo, e se deitou com as mãos na barriga, fechou os olhos, com a esperança de ao abri-los, tudo aquilo não teria passado de um
pesadelo. Na realidade, a tempos Poncho havia perdido aquela sensação de ir dormir com a seguinte frase na cabeça: Amanhã é um novo dia. Mas algo naquele dia, o tinha feito pensar um pouco, talvez não tivesse acabado, de fato, talvez ele ainda tivesse muito o que viver! Infelizmente, a cada piscar de olhos, a
única coisa que lhe vinha na mente eram as imagens daquele carro caindo no precipício, e o corpo de sua amada sendo retirado do local cercado por policiais, médicos, e alguns curiosos, em uma maca, coberta por um saco preto. A cerca de 720 dias atrás, ele via a todo momento o rosto dela, mas por um motivo desconhecido, naquela tarde, esqueceu-se completamente de Laura, suas feições,
suas manias, nada havia o perturbado durante aquelas horas, e ele só queria saber porque.