Fanfic: Final Stelena | Tema: The Vampire Diaries

“Querido diário, até ontem à noite eu estava convicto de que o amor era como um vício, algo ruim, que só serve para nos destruir, e um dia ou você morre por ele, ou você é forte o suficiente para deixa-lo, mesmo que ele nunca deixe você, até ontem... Mas esta noite não dormi pensando em tudo o que vem acontecendo, em como Elena vem me tratando, e em como eu venho recebendo isso, quão real isso tudo parece, tão real que até mesmo minhas convicções agora não passam de poeira a ser varrida, sinto que depois de mais de 150 anos eu ainda não sei de nada!

Sinto-me cair em tentação, driblar todas as promessas que fiz a mim mesmo, anular toda a mágoa que ainda guardo dentro de mim, sinto-me ceder, ceder novamente ao mesmo destino fadado ao erro, pelo simples motivo de ama-la, ama-la de tal forma que não posso evitar, não consigo olhar para ela sem querer toca-la, sem querer dizer o quanto a amo! E não é aqui que eu gostaria de estar dizendo todas essas coisas, mas sim para ela, mas se eu o fizer... Qual será a decisão que estarei tomando?”

Eu não ficaria ali parado, com aquele diário e uma caneta nas mãos, não, eu não ficaria. Joguei o diário e a caneta em cima da cama, e me apressei para fora de meu quarto, andando a passos largos para fazer algo que urgentemente precisava fazer. Estava contra o vento correndo o mais rápido que podia, muito mais rápido do que eu esperava, e logo me vi parado em frente a porta da casa de Elena, com o dedo tocando a campainha, aguardei com o coração nas mãos, sem saber muito bem o que estava fazendo, porque estava fazendo e qual o significado daquilo, mas não foi Elena quem me atendeu, mas sim Jeremy, seu semblante era destruído, um olhar sem sentimentos, como se ele não pudesse sentir dor, nem alegria, nem raiva, ele era a visão do desespero.

- A Elena não está. – ele disse nada simpático.

- Onde posso encontra-la? – eu perguntei em voz calma.

- Na sua mansão, o Damon ligou para cá, disse alguma coisa que pareceu importante e ela saiu correndo daqui!

- Ah o Damon! – eu suspirei, e não pude me impedir de sentir ciúmes, não pude evitar sentir raiva. Porque ele liga e ela corre como um bichinho que ele controla? Foi o que pensei.

- Posso ajudar em mais alguma coisa? – Jeremy pediu que eu me retirasse, não era preciso que ele usasse as palavras.

- Obrigado Jeremy! – eu virei às costas e comecei a andar, em qual direção eu ainda não sabia, tinha perdido mais uma convicção.

- Se fosse você iria atrás dela, - Jeremy disse de repente – ela ama você, com certeza não foi atrás do Damon de forma romântica. Só um toque. – ele fechou a porta assim que terminou a frase. E eu segui em frente assim que ouvi aquelas palavras, eu precisava fazer aquilo, mesmo que eu me arrependesse depois.

Impedi-me de pensar enquanto corria pela mata até a mansão de minha família, impedi-me de pensar sobre se aquilo estava certo ou errado, ou se eu deveria mesmo ainda estar indo atrás dela, ou me importando com ela, eu precisava vê-la.

Quando abri a porta e entrei, esperei encontrar Damon e Elena juntos, Damon e Elena conversando, Damon e Elena fazendo qualquer coisa que fosse me machucar, mas o que vi ali era bem diferente.

Elena foi a primeira a se levantar quando eu entrei, ela veio até mim e me abraçou, surpreendendo-me, senti o calor de seu corpo em contato com o meu, e novamente me perguntei se eu conseguia estar ali sem me envolver demais, sua cabeça estava deitada em meu ombro, seus braços em torno de minha cintura, enquanto eu envolvia seus ombros.

- Você está bem? – ela perguntou.

- Estou. E você?

- Melhor agora. – ela respondeu, e um sorriso estúpido apareceu em meus lábios, Damon foi o primeiro a vê-lo.

- Olá Stefan, parece que você não precisa de convite para a reunião, vem por si próprio! – ele ironizou.

Elena se afastou de mim e então eu pude observar cada um em volta da sala, Caroline, Tyler, Damon, Katherine – que não parecia ter ido embora - e Bonnie.

- Quê reunião é essa? – eu perguntei, parecia que só eu não havia sido convidado.

- Eu passei a excluir você dos planos quando percebi que você prefere ver a Elena morta a vê-la odiar você, isso me incomoda! – Damon deu um sorriso irônico.

- Cala a boca Damon! – Elena indagou – Eu queria chamar você Stefan, mas estávamos votando...

- Votando? – eu ri – Minha moral está tão baixa assim?!

- Sua moral está no chão, Stefan, desde que você deixou a Elena morrer para atender a um pedido estúpido dela! – Damon vociferou.

Elena olhou para mim, esperando por minha reação, e minha reação não podia ser outra, eu estava me sentindo culpado outra vez, com raiva outra vez, e com ciúmes outra vez, porque por um milésimo de segundo eu poderia pensar que ele era melhor para ela do que eu jamais pude ser.

- Stefan! – Elena colocou sua mão em meu braço, e encarou meus olhos. Eu desviei meus olhos dos dela e andei a passos largos até a escada, subi-a até meu quarto e fechei a porta atrás de mim, sentando-me em seguida na cama, apoiei meus cotovelos sobre minhas pernas e envolvi meu rosto com minhas mãos, e deixei que a lembrança daquele maldito acidente de carro voltasse à minha mente, mesmo que eu soubesse que aquilo jamais voltaria atrás, e Elena jamais pudesse voltar a ser humana... Se eu tivesse salvado ela primeiro...

Escutei a porta se abrindo e os passos lentos e característicos de Elena vindo em minha direção.

- Você realmente me culpa por eu não ter salvado você? Suas palavras eram verdadeiras quando me disse isso tempos atrás? – eu indaguei, não suportando.

- Não! – ela indagou.

“Eu tinha acabado de vê-la beijar meu irmão, eu mal sabia como reagir àquilo, eu não sabia como terminar aquele dia, eu só conseguia ficar sentado em minha cama, com meu diário entre minhas mãos, enquanto tentava colocar minha dor naquelas páginas, e apesar de eu ter tentado de tudo para definir aquilo e escrever, eu não havia conseguido nada, as malditas lágrimas transbordavam em meus olhos e foi neste momento que Elena entrou no quarto, seus pés pisando delicadamente o chão, o barulho baixo de seus tênis ecoando em meu cérebro.

- Eu não sei por que estou agindo assim! – ela disse com sinceridade, em voz baixa, quase como se estivesse arrependida.

- Está apaixonada por ele. – eu respondi.

- Não sei. – ela respondeu – Mas também não sei mais o que sinto por você, a culpa é sua... De eu estar assim! – eu nunca mais esqueceria aquelas palavras, lembro-me de como encarei seus olhos, sem acreditar no que eu ouvia.

- O sangue no seu organismo era do Damon, não meu, queria o quê? Que eu tivesse matado você assim que voltou como vampira? Queria que eu tivesse matado você assim que a Meredith me disse que você tinha sangue de vampiro no corpo? É isso? Queria que eu tivesse feito isso? – eu indaguei encarando seus olhos.

- Queria que tivesse se recusado a salvar o Matt, queria que tivesse salvado a mim, o Damon teria me salvado! – ela gritou.

- Me arrependo desde sempre por isso Elena! Mas não posso mudar o que fiz! – eu indaguei.

- É tem razão, nada disso tem volta, agora eu sou vampira, a Bonnie fez de tudo para reverter isso e é impossível, então deixe-me ser vampira, Stefan, eu não quero a sua dieta, e eu não sou como você, eu quero que me deixe em paz, você me deve isso! – lembro-me de como as lágrimas idiotas caíram de meus olhos sem que eu deixasse.

- Sim, eu lhe devo isso, mas você também me deve algo Elena, me deve a sinceridade de me dizer se quer que eu vá embora!

Ela encarou meus olhos, por um instante pareceu vacilar, mas então ela fixou seus olhos com firmeza para longe dos meus e disse:

- Eu escolho ficar com o Damon, quero que vá embora!”

Ainda posso sentir neste momento a dor de suas palavras, e de como foi torturante deixar aquela casa, sabendo que a havia perdido para sempre, e que para sempre para mim é muito tempo. Mas eis que estou aqui de frente para ela novamente, e tudo parece tão diferente, e para sempre parece pouco tempo.

- Não Stefan, eu não culpo você! – ela disse, fazendo-me voltar de meus devaneios.

- Elena, como eu posso esquecer-me de tudo o que passou? – eu encarei seus olhos implorando por uma resposta.

- Quando você ameaçou me transformar em vampira na ponte em que meus pais morreram, tudo para se vingar de Klaus, eu também pensei a mesma coisa Stefan, como eu poderia esquecer-me daquilo? E, no entanto no dia seguinte eu já havia perdoado, porque sabia que você estava perdido, e que ficar com raiva de você, não iria trazer você de volta, e eu precisava trazer você de volta! – os olhos dela transbordavam em lágrimas – Você fez de tudo para me afastar, e eu amei você em cada momento, e acredite em mim quando digo que eu também estava perdida quando fiz o que fiz com você, e que quando deixei você ir embora eu estava chorando por dentro, porque eu ainda amava você, e isso era o que mais me frustrava! Mas eu precisava ficar sozinha, precisava entender o que estava dentro de mim, minhas dúvidas, meus medos, precisei encarar isso sozinha para perceber que não importa se eu sou vampira, ou humana, se eu vou ter 18 anos para sempre, eu ainda posso ser feliz, e só há uma pessoa que consegue fazer isso por mim, foi a pessoa que apareceu no momento mais difícil da minha vida, - ela chorava – e que fez com que o sol brilhasse novamente, eu preciso disso Stefan, eu não consigo viver sem isso, eu lutei uma vez para resgatar você das trevas porque acreditava em você, mas principalmente porque eu não posso perder você, e agora que percebo o quanto afastei você de mim eu só consigo pensar em como posso fazer você acreditar que isto é de verdade, eu e você, – eu me levantei sem nem saber o porque – nós dois juntos no mesmo quarto depois de tudo o que houve para nos separar, depois de o mundo ter se despedaçado em mil pedaços, nosso amor ainda está intacto, eu posso estar despedaçada e você também, mas o amor que nos une não pode ser destruído Stefan, e isso é de verdade, e não existe Damon para mim, por mais dividida que eu tenha estado um dia, hoje eu sei que eu nunca estive apaixonada pelo Damon, por mais que tudo tenha me dito que eu deveria ficar com ele, que tudo bem, que você sendo o estripador não podia ficar comigo, que você talvez não fosse quem eu pensava ser, ainda assim era com você que eu queria estar, mesmo que eu não tenha demonstrado isso em alguns momentos, mesmo que eu tenha magoado você... É você que eu amo Stefan, eu sempre amarei você!

Ela encarava meus olhos, e eu sabia como meus olhos estavam marejados, eu sentia uma emoção, uma vontade de ceder àquilo, de esquecer qualquer coisa que tivesse acontecido, eu sentia que minha confiança naquela menina, naquela menina que eu tanto amava estava sendo reconstruída. Ela pegou meu rosto em suas mãos, fazendo com que eu encarasse seus olhos.

- Você me disse uma vez, que havia me machucado, que havia me mordido, e que se odiava por isso, e que se se permitisse importar, tudo o que sentiria era dor. Pois eu, feri você, eu traí você, e eu me odeio por isso, mas eu não posso deixar de me importar, porque a dor de estar longe de você, é muito mais terrível do que a dor que sinto por me odiar!

Eu segurei então suas mãos em meu rosto e respondi:

- Sabe o que eu preciso admitir? – eu perguntei, ela me olhou com confusão.

- Não. – ela respondeu.

- Que já perdoei você há muito tempo, é a mim que não perdoo, porque sei que tudo isso do início ao fim, desde você ter ficado dividida entre o Damon e eu, e você ser uma vampira, tudo isso é minha culpa, tudo é minha culpa, eu fiz isso, eu afastei você, eu tomei a decisão de atender sua vontade, eu fui atrás do Klaus para salvar o Damon, são minhas decisões que ocasionaram todo o resto, tudo minha culpa, - eu ri sem humor – e eu não consigo lidar com isso!

Ela balançou a cabeça negativamente, e suas lágrimas rolaram por seu rosto.

- Não se culpe por tudo Stefan, nem tudo o que acontece é culpa sua! Você fez tudo o que fez porque acreditou ser certo, se era ou não, não importa, foram as suas decisões, que trouxeram consequências, mas isso não torna tudo sua culpa.

- Não consigo mais ficar longe de você! – eu admiti, e um sorriso se abriu nos lábios de Elena.

Eu coloquei então minhas mãos em volta de seu rosto, e desta vez, tudo em mim estava pronto para aquilo, tudo em mim queria aquilo. Eu acariciei sua pele com meus dedos, encarei seus olhos castanhos brilhantes por um segundo antes de fechar os olhos, e aproximar meus lábios dos dela, seus lábios estavam quentes e doces, se abriram para os meus, suas mãos se agarraram aos meus cabelos puxando-me para mais perto dela, seus lábios acariciavam os meus, minha língua formava desenhos em sua boca, e eu podia sentir nosso amor naquele beijo, nossa necessidade um do outro, suas mãos acariciando minha nuca me arrepiavam. Seus lábios envolventes me prendiam, e eu poderia ter me prendido àquele beijo pelo resto de minha eternidade, ela afastou seus lábios dos meus e beijou meu rosto e meu pescoço. Afastou-se e encarou meus olhos com um sorriso.

- Eu pensei que havia perdido você para sempre! – ela parecia angustiada.

- Para sempre é um tempo longo demais! – eu acariciei seu rosto e sorri.

- Me leva para casa! – ela pediu – Ou para qualquer lugar, longe de tudo e de todos, onde possamos conversar.

Eu sorri para ela – Claro!