Fanfic: Final Stelena | Tema: The Vampire Diaries

Elena havia ido embora, mas seu diário estava em minhas mãos, eu não pretendia lê-lo, eu jamais faria isso, era por outra razão que eu ainda o segurava entre minhas mãos, era por outra razão também que estava do lado de fora de meu apartamento, tentando fincar os pés no chão, fazia isso porque não suportava não saber o que ela queria vindo até aqui, fazia isso porque uma vontade irresistível de procura-la e perguntar o que ela veio fazer aqui estava me consumindo! E eu tinha uma desculpa, precisava mesmo devolver isso a ela, era o certo a fazer!

Eu já sabia que não conseguiria me segurar, então tranquei a porta de meu apartamento, e desci as escadas, andei a passos largos em direção ao meu carro, e segui então para a casa que um dia havia sido minha, a mansão Salvatore. Sabia que talvez fosse me arrepender do que fazia agora, sabia que o melhor era manter-me longe dela, e do que fosse que ela quisesse me dizer, mas eu não podia resistir, precisava entender o porquê de depois de tanto tempo ela ter me procurado, o que a teria feito fazer isso?

Não era uma viagem longa, uma hora apenas talvez, portanto logo eu estava na frente da casa, em frente à casa onde havia beijado Elena pela primeira vez, e onde tantas outras coisas haviam acontecido entre nós, boas e ruins, olhar aquela casa era atormentador para mim, me fazia lembrar de coisas que havia enterrado, fazia lembrar-me de Elena! Pensei então em voltar atrás, pensei em ligar o carro novamente e ir embora dali antes que eu me machucasse ainda mais, mas desde quando eu ouço meus próprios conselhos? Se eu ouvisse meus próprios conselhos, nunca teria me envolvido com Elena, e não teria conhecido a dor que agora conheço! Mas em contrapartida também não teria sido tão feliz quanto pude ser quando estava com ela... A vida é assim, é sempre uma via de mão dupla!

Levantei-me então do carro, desobedecendo minha cautela, desobedecendo meus próprios conselhos. Segui até a porta, sabendo que talvez pudesse ser recebido por Damon, que com certeza não seria o melhor receptor à minha presença, mas neste momento eu estava pouco me importando com o que Damon estaria pensando, ou deixando de pensar! Bati na porta e esperei por uma resposta que não veio, bati duas, três e quatro vezes, e não recebi nenhuma resposta, soube que talvez aquele fosse um aviso de que eu deveria ir embora, de que deveria deixar aquele diário em frente a porta e me mandar dali! É isso Stefan, vá embora! Foi o que pensei. Dei meia volta, e me preparei para deixar o diário no chão e ir embora, quando ouvi o barulho da porta se abrindo... Tarde demais para ir embora! Virei-me novamente de frente para a porta e vi seus olhos, Elena, me encarava com os olhos castanhos cheios de emoção, suas mãos tremiam, e eu lutava para impedir que as minhas fizessem o mesmo.

- Stefan! – ela indagou surpresa.

- Você esqueceu isso. – eu estiquei minha mão com o diário para ela – Deixou cair quando... Foi embora. – eu expliquei, e minha voz era tremula e nervosa – E claro que... Eu não li. – Ela esticou então sua mão para pegar o diário de minha mão, sua mão tocou o diário e sem querer seus dedos tocaram os meus, e foi como se a vida voltasse a valer a pena, uma carga de energia passava por mim, afastei meus dedos dos dela o mais rápido que pude, a sensação era boa demais, e eu não queria ter de senti-la para depois perdê-la novamente.

- Obrigada. – ela agradeceu em voz que me pareceu tão doce.

- Por nada. – eu respondi com nervosismo, nervosismo esse que vinha do fato de eu precisar da resposta para minhas perguntas – O que você queria, Elena? Porque foi atrás de mim? – eu encarei os olhos dela, esperando uma resposta, qualquer resposta que conseguisse tirar de meus pensamentos o fato de ela ter procurado por mim.

- Acho que precisamos conversar. – ela respondeu simplesmente.

Encarei os olhos dela, sem acreditar no que ela dizia, ri sem humor sem querer, e não porque aquilo tinha qualquer graça, mas sim porque era tarde demais para termos qualquer conversa.

- Conversar sobre o que, Elena? – eu perguntei com ironia.

- Sobre tudo, Stefan... – ela parecia desesperada.

- Elena, sobre tudo o quê? Não acredito que ainda possam existir coisas para que conversemos, eu já nem sei mais quem você é Elena! – meus olhos se encheram das malditas lágrimas que me corroíam por dentro e eu fiz de tudo para afasta-las.

- Stefan, por favor! – ela implorou, lágrimas caíram de seus olhos.

- Não faz isso Elena! – eu implorei também, detestava vê-la chorar.

- Stefan, por favor, entre e vamos conversar, não vá embora sem me deixar fazer isso! – ela implorou mais uma vez.

- Entrar?! – eu indaguei – E o Damon?

- Ele não está aqui. – ela respondeu.

- Elena, não importa se ele está aí ou não, eu não estou falando da presença dele, estou fazendo de sua escolha por ele! Você quer que eu entre aí para conversarmos sobre o quê, Elena? Sobre o tempo em que estivemos separados, sobre como foi a minha vida e como foi a sua? Quer conversar sobre o que, Elena? Talvez conversar sobre você ainda estar com o Damon, quando eu não estou mais com a Katherine! – eu vociferei.

- Como assim? Ela disse que vocês estavam namorando! – ela estava confusa e parecia até um pouco feliz.

- Ela mentiu, só queria irritar você, coisa que acho difícil de ela ter feito! – eu indaguei.

- O que, acha que não me importei? – ela indagou.

- Não me importa mais o que importa para você, Elena! – eu respondi, e era uma completa mentira.

- Stefan, não faz isso comigo! – ela implorou.

- Fazer o que, Elena? Não temos mais o que conversar, não temos mais que nos importar um com o outro, não temos mais nada um a ver com o outro! – eu estava ferozmente infeliz.

- Eu só quero pedir perdão! – ela quase gritou, ela chorava, chorava tanto que fazia doer dentro de mim, mas nem isso afastava a mágoa que eu sentia.

- Pedir perdão... Você não tem que me pedir perdão Elena...

- É tudo o que preciso fazer! – ela exclamou em desespero.

- O que está acontecendo aqui, Elena? O que a fez ficar assim? – eu apontei para ela, e aquela era a Elena que eu amo – Quando eu fui embora você...

- Stefan, eu sei. – ela me interrompeu – Mas eu não consigo mais, não posso mais permanecer desligada, porque eu simplesmente não consigo, eu – ela abria a boca com exagero para formar as palavras, como costumava fazer quando estava nervosa ou triste – sinto, e eu vejo tudo o que fiz e não consigo conviver com isso, Stefan!

- Sente-se culpada? É isso? – eu perguntei e eu também estava nervoso e triste.

- Sim. – ela respondeu aos prantos.

- Precisa do meu perdão para seguir em frente... É isso? – eu perguntei mais uma vez, e minha voz agora era baixa e calma, mas no fundo eu estava ardendo em tristeza.

- Sim... – ela respondeu encarando meus olhos.

- Se é disso de que precisa Elena, eu perdoo você, - ela sorriu, mas seu sorriso ainda era temeroso – eu perdoo você, porque depois de tudo o que eu fiz para você, depois de tudo o que fiz você passar, eu lhe devo isso!

Ela arregalou os olhos confusa, e as lágrimas voltaram a verter, ela pegou meu rosto em suas mãos, e me obrigou a olhar para ela, e eu podia sentir o calor que suas mãos me provocavam, senti como se meu coração estivesse sendo aquecido, reconfortado, mas eu não podia aceitar isso.

- Stefan, não é isso! – ela disse em desespero – Eu...

- Viva sua vida Elena! – eu a interrompi e retirei suas mãos de meu rosto e soltei-as, virei as costas e fui a passos largos até meu carro, sumindo de vez dali, e sabendo que a pior coisa que havia feito, fora ir atrás dela!