Fanfic: Final Stelena | Tema: The Vampire Diaries

Porque aparecer no Mistic Grill para começar? Será que eu em nenhum momento poderia ter imaginado que Elena poderia estar lá? É claro que poderia, e era o que eu estava fazendo, estava procurando por ela, instintivamente, eu estava tentando me aproximar dela, não conscientemente, mas como um animal que segue seus instintos primitivos, eu não conseguia lutar contra este amor, assim como um animal não pode lutar contra o que nasceu para fazer, eu não conseguia mudar este sentimento dentro de mim, é como se ele fosse parte de mim, a parte de mim que nunca desiste, a parte de mim que ainda é feliz ou que nunca desiste de procurar a felicidade!

Eu caminhava por Mistic Falls agora, caminhava pela cidade que um dia tive o direito de viver, e em que tive vontade de estar por Elena, e que agora era o lugar de onde eu deveria afastar-me para nunca mais voltar. Mas eu ainda caminhava por ali, como que me despedindo, ou como que sabendo que algo me faria ficar, e eu não queria ficar, não queria estar perto de Elena, de seu olhar, e de suas mãos, parecia tão real, porque de repente parecia que a Elena que eu tanto amo havia voltado? Olhar aqueles olhos havia sido como olhar os olhos da menina que conheci quando voltei a Mistic Falls, uma garota doce e altruísta... Mas eu bem sabia que Elena já não era mais aquela menina, e nem eu era mais aquele Stefan que voltou para Mistic Falls pensando que poderia mudar tudo em sua vida, que poderia controlar sua sede de sangue, agora eu sabia que eu estava muito mais próximo de me tornar o estripador a qualquer instante do que de ser um simples vampiro humano!

- Stefan! – Assustei-me quando vi Carol Lockwood à minha frente.

- Carol... Tudo bem? – eu perguntei ainda um pouco nervoso, por nem mesmo a ter notado.

- Na verdade, nada está bem Stefan! – ela indagou, e sua expressão era de raiva, e desgosto.

Eu balancei a cabeça negativamente sem entender o que estava acontecendo, o que eu havia feito? – Não estou entendendo Carol!

- Ah mais vai entender Stefan Salvatore... Foram encontrados quatro corpos sem sangue algum aqui em Mistic Falls Stefan, à meia hora! – ela declarou com olhar acusativo.

- Não! – eu balancei a cabeça negativamente novamente, mas agora de raiva. Apareceu no momento certo, Stefan! Pensei comigo mesmo.

- Não fui eu Carol!

- Um pouco estranho, não acha? Você some, alguns assassinatos acontecem sim, mas são da Elena e do Damon, eu relevo, pelo bem da cidade, e tudo volta ao normal. E agora você do nada, reaparece e pum pessoas morrem! – ela me encarava com olhar de raiva.

- Eu não... Eu não fiz isso, não sei quem foi, mas não fui eu! – eu respondi.

- Pois então descubra quem foi Stefan Salvatore e me prove, ou suma desta cidade, à sua escolha, porque se não fizer, eu terei de tomar providências. Esta cidade já perdeu muito com tudo isso.

Engoli em seco a raiva e a injustiça, eu sabia quem havia feito isso, eu não era idiota, sabia muito bem quem havia feito isso!

- Ok prefeita Lockwood, eu entendi. – eu respondi – Eu vou embora da cidade agora mesmo.

- É o que eu espero. – ela declarou com olhar severo e se virou para ir embora.

Damon, você me paga! Foi o que pensei. Era tão óbvio que havia sido ele, o mesmo estilo, a mesma tática para me tirar daqui, ele tinha a prefeita Lockwood em suas mãos, não sei exatamente como, mas Damon a tinha nas mãos, ela fazia o que ele queria e como queria, então era óbvio que ele mesmo havia matado aquelas pessoas e ido contar a prefeita, tão Damon! Mais Damon ainda é colocar a culpa em mim. Ri comigo mesmo enquanto pensava.

Eu não queria viver aquilo novamente, não queria mais odiar meu próprio irmão, não queria mais disputar a mesma mulher com ele, então eu recuaria, eu iria embora, mas não antes de colocar as cartas na mesa.

Caminhei rapidamente até o Grill, onde havia deixado meu carro estacionado. Mais que rapidamente entrei no carro e dei na partida, e disparei ao meu destino.

O ódio já estava dentro de mim queimando, quando dei por mim eu estava em frente à mansão de minha família, eu iria embora, mas antes eu e Damon teríamos uma conversa, saí do carro levando comigo uma estaca, sempre carregava estacas comigo no carro, não sei por que fazia isso, talvez por eu achar que Klaus ainda estava vivo, mas esta em minha mão, eu usaria em outra pessoa, enfiei a estaca dentro de minha blusa. Bati na porta, e sabia que Elena poderia estar ali, sabia que poderia ter de olha-la novamente, confrontar os sentimentos dentro de mim mais uma vez, mas eu o faria, porque o ódio dentro de mim neste momento era a única coisa que eu enxergava.

Mas não foi Elena quem me atendeu, foi Damon, estava com uma toalha branca enrolada na parte inferior de seu corpo, os cabelos estavam molhados e até o peito nu, ainda estava molhado. Passei por ele como um furacão entrando na casa, logo vi Katherine, que arregalou os olhos para minha presença.

- Stefan, o que faz aqui? - ela perguntou confusa, também estava com uma toalha envolta em seu corpo e os cabelos molhados, isso me dava uma boa chance de acertar o que estavam fazendo, e sinceramente nem por um instante eu me importei, só me perguntei como Elena poderia aceitar aquilo.

- Vim resolver um pequeno problema com o meu irmãozinho! – eu imitei o jeito de Damon falar.

- O que eu fiz dessa vez Stefan? – ele ironizou, levantando os braços no ar e levantando uma das sobrancelhas com um sorriso torto nos lábios.

- Você nunca faz nada Damon, – eu semicerrei os olhos, irônico – Você é apenas o mais prejudicado em toda esta história, você ajuda todo o mundo, só que ninguém lhe dá valor!

Ele me encarou com raiva, seus olhos ficando pequenos e apertados, sua boca se fechou numa linha reta.

- Na verdade Stefan, é isso mesmo! Eu sempre serei o que é capaz de tudo para salvar Elena, e que no fim acaba sendo odiado, é a vida! – ele mais uma vez balançou os braços no ar.

- Ah então estamos falando sobre Elena! – eu ri sem humor.

- E sobre o que mais estaríamos falando? – ele indagou – Sobre sermos irmãos amáveis?

- Então vamos falar sobre Elena, Damon...

- É... – Damon riu – Quem sabe devemos falar sobre você se fazendo de bonzinho, de falso moralista, dizendo que deixaria a cidade se caso ela me escolhesse, e eis que Stefan Salvatore volta à cidade para roubar Elena do vilão aqui! – ele apontou para si mesmo.

- Você acha mesmo que é isso que estou tentando fazer, não é Damon? Você só se esquece da parte em que você tentou roubar Elena de mim!

- Pelo menos eu nunca fui hipócrita, sempre disse o que pretendia fazer.

Eu ri sem humor mais uma vez, e balancei a cabeça negativamente.

- Damon... – eu encarei seus olhos – Eu não estou tentando roubar a Elena de você, e eu vou embora da cidade, assim como está me obrigando, mas saiba, que eu sei quem matou aquelas pessoas e colocou a culpa em mim, Damon. E eu tenho um presente para você por isso!

Retirei a estaca de dentro de minha blusa e a enfiei nele, fundo o suficiente para sentir minha raiva se esvair para dentro dele, ele mal conseguia gritar, a estaca estava a poucos centímetros de seu coração, ele olhou para mim assustado.

- Espero que tenha gostado disso! – eu vociferei e arranquei a estaca de seu peito, ele caiu ajoelhado no chão e começou a rir.

- Por essa eu não esperava Stefan! – ele riu.

- Onde está a Elena? – eu perguntei para Katherine, de repente era só nisso que eu pensava, ela não havia aparecido em nenhum momento, e isso havia me preocupado.

- Elena foi embora Stefan... – ela respondeu com um sorrisinho simpático.

- Isso é não estar interessado Stefan? – Damon ironizou.

Eu não respondi.

- Como assim foi embora? – perguntei a Katherine.

- Ela deixou o Damon. – ela respondeu.

Meus ouvidos ouviram aquilo como se fosse música e eu impedi meus lábios de se abrirem em um sorriso, impedi meu coração de se alegrar, e impedi as lágrimas de chegarem até meus olhos que ardiam, porque aquilo não mudava nada! Mas agora entendia o porquê de Katherine e Damon estarem de toalha, Elena não sabia, por isso não poderia se importar.

Não disse mais nada, joguei a estaca no chão, e voltei para o meu carro. Era quase impossível esquecer as palavras de Katherine, era quase impossível ignora-las, ela havia deixado Damon, mas qual era o motivo? Eu já ia em direção a meu apartamento com meu carro, quando dei meia volta, conversaria com Caroline antes de ir embora, dirigi meu carro em alta velocidade até chegar à casa da Caroline. Desci do carro e me apressei até a porta de entrada, toquei a campainha sem ao menos pensar e esperei.

Mais rápido do que imaginei Caroline estava à minha frente.

- Stefan! – ela sorriu e me abraçou – Como você está?

- Não faça perguntas difíceis! – eu sorri levemente.

- Tão misterioso! – ela me imitou, semicerrando os olhos, e sorrindo com descrição, enquanto falava devagar e calmamente. Eu só pude rir.

- Não é mistério Caroline, é só que as coisas de repente ficaram tão confusas. – eu respondi.

- Confusão que tem um nome: Elena! – ela riu. Eu ri também – Entra Stefan, vamos conversar.

Ela me levou para dentro de sua casa, logo vi sua mãe, a ex-xerife sentada em frente à televisão, com o cabelo desgrenhado, e uma expressão desgostosa no rosto, ela havia perdido o emprego e levado toda a culpa quando todos do conselho ficaram sabendo de sua filha vampira e do filho lobisomem da prefeita Lockwood, a prefeita havia dado um jeito de se livrar do problema, teve a coragem de entregar seu próprio filho, se negando a dizer que sabia de sua “anormalidade”, deu dinheiro a ele, ele foi embora com Caroline e sua mãe, que acabou tendo que fugir daqui para não ser presa, eles ficaram longe da cidade por alguns meses, tendo voltado para Mistic Falls há apenas um mês ou menos, e tudo porque misteriosamente a prefeita Lockwood havia feito mudanças muito estranhas no conselho, tendo agora um caçador de vampiros e sua filha junto a ele, caçadora essa com quem Damon teve um caso antes de eu e Elena nos separarmos. A história toda era um mistério, mas a xerife pôde voltar a sua cidade com sua filha e Tyler, mas perdera seu emprego, levando a culpa de tudo. Agora alguns vampiros são poupados pelo conselho desde que não machuquem humanos, interesses da prefeita com certeza, para poder ter seu filho de volta.

- Sua mãe, como está? – eu perguntei.

- Ela vai acabar superando. Ela sente falta de mandar nos vampiros da cidade! – Caroline brincou.

A segui até seu quarto, e sentei-me no chão em frente à janela, ela sentou-se em sua cama com as pernas cruzadas e esperou, como que ansiosa para ouvir qualquer coisa.

- Stefan! Vai dizer alguma coisa? – ela indagou depois de algum tempo em silêncio.

- Porque a Elena deixou o Damon? – perguntei de uma vez, soltando a pergunta.

Ela estreitou os olhos e em seguida os arregalou e riu – A Elena deixou o Damon?! – ela perguntou.

- Você não sabia? – eu perguntei.

- Não! Ela não me contou... Elena eu mato você por ter escondido isso de mim! – ela riu pensando alto.

- Mas você tem alguma ideia do por quê? – eu perguntei assim mesmo.

- Do porque de ela não ter me contado? – ela perguntou confusa.

- Não Caroline, do porque de ela ter deixado o Damon! – eu ri.

- Ah Stefan, sim eu tenho, mas não vou lhe contar. - ela arregalou os olhos – Stefan, ela é minha amiga também, tenho que guardar os segredos dela. – ela deu de ombros.

- Traidora! – eu acusei.

Ela riu.

- Stefan, só o que posso dizer é que a Elena não estava feliz com o Damon, e nem com a vida que havia escolhido, ela mudou tudo, ela queria mudar e o fez.

- Eu nem deveria estar perguntando, porque não importa a resposta, nada vai mudar. – eu lamentei.

- Porque não Stefan?! – ela perguntou sem entender.

- Porque nós já nos magoamos demais. – eu respondi – Mas esquece isso... E você e o Tyler? – eu perguntei, e eu também me interessava pelo assunto.

- Ah Stefan... – ela fez cara de desgosto e deitou-se na cama – Não sei. – ela riu.

- Como assim? – eu perguntei sem entender.

- Ele está cada dia mais estranho... Não sei, não parece o Tyler! – ela olhou para mim com tristeza.

No mesmo instante, eu e ela o ouvimos entrar na casa, cumprimentou Liz e veio em direção ao quarto, Caroline sentou-se na cama e eu me levantei, ele entrou em seguida no quarto.

- Stefan! – ele não parecia surpreso, devia ter sentido meu cheiro antes de chegar ao quarto.

- Tyler. – eu respondi.

- Conversando? – ele perguntou. E era incrível como seu jeito de falar lembrava-me o de Klaus.

- Sim. – Caroline respondeu – Sobre uma certa Elena. – Caroline riu.

- Eu encontrei com a Elena, antes de chegar aqui, – ele sorriu – me pareceu nervosa, – ele continuou – parece que estava indo para sua antiga casa, não sei bem.

- Mas ela estava bem? – Caroline perguntou e era a pergunta que eu me segurava para não fazer.

- Não sei, fisicamente sim, mas parecia triste, nervosa, agitada, não sei.

- Liga para ela Caroline? – eu pedi.

- Ligo. – ela respondeu. E no mesmo instante pegou o celular em suas mãos e discou os números do telefone de Elena, ela colocou o celular no ouvido e esperou.

- Alô. – eu pude ouvir a voz de Elena do outro lado da linha, eu me esforçava para isso.

- Oi Elena. – Caroline cumprimentou alegremente.

- Está tudo bem Caroline? – Elena perguntou preocupada.

- Está.  Na verdade eu estou ligando para saber como você está.

- Eu estou bem. – não parecia totalmente verdade – Terminei com o Damon esta tarde, estou aliviada, para ser sincera. Mas não posso falar agora, eu... Preciso conversar com o Jeremy, vem aqui em casa amanhã? – Elena pediu. Eu conhecia aquela voz, ela estava nervosa.

- Claro Elena, até amanhã então, amanhã à noite, pode ser?

- Sim. Tchau Caroline, se cuida. – ela pediu de maneira estranha e apressada, como se não quisesse conversar.

- Tchau Elena. – Caroline desligou e em seguida olhou para mim com um semblante que parecia uma interrogação ambulante.

- Eu vou embora. – eu respondi àquele semblante – Não quero mais pensar em nada disso. – eu ri sem humor.

- Eu acho que é isso que você deveria fazer... Pensar sobre isso Stefan! – ela disse.

- Não, não é Caroline. Boa noite. Boa noite Tyler.

- Boa noite Stefan. – ambos responderam

Eu dei meia volta e saí pela janela. E quando olhei meu carro, tudo o que eu quis fazer fora ir até Elena, e conversar sobre tudo o que me engasgava, mas eu sabia que não faria isso!