Fanfics Brasil - Introdução Destinos

Fanfic: Destinos | Tema: Romance


Capítulo: Introdução

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Minha vida sempre foi muito parada.
Era de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Sempre a mesma coisa e nada mudava.
Tudo bem, eu tinha um emprego bom, um salário bom, mas isso não era o suficiente.
Eu vivia em um mundo só meu, onde tudo era perfeito e intocável, mas dentro desse mundo as coisas não eram sempre como eu gostaria que fossem.
Meu nome é Douglas, tenho vinte e um anos e trabalho em um supermercado no centro de Blumenau.
Aqui eu aprendi muitas coisas e também conheci muitas pessoas, mas elas sempre estiveram a uma distancia razoável, ou porque eu queria ou então porque elas queriam. Trabalho de segunda a segunda, das oito da manhã até as quatro da tarde. Depois vou para casa e fico assistindo filmes no computador. Vendo vidas e pessoas que eu gostaria de ser, mas era covarde o bastante para ser.


E então numa bela segunda feira ensolarada de primavera, eu resolvi jogar tudo para o alto. Jogar fora a vida robótica que eu levava. Deixar de sonhar e começar a realizar. Pedi minha conta do supermercado com muito custo, era uma nova vida, era uma mudança, mas ainda assim, era muito difícil de começar.
Sai de lá com a cabeça erguida e sem olhar para trás. Sem olhar para as pessoas que não entendiam o porquê de eu estar fazendo aquilo. Das pessoas que queria que eu continuasse vivendo daquele jeito, sem vida própria, sem opinião própria. Apenas vivendo por vier.


Meu trabalho pode ter sido bom, mas seria muito comodismo da minha parte continuar daquele jeito. Eram sempre as mesmas pessoas e sempre as mesmas situações. Nada nunca mudava. Eu precisava mais do que aquilo. Eu precisava mais do que só ficar agradando as pessoas a minha volta.


Eu sempre fui o funcionário perfeito – ao menos era o que eu achava e o que as pessoas diziam – mas ai você me pergunta: Porque sair de lá? E eu respondo: porque por mais que eu fosse o funcionário perfeito que nunca faltava que sempre dizia “sim” pra tudo e era elogiado, eu não me sentia completo e os elogios eram sempre poucos em comparação as coisas que eu sempre fazia.
Eu fazia alguma coisa boa e inovadora e alguém tomava a minha idéia, mas se eu fizesse alguma coisa de errado, pisasse fora da linha um pouquinho que fosse, as criticas vinham e sem piedade. Então eu cansei de servir aos outros, cansei de ser o perfeitinho e sem opinião própria e tomei a decisão de ser eu mesmo.


Peguei o primeiro ônibus e fui direto pra casa. No caminho muitas idéias me vieram a cabeça. Eu precisava fazer alguma coisa o quanto antes, eu precisava dar um jeito de fugir das reclamações dos meus pais e dos dedos julgadores de todos.


- Mais uma vez você jogou tudo para o alto como sempre faz – começou meu pai assim que eu falei que havia pedido a conta do emprego.
- Pai, eu não agüentava mais aquilo. A situação chegou ao limite – tentei justificar.
- Você sempre chega ao seu limite. Você não sabe o que quer Douglas.
- eu sei o que quero pai. Eu não quero mais ficar aqui. Eu cansei dessa cidade, dessa vida.
- você está reclamando do que Douglas? Você tem tudo. Tem uma casa, uma família que te ama, um emprego, ou tinha. – respondeu minha mãe que voltava da cozinha colocando o café na mesa.
- Sim. Eu sei que tenho isso tudo, mas ainda assim não é o suficiente pra mim. Eu quero mais, eu quero correr atrás dos meus sonhos.
- E o que você está pensando em fazer Douglas? – perguntou meu pai. Era triste pra eu ver nos olhos dele a decepção, mas era muito difícil saber o que ele esperava de mim.
- Eu quero ir embora de Blumenau. Eu quero ir para Itajuba. – respondi e esperei as risadas. Eles não levariam a serio aquilo. Com certeza não.
- Douglas. Não é assim que as coisas funcionam. você nem mesmo tem emprego lá. Vai se sustentar de que forma? Você precisa de um planejamento. – falou meu pai, que para a minha surpresa não estava fazendo pouco caso daquela conversa. Ele estava dialogando.
- Eu sei, mas ainda tenho o dinheiro da saída. Vai dar pra se virar durante alguns dias, enquanto eu encontro algum emprego.
- E onde você vai morar? Já pensou nisso? Vai pagar hotel? – perguntou minha mãe, não levando muito aquela conversa a sério. Para ela tudo se resolveria na manhã seguinte quando talvez eu desistisse de tudo.
- Não mãe, eu não estou pensando em ficar em um hotel, até porque os hotéis são caros, mesmo fora de temporada. Eu tenho um amigo que pode me ajudar. – eu falei aquilo para deixá-los mais tranqüilos, mas não existia amigo nenhum.
- Você tem um amigo em Itajuba? Não me faça rir Douglas. Você nunca nos falou sobre esse seu amigo. – falou minha mãe depois de uma sonora gargalhada. Ela sabia o quanto aquilo me irritava.
- eu nunca falo dos meus amigos pra você e vocês nunca se interessaram também. – respondi e levantei da mesa. A única coisa que eu precisava agora era de um banho quente e minha cama.
- Aonde você vai? Nem acabou seu café. – perguntou minha mãe enquanto eu subia as escadas.
- vou deitar um pouco. Vou descer mais tarde para o jantar.


Subi para o quarto, tomei um demorado banho quente, fazendo com que todo o meu corpo relaxasse. Depois deitei na minha cama e fiz uma breve reflexão sobre a minha vida até o momento atual.


Vinte e um anos e nenhuma perspectiva de vida. Parece dramático demais, mas é verdade. Durante toda a minha vida eu não pensei muito em mim mesmo, eu pensei muito nas pessoas ao meu redor e se elas estavam felizes ou não, seu eu iria magoá-las ou não, nunca pensei se eu me magoaria.
Não adquirir muitas coisas, não fiz muitos planos e era por esse motivo que eu precisava sair daqui, precisava começar uma nova vida em outro lugar e dessa vez fazer mais por mim mesmo.


- posso entrar? – perguntou minha mãe do outro lado da porta depois de dar três batidas. Tudo nessa casa era assim. Sempre a mesma coisa, sempre a mesma rotina. Respondi que sim e ela entrou carregando um copo cheio de chocolate quente fumegante.
- eu já estava indo dormir mãe. – falei me sentando na cama.
- eu trouxe pra você. Está um pouco frio hoje e isso vai ajudar a esquentar. – falou ela colocando o copo na mesinha ao lado da cama. Depois continuou. – eu e seu pai estávamos conversando depois que você saiu...
- eu sei mãe, vocês não concordam comigo – falei cortando ela.
- por que você não me espera terminar? Eu e seu pai estávamos conversando quando você saiu e chegamos à conclusão de que se é isso mesmo que você quer então talvez você devesse tentar.
- assim? Sem nem ao menos tentar fazer com que eu desista de tudo?
- se você espera que vamos tentar fazer você desistir, então porque está querendo ir embora? Talvez no fundo não seja isso o que você quer. – falou ela tomando um pouco do meu chocolate quente. Tirei da mão dela e continuei.
- esse é meu.  Não é que eu não queira ir, eu quero muito, mas eu imaginei que vocês viriam com aquele papo de que isso não é bem assim e blá, blá, blá.
- Não mais. Você já é maior de idade e tem que fazer suas próprias escolhas. Se isso vai fazer você feliz, então estamos do seu lado.
- Mãe, eu quero muito isso, e com o apoio de vocês, tudo vai ser mais fácil.


Então ela me abrasou e eu senti naquele abraço todo o apoio que eu precisava. Dessa vez eles acreditavam em mim e eu precisava dessa confiança para poder começar, eu precisava que as pessoas me dessem esse voto de confiança.


- tome todo o chocolate antes que esfrie. – falou ela em meio sorriso e saiu do quarto.


E então pensando no lado positivo da reflexão, eu tinha os melhores pais do mundo e eu precisava provar para eles, só para eles que eu podia ser bem mais do que as pessoas esperavam, e eu seria.




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Autor(a): thomas_moser

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Olá pessoal. Saiu no blog agora o primeiro capitulo da webséire "Destinos" capitulo 1 - Imprevistos. Acessem http://moserthomas.blogspot.com.br/2012/07/destinos-capitulo-1-imprevistos.html



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