Fanfic: Meu Grande Amigo Meu Amor *AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Então, devagar, mas com certeza, o calor suave transformou-se em chama pulsante a gerar desejos e trazer lembranças sensuais do ato de amor que haviam partilhado tantas semanas antes.

- Annie, eu... - retomou Alfonso, finalmente, rouco. Mas se deteve e pigarreou.

Anahí piscou e saiu do devaneio passional no qual flutuava.

- Sim, bem, é melhor que durma um pouco - aconselhou ele. - Telefono amanhã à noite, de Dallas. Lamento muito ter de ficar tanto tempo longe, Anahí. Gostaria de estar aí com você.

- Eu gostaria que estivesse aqui também, mas entendo que não pode. Sempre ficou fora por longos períodos e sempre ficará, acho. Tem de ser assim, por causa da sua carreira.

- Estive pensando nisso também, mas... Cuide-se, e da nossa filha. Boa noite, Anahí.

- Boa noite, Alfonso.

Anahí desligou e fitou o aparelho por um longo tempo.

- Tenho saudade de você, Alfonso - sussurrou, suspirando para aplacar as lágrimas. - E nem lhe contei sobre Winston Churchill.

Alfonso sentou-se na beirada da cama do hotel, ainda com o telefone na mão.

Não queria romper a ligação com Anahí, percebeu. Era como se tivesse partido de Ventura para nunca mais voltar. Nunca mais ver Anahí, nunca conhecer a filha de ambos, que crescia dentro dela.

Os telefonemas noturnos não estavam adiantando, não bastavam. Precisava ver Anahí, abraçá-la, assegurar-se de que ela estava bem. Queria pousar a mão na barriga de leitoa, segundo ela, e estabelecer contato com a filhinha.

Com um suspiro doído, forçou-se a largar o telefone e estendeu-se na cama, apoiando a cabeça nas mãos entrelaçadas.

Tinha de voltar para casa. Não importava que parecesse um garotinho birrento que fugira do acampamento de férias. Queria ir para casa... para          Anahí.

Também queria se casar com Anahí Henderson, comprar uma casa que tornariam um lar, onde formariam uma família... mãe, pai e filha.

Mas isso não ia acontecer, porque Anahí nunca concordaria em se casar com ele, porque não estavam apaixonados um pelo outro.

- Ah, raios! - praguejou, e franziu o cenho enquanto fitava o teto. - Tudo é tão complicado.

Por que Anahí não via que o que tinham era especial, que ser amigos era importante e significava muito, mais do que muitas pessoas tinham?

Claro, não andavam ofuscados de paixão um pelo outro, mas o que tinham era valioso, verdadeiro, e contava. Formariam uma frente única, pais dedicados à filha, que a criariam num lar cheio de alegria e brilho.

Riu e meneou a cabeça.

Seria um lar com a geladeira sempre vazia, porque Anahí não encontrava as listas de supermercado que elaborava.

Mas, e daí? Ele podia se encarregar das compras e contratar uma empresa de limpeza para manter a ordem na casa. Até podia conviver com música country, desde que pudessem ouvir valsas de Strauss de vez em quando.

Raios, por que Anahí estava sendo tão difícil, tão... feminina, teimando em querer viver um conto de fadas?

Pensando bem, como alguém sabia quando estava apaixonado? Que ingredientes deveriam ser misturados para que aquele tipo de amor surgisse? Anahí sabia? Ele sabia? Não, não fazia a mínima ideia.

Cercavam-se de casais MacAllister apaixonados. O que eles tinham que faltava a ele e Anahí com seu amor de amigos? O que faltava para ele e Anahí transformarem a amizade em amor? Não imaginava.

Só sabia, naquele quarto de hotel vazio e impessoal, que sentia falta de Anahí Henderson, que precisava ver seu sorriso e seus olhos azuis brilhantes.

Pela primeira vez em tantos anos viajando a trabalho, sentia-se sozinho.

Queria ir para casa.

Suspirando novamente, pousou os pés no chão, calçou os sapatos e foi tomar banho, preparando-se para outra longa noite de insônia, revirando-se na cama... e desejando...