Fanfic: Meu Grande Amigo Meu Amor *AyA* Adaptada (Terminada) | Tema: Alfonso e Anahí

Meia sala os separava enquanto sorriam um ao outro. Não se moveram. Não era preciso diminuir a distância, pois, de algum modo, sentiam-se ligados, como se estivessem a apenas alguns centímetros.

Então, deixaram de sorrir, à medida que um sentimento estranho os envolveu... um sentimento que criou uma aura de sensualidade, de calor, de desejo pulsante que fez seus corações dispararem.

Alfonso quebrou o encanto desviando o olhar.

- Não pensei que demoraria tanto, Annie, ou teria deixado um bilhete. Seria a atitude mais correta, e eu teria tomado a providência, se soubesse que pedir demissão levava tanto tempo. Trouxe comida chinesa para o jantar. Espero que não se importe. Sei que você gosta e...

- Espere - pediu Annie, erguendo a mão. - Você pediu demissão? Do seu emprego? Pediu demissão?

- Pedi - confirmou Alfonso. - Vamos jantar enquanto a comida está quente.

Anahí serviu soda em dois copos altos enquanto Alfonso retirava pequenas caixas brancas dos pacotes. Ela posicionou os copos, os pratos e talheres, tomou uma cadeira e olhou para Alfonso.

- Não aguento mais esperar. Você pediu demissão? Por quê?

- Sirva-se - decretou Alfonso. - O bebê está com fome. Onde está seu leite?

- Leite não combina com comida chinesa. Eu tomo mais tarde - prometeu Anahí, e serviu-se das especialidades. Saboreou uma garfada e assentiu. - Delicioso. Mas você pediu demissão?

Alfonso ergueu um dedo, consumiu um pouco da comida e só então a encarou.

- Falei com meu superior e avisei que, de agora em diante, só aceito tarefas em locais próximos o bastante para eu voltar para casa todas as noites. Ele disse que era totalmente impossível.

- Então, eu disse que aceitaria trabalhos onde, se não conseguisse resolver o problema em duas semanas, seria rendido por outro profissional, que ficaria até o final. Ele disse que não era eficiente nem praticável. - Alfonso deu de ombros. - Então, pedi demissão. Quer arroz?

- Já peguei - respondeu Anahí. - Alfonso, estou perdida. Ainda não entendi por que fez isso.

Ele se recostou na cadeira.

- Annie, quase fiquei maluco na última missão. Só pensava em você aqui sozinha, grávida, e eu longe de você. Quero estar aqui todos os dias até o bebê nascer, não ouvir pelo telefone que você está engordando como uma leitoa.

- Oh, obrigada. - Anahí riu, mas logo ficou séria. - E muito comovente, Alfonso, mas não acha que pedir demissão foi uma atitude um tanto drástica?

- Não. Quero estar a seu lado durante os meses remanescentes até o bebê nascer. Além disso, que tipo de pai seria, se nunca estivesse em casa? Provavelmente, teria de me apresentar a minha própria filha toda vez que voltasse de um trabalho, ou usar um crachá, ou algo assim.

- Isso foi engraçado - comentou Anahí, rindo. Alfonso inclinou-se para a frente.

- Não, Anahí, não há nada de engraçado nisso. Vou ser pai e isso é muito importante para mim. Quero ser o melhor nesse papel, e não poderia naquele emprego que me mantinha afastado durante semanas. Entende?

Anahí assentiu.

- Sim, entendo, respeito e admiro a sua decisão. Mas não está um pouco jovem para se aposentar?