Fanfic: Konoha High School | Tema: Naruto Shippuden

- Dúvido você adivinhar!

As mãos quentes e macias de Ino apertam minhas bochechas, e seu anel, um crânio de prata escurecido, deixa uma marca de sujeira sobre a minha pele. Ela sempre com seu cabelo na tonalidade mais perfeita de louro, estando preso por um rabo de cavalo, porém com sua franja cobrindo um de seus olhos; um pirulito na boca da mesma; saia curta de cetim e botas; os olhos cheios de maquiagem, mas mesmo assim não escondendo a cor perfeita deles, um azul celeste que mais parecia com o próprio céu.

- Anda logo, adivinha! Daqui a pouco teremos que entrar na sala! - Ela diz com a voz rouca, como se fumasse um maço de cigarros por dia, embora só tenha tentado fumar uma vez e por pura curiosidade.

Enrolo um pouco enquanto penso na última pessoa com quem ela sairia daquela escola, ela já havia tido pelo menos um encontro com cada garoto que conheciamos.

- Rock Lee?

- Eca! Você sabe muito bem que eu jamais sairia com ele, Sakura! Aliás, ele é muito afim de você, ou será que você esqueceu?

Ignoro o comentário dela a respeito de Rock Lee, ele é apenas o meu amigo, não tenho interesse nenhum em ter algo mais que amizade com ele.

- Bom, tenta de novo. - Ela aperta ainda mais forte obrigando-me a tentar adivinhar com quem ela pretende sair dessa vez.

- Será o Inuzuka Kiba?

Ela ri e desencosta as mãos, e então lambe o polegar para apagar a marca de sujeira em minha bochecha, mas levanto o braço antes que ela possa limpar por mim. Sei que Ino não tem nenhuma doença, mas porque eu realmente tenho nojo desse tipo de atitude e ela insiste em fazer justamente porque eu detesto.
Em um gesto rápido, ela tira o capuz de minha cabeça e fica surpresa ao ver minha estratégia para ouvir música durante as aulas.

- Já vi que você não vai acertar! Aliás, o que você está ouvindo?

Levo a mão ao bolso para o iPod que costurei no capuz do meu moleton e entrego a ela o aparelho.
- Uau.. - Ela diz com os olhos arregalados. - Quer dizer, desde quando você escuta Systen of a down?
Ino se curva para que nós duas possamos ouvir uma de suas músicas favoritas que ela gostou por acaso jogando guitar hero com uma outra amiga nossa.

- Desde duas semanas atrás quando você estava reclamando que eu e a Hinatanão te acompanhamos nos seus assuntos. - Respondo desligando o iPod e guardando-o novamente no bolso do capuz.

- Falar na Hinata, onde ela está? - Ela pergunta deixando o assunto sobre música totalmente de lado.

- Provávelmente esperando Neji se despedir da namorada para que eles cheguem juntos à escola. - Eu respondo olhando o relógio em meu pulso marcando 7 horas faltando apenas 30 minutos até os portões da escola se fecharem.

- Não entendo porque o pai dela é tão chato obrigando os dois a ir e vir juntos da escola.

Simplesmente dou de ombros. Não vou dar uma resposta que faça a Yamanaka entender como ofensa, não que eu queira ofendê-la, mas esse excesso de proteção ela jamais entenderia, já que seu pai a deixa totalmente livre por  viver ocupado cuidando da floricultura da família. Claro, não digo nada demais a ela. Falo apenas que a gente vai se ver de novo na hora do almoço, ambas torcendo para que até lá consigamos encontra a Hinata. Assim vou para minha aula, atravessando o campus da escola e encolhendo-me ao ver os dois garotos chamados Kabuto e Kankuro provávelmente querendo saber se a loira estaria disponível sexta à noite. Ela os encara com aqueles olhos azuis despensando os dois, eles imediatamente se afastam e a deixam em paz, pelo menos temporariamente. Quanto a mim, suspiro aliviada e entro na sala de aula pensando em o que menos falta para Ino são pretendentes.

A caminho de meu lugar, no fundo da sala, desvio-me da bolsa que Karin deixou de propósito em meu caminho e ignoro a forma preferida que ela gosta de se referir a mim - "DER-RO-TA-DA!". Em seguida, acomodo-me na cadeira, tiro meu material da mochila e coloco os fones de ouvido, jogo a mochila na carteira vazia a meu lado e espero pela chegada do professor de Português, Kakashi.

O sr. Hatake está sempre atrasado. Sobretudo porque gosta de ler uns livros eróticos que ele coleciona e tem mania de conferir entre uma aula e outra.

Fecho os olhos e espero, enquanto meus dedos deslizam pelo caderno e como  estou de olhos fechados não percebo a presença do aluno mais cabeça oca da sala, Naruto Uzumaki ao meu lado. Pergunto-me seriamente como ele conseguiu chegar ao ensino médio depois de tanta encrenca que ele se envolvia no ensino fundamental.

- Sakuraaaaaaaaa! Err.. Eu estava pensando se você e eu podiamos talvez.. hm... Fazer um passeio ao Ichiraku neste fim de semana, que tal? - Ele diz todo empolgado esperando pelo meu sim.

- Ahn... Naruto, eu não sei ao certo... Bom, você podia convidar a Hinata assim que ela aparecer. O que acha da ideia? - Desde que nos conhecemos Naruto teve essa paixão platônica por mim e como eu sei da quedinha que a Hinata tem por ele, fico tentando unir os dois.

Ainda depois de eu ter ficado alguns anos em outra cidade Naruto, Ino, Hinata e outros amigos meus nunca me esqueceram. Eu tive sorte de após o acidente ter sido bem recebida a minha cidade natal. Eu era feliz na Califórnia com meus pais, nunca perdi contato com os meus amigos, mas morar lá me fez bem. No entanto, sei tudo sobre o acidente apenas por ouvir dizer, pois desde  o pior dia da minha vida só me lembro claramente de ser a única salva por um homem desconhecido que eu nunca mais vi, porém tenho certeza que se eu o encontrasse novamente o reconheceria, embora eu estivesse a beira da morte quando fui salva.

Foi assim: num instante, eu estava no banco de trás do carro do papai, e a próxima lembrança... os airbags inflados, o carro inteiramente destruído, em chamas e eu lá, assistindo a tudo do lado de fora.

Olhando para os destroços - os estilhaços de vidro, o para-choque dianteiro agarrado ao tronco de uma árvore, as portas amassadas, totalmente irreconhecivel e sem a possibilidade e mamãe e papai estarem vivos -, fiquei me perguntando o que poderia ter acontecido de errado, esperando e implorando que eles tivessem conseguido sair dali como eu. Entrei em pânico. Olhando para todas as direções, comecei a correr de um lado para o outro, mas tudo parecia igual: Um tempo nuplado, chuva extremamente forte e relampiando muito.Então, caí no asfalto molhado e fiquei ali, com frio, gritando, chorando, xingando, desejando que tudo fosse mentira, que não passasse de um pesadelo, querendo voltar no tempo só para impedir que aquela tragédia ocorresse.

Foi então que ouvi a voz de um homem:

- Haruno Sakura? É esse o seu nome? Sakura, não é? Abra os olhos e olhe para mim. Resista!

Então, olhei fixamente para aquele homem que se curvava sobre mim, dentro de seus olhos negros, e sussurei:
- S-sim, eu sou Haruno Sakura. - E desmaiei de vez.