Fanfics Brasil - AMOR DEMONÍACO DYC

Fanfic: AMOR DEMONÍACO DYC


Capítulo: 15? Capítulo

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**

Quando Dulce e Christopher retornaram à Mansão Uckermann, Adelaide se aproximou.
-Graças a Deus encontrou-a, senhor!-Exclamou.Depois virou-se para Dulce aflita, notando a palidez da ruiva.-Por onde estava, senhora?Se perdeu?O capataz veio correndo e disse que tinha perdido a senhora de vista lá no campo!Apareceu desesperado!
-Hoje mesmo colocarei na rua esse estúpido.-Christopher disse com indiferença.
Dulce se sentiu culpada, e virou-se para o marido.
-Não faça isso.A culpa foi minha.Estava frustrada por estar sendo vigiada, e esporeei o cavalo para longe dos olhos dele.Ele me perdeu de vista quando eu entrei no atalho, e foi então que eu me perdi.
Christopher a olhou de forma superior.
-Então a culpada foi você.Eu a avisei das regras, Dulce.Sempre que sair, para andar à cavalo ou não, terá que sair acompanhada por alguém da mansão.E você, com estes seus ataques de rebeldia, desrespeitou a regra e deu no que deu.Poderia ter acabado pior.
-Eu sei disso.Mas como eu poderia adivinhar?-Basta pensar nos seus atos!Tentando fugir e escapar assim só faz com que se meta em problemas, Dulce Maria, não entende?-Ele perguntou, gélido.
-A culpa é sua por tentar me manter como uma prisioneira, vigiada em todos os momentos!Você mal me deixa respirar!
Pronto, estava feito.A trégua que havia se estabelecido entre eles horas antes, inclusive enquanto voltavam para casa, estava desfeita.
Adelaide, assustada com a súbita discussão acalorada dos patrões, murmurou uma licença e se retirou.
-Vá tomar um banho se quiser e trocar esta roupa.-Ele mandou, e Dulce soube que ele estava se controlando.-A não ser que queira preservar as lembranças de hoje com você.-Ele acrescentou de forma meio zombadora.A ruiva recuou, ofendida e surpresa como se tivesse levado um tapa.-Me restou pouca paciência...vou pra biblioteca.-Ele saiu dali, de forma fria.
Dulce cruzou os braços delicados, abraçando-se, e deu um tapa forte no corrimão da escada.Furiosa, subiu os degraus e se trancou no quarto.

**

Dias depois...

-Clark, volte aqui!-Dulce gritou, correndo atrás do gatinho branco que corria pelo jardim.
Já não era mais aquele filhote frágil que a ruiva acolhera.Clark agora estava crescido, mais forte e mais esperto.
Dulce parou, rindo, enquanto observava o gato correr mais e escalar uma árvore.
-Espertinho...tudo isso para fugir do banho?-Ela murmurou com diversão.
Balançou a cabeça e resolveu andar de forma vaga, apreciando a grande mudança do lado de fora da Mansão desde que começara a trabalhar com o jardineiro para trazer vida novamente ao jardim.
Quem olhasse nunca iria acreditar na mudança.O lugar seco, árido, e sem vida alguma de antes, agora estava verde, com árvores e flores por todos os cantos.
Sorrindo, Dulce suspirou e caminhou mais um pouco.Quando deu por si, estava na frente do Borboletário.
Nunca mais tinha entrado ali desde o último incidente.Mas viu que a porta estava aberta...
Havia alguém ali! Do contrário estaria trancado.
Seria Christopher? Mas Dulce o vira na biblioteca antes de sair para os jardins...
-Bem, se está aberto e tem alguém aí dentro não há problema em entrar.-Dulce murmurou, um pouco temerosa, soltando o ar e entrando no Borboletário.
Imediatamente viu flashes coloridos por todos os cantos.As borboletas voavam alegremente ao redor.
Dulce adentrou mais.De repente ouviu um barulho ao fundo.Curiosa, caminhou de forma lenta até o final do recinto.
Quem estaria ali? Com a respiração rasa e os passos suaves, para que não notassem sua presença, Dulce se aproximou do barulho que ouvia.
E então viu...Adelaide, segurando o quadro.A mesma pintura da moça loira que Dulce vira da última vez, e que deixara o marido tão furioso.
Adelaide parecia despreocupada, passava um pano seco por todo o quadro, retirando a poeira.Logo ela sorriu para a pintura, arrumando a moldura.
Dulce estava confusa, não entendia...Então Adelaide sabia daquele quadro!Parecia tão familiarizada com o retrato, que a ruiva teve a certeza de que a mulher sabia do mistério que a pintura representava.
Mas porque nunca lhe contara nada?
Movida por uma decisão impressionante, sem se preocupar com mais nada, Dulce deu um passo para frente.Iria resolver aquele mistério agora mesmo.
-Adelaide.
A mulher empalideceu e olhou para trás no mesmo instante, quase deixando a pintura cair no chão.
-Senhora!Por Deus...não devia estar aqui!
-Porquê?-Dulce a olhou, impetuosa.-Estou cansada de viver no escuro, Adelaide.Cercada de tantas mentiras.Quem é a mulher desta pintura?E não adianta fugir, ou negar nada, eu sei que você sabe.Só acabe logo com isto e me responda de uma vez o que este quadro representa.
Adelaide estava com a boca seca, pálida feito papel. Adelaide estava com a boca seca, pálida feito papel.
-S-Senhora...
-Fale, Adelaide.-Dulce mandou.-Não deixarei que saia daqui antes de esclarecer de uma vez por todas tudo isto.Quem é a moça do quadro?
Após quase um minuto de silêncio, em que Adelaide parecia não fazer idéia do que fazer, a mulher recostou o quadro no chão e deu um profundo suspiro.Dulce a encarava, imperturbável.
-Muito bem.-Adelaide ergueu os olhos.Sabia que não havia mais como fugir daquela situação, tampouco mentir iria ajudar.-Vou lhe contar a verdade, senhora Dulce.A moça do quadro é...irmã do senhor Uckermann.
-Quê?-Dulce franziu o cenho.-Irmã?Mas você mesma me disse que ele não tem família, irmãos, nada!
-Realmente agora não tem mais.O senhor agora é sozinho.
-Então...esta moça...irmã dele...está morta?-Dulce sussurrou.
-Sim.-Adelaide soltou o ar.-Já que não tenho saída, vou contar a história completa.
Dulce assentiu, temerosa.
-Christopher perdeu os pais muito novo.-Adelaide disse.-Não devia ter sequer cinco anos.Por isso nunca pôde conhecer o amor fraterno.Porém, ele não estava totalmente sozinho.Tinha uma irmãzinha de um ano de idade.Se chamava Ilana.Ilana Uckermann foi uma das mulheres mais bondosas e alegres que já conheci.-Adelaide assumiu ar nostálgico e triste.-Eu presenciei o crescimento de Ilana e Christopher.Já trabalhava para a família Uckermann à muito tempo, por isso quando faleceram eu não pude ir embora.Ilana com apenas um ano, e Christopher tão pequeno.Assim os dois cresceram cercados de luxo, dinheiro devido à herança deixada para eles, e empregados.Mas isto não representava nada, no fundo os dois irmãos só tinham um ao outro.Christopher se sentia obrigado a proteger a irmã em todas as situações, pois era o mais velho e a única coisa que a pequena Ilana tinha.Assim os dois cresceram, Ilana dependia inteiramente de Christopher e ele se sentia no dever de cuidar dela.
“E posso lhe dizer, senhora, nunca em minha vida eu vi irmãos mais unidos.Era uma coisa bonita, Ilana era a alegria de Christopher.Faziam tudo juntos, ele se preocupava muito com ela.Um completava o outro.
O senhor Christopher era um rapaz relaxado, alegre e risonho, por mais que se responsabilizasse pela irmã.’
Dulce engoliu em seco.Nem que se esforçasse conseguia imaginar o marido alegre e risonho.
-Mas um dia houve um acidente.-Adelaide olhou para baixo, a voz baixa.-Christopher e Ilana haviam saído juntos para cavalgar.Era um dia de sol, ninguém poderia imaginar...bem, foi uma tragédia.O cavalo da senhora Ilana perdeu o controle, correu para fora do alcance de todos.O senhor fez de tudo para impedir, foi atrás, mas antes que pudesse fazer algo o cavalo jogou a senhorita Ilana longe.Quando a pegaram, já estava morta.
Dulce tapou a boca com as mãos. Oh, não.
Então era por isso que Christopher odiava cavalgar, e não permitia que Dulce andasse à cavalo!
-Sim.-Adelaide conteve as lágrimas, abalada.-E era tão jovem...tão bonita, com o coração enorme.Na época a família Uckermann não morava aqui, morava em outra cidade.Na cidade todos conheciam a vida de todos, e foi um abalo para as pessoas.Ilana era muito cativante, todos da cidade gostavam dela.
-E como Christopher reagiu à tudo isso?-Dulce murmurou, com os olhos ardendo.
Adelaide balançou a cabeça.
-Senhora, a irmã era tudo na vida do patrão! Era seu mundo! Quando ela morreu, deixou todos desnorteados.Christopher ficou sem chão, tudo desmoronou.E como se não fosse suficiente, a cidade inteira o acusou de assassino.
-Não.-Dulce balançou a cabeça.-Mas ele não teve culpa!
-Não.-Adelaide concordou.-Mas por Ilana ter morrido quando estava cavalgando com Christopher, e ninguém mais, colocaram a culpa nele.Todos se puseram contra o rapaz, acusando-o de forma infame e sem piedade.
Dulce estava incrédula.
-Mas...e depois?
-Bem.O senhor Christopher saiu da cidade e abandonou tudo.Dos criados, somente eu o acompanhei.Depois de toda a tragédia, o patrão perdeu o sentido para viver.Perdeu a alegria, perdeu tudo.Construiu esta mansão e se isolou aqui, sozinho.Nunca mais foi o mesmo.O rapaz alegre, cheio de vida, morreu com a irmã.Só restou amargura, tristeza e solidão.Christopher se culpa até hoje pela morte da irmã. -Mas...Adelaide, ele não a matou!Foi um acidente!-Dulce disse alto.
-É claro, senhora!Nunca o culpei!Mas Christopher se sentiu tão mal por não ter conseguido fazer nada para impedir a morte da irmã, que se alto denominou o assassino!Afinal, ele era o único que poderia ter feito algo, mas não conseguiu...a tragédia foi mais rápida.
-Então...-Dulce engoliu em seco, a garganta ardia.-É essa a razão...é por isso que Christopher se tornou tão frio e maldoso?
-Sinceramente, não posso julgá-lo.-Adelaide admitiu.-Lhe tiraram tudo, senhora.Não teve pais, e a única coisa que lhe dava sentido à vida lhe foi tirada de maneira cruel.E ainda foi acusado e julgado por isso, como um assassino impiedoso.Depois de tudo, só o que restou para que o patrão continuasse vivendo foi a arrogância e a solidão.Foi a maneira que o senhor achou para se defender, para esconder o passado e não sofrer por mais nada.No fundo só o que lhe restou para oferecer à vida, foi crueldade e decepção.-Adelaide deu um suspiro de lamento.-O coração se transformou em gelo, e não há como culpá-lo por isso.
-Não, não há como culpá-lo.-Dulce sussurrou, por fim entendendo e ligando tudo em sua mente.
Afinal, viu que Christopher não era o monstro cruel e frio que ela sempre vira.Era apenas um ser humano ferido e sem esperanças...Dulce não voltou a ver Christopher naquele dia, pois ele saíra e ela estava tão cansada que tinha ido dormir bem cedo sem ao menos jantar.
Na manhã seguinte, a ruiva acordou um pouco pálida.Ao terminar de se aprontar, desceu para o café da manhã.
Estava nervosa...seria melhor dizer ao marido que já sabia toda a verdade sobre seu passado?Ou o melhor seria não falar nada?
Indecisa, Dulce entrou na sala de refeições.Christopher já comia, sem esperá-la como sempre, com os olhos arrogantes fixos na torrada.Sequer levantou o olhar quando a ruiva sentou-se no outro extremo da mesa.
-Bom dia.-Ela murmurou, incerta, observando-o. Ele apenas acenou com a cabeça, indiferente.
Agora que sabia de toda a verdade, via Christopher de uma maneira totalmente diferente.O via mais humano.Até os seus sentimentos por ele haviam mudado...
-O que vai fazer hoje?-Dulce perguntou, tentando iniciar uma conversa.
Mas Christopher naquele dia parecia especialmente taciturno, como se não tivesse disponibilidade para conversas.
-Terei que ir até o interior mais tarde para resolver alguns assuntos.Dará uma hora e meia de viagem até lá, por isso eu só regresso à noite.-Ele disse de forma gelada.
-Ah.-A ruiva olhou para o próprio prato, desapontada.-Mas...pensei que hoje você ficaria na Mansão, pois ontem você passou o dia inteiro fora e...
-E o que tem isso?-Ele a interrompeu friamente.-Afinal você deve comemorar quando eu estou ausente. -E o que tem isso?-Ele a interrompeu friamente.-Afinal você deve comemorar quando eu estou ausente.
Dulce balançou a cabeça firmemente.
-Claro que não.
Christopher riu ironicamente.
-Finjo que te acredito.-Ele disse, largando o guardanapo na mesa e se levantando.
-Aonde vai?-Ela perguntou rapidamente.
Christopher ergueu uma sobrancelha.
-Vou me aprontar para sair.
Ele saiu da sala, deixando Dulce sentada na cadeira sem saber o que fazer.Clark apareceu de repente, saltitante, e foi pedir colo para a dona.Dulce acariciou o pêlo macio do gato, distraída.
Decidiu ir atrás do marido.Levantou-se de um pulo e saiu correndo pela mansão.Subiu as escadas e entrou no quarto sem ao menos bater.
Christopher estava sem camisa, e se virou na hora que ouviu a porta se abrir abruptamente.
Dulce quase ofegou ao ver o dorso nu, malhado e bronzeado do marido.Os músculos da barriga e do braço tonificados, como se ele se exercitasse todos os dias, porém Dulce nunca o vira fazer nenhum exercício.
Era tão bonito, o retrato da beleza máscula e sensual.A ruiva fechou a porta atrás de si de forma apressada.Christopher pegou uma camisa nas mãos, observando-a com a expressão irônica.
-Christopher.-Ela começou.-Posso ir com você resolver estes assuntos na outra cidade?
Ele ergueu as sobrancelhas, terminando de se vestir.
-Para quê?
-É que eu não quero ficar sozinha aqui.Não gosto, é muito solitário.Por favor, deixe que eu o acompanhe hoje?
Ele a observou, arrogante, e logo deu de ombros.
-Se quiser.
Dulce sorriu meigamente.
-Obrigada.Vou me aprontar bem rápido e já desço, ok?-Ela andou apressadamente pelo quarto, indo até a penteadeira.
Christopher a observou por um momento, de olhos apertados, e logo saiu do quarto, dizendo:
-Te esperarei lá embaixo.
Dulce não levou mais do que cinco minutos, e logo desceu.O marido a esperava do lado de fora da Mansão, em frente à carruagem que os levaria até a outra cidade.A primeira meia hora de viagem foi silenciosa.Christopher não parecia inclinado à dizer nada, e Dulce não sabia ao certo o que dizer.
-Porque estamos indo tão devagar?-Christopher perguntou friamente ao cocheiro, ao notar a carruagem indo bem mais devagar.
-Desculpe, senhor.Creio que os cavalos precisam descansar um pouco, pois estavam correndo até agora.-O cocheiro se desculpou, sem graça.
Christopher bufou.
-Ótimo, faça-os descansar apenas por alguns minutos então.Não posso me atrasar.
-Sim, senhor.
A carruagem parou.Christopher parecia impaciente; se encostou no banco, mas logo saiu da carruagem.
Dulce suspirou, ouvindo de longe o canto dos pássaros.Decidiu sair da carruagem também, segurando a barra de seu vestido e pulando para fora.
Christopher estava encostado no tronco de uma árvore, frio e distante, observando a estrada.
Dulce o olhou, com os olhos brilhantes e meigos, e se aproximou lentamente.Ele ergueu os olhos ao vê-la, mas não mudou a expressão.Continuou implacável.
-Posso lhe fazer companhia?-Ela perguntou com um leve sorriso, encostando-se na árvore ao lado e o olhando. -Tanto faz.-Ele respondeu.
Dulce suspirou.Aquilo não ia ser nada fácil.
-Veja, os cavalos estavam com fome.-Ela comentou, apontando para os dois cavalos que comiam alegremente o pasto ao lado da estrada.-Por isso estavam cansados de correr.
Christopher olhou rapidamente para os animais, com indiferença.
-É o que parece.
Dulce olhou para as mãos, hesitante.
-Christopher, eu estou tentando ser mais gentil com você.Porquê age assim com tanta frieza?
A ruiva não o culpava, depois de ter descoberto toda a verdade, apenas tentava fazer com que o marido se abrisse mais.
Ele se virou para ela, com os braços fortes cruzados.
-E porquê exatamente está forçando tanta gentileza?Quer alguma coisa?
Dulce se desencostou da árvore, indignada.
-Claro que não, eu não sou assim.
Christopher riu sarcásticamente.
-Claro.-Ele ironizou.-Pois então guarde sua gentileza para si, não preciso dela.-Disse em tom rude. Dulce piscou.
-Deus, Christopher, para quê tudo isso?Você não pode viver nesse mundo solitário e obscuro que construiu ao redor de si para sempre.-Ela disse firmemente.
-Você não sabe nada sobre meu mundo, Dulce Maria.-Ele respondeu, gélido.-Tampouco lhe importa meu modo de viver a vida.
Ele deu as costas para se afastar.
-Me importa por eu ser sua esposa.-Ela disse, parada no mesmo lugar. –E você está muito enganado, eu sei perfeitamente sobre seu mundo.-Ela soltou o ar.-Eu sei sobre seu passado, Christopher.
Ele parou de andar.Pareceu uma estátua, sem ao menos respirar, e Dulce o observou com firmeza.
De repente ele se virou para ela, os olhos cerrados.
-Perdão?Não entendi o que disse.
Dulce suspirou.
-Entendeu perfeitamente.Eu...sei sobre seu passado.Descobri todo o mistério que envolve sua vida, que eu jamais poderia imaginar.Sei tudo sobre Ilana, e todo o resto, Christopher.
Ele de repente ficou pálido, com uma expressão que Dulce jamais vira em seu rosto.Christopher pareceu absorver a notícia por alguns momentos, e logo se aproximou com passos largos e fortes, agarrando Dulce pelo pescoço com uma só mão.
O pescoço fino e pequeno da ruiva foi totalmente coberto pela grande mão do marido, mas ela não gritou nem fez nada.Se manteve decidida, olhando-o nos olhos.
-Como sabe disso?-Ele gritou, parecendo furioso e ao mesmo tempo.
Dulce deveria estar com medo, a julgar pela expressão do marido, mas pela primeira vez se sentia decidida a enfrentá-lo, nem que tivesse que apanhar para isso.
Iria resolver aquilo, e seria agora.Não lhe importava nada mais.
-Isso não importa.-Ela respondeu com certo esforço, devido à mão dele estar sufocando-a.-O que importa é que eu descobri tudo.
-COMO?-De repente algo se fez nos olhos de Christopher, deixando-o em cólera.-Adelaide!Foi ela, não foi?Era a única que sabia de tudo!
Dulce tentou respirar.
-Não foi ela...
-Não MINTA!Será pior!
Dulce engoliu seco, mas não respondeu nada.Christopher riu de uma forma diabólica, que a fez arrepiar-se, e apertou-a ainda mais no pescoço.
-Não precisa sequer responder.Já sei a resposta.-Ele a olhou.-Mas isto não lhe importa, minha vida não importa nem à você nem à ninguém!-Ele disse alto.-Sua vontade de querer descobrir tudo isto foi seu erro, Dulce.-Ele murmurou com desprezo, forçando a mão no pescoço dela.
-Não creio.-Ela rebateu, esforçando-se para respirar.-Pode falar o que quiser, não me importo.
-Parece-me que palavras não bastam com você.-Ele disse, apertando-a cada vez mais...mais...
-Vai me matar?-Ela perguntou, olhando-o bem nos olhos.-É isso que quer?Não acho que isto vai apagar seu passado, Christopher.Me matar não vai mudar as coisas. Ela fechou os olhos por um breve momento, engolindo em seco.
-Se eu quisesse a mataria agora mesmo.-Ele respondeu com frieza.-Mas eu não estragaria minha vida fazendo tamanha tolice.-Dizendo isso, ele desapertou o pescoço da ruiva e a largou.
Dulce cambaleou, segurando o próprio pescoço e puxando o ar com força.
-Até porque, como você disse, isto não iria alterar as coisas.-Ele falou, parecia uma estátua fria e sem sentimentos.
Após recuperar o fôlego, Dulce ergueu os olhos.
Era incrível, mas não tinha mais medo de Christopher.Nenhum medo.
Talvez porque antes não o conhecia e o achava sem escrúpulos, capaz de tudo.Mas agora tudo estava diferente: agora ela sabia que havia um Christopher oculto por trás de toda aquela máscara de escuridão e crueldade.Um Christopher que ele escondia para se defender, mas que no fundo estava ali.
Por isso ela sabia que ele se defendia da forma que podia: no caso era daquela forma fria e explosiva.
Dulce só precisava trazer o verdadeiro Christopher à tona novamente...
A ruiva tirou uma mexa cacheada da face, erguendo os olhos para observá-lo.
Naquele momento Christopher parecia tão...desnorteado.Tão solitário.
Era uma sombra do homem maldoso e gélido que se mostrava à todos.
Dulce teve uma vontade desconhecida e impulsiva de ir até ele e rodeá-lo com os braços.-Christopher...eu não pretendo atormentá-lo com nada disso.-Ela murmurou, com bondade.-Apenas quero dizer que estou aqui se precisar.
Christopher a olhou, ofegante.Pareceu sem saber o que dizer por um momento, como se estivesse desarmado.
-E...preste atenção.-Dulce se aproximou lentamente.-A culpa do que aconteceu não foi sua!Não pode se culpar.
-Cale-se.-Ele mandou.
-Christopher, eu apenas quero te ajudar...-Ela murmurou com desespero, erguendo a mão delicada para tocá-lo.
-Não PRECISO da sua ajuda!-Ele gritou, empurrando a mão dela com violência.-Não quero nada de você, fique LONGE de mim!-Ele urrou, saindo como se fosse um leão enjaulado que ganhava a liberdade.
Ele saiu de forma tão abrupta, que logo Dulce o perdeu de vista.A ruiva passou a mão pelos braços, os olhos marejados.
Sentia o corpo tremendo.
-Senhora, com licença.O senhor desistiu da viagem?-O cocheiro se aproximou de repente, sem jeito.
Pelo visto estivera tão ocupado com os cavalos que não havia notado a briga, já que Dulce e Christopher tinham estado afastados.
Dulce ergueu os olhos.
-Me parece que sim...pode me levar de volta?
O cocheiro assentiu, parecendo confuso.Dulce o seguiu e entrou na carruagem.
Christopher agora precisava de um momento sozinho.

** Dulce revirou as pequenas mãos no colo, nervosamente.Havia voltado para a mansão há quase duas horas, e nenhum sinal do marido.
Clark miou, enroscando-se nas pernas de Dulce, mas a ruiva estava tão distraída que nem percebeu.
De repente ouviu os portões da Mansão se abrindo, e um minuto depois alguém entrou .
Dulce se ergueu ansiosamente.Christopher parou bem na porta da sala de estar, observando a ruiva de forma sombria.Ele estava oculto pela sombra, Dulce mal pôde enxergar sua expressão.
Ia dizer algo, mas ele se afastou abruptamente, antes que ela abrisse a boca.
Resolveu deixá-lo ir, o seguiria depois.
Mas alguns momentos depois, Dulce ouviu gritos sufocados e choros.Se assustou e foi ver o que era.
Quando chegou na cozinha, viu Christopher de pé, com a expressão dura e arrogante..e Adelaide logo adiante, sentada, em meio à um choro ansioso.
-O que está acontecendo?-Dulce perguntou.
-Adelaide não é mais bem vinda nesta casa.-Christopher murmurou algum tempo depois, impassível.-Eu convidei-a para se retirar.
Dulce arregalou os olhos, olhando da chorosa senhora para o marido.

** -O quê?
-Pode deixar, senhora.-Adelaide murmurou humildemente.
-Mas é claro que não permitirei uma coisa dessas!-Dulce se indignou, virando-se para Christopher.-Está maluco?
-Não se meta nisso, Dulce Maria.-Ele retrucou friamente.
-Me meto!-Ela respondeu.-Não vou deixar você fazer isto!
-Você não tem poder de deixar ou não alguma coisa.Eu mando aqui.
-Que eu saiba a casa também é minha!Ou não foi isso que me disse no primeiro dia em que entrei aqui?
Christopher soltou o ar, impaciente.
-Não é hora de joguinhos, Dulce.Minha decisão está tomada.
-Só está mandando-a embora porque ela me contou sobre seu passado, não é?-Dulce acusou.-Quanta criancice, Christopher!Achei que você fosse um homem maduro.
-Cale-se, não entende nada.
-Entendo muito bem!-Ela gritou.Depois soltou o ar, acalmando-se.-Adelaide não teve culpa, por Deus, Christopher...-A ruiva pensou rápido.-Eu a obriguei a me contar!
-Ah, sim?-A expressão dele foi de pura ironia.
-Sim! Fiz chantagem com Adelaide para que ela me contasse tudo!Ela ficou com medo e não teve saída...mas agora eu vejo que agi mal, devia presumir que você descontaria suas frustrações nela também.
Christopher bufou. -Pode descontar tudo em mim, se quiser.-Dulce sugeriu.-Mas deixe-a.Adelaide não tem aonde ir se sair daqui.
-Isto não é meu problema.-Christopher gritou, sem olhar para Adelaide nenhuma vez.-Ela se meteu com algo que não lhe dizia respeito, não tem mais minha confiança e por isso não a quero mais aqui.
-Pois se Adelaide sair, eu saio também.-Dulce disse, abraçando a mulher pelos ombros.Adelaide soluçava, balançando a cabeça para Dulce de forma negativa.
-O quê?
-Isso que ouviu.-Dulce cerrou os olhos.-Se ela sair, eu vou junto.Afinal, nós duas estamos nesta história juntas.
-Você é minha esposa, não vai a lugar algum.-Ele disse com ferocidade.
-Pois se você insistir em mandar Adelaide embora, você não poderá me impedir!
Os olhos de Christopher escaldaram de fúria por um momento.
-Isto não acaba aqui!-Disse ferozmente, se afastando em seguida e batendo a porta.
Dulce soltou o ar, aliviada.Adelaide ergueu o rosto, lavado de lágrimas.
-S-Senhora...muito obrigada.Nem sei como agradecer.
-Adelaide, imagine!Eu não poderia deixar ele te mandar embora...ainda mais porque a culpa disso tudo no fundo é minha.-Dulce suspirou.-Mas não me arrependo.
Adelaide acenou com a cabeça.
-Mas...não fique com mágoa do Christopher.-Dulce murmurou de forma hesitante.-Ele está nervoso com isso tudo.Você conhece o temperamento dele mais do que eu, tente entendê-lo.

** Adelaide deu de ombros com um sorriso.
-Claro, senhora.Eu o conheço bem, sei o quanto impulsivo é.Só que desta vez ele parecia tão decidido a me mandar embora que fiquei assustada, não tenho para onde ir.Mas de qualquer forma eu não o culpo, sei que já sofreu muito.O conheço desde pequeno, por isso o compreendo.
Dulce sorriu, pegando a mão da mulher.
-Obrigada por ser tão compreensiva, Adelaide.
A mulher enxugou o rosto, e logo deu um sorriso.
-Não quero parecer alcoviteira...mas a senhora não odeia mais o patrão como no início, verdade?
Dulce pigarreou, sem graça.
-Bem...
-Não precisa responder.-Adelaide murmurou.-Nota-se que seu sentimento pelo senhor está mudando...e eu fico muito feliz por ele ter ao lado uma mulher tão compreensiva e bondosa.É disso que ele precisa para se transformar, afinal de contas.Acho que a senhora é a esperança que falta na vida do senhor Christopher.
Dulce não soube o que responder, por isso apenas deu um leve sorriso.

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Autor(a): yasmim

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**No dia seguinte, Dulce resolveu fazer uma visita aos pais.Logo cedo, se vestiu, tomou um café rápido, e aproveitando que o marido não estava em casa pediu à um dos criados que a levasse numa carruagem.-Minha querida!-Blanca exclamou, ao receber a filha.-Fernando, venha cá!-Chamou, enquanto abraçava Dulce.O pai da ruiva apareceu mo ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 80



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  • portisavirroniever Postado em 16/05/2016 - 14:27:01

    Mulher estamos em 2016 e vc ainda n continuou??Faz 8 anos que vc n posta,sim 8 ANOS,n é 8 dias ou 8 meses mais sim 8 anos??Vc desapareceu do nd,espero que n tenha morrido

  • caroline_a. Postado em 11/06/2012 - 20:51:23

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  • dulcetalita Postado em 04/12/2009 - 14:24:10

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  • dulcetalita Postado em 04/12/2009 - 14:24:01

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  • dulcetalita Postado em 04/12/2009 - 14:23:54

    POSTA+++____________POSTA +++P ______POSTA+++POSTA+_____ __POSTA+++POSTA+++ ____POSTA+++POSTA+++POS__ _POSTA+++POSTA+++POS ___POSTA+++POSTA+++POSTA+ ++POSTA+++_______POST __POSTA+++POSTA+++POSTA++ +POSTA+++_________POST _POSTA+++POSTA+++POSTA+++ POSTA+++POST_______POST _POSTA+++POSTA+++POSTA+++ POSTA+++POSTA+++______P POSTA+++POSTA+++POSTA+++P OSTA+++POSTA+++POST__POS POSTA+++POSTA+++POSTA+++P OSTA+++POSTA+++POSTA++_P POSTA+++POSTA+++POSTA+++P OSTA+++POSTA+++POSTA+++P _POSTA+++POSTA+++POSTA+++ POSTA+++POSTA+++POSTA++ __POSTA+++POSTA+++POSTA++ +POSTA+++POSTA+++POSTA ____POSTA+++POSTA+++POSTA +++POSTA+++POSTA+++PO ______POSTA+++POSTA+++POS TA+++POSTA+++POSTA _________POSTA+++POSTA+++ POSTA+++POSTA++ ____________POSTA+++POSTA +++POSTA+++P ______________POSTA+++POS TA+++POST _________________POSTA+++ POSTA ___________________POSTA+ ++P _____________________POST A+ ______________________POS T _______________________PO

  • michelycandy Postado em 16/06/2009 - 11:56:10

    Oieeeeeeee^^..sou leitora nova e vondy assumida...rsrs

    sua web eh PERFECT...ameiiiiii

    posta maissssssssssss...ta muito boa =D

    bjOo

  • dalilagoiabeira Postado em 26/04/2009 - 20:33:24

    olha eu aqui de novo!!!!!!!!!!!
    posta logo porfa!!!!!!!!!

  • dalilagoiabeira Postado em 20/04/2009 - 19:42:43

    ahhhhhhhh, vc ainda ñ postou, mas eu ñ vou desistir!!!!!
    bjinhosss Vondy's

  • dalilagoiabeira Postado em 17/04/2009 - 10:14:19

    hehehehehehehe!!!!!
    voltei, eu disse que eu ia voltar, e ficar pertubando a até tu postar, então aqui estou eu!!!!!
    bjinhosssssssssss

  • dalilagoiabeira Postado em 14/04/2009 - 23:30:11

    olha eu aqui denovo, eu disse q viria encher o saco, mas pra falar a verdade é q eu acabei de ler a web, pelo menos até onde vc parou, pela 3ª vez, se ñ for incomodar demais, quero te pedir q poste mais assim q possivel, por favor!!!!!
    bjinhossssss Vondy's


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