Fanfic: O amor de William Bonner e Fátima Bernardes II, a flor de Andrômeda

Renesmee sabia que o subconsciente de Fátima lutava pela vida. Por isso, ela fez força para engolir todo o antídoto. Lentamente, o copo ia se esvaziando. Fazia pequenas pausas, para que Fátima pudesse respirar. Quando o copo já estava vazio, ela se sentou na poltrona e disse:

-Isso tem que funcionar. Por favor, que exista ainda uma esperança.

Laura, Beatriz e Vinícius se assustaram com aquela voz. Tinham esquecido como era assustadora.

Beatriz ficou parada como uma estátua. Sem reação. Não sabia o que fazer.

Vinícius engoliu em seco. Estava na cara que ele queria correr o mais depressa dali.

Já Laura se virou e disse com a voz ativa e cheia de atitude:

-Vem cá meu filho. Você não tem mais nada pra fazer na sua vidinha do que ficar atrás da gente? Se liga, cara! Já deu!

-Mais respeito com o tom de voz, viu? É bom e eu gosto.-Disse Mário, pegando cada vez mais raiva daquela menina.

-E quem é você para exigir respeito? Eu não respeitaria nem o Hitler! Dirá voce!

-Vamo com calma, Laura. Não irrita o cidadão. A gente não quer um maníaco correndo atrás da gente outra vez.-Disse Vinícius, temendo o pior.

Mário, com raiva, cuspiu na cara deles todas as seguintes palavras:

-Voces tinham que ser meus filhos. MEUS! E NÃO DELE! NÃO DELE!

-Mas do que é que você está falando?-Perguntou Beatriz, sem entender.

-Deixa pra lá! Não importa mesmo.-Falou Mário se virando e indo em direção ao carro. Lá dentro, completou a frase.-Até porque.... não existirá mais família Bonemer.-Cantando vitória para si mesmo, ele acelerou o carro e saiu dali.

-Mas que.... MERDA!!!-Disse Laura.

-O que será que ele quis dizer com “Ser meus filhos”?-Perguntou Beatriz, desconfiada.

-Sei lá. Mas você conhece os desequilibrados... não falam coisa com coisa.-Ponderou Vinícius, dando de ombros.

-Vamos pra casa. Temos que ver se Renesmee já deu o antídoto.

Os três começaram a andar novamente em direção à casa deles.

William terminou a apresentação do jornal com Ana Paula Araújo há horas. Estava na sua sala. Mas não conseguia voltar pra casa.

A imagem de Fátima morrendo não saía de sua mente. Por várias vezes tentou não chorar. Mas não conseguiu.

Estava prestes a chorar novamente quando bateram na porta.

-Pode entrar.-Disse  William controlando o choro.

Era Alice e Dan. Eles entraram e fecharam a porta. Dan, por sua vez, perguntou:

-E aí? Eu sei que essa pergunta é idiota, mas mesmo assim eu vou fazer: Como é que você está?

-Péssimo.-Falou William se levantando.-O amor da minha vida vai morrer hoje e eu não posso fazer nada. Eu me sinto tão... tão....

Porém, sabendo o que ele iria dizer, Alice o interrompeu e ponderou:

-Não, William. Você não é nenhum inútil. Só Deus sabe o sofrimento que você e seus filhos estão passando. E eu fui à prova viva de que você tentou, mais do que tudo, achar uma cura.

-É, mas... eu não consegui.

-Mas você tentou. E é isso que importa.-Disse Dan.

Alice, Dan e William ficaram calados por alguns minutos. Após esse período de silêncio, Alice pediu para William:

-Me leva até a sua casa? Eu... Quero me despedir dela.

-Tem certeza?-Perguntou Dan.

-Tenho.

-Ótimo. Eu vou com você. Quero... Despedir-me dela também.

-Vamos então.-Disse William.

Os três saíram da sala de editoria-chefe. Foram para o estacionamento e entraram no carro de William e saíram da sede da Rede Globo do Jardim Botânico.

Os trigêmeos entraram em casa. Tudo estava na mais perfeita ordem. Subiram as escadas e foram para o quarto da mãe. Entraram e disseram para Renesmee:

-E aí?

-Eu já dei o antídoto. Agora resta saber se vai funcionar.

-Então existe a probabilidade de não funcionar?-Perguntou Beatriz.

-Existe.

-Ai, meu Deus do céu!-Gemeu Laura.-Será que a gente não deu tarde demais?

-Não sei. Eu sinceramente não sei. Mas eu acho que...-Mas Vinícius foi interrompido. Porque seu relógio digital apitava alertando-o que era meia-noite. Ao mesmo tempo que o de Renesmee também apitava.

-Paidocéu. Meia-noite. Meia-noite!!!-Falou Laura.

-Ela... Já tinha que ter acordado.-Disse Renesmee olhando para Fátima.

Os três irmãos colocaram as mãos no rosto, sem esperanças. Passaram-se alguns segundos quando Renesmee falou:

-Olhem!

Vinícius, Beatriz e Laura levantaram os rostos e viram uma cena surpreendente.

Fátima mexia as mãos com um pouco de dificuldade. Enquanto que seus olhos abriam-se lentamente.

William havia parado o carro no sinal. Como naquela hora não havia muito fluxo de carros, ônibus e etc. ele não se preocupou com o local onde estacionou. Alice, que estava no banco da frente, falou:

-Vocês estão prontos?

-Sim.-Disse William, com tristeza na voz.

-Sim.-Disse Dan, com o mesmo tom de voz de William

O sinal abriu e William acelerou com o carro.

Fátima abriu os olhos e ficou olhando tudo à sua volta. Os filhos, o quarto. Ela se sentou na cama e falou:

-O... O que aconteceu?

Laura não conseguiu se conter. Correu até a cama e abraçou à mãe.

-Ai, mãe! Você não sabe o quanto a gente sofreu para ver a senhora acordar.

-Laura... filha, o que aconteceu para você estar assim?-Perguntou Fátima secando as lágrimas da filha enquanto que os outros se aproximavam.

-Mãe... você não sabe como eu fico feliz que você tenha acordado. VOCÊ NÃO SABE!!!-Gritou Vinícius, emocionado.

-É. Você faz muita falta.-Disse Beatriz com as lágrimas correndo no rosto.

-Calma...-Disse Fátima fazendo um gesto para que os outros dois se aproximassem.-Eu estou aqui, não estou?

Fátima os abraçou. Ficaram abraçados por um bom tempo, matando a saudade. Depois, soltaram-se.

-Agradeça a Renesmee, a família dela tinha o remédio que acordou você.-Disse Laura.

-Mesmo?-Fátima olhou para Renesmee.-Você foi quem me salvou?

-Na verdade... eu só tinha o antídoto. Quem salvou você foi a flor.-Mas Renesmee foi tomada por outra curiosidade.-Diga... por favor... nesses dias que você passou em coma, o que você sentiu?

-Bom...-Fátima pensou.-Eu senti, logo no começo, que havia alguma coisa errada. Eu não conseguia me mexer, mover sequer um músculo. Eu tentei abrir os olhos várias vezes, mas eu não conseguia. De alguma maneira, eu ouvia vozes no meu subconsciente. Vozes do William, de médicos, de vocês.-Ela olhou para os filhos.-Alguma parte de mim estava dormindo. Mas havia outra parte que não estava. E essa parte lutava para acordar.

Renesmee se surpreendeu com o relato de Fátima. Será que a criança que morreu desse mesmo veneno também sentiu isso? Fez essa pergunta para si mesma.

-Isso explica o fato de você ter feito força para beber o antídoto.

Fátima se aproximou de Renesmee, pegou em suas mãos e disse:

-Obrigada. Por ter salvo a minha vida. Serei eternamente grata.

-Não precisa agradecer. Eu gosto de ajudar as pessoas. Eu também confesso que eu fiquei arrasada com a ideia de que a senhora podia morrer.

-Por via das dúvidas... obrigada.

-De nada.

-O papai chegou.-Falou Beatriz olhando pela sacada do quarto.

Fátima se virou e viu um carro estacionando na garagem. Viu-o saindo do carro. Este não estava com uma cara muito boa. Dan e Alice também saíram. A cara deles estava tão ruim quanto a de William.

-Eles estão assim por minha causa?

-É. Eles pensam que voce está nas últimas. Voce está forte o suficiente para descer?-Perguntou Vinícius.

-Estou.

Os cinco saíram do quarto.

William entrou em casa junto com Alice e Dan. Eles ouviram passos no andar de cima.

-Deve ser bem os três.-Disse William

Não demorou muito, para que Vinícius aparecesse ao pé da escada.

-Hey, pai! Você não vai acreditar no que aconteceu!-Falou ele.

-E o que aconteceu, Vinícius?-Perguntou ele.

Vinícius apenas saiu do pé da escada. Após alguns segundos, Fátima apareceu ao pé da escada, sorrindo para eles.

William arregalou os olhos de pura surpresa. Alice e Dan também estavam paralisados. William, após alguns segundos, perguntou:

-Fátima?

Ela apenas alargou o sorriso, dizendo logo em seguida:

-William.