Fanfic: Droga! A Lavínia não... | Tema: Romance, comédia, sexo.

16/10, Terça, às 00:05

Cara, tava tão perto! Droga Sara! Não consigo dormir!

16/10, Quarta às 15:10

Daqui a pouco vou lá na praia pra aula de surf, ou melhor, pra ver ela... Mas antes eu tenho que contar o que rolou ontem, quer dizer, o que quase rolou! Esperei Sara sair de casa e fui chamar Tiago pra ir na praça. A praça é bem grande, tem um parquinho com mães e seus filhos, uma parte com várias barriquinhas de x-tudos, salgados e bebidas. E tem a parte mais calma com vários banquinhos e mesas. Logo vi a pessoa mais importante sentada num desses banquinhos. Tiago seguiu meu olhar e foi logo me empurrando.

– Vai lá falar com ela cara. - Disse o meu amigo.

– Eu não! - Recusei.

– Que foi? Ela te deu passe livre, vai lá! - Insistiu ele.

– Eu sei, mas...

– Vai peidar agora é?

Depois de ser desafiado eu tinha que ir! Pareceu que ela estava em outro estado quando andei até ela. Estava sozinha num banquinho. Sei lá, estava tão nervoso que senti o olhar de toda a praça em mim.

– E-eai! - Tentei parecer normal.

– Ah, Oi! - Seu rosto acordou. - Senta aí.

– Tá. - Sentei. - ...

– Você vem sempre aqui? - Perguntou ela.

– Mais ou menos.

– Hmmm... Ah, brigada mesmo por hoje cedo, eu ia me machucar. - Lembrou ela, dando um beijo na minha bochecha.

– ... - Vermelho fiquei.

– Nossa, desculpa! Está virando mania eu te beijar toda hora. - Disse ela, colocando a mão na boca, envergonhada.

– E-eu não ligo. - Consegui dizer, com o chão sendo o meu foco.

Tive medo de virar e olhar pra ela. O que será que ela estaria pensando? "O que esse pirralho disse"? Virei minha cabeça para o lado e ela estava olhando pra mim, com o rosto um pouco surpreso. Seus olhos prenderam os meus, não consegui desviar. Quando fui perceber, eu estava chegando mais perto dela, de olho em sua boca. Aposto minha coleção de carrinhos que ela também estava vindo na minha direção! Estava perto, juro! Podia sentir sua respiração vindo em mim, mas chegou Sara e estragou tudo! DROGA SARA! Não podia ficar na sua?

– O que está acontecendo? - Perguntou ela, estranhando.

– N-nada! - Gaguejei.

– Nada! - Negou Lavínia, também envergonhada.

– Bom, desculpa a demora amiga, aqui o refri. - Entregou a ela uma latinha de Coca.

– Tudo bem.

– E você pirralho, vai continuar aqui? - Perguntou Sara, rude.

– Eu já tô indo já.

– M-mas se quiser pode ficar. - Disse rapidamente Lavinia.

– Tiago está ali esperando.

– Hm, okay então...

Impressão minha ou ela ficou decepcionada? Ahh cara, sei lá. Tiago disse que viu tudo e pensou mesmo que o beijo ia rolar. Droga, porque não rolou? Fomos pra casa e ficamos jogando Play2, quando chegou Sara me interrogando.

– Lucas. - Disse ela.

– Fala. - Disse eu, olhando pra televisão.

– O que tá acontecendo entre você e a Lalá?

– Lalá?

– A Lavínia, não se faça de idiota. - Disse ela, rude.

– Nada ué! - Respondi rápido.

– Nada mesmo? - Perguntou mais uma vez, agora olhando para o meu amigo.

– Nada. - Respondeu ele, olhando pra mim, que estava com um olhar desdeperado.

Uffa, essa foi por pouco, pensei. Se ela descobre que eu gosto da Lavínia, vai me sacanear até a morte! Vai me zoar de pirralho, criança, infantil, idiota, e tudo o que eu já sei. Mas e se ela gostar mesmo de mim? Haha, quando escrevo essa frase, parece mais idiota do que é. Estranho o Tiago ainda não ter aparecido aqui. Vou lá chamar ele e ir pra aula, fui!

16/10, Quarta às 20:00

Meu Deus, é impossível estar mais feliz do que tô agora! Sinto que poderia voar pelos céus que nem o Peter Pan! Tá, que comparação mais infantil. Ah, tanto faz, eu to muiiiiiiiiiiiiito feliz! É melhor que 10 saquinhos de doces de São cosme e damião!!! Hoje fui lá na aula de surf e não vi ela, a garota mais linda do mundo. Fiquei meio desanimado, mas ajudou a me concentrar na prancha e ficar em pé nela mais uma vez. Quando terminou a aula, a vi sentada no meu canto, na pedra, sozinha. Estranhei que ela não estivesse com sua galera. Tiago disse que tava tudo bem voltar sozinho pra casa. Fui até ela.

– Oi. - Comecei.

– Ui, que susto! - Disse ela.

– D-esculpa.

– Tudo bem.

– Você está sem o pessoal.

– Éah, quis ficar um pouco sozinha pra pensar.

– Opa, então eu já vou. - Disse eu me preparando pra levantar.

– Não! E-eu gosto de ficar com você, tudo bem.

– Mesmo? - Perguntei.

– Sim. - Confirmou ela.

– Hey, você está bem? - Perguntei, notando seu rosto diferente.

– Está tão óbvio assim?

– Não, mas eu sei porque passo muito tempo te olhando e pensando em você. - Isso é o que eu quis dizer, mas não disse. - Na verdade não.

– Hm, é que estou com uns problemas lá em casa.

– Quer falar disso?

– Nem precisa, é só que meus pais andam brigando muito por causa do estresse da mudança.

– Entendo.

– Mesmo? Pelo que sei da Sara, sua familia é show!

– É sim, mas eu te entendo. Meus pais as vezes brigam também.

– Mas dúvido o tanto quanto meus pais.

– ...

– Desculpa, estou aqui tagarelando sobre os meus problemas!

– N-não, e-eu gosto.

– Mesmo? - Mais uma vez essa pergunta entre nós.

– Sim, hahaha. - Ri das nossa necessitade de confirmar.

– Hahaha. - Riu ela também. - Você é engraçado.

– Eu sei, sou um palhaço! Não precisa jogar na minha cara.

– Ow, desculpa! - Exclamou ela rapidamente, preocupada.

– Hahaha, relaxa, estou de zoa.

– Malvado! - Disse, rindo.

– Quer saber? Vem cá!

Num impulso peguei em sua mão e a puxei para longe da praia. Ela me deixou levá-la sem reclamar. Fomos correndo de mãos dadas, estava adorando aquela sensação gostosa. Eram tão delicadas, macias. Chegamos no meu lugar preferido de todo os quarteirões que conheço. É meio que um parque, tem um laguinho, uma ponte, muitas árvores, muitos ponbos também. É, nem parece o Rio de janeiro, mas é.

– Que lindo! - Vê-la sorrindo daquele jeito já valeu meu dia.

– Eu gosto daqui. Venho quando tô chatiado.

– Hahaha, sei. - Riu ela.

– O que?

– É que você só tem 11 anos, não deve ter muito com o que se preocupar e coisas pra ficar chatiado.

– Hmmm. - Isso veio como uma faca.

– Oh, desculpa! - Disse ela, vendo meu rosto chateado.

– Deixa pra lá.

– ... Ui, que vento gelado veio agora. - Disse Lavínia, tremendo um pouco.

– Foi mal! Te arrastei pra cá com você ainda de bikini.

– Tudo bem...

– Mas você está com frio! Droga, eu não tenho nada pra colocar em você! - Fiquei mesmo desesperado.

– V-ocê pode me abraçar...

Juro pelo cachorro do vizinho mortinho que meu coração parou! Ficamos calados por um tempo, sem conseguir dizer nada. Eu queria muito aquilo, tocar nela. Mas e se ela não gostasse? E se ela visse o quanto eu sou pirralho? Pirei! Abracei. Bom eu não sou tão pequeno quanto você acha que eu sou, mas ela é sim maior que eu. Minha mãe é bem alta e ruiva e meu pai é baixinho e moreno, Sara e eu puxamos a minha mãe, somos altos e ruivos. Mesmo sendo um pouco maior do que devia pros meus 11 anos, ainda sim sou menos que Lavínia. Fui até ela olhando para o chão, a abracei por trás e encostei minha testa em suas costas. Segurei ela tremendo, mas firme. Ficamos assim por uns minutos (os mais assustadores de toda a minha vida!), até ela se virar e olhar pra mim.

– Nossa, você está bem?!

– T--t-t-ô, por que? - Perguntei, olhando pra ela com tremedeira.

– Você está mais vermelho que uma pimenta! Aí desculpa! - Ela estava desesperada.

– Relaxa.

Primeira vez que não me importei com o que ela estava dizendo. Idaí que eu estava vermelho daquele jeito? Eu sempre tô! Meu Deus, como ela é linda, como ela é gostosa! Quer dizer, no bom sentindo. Eu acho. Estou até agora nas nuvens!! Cheguei em casa ainda tremendo e quando entrei no meu quarto, pensei no que tinha acontecido e corei. Caraca cara, eu segurei nela! A barriga dela tem uns cabelinhos ralinhos e lisos, sua cintura é larga e macia. E seu cheiro? É doce e delirante! Droga, chega até ser irritante estar apaixonado. Meu peito dói, esquece a parada dos carrinhos, dos doces de são cosme e Damião! Isso é melhor que todos os presentes de Natal! Maneiráassooo!!!