Fanfic: The Allyson diarie | Tema: Vampiros e hibridos
Capítulo 4
Música do capítulo: I Miss You – Blink - 182
Where are you? And I`m so sorry
(Onde você está? E eu sinto muito)
I cannot sleep, I cannot dream tonight
(Não consigo dormir, não consigo sonhar esta noite)
I need somebody and always
(Eu preciso de alguém e sempre)
This sick strange darkness
(Esta estranha doente escuridão)
Comes creeping on so haunting every time
(Vem rastejando e assombrando o tempo inteiro)
Essa era a música que tocava no fone do meu iPhone enquanto eu estava no avião. Sim. No avião que iria parar em Brighton para que eu pudesse ver minha família de novo, como eles reagiriam? Não sei, não faço a mínima ideia, a única resposta para essa pergunta, é indo lá e descobrindo, não sabia nem se eles moravam lá ainda. Eu me ajeitei na poltrona, Tyler estava vindo comigo, ficaríamos somente três dias lá e o diretor concordou em dar esses três dias para ele enquanto gravava outras cenas que não tinham que ter a presença dele. Tyler colocou sua mão em cima da minha enquanto continuava com os olhos no livro que ele estava lendo: Ready Player One. Eu realmente fiquei curiosa quanto àquele livro, não sei por que, talvez um dia eu pedisse emprestado para ler. O avião começou a tremer e Tyler ficou um pouco nervoso embora não demonstrasse, eu pude sentir pelo som dos batimentos cardíacos dele que invadia meus ouvidos. Eu olhei para a janela afora e pude ver e reconhecer a cidade pela qual estávamos passando, Pittsburgh, a cidade onde eu conheci o casal de vampiros Kevin Thomas e sua esposa Eleanor Hayden, ela fora transformada três anos depois dele, há oitocentos e cinquenta anos, se casaram e estão juntos até hoje pelo que eu sei, eles se amam de verdade, e isso é, bonito de se ver, muito bonito do meu ponto de vista.
Recuei a cabeça e encostei-me ao banco, depois de uns dois minutos percebi que não tinha mais música tocando em meus fones, eu tirei e os guardei no bolso da jaqueta. Peguei o livro do Vampiro: A mascara e comecei a ler da onde eu tinha parado na última vez. Depois de acho que uma hora lendo, Tyler guardou o livro e encostou a cabeça no banco fechando os olhos, logo depois ele colocou a mão nos meu joelhos e deu um sorriso, ainda de olhos fechados, eu retribuí o sorriso automaticamente sabendo que ele não veria. Depois me pus a fazer o mesmo que ele, fechando os olhos e deitando a cabeça na poltrona.
Acordei com Tyler me chacoalhando para eu acordar, eu não sei quanto tempo eu dormi, mas já tínhamos chegado até Brighton, eu desci do avião e peguei as malas. Passamo-las por aqueles negocinhos que eles colocam a mala que parece uma escada rolante reta, com certeza você não faz a mínima ideia do que eu estou falando, então, esqueceremos esse detalhe. Tyler alugou um carro para nós, eu ainda me lembrava da onde eu morava, a única coisa que eu não sabia era se eles moravam lá ainda, pelo menos a mãe e o pai tinham de morar lá ainda, era feriado em Brighton, com certeza deveriam estar fazendo um almoço em casa. O dia estava claro e ensolarado, era muito bom um dia desses naquela cidade fria quando eu morava lá. Comecei a me lembrar de pequenas partes do sonho que eu tive quando estava no avião. Eu era pequena, mais ou menos seis anos, meu pai abria os braços e eu ia correndo pular nele e dar um abraço, todos nós cantávamos parabéns para alguém, esse alguém era eu, depois um homem o qual eu não via a face me pegava do colo do meu pai e me levava para fora da casa, me levando para bem longe, depois eu acordei com Tyler me chacoalhando.
- Querida, precisamos confirmar a presença no hotel ainda hoje. – Tyler falou me tirando dos meus pensamentos.
- Ahn? Ah sim, podemos passar em minha casa primeiro? Por favor? – Eu já estava em minha cidade, a única coisa que eu queria era vê-los novamente.
- Claro. Agora é a esquerda? – Ele me perguntou em que rua viraríamos para ir para a minha casa.
- Sim. Esquerda, direita, direita, esquerda e depois chegamos.
- Ok.
Eu voltei o olhar para a janela de carro e me deparei com um parque que eu e meus irmãos brincávamos quando éramos pequenos. O parque vivia cheio de crianças até a seis horas da tarde. Mas agora estava vazio, os balanços balançavam com o vento e aquela visão parecia de um filme de terror, não era mais aquele parque alegre de antes, a cidade não era mais como antes, as pessoas estavam enfiadas em suas casas, as crianças nos computadores, videogames e tudo isso que inventaram de tecnológico. Eu realmente passei muito tempo fora, dês do dia em que parti daqui hibrida com doze anos, nunca mais recebi uma informação deles, nem por internet, nem por telefone ou carta. Minha vida aqui em Brighton e minha família, eu simplesmente deixei para trás, eu achava que seria mais fácil assim. Tyler virou na minha rua e diminuiu a velocidade, eu o mandei parar em frente a minha casa, ele estacionou e saímos do carro. A minha casa, antes com o muro laranja e portão dourado, agora com o muro de pedras e o portão cinza, estava mais bonita, com todas as janelas de vidros transparentes e elegantes cortinas brancas que voavam com o vento. Eu nem apertei campainha ou coisa assim, eu simplesmente abri o portão como se eu ainda morasse lá, o portão estava aberto.
- Aly! Você não mora mais aí! Seria mais fácil apertar a campainha! – Tyler disse, eu o ignorei completamente e comecei a adentrar pelo quintal. – Eu não vou entrar ai, não vou. – Tyler cruzou os braços e parou diante do portão. – Allyson! – Eu fiquei de frente com a porta, antes branca, agora coberta com verniz escuro e cheia de detalhes com a maçaneta dourada. – Aly, Aly! – Tyler não aguentou e entrou junto comigo, ficando quieto e parado atrás de mim.
Eu hesitei em abrir a porta, fiquei alguns segundos parada ali na frente, não sei por que fiquei parada ali, só que algo me fez congelar. Tyler me chamou e eu pareci acordar de um transe.
Girei a maçaneta silenciosa e adentrei a casa, entrando na sala principal. Os sofás quadrados cor de carne que pareciam de veludo, antes simples sofás azuis, uma televisão enorme numa prateleira coberta de alguns livros e esculturas pequenas, antes uma grande e enorme prateleira onde se dispunham livros e mais livros. O tapete fofo, antes um chão duro de madeira, os quadros com pinturas de flores, antes uma parede branca sem nada. Fotos de um casal de gêmeos espalhados por todo o cômodo, antes fotos de mim e de meus irmãos em parquinhos, em cachoeiras...
Eu fiquei parada ali por um tempo, até que Tyler avançou para a frente e me tocou com o ombro. Eu andei por um corredor escuro e encontrei a cozinha. Três homens conversando com cervejas na mão, um mais velho e dois de aparentemente vinte e poucos anos. Um era meu pai, eu nunca perderia seus traços, agora mais velho com cabelos grisalhos e pé de galinhas no canto dos olhos, o outro, meu irmão, agora mais forte, mais alto, musculoso, com o cabelo negro com um topete e o outro, eu não sabia. Na cozinha, no fogão mexendo em uma panela, minha mãe, um pouco mais velha, com poucas rugas se estendendo pelo rosto, com um avental antigo preso no corpo, o cabelo meio grisalho preso por um bico-de-pato em um coque gordo, e duas mulheres de vinte e poucos anos, uma de cada lado, a primeira, minha irmã, quase igual a mim, exceto pelos olhos, grávida de cinco meses, eu suponho, e do outro, uma mulher que conversava com minha mãe, loira e alta, com os olhos azuis, muito esbelta e bonita, olhava duas crianças de três anos, o casal de gêmeos que corria pela casa. Eu cheguei mais perto delas parada ali no meio da cozinha com a mão na cadeira, minha mãe virou o rosto para mim com uma expressão confusa.
- Ahn... Posso ajudar a senhorita? – Ela disse, mas em sua mente ela estava dizendo: “O que diabos essa estranha está invadindo minha casa?”. Eu fiquei sem fala por alguns segundos, todos estavam em silêncio, até que eu olhei para minha mãe com um sorriso.
- Estou triste com você. – Eu disse chegando mais perto.
- Me desculpe? – Ela disse com uma expressão mais confusa ainda.
- Não reconhece sua própria filha. – Ela arregalou os olhos e levou as mãos lentamente de forma a cobrir a boca, ela largou a colher que segurava deixando-a cair no chão e se aproximou lentamente de mim. Parou em minha frente e levou a mão lentamente até um dos lados de meu rosto, carinhosamente, ainda com os olhos arregalados.
- Minha... Filha? – Ela disse. Eu assenti.
Ela me agarrou me dando um forte abraço, parecendo descontar um carinho que guardava há anos dentro dela. Ela me abraçou por muito tempo, recuou ainda com as mãos em meu rosto e gritou para todos.
- Minha filha! Minha filha! Allyson!
- Aly! – Melissa, grávida me agarrou também me dando um grande abraço.
Matthew levantou deixando a garrafa que segurava cair no chão e veio me abraçar, mais forte que os outros, ele estava enorme, minha cabeça mal chegava a seu peito, assim como minha cabeça mal chegava a pelo menos o começo do peito de Tyler, ele recuou e começou a me encher de beijos no rosto. A loira chamou os gêmeos e cochichou algo com eles que eu não sabia o que era, não estava prestando atenção. Mas os dois vieram e me abraçaram também, falando titia. A garotinha era idêntica a mim, os cabelos negros e os olhos um pouco prateados. Depois que me tornei hibrida meus olhos ficaram muito mais brilhantes e salpicados de dourado. O garoto tinha cabelos negros, mas olhos castanhos. Meu pai se levantou da cadeira num ritmo lento e boquiaberto com os olhos arregalados, os outros abriram caminho para que ele viesse andando até mim. Ele colocou as mãos em meus ombros, me abraçou também, mais forte e mais demorado que os outros, ele recuou e ficou simplesmente olhando para a minha cara.
- Minha... Filha... – Ele disse, segurando meu rosto. – Minha filha!
- Sou eu pai! Sou eu! – Eu disse, nossos olhos começaram a se encher de lágrimas, eu o abracei novamente segurando-o bem apertado, eu nunca mais queria soltar ele, nunca mais queria perde-lo.
O abraço demorou um bom tempo, até que eu percebi que estava demorando muito e recuei. Olhei para Tyler e o puxei para meu lado.
- Esse é meu namorado... Tyler... – Melissa o reconheceu de imediato e olhou de queixo caído.
- Espera! Você não é aquele ator famoso que faz uma série?
- Sim. – Ele disse sorrindo. – Sou eu mesmo.
- Se deu bem ein maninha! – Ela disse soltando gargalhadas. – Esse é meu marido. – Ela disse puxando o último homem que eu não havia reconhecido. Alto, musculoso, ruivo e bem pálido. – Poe McGyver.
- Prazer Poe. – Eu disse estendendo a mão, ele deu a sua e nós balançamos, soltando logo em seguida, ele parecia tímido e era muito gelado.
- E essa é minha esposa! – Matthew disse puxando a loira para perto de nós. – Danielle.
- Prazer querida! – Ela disse, vindo me abraçar e depois dando um beijo. Ela já parecia ser extrovertida.
- E esses são seus sobrinhos. – Matthew apontou para o casal de gêmeos. Eu tinha sobrinhos. – Jake e Jane.
- Percebi né. – Eu passei a mão pelos cabelos do garotinho sorrindo.
- Porque você quis voltar? – Meu pai disse, segurando a minha mão, e depois a beijando.
- Eu passei por muita coisa nos Estados Unidos, eu tinha medo de voltar. Mas felizmente esses dias eu consegui voltar. Mas só vou ficar três dias... – Eu disse fazendo uma cara que só faltava o biquinho.
- Só três dias, querida? – Minha mãe disse colocando a mão no queixo com indignação. – Sente ai, querida. – Minha mãe puxou uma cadeira para ela. A mesa da cozinha era outra, de madeira, com um vidro no meio, e com muito mais assentos que a outra antiga. Eu puxei uma cadeira para mim e para Tyler, e nos sentamos.
Foi uma longa tarde conversando, contei como têm sido meus últimos anos, sem citar os assassinatos, ou que eu era uma caçadora e muito menos os lembrando do que eu era. Eu levantei da cadeira, chamando Tyler dizendo que nós ainda precisávamos confirmar a presença no hotel, o que era verdade mesmo, precisávamos ir para confirmar a presença naquele dia. Minha mãe insistiu para que ficássemos mais um pouco e até ofereceu a casa para que passássemos os três dias, mas já tínhamos feito reserva no hotel, e seria um desperdício de dinheiro mesmo. Nós dois saímos e Tyler dirigiu até o hotel, ele cuidou das reservas e etc. Enquanto eu fui para o quarto, era só um quarto comum de hotel, mas refinado é claro, afinal, Tyler era um ator. Quando eu olhei para a janela me dei conta que já era de noite e maioria das pessoas estava se preparando para dormir, passei um bom tempo conversando com eles. Tyler subiu e falou que já estava tarde mesmo e nós estávamos cansados.
Ele colocou uma caça de moletom e ficou sem camiseta, eu coloquei uma calcinha de algodão preta e uma camiseta bem larga branca e velha do Ramones, eu deitei e logo depois senti Tyler enlaçando os braços em minha cintura, eu me virei de forma à ficar de frente com ele e dei um beijo demorado. Falei boa noite e fechei os olhos. Voltei a ter o mesmo sonho do avião.
- Bom dia, princesa... – Tyler estava em cima de mim, literalmente em cima de mim, eu estava de bruços e ele distribuindo beijos e mordiscadas pelo meu pescoço.
- Tyler... Sai de cima de mim...
- Ahn, não.
- Tyler. – Eu balancei meu corpo embaixo do dele.
- Na-na-ni-na-não.
- Ok. – Eu virei de barriga para cima o fazendo cair do outro lado da cama. – Eu mesmo te tiro.
- Vem aqui. – Eu ia levantando e ele me puxou de volta fazendo agora eu ficar em cima dele para que ele pudesse me beijar. E foi isso mesmo que ele fez.
- Levanta. Eu quero dar uma passada pela cidade. Ver o que mudou ou o que não mudou. Relembrar os velhos tempos... Anda. – Eu levantei ficando de frente com ele em cima da cama.
- To com preguiça! – Ele disse se espatifando pela cama e fazendo uma careta.
- Problema. É. Seu. Levanta. Agora.
- Pfft... – Ele se levantou bem lentamente e me agarrou por trás enlaçando os braços em minha cintura e de novo beijando meu pescoço.
- Você não se cansa?
- De você? De te abraçar? Por que eu cansaria? – Ele me apertou mais ainda contra seu corpo.
- Ok... Vai tomar um banho e se trocar. Por favor. – Eu virei e lhe dei um beijo, logo em seguida fui para o banheiro. Tirei a roupa e entrei no box, liguei o chuveiro quente e comecei a tomar banho.
Veio-me a cabeça todos os abraços, o do meu irmão, da minha irmã, da minha mãe... Do meu pai... Tanto tempo sem ver eles, agora eu simplesmente chego aqui querendo que eles me recebam bem, com abraços e beijos, foi exatamente o que fizeram. Mas eu não pude deixar de sentir a pontada de culpa dentro de mim, era injusto. Tudo aquilo. Era injusto. Eu os deixei para trás sem me importar em vir visita-los há oito anos. Depois eu simplesmente apareço. Assim, do nada. Era injusto com eles, mas eu sentia falta, eu tinha que vê-los, sim, sou egoísta, só me importo comigo, pode achar o que você quiser, mas eu precisava vê-los, querendo ou não, dia menos dia eu acabaria chegando nessa decisão. Afinal, eles poderão viver no máximo noventa anos e eu viverei uma eternidade, porque não aproveitar o tempo que eu tenho agora? Depois eu não vou ter mais. Eu não iria ter o direito de sentir falta deles sem nunca ter me preocupado em vê-los, mesmo sabendo a injustiça que eu estava fazendo, e eles por súbita inocência, simplesmente aceitaram. A inocência. Algo que eu gostaria de ter, mas perdi na primeira vez em que eu senti o cheiro do meu irmão. Algo que eu gostaria de recuperar. Se tivesse um jeito. Inocência... É uma palavra totalmente excluída do vocabulário de um hibrido e um vampiro. Essa palavra não existe para nós, a não ser aqueles que morrem por não querer ser o que eu sou... Gostaria de ter feito isso há oito anos.
Enquanto eu retirava o shampoo, passou pela minha cabeça eu simplesmente avisar Tyler que estávamos indo embora e simplesmente... Voltar para Los Angeles. Deixar a minha família com a vida que eles estavam levando dês de quando eu sumi. Eu tinha cunhados, eu tinha sobrinhos! Eu deixei tudo isso passar. É... Por um momento o que eu mais desejei no mundo foi que aquela mulher que me transformou simplesmente tivesse quebrado meu pescoço, para que eu morresse de uma vez. Desisti do pensamento de ir embora. Saí do banho e coloquei uma regata branca com uma calça preta e uma bota preta também, com uma jaqueta de couro. Tyler colocou uma camiseta vermelha com gola V e calça jeans escura, ele ficava lindo de qualquer jeito!
- Para sua casa... Ahn... Quer dizer... Para casa dos seus pais? – Tyler disse quando entramos no carro, mas eu nem sequer percebi que ele tinha falado comigo. – Aly?
- O que? – Eu disse me virando para ele e percebi naquele momento que ele estava falando comigo.
- Para a casa dos seus pais?
- Sim... Pode dirigir um pouquinho devagar? Por favor?
- Claro amor.
Eu pedi para que ele dirigisse devagar para que eu pudesse olhar a cidade. Passei por uma garota que tinha mais ou menos uns vinte anos, ela estava com um vestido vermelho um pouco acima do joelho sem mangas, carregando um bebê nos braços, com o cabelo loiro comprido e redondo balançando com o vento, quando ela virou a cabeça e eu vi seu rosto, eu quase não acredite... Liesel Angel. A garota que foi minha melhor amiga dês de meus três anos, eu cresci ao lado dela, ao menos ela conseguiu ter uma família. As garotas daqui se casavam muito novas e tinham filhos muito novas, diferente de qualquer cidade que eu visitei nos Estados Unidos, e também diferente de Los Angeles.
Tyler estacionou o carro e eu parei de frente para o portão, quando eu ia apertar a campainha meu celular vibrou em meu bolso da calça de trás, eu o peguei e fiquei paralisada com o que estava escrito na mensagem enviada por Hunter.
Volta agora! O Elijah sumiu. Venha o
mais rápido que você puder vir!
PS: Hunter
• • •
De volta ao avião. Agora eu estava nervosa e Tyler estava muito calmo. Tyler ficou escutando música enquanto eu não conseguia fazer nada, nem ler um livro, ou escutar música, ou assistir a algum filme, tudo que eu conseguia fazer era ficar sentada no banco do avião paralisada. Esperando para que o avião pousasse em Los Angeles e eu tirasse essa história a limpo. Veio-me a cabeça um dia que alguns caras me sequestraram, vampiros que trabalhavam para o Eric. Elijah foi quem me procurou e me tirou de lá. Salvar ele era meio que uma obrigação agora. Eu nem sequer prestei muita atenção no voo ou nos lugares por onde passamos, eu fiquei paralisada ali no banco a viagem inteira, sem ler ou ouvir música, sem beber nada, apenas olhando para o nada o tempo inteiro, com a cabeça vazia. Eu não conseguia pensar nem em Elijah. Nada, minha cabeça estava de novo um poço escuro e vazio.
Eu não vi muita coisa depois, maioria das coisas que fiz foi automático, sem prestar muita atenção, só voltei em mim quando eu estava no carro, mandei Tyler me deixar em minha casa e pedi para ele ir para a dele. Claro que ele insistiu para ficar comigo, mas eu quase tive que hipnotiza-lo para que ele me deixasse lá. Fiquei de frente com a porta com medo do que Hunter poderia me dizer ou do que eu poderia encontrar lá. Eu girei a maçaneta devagar e adentrei a casa. Charles estava assistindo TV, eu passei reto por ele e parece que ele falou oi, mas eu nem prestei atenção. Hunter estava na cozinha lendo um livro.
- Hunter! Cadê ele? – Eu perguntei desesperada com o celular na mão.
- Cadê quem? – Ele parecia confuso.
- O Elijah!
- O que? – Ele ainda parecia confuso.
- Fala sério! Você me enviou uma mensagem!
- Ahn? Deixa eu ver essa “mensagem”. – Ele gesticulou entre aspas e pegou o celular da minha mão, examinou a mensagem e voltou o olhar sério e determinado para mim.
- Eu não mandei essa mensagem.
- O que? – Eu gritei com olhar de indignação. – Tá dizendo que eu cruzei o país desesperada, deixei minha família que eu não via há oito anos, por causa de uma mensagem que me mandaram errado?
- Ahn... – Ele se levantou, encostou-se na bancada e colocou a mão no queixo com a expressão de pensativo.
- Mas cadê o Elijah?
- Ele está lá em cima. – Eu chamei o nome dele e me aliviei quando ele me respondeu do andar de cima. – Mas essa mensagem...
- Quem será que mandou? Mas tem o seu nome. Espera... – Eu me lembrei de algo. – Você perdeu seu celular! – Eu disse me lembrando de Hunter revirando a casa inteira mês passado por ter perdido o celular, mesmo assim não encontrou.
- Exatamente...
- E sabia o nome do Elijah...
- Foi proposital isso, tenho certeza...
- Ele me fez voltar aqui, então pode ser que... – Eu parei de falar e também parei de gesticular, fiquei com os olhos arregalados ao perceber o que era... Não podia ser! Eu peguei o celular na hora e disquei o número, Hunter ficou me olhando confuso. – Tyler? – Alguém havia atendido, mas não respondeu de primeiro.
- A-alô? – Era a voz dele, mas estava tensa, eu podia perceber.
- Tyler? Você está bem?
- Ahn, e-eu t-tô... – Ele começou a ficar muito tenso.
- Tem certeza? Você está tenso. – Eu perguntei preocupada.
- Ahn. N-não... Eu to bem...
- Eu vou aí. – Eu já ia pegar a chave do carro.
- Não! Ahn... Não... Não venha, por favor. – Ele continuava tenso, algo estava acontecendo.
- Por quê?
- Só não venha, por favor, amor.
- Ok... Beijo. Te amo.
- Outro, também te amo. – Ele desligou em seguida na hora, não me dando chance de falar mais nada.
- Eu vou lá. – Eu disse para Hunter.
- Mas ele falou que está bem, não falou?
- Eu conheço o Tyler. Algo está acontecendo.
- Ok. Qualquer coisa, me LIGA.
- Tudo bem. – Eu peguei as chaves e saí, sem prestar atenção se alguém me chamou ou não.
Eu entrei no carro e dirigi como uma doida, eu nem prestei atenção no trânsito, somente ouvia as buzinas tocando de todos os lados da rua. Parei em frente da casa de Tyler e não me preocupei em estacionar o carro direito, simplesmente cheguei, desliguei o carro e saí correndo. Apertei a campainha e ninguém atendeu. Mais um motivo para que eu ficasse louca de preocupação. Apertei de novo. Nada. Apertei mil vezes seguidas. Nada. Eu perdi a paciência e abri a porta com violência, quando entrei eu quase tive um treco. Tyler estava amarrado em uma cadeira, com as mãos e os pés atados e com um lenço na boca. Eu avancei para frente e alguém me pegou por trás, colocou a mão em minha boca. A última coisa que senti antes de desmaiar foi uma seringa em meu pescoço.
Continua...
Autor(a): Mac
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 5 Eu acordei na mesma sala da casa de Tyler, estava atordoada, com a visão dupla, fui me recuperando, olhei para a esquerda. Tyler do meu lado ainda amarrado e acordado, mas com os olhos fechados. Olhei para a direita. Três homens encostados na parede, rindo. Um deles se aproximou de mim e retirou o lenço que estava em minha boc ...
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