Fanfics Brasil - Capítulo 6 e 7. The Allyson diarie

Fanfic: The Allyson diarie | Tema: Vampiros e hibridos


Capítulo: Capítulo 6 e 7.

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Capítulo 6 (Cinco meses depois)


Estávamos felizes. Tyler e eu tínhamos voltado ao normal. David tinha comprado uma casa ali em Los Angeles, um emprego no set de filmagem e ia quase todo dia à nossa casa. Estava tudo extremamente perfeito. No momento, os atores e alguns outros funcionários tinham conseguido férias de três semanas para descansar, isso incluía eu, Tyler, Charles, Elijah e David. Tyler e eu resolvemos ir a um parque de diversões. Ele quase vomitou na roda-gigante, e foi preocupante, mas engraçado, confesso. A tarde tinha sido ótima mesmo. Tinha. Tyler foi embora para a casa dele e eu fui para a minha que estava vazia, eu não estranhava muito essa situação nos últimos três meses, ainda mais quando estávamos todos de férias. Meu celular vibrou, uma mensagem de Tyler pedindo para eu ir até a casa dele, eu perguntei por que, mas ele respondeu “Apenas venha.” E foi isso que eu fiz.


Bati na porta e ouvi alguém dizendo “Entra”, sim, alguém, e esse alguém não era Tyler, era uma voz feminina. Oh-uh. Abri a porta e a quase que aquela cena se repetiu. Tyler amarrado, mas dessa vez de pé sendo segurado por um vampiro. Ao lado direito dele Elijah, preso por correntes e do lado direito Charles e ao lado de Charles, David. Me virei para trás na hora por impulso, da última vez me pegaram por trás, mas dessa vez, o que eu vi foi Hunter ajoelhado no chão e sangrando no peito e na boca, suado. Em volta da sala tinham vários vampiros e híbridos desconhecidos e então Poe, ou melhor, Eric, tomou a frente e abriu os braços para mim, em sinal de abraço.


- Querida! Que tal um abraço? Hum?


- Eric...


- Fico feliz que saiba meu nome verdadeiro! – Ele deu um sorriso fingidamente inocente.


- O que você quer Eric?


- Você já devia saber. – Ele cruzou os braços e começou a rondar a sala.


- O que? – Ele riu.


- Como vocês não contaram isso para ela? – Ele pegou o cabelo de Hunter, fazendo-o olhar para ele.


- É ela quem escolhe. – Hunter respondeu secamente.


- O que? O que? Me falem! – Eu disse impaciente.


- Minha querida. – Dois vampiros me pegaram por trás e ataram minhas mãos, eu comecei a me debater. – É melhor você ficar quieta para podermos conversar civilizadamente.


- Você acha que é civilizado prender pessoas à força? – Ele ignorou meu comentário, sentou-se no sofá. Os dois vampiros me jogaram no sofá e eu fiquei sentada simplesmente, eu sabia que se tentasse alguma coisa a situação ficaria pior.


- Dês de quando você nasceu querida... Seu destino estava selado. Você seria um de nós. – Ele disse apontando para os vampiros e híbridos em volta. – Mas você seria minha. Você iria nos acompanhar para a nossa luta.


- Você tá louco? Nem em um milhão de anos eu irei te obedecer!


- Ok... Olhe para eles. – Ele olhou para Tyler, Elijah, Charles, Hunter e David. Eu acompanhei seu olhar. – Venha comigo... Ou você vai perder todos que te amaram. – Ele olhou para Hunter. – Um pai. – Olhou para Charles. – Um irmão. – Olhou para Elijah. – Um conselheiro. – Olhou para David. – Um amor proibido. – Olhou para Tyler. – Uma alma gêmea.


- Eu não posso ir com você! – Eu falei. Nesse momento Hunter gritou. Eles estavam colocando uma erva de bruxa que nos queimava em suas costas. – NÃO!


- Você que sabe querida.


- Por quê? Porque eu sou tão importante para você? Eu nem sou forte! – Ele soltou uma risada.


- Você que pensa querida.


- Pare de me chamar de querida! – Eu gritei. Ele se se encostou ao sofá, preguiçosamente e colocou as mãos atrás da cabeça.


- E então? Vai vir conosco?


- Onde? – Ele não respondeu. Só deu um riso de lado. – Tenho que resolver agora?


- Você pode demorar mais para resolver. Mas cinco pessoas não ficarão bem aqui. – E olhou para eles de novo.


- Não! – Eu disse.


Silêncio.


Eu olhei para eles, olhei para Eric, olhei para todos em volta. O que Eric pretendia fazer não era bom, não sabíamos o objetivo dele, só sabíamos que ele estava fazendo um exército. E pretendia que eu estivesse no meio! Tudo isso... Dês de o começo foi como uma encenação, tudo isso já estava preparado para mim. Eric já estava me esperando no dia em que eu nasci. Mas algo eu não entendia... Porque ele queria tanto a mim se eu sou só como qualquer outro hibrido? Porque ele queria justamente... Eu? Mas a segurança das cinco pessoas que eu mais amava estava em jogo não é? Eu não poderia recusar quando ele estava jogando isso sobre mim. Não era justo. E eu não podia fazer nada além de dizer...


- Eu vou com você. – Eu disse por fim, depois de um longo silêncio.


- Aly! Não! Você não pode fazer isso! Não! – Tyler e Charles gritavam juntos enquanto se debatiam para se soltar. David, Elijah e Hunter estavam com a cabeça baixa, quase chorando, vencidos.


- Boa garota. – Eric disse. – Solte os galãs. Se eles tentarem alguma coisa... – Eric havia levantado, nesse instante eu levantei e o puxei pelo braço.


- Com uma condição. Eu vou estar com você, mas você nunca relará um dedo neles. Nem que eles tentem alguma coisa. – Eric sorriu e passou as costas da mão em meu rosto, eu recuei.


- Tudo bem. Caso você não venha. Eu cuidarei deles.


Todos foram soltos, os outros vampiros e híbridos saíram da casa, como se soubessem que nós gostaríamos de privacidade, mas Eric e alguns outros continuaram lá fora, em frente de nossa casa. Eu corri para Hunter que estava deitado no chão todo ensanguentado. Os outros estavam tirando as correntes e Tyler estava ajoelhado chorando com a cabeça baixa. Eu desamarrei Hunter e o abracei, depois abracei os outros e dei um beijo em Tyler.


- Você não pode ir Aly. Você não pode... Não pode... Eu te amo... – Tyler estava com um mar dentro dos olhos que começavam a escorrer pelos olhos. Minhas mãos estavam dos lados de seu rosto, ele acariciava-as com suas mãos. – Você não pode ir... O que eu vou fazer sem você? Eu não vou conseguir viver.


- Tyler. – Eu acariciei seu rosto com os polegares. – Eu também te amo, e é por isso que eu vou. Pra você ficar seguro. É isso que você faz quando ama alguém. Tenta deixa-lo seguro. Você já passou por muita coisa comigo, não posso te deixar sofrer mais ainda.


- Acredite... Se você estiver longe, vai me fazer sofrer mais ainda. – Eu não demonstrei, mas paralisei por dentro. David tinha dito a mesma coisa.


- Esse é o melhor para todos Tyler... Não faça isso mais difícil... – Eu comecei a chorar. – Por favor. – Eric apareceu na porta.


- Querida, precisa buscar suas roupas, meus híbridos levam vocês lá. Acho justo que haja uma despedida.


Eu estava no quarto arrumando minhas roupas na mala quase cheia, cheia de livros, roupas de bandas e botas de couro. Todos estavam lá embaixo, de cabeça baixa, Tyler chorando, Hunter indiferente e triste, Charles e Elijah indignados, David cabisbaixo. Ouvi minha porta abrindo, fechando e sendo trancada. Lá estava David.


- Você é louca? – Ele disse se aproximando de mim.


- Eu não tenho escolha... É por vocês.


- Você tem escolha sim. Fique e lute conosco. – Eu ri.


- David... Você mesmo viu que Eric é perigoso e poderoso. Não há chance de seis caçadores lutarem com provavelmente um exército inteiro! Vocês logo se esquecem de mim... – Eu voltei a arrumar as malas, David me virou para ele.


- Não é tão fácil assim Allyson. Eu não posso simplesmente esquecer de você.


- Porque não pode?


- Porque eu te amo. – As lágrimas inundaram os olhos dele, ele abaixou a cabeça com esperança de que eu não visse.


- Ei. – Eu coloquei a mão em seu ombro, subindo ao seu rosto. – Eu... – As duas palavras que faltavam não saíram...


- Sei que você não pode pronunciar essas palavras. – Ele riu. – Por favor, Aly. Fica... Você sabe o quanta tristeza vai deixar aqui?


- É pela segurança de vocês David! Eu amo vocês e não posso deixar que se machuquem!


- Para com isso! Para de se preocupar! Cada um é responsável pela sua vida! Você se acha superior não é? Todas as vidas estão na sua mão... Mas não é! Não é!


- As suas vidas estão em minha mão! – Eu gritei. Ele sentou-se na cama. Eu sentei ao lado dele e passei a mão por sua coxa e seu joelho.


- Já que eu nunca mais vou te ver. Pode falar o que eu mais queria ouvir? – Ok... Com um pouco de esforço elas sairiam, mas não tão sinceras.


- Eu... Te amo David. – Nossos olhares se encontraram, ambos úmidos, e depois nossos lábios estavam colados. – Temos que parar de fazer isso. Eu tenho um namorado sabia? – É. Tinha um namorado. Antes de resolver sair por aí com um hibrido louco que poderia te matar ou matar todos que você ama simplesmente de uma hora para a outra. Nós dois rimos, testa com testa.


- Mas que é bom, é bom.


- Eu sei...


- Aly... Por favor... Fica. – Eu levantei e fiquei de frente com ele.


- David! Eu não posso! – Continuei a arrumar minhas malas.


Eu arrumava as peças dentro das malas delicadamente, David se inclinou um pouco e ficava me olhando, sem fala, olhando cada movimento que eu fazia sem soltar uma única palavra. Era até interessante o jeito dele de olhar para minhas mãos e meu rosto, os olhos dele estava âmbar com cinza. Eu enfiei um monte de livros por baixo das roupas, levei meu guarda-roupa inteiro. Quando as malas estavam arrumadas eu coloquei-as no chão. Estariam extremamente pesadas para um humano. David pegou a outra mala e me ajudou a descer com elas. Eu desci e lá estavam todos cabisbaixos, com os olhos com as lágrimas escorrendo pelos rostos macios e delicados. Eu abracei um por um, que falaram palavras carinhosas em meus ouvidos, Hunter disse algo parecido com “Eu vou atrás” ou “Eu nunca vou te deixar”, mas não dei muita atenção para isso. Eu já havia abraçado e até beijado David, quando eu ia entrar no carro ele veio correndo, me puxou pelo braço e colocou a boca em meu ouvido.


- Eu nunca vou desistir de você. – Ele disse com uma voz de veludo. Eu me afastei e dei um beijo em seu rosto. Não me importei se Tyler ou os outros vissem, eu estava indo embora, talvez para sempre.


Eu entrei no carro e observei a expressão de cada um pela janela do carro. Eric estava na frente no banco de passageiro e tinha algum hibrido que eu não conhecia dirigindo. Eu não perguntei onde estávamos indo. Simplesmente deixei que eles me levassem. Não importava para onde eu ia, poderia até ir para Sillent Hill, contanto que eles estivessem seguros e intactos em Los Angeles, eu não me importava, também seria de grande ajuda que eles não fizessem besteira ou viessem atrás de mim. Eu perdi a noção de tempo e não sei dizer quanto tempo a viagem demorou, eu simplesmente fiquei olhando as árvores, casas, prédios e lojas pela janela do carro. Sem falar nada, imaginando se eles ficariam bem sem mim. Se Tyler poderia suportar a vida sem mim, eu realmente acho que ele poderia não ficar muito bem. E David também.


Quando paramos em frente a uma casa, certamente de Eric, fui parar em Atlanta. Eu segui Eric que abriu a porta para mim, entrou na casa e abriu os braços.


- Bem vinda Aly. – Eu não liguei para o comentário.


- Onde é meu quarto?


- Suba as escadas e escolha um dos três últimos pra você. – Eu acho que esse era o certo mesmo. Aquela casa era enorme, parecia ser antiga com os móveis de madeira e as portas envernizadas.


Eu subi as escadas e vi uma porta, tentei abri-la para ver o quarto, mesmo sabendo que eu não deveria escolher aquele, trancada. A segunda porta estava aberta, e o quarto parecia já estar ocupado, certamente era o de Eric, eu ia para o quarto mais afastado. Fui andando pelo corredor do andar de cima, passei por várias portas de quartos e dois banheiros, cheguei ao fim do corredor e tinha uma porta lá, abri e era um quarto, um simples quarto normal e branco, livre e longe do de Eric. Eu iria ficar lá. Entrei, fechei a porta e tranquei, comecei a desarrumar as malas para guardar no armário que estava vazio, eu iria tentar me ocupar fazendo algumas coisas para que minha mente não parasse neles... Mesmo assim, era impossível, eu estava mexendo nas malas e ao mesmo tempo vendo o rosto de cada um em minha mente, gritando para que eu voltasse... Chorando, esperneando, me agarrando... Eu só conseguia ver isso na minha mente. Nada mais.


As roupas estavam no armário e os livros bem guardados. Tomei um banho no banheiro do quarto e troquei de roupa, colocando um jorte preto até os joelhos e uma camiseta dos The Beatles bege. Eu sentei na cama de modo a ficar quase deitada, involuntariamente as lágrimas começaram a roçar em meu rosto, eu não as limpei, simplesmente deixei-as sair. E chorei, chorei e chorei, até que senti que meu corpo poderia secar do tanto que lágrimas que resolveram sair. Eu seria obrigada a viver assim pelo resto da minha vida? Com essa angustia no coração? Essas lágrimas que com certeza irão cair diariamente? Será assim? Ok... Se for assim eu prefiro me matar. Sinceramente, essa opção me passou pela minha cabeça. Sim, eu sei que parece loucura, mas... Eu não sei se iria aguentar. Mas também sei que os seis homens mais importantes da minha vida não iriam aguentar se eu estivesse morta, pelo menos eles sabem que eu estou viva. E eu iria lutar, e então eu cheguei à simples conclusão: Eric me trouxe para a própria casa e está dando sopa não é? Ok. Eu vou mata-lo.


Ouvi alguém bater na porta. Eu sabia que não era Eric porque a presença dele não estava tão perto assim. Eu me levantei e abri a porta. Dei de cara com uma garota, parecia ser da minha idade, os cabelos loiros, compridos e lisos repartidos ao meio, os olhos castanhos claros e brilhantes, os traços de seu rosto eram muito delicados. Assim como os meus.


- Posso ajudar? – Eu disse.


- Ahn... Eu... Moro aqui... Gostaria só de te conhecer... – Mora aqui? Não deve ser de confiança.


- Ahn... Allyson... Allyson Parker. – Eu estendi a mão sorrindo. Ela pegou e me cumprimentou, soltando logo em seguida.


- Zoe... Zoe Brown. – Ela parecia tímida. – Eu gostaria de conversar com você.


- Claro entre aqui. – Ela entrou em meu quarto, eu fechei a porta. Ofereci a cama para ela se sentar, e me sentei ao lado dela. – Você é uma humana... Certo?


- Bom... Sim... Sou uma humana ainda, mas sou uma bruxa. – Ok... Eu não consegui conhecer ninguém normal além de Tyler.


- Ah sim...


- Você parece odiar Eric também não é?


- Sim... Ele me tirou tudo que eu tinha. E você? Também o odeia?


- Sim... Minha família toda morreu, ele me acolheu, eu pensei que ele seria bom para mim, mas depois... Ele só me acolheu por eu ser uma bruxa, sou nova e experiente, tenho poder de sobra. É difícil achar bruxas assim hoje em dia. Ele me trouxe a força e eu descobri que ele é o assassino da minha família... Eu queria mata-lo. – Eu olhava para ela de olhos arregalados. Silêncio. Eu voltei meu olhar para ela depois de ter abaixado a cabeça.


- Eu já teria matado há tempos se tivesse encontrado ele antes. – Ela riu. – O que foi?


- Você não iria conseguir de qualquer jeito...


- Por quê? – Ela estava duvidando de mim?


- Uma simples estaca não pode matar um original, assim... De uma hora para a outra.


- O que você... Quer dizer?


- A única arma que pode matar um original é uma estaca de carvalho branco. Um tipo de árvore.


- E onde eu posso encontrar esse tipo de “arvore”?


- Então... Eu já teria matado ele há tempos. Esse é o problema.


- Qual?


- Todas as árvores de carvalho branco foram queimadas, os humanos acham que foram misteriosamente, mas a verdade é que foram os originais, como Eric. E só sobrou uma casa feita de carvalho branco.


- Aonde?


- Outro problema. Só sei que é em Inglewood. Mas não sei a localização exata. E não tenho como sair daqui para procurar. Estou literalmente presa.


- Um dia eu vou matar Eric. Com minhas próprias mãos. E se simplesmente eu arrancar o coração dele?


- Não dá certo? – Ahn?


- Que? Como assim não dá certo? Você ouviu? Eu vou tirar o coração dele.


- Eu sei, mas não adianta. A estaca de carvalho branco é o único jeito. Eric é um ser mágico. Não cientifico. – Eu assenti. – Mas mesmo que tenhamos a arma em mãos. Agora não é o momento certo para mata-lo.


- Como assim?


- Não me pergunte. Eu não sei explicar. Só sinto, e tudo que eu sinto é verdadeiro. Agora não é a hora de certa de matar Eric. Quando eu sentir que for. Eu juro que te aviso.


- Então estamos juntas nessa?


- Tecnicamente. Eu acho. – Nós demos as mãos. A porta se abriu e nós soltamos rapidamente como um reflexo. Era Eric. Ele olhou para Zoe com um riso de lado.


- Vi que já se conheceram não é? – Nós duas assentimos. – Ótimo. Zoe você pode passar pegar algumas bolsas no hospital e Allyson venha comigo. – E saiu do quarto.


- Você ainda é empregada dele? – Eu perguntei para Zoe.


- Infelizmente mais ou menos. – Eu olhei com olhar de indignação. – Mas é melhor obedecer. Não é muito bom irrita-lo. – Ela saiu do quarto. Ouvi Eric me chamando de novo, eu coloquei uma bota e fui.


Ele me levou até um bar, estava cheio e era escuro. As pessoas dançavam coladas, os bêbados gritavam e berravam, outras pessoas jogavam sinuca, outras se beijando e se jogando em tudo quanto é canto. Não era algo que poderíamos chamar de civilizado. Eric sentou- se no balcão e eu sentei ao lado dele (híbridos ainda podíamos tomar bebidas alcoólicas), ele pediu uma simples cerveja, o barman que estava servindo era realmente... Bonitinho e bem novo, e não posso dizer que eu não o fiquei secando. Eric percebeu, puxou o garoto pela gola de modo os olhares de encontrarem.


- Minha parceira vai querer um pouco de... Você. – Ele tinha hipnotizado o garoto. Eric soltou um riso e saiu de perto. Ele sabia que eu não tinha coragem de abandonar ele na minha situação. E não tinha mesmo.


O garoto saiu de trás do balcão deixando o amigo que também servia, sozinho, ele parou em minha frente, eu o levei para o banheiro masculino que estava vazio. E o mordi no pescoço, apertando seu ombro direito com uma das mãos e a outra passeando pelo seu peito, eu não quis admitir, mas queria descontar toda a minha raiva no pobre rapaz, eu não controlei a dor, ele simplesmente sentiu a dor, como se um animal o mordesse, o que realmente estava acontecendo. Eric poderia me transformar em um animal se continuasse assim. Eu retirei as presas do pescoço do garoto e comecei a lamber. Ele estava branco e pálido, acho que exagerei um pouco na dose... A expressão em seu rosto mostrava que ele estava aterrorizado e com muito medo. Ele avançou para sair correndo dali, eu fui mais rápida e me coloquei em frente à porta, eu o hipnotizei para que descansasse e voltasse a trabalhar quando se sentisse melhor e o forcei a esquecer do momento que tivemos. Ergui a gola da camiseta dele, saí do banheiro. Eric estava lá dançando uma música country com uma pobre garota bem nova com os cabelos loiros cacheados. Eu me sentei de novo no balcão e comecei a beber uma cerveja que pedi ao outro barman. Eu sentia que não iria gostar dos próximos dias. Eric parou de dançar com a garota, pagou a conta e me disse que teríamos que ir.


Fomos até uma casa grande em um campo um pouco distante da cidade, eu não ousei perguntar em momento algum o que Eric pretendia fazer, eu não queria saber nem em um milhão de anos nessa situação. Eric e eu estávamos no quintal, rondando ali. Ele apontou as portas dos fundos para mim, eu já tinha entendido: ficar ali esperando até que alguma coisa acontecesse, o que realmente seria provável. Ele foi até a porta da frente e eu fiquei ali no fundo esperando de frente com a porta, com as mãos apoiadas nos batentes. Não deu cinco minutos e eu ouvi dois gritos femininos, depois uma garota abriu a porta onde eu estava com intenção de fugir, mas deu de cara comigo. Era uma garota bonita, os cabelos cor de fogo que faziam cachos até sua cintura, os olhos verdes salpicados de castanho, era magra e um pouco mais baixa que eu. Eric estava segurando outra pelo braço, uma garota negra com cabelo liso e curto até os ombros, com os olhos negros cheios de medo. Eric olhou para mim e sorriu.


- Mate as duas. – Ele falou. Depois apontou com a cabeça para a ruiva. – E faça com que essa sofra mais. – E saiu pela porta, certamente ficou rondando o quintal e eu sabia que ele estava procurando alguma coisa ali.


Algo em mim pareceu aparecer, algo ao mesmo instante novo e velho, algo que eu parecia ter faz muito tempo, mas estava guardado em mim. Um sentimento de matança. Sentimento assassino. Eu não sei descrever o que fiz com aquelas garotas, mas só vi que ao fim tinha duas garotas grudadas na parede, cortadas ao meio e cheias de facas e pedaços de madeira fincada em cada centímetro de seus corpos. E por mais horrível e nojento que pareça, eu não senti remorso algum em fazer aquilo com aquelas pobres garotas. Eu sei... Isso é horrível. Mas é isso que seria da minha vida agora para frente, ou eu aceitava e continuava, ou eu me matava e deixava algumas pessoas em depressão ou senão eu poderia bota-los em perigo. E claro. A primeira opção é a melhor.


 


•     •     •


Quatro... Quatro malditas semanas já tinham se passado, e eu perdi a conta de quantas pessoas eu tive que torturar, perdi a conta de quantas pessoas tive que matar... Eu vi mais sangue do que se vê em uma mansão repleta de bolsas de sangues por todo quanto é lado. Eu virei uma estripadora. Eu arranquei cabeças, arranquei corações, enfiei facas em gargantas, eu... Eu odeio ter que lembrar tudo isso. Mas eu acho que a sensação da culpa ou remorso estão atrasados. Nenhum deles me dominou ainda, nem sequer um pingo de culpa.


Eu estava ali na minha nova “casa”, andando sem ter o que fazer, Eric tinha saído e me mandou ficar ali sem fazer nada. Subi as escadas e comecei a andar pelo extenso corredor, observando as portas, avistei um besouro, ou uma barata, seja lá o que aquele bicho era, e entrou debaixo daquela porta que há duas semanas estava trancada, e por algum motivo, Eric sempre a mantinha traçada, quando entrava, ele trancava e quando saía, também trancava. “Ninguém além dele deve entrar naquele quarto, ninguém sabe o que tem lá” Zoe dissera. Mas eu estava curiosa, girei a maçaneta inutilmente mesmo sabendo que estava trancada, mas por algum motivo, estava aberta, Eric deve ter se esquecido de tranca-la. Eu girei a maçaneta devagar e a porta abriu, fazendo um rangido bastante agudo e irritante. Quando eu entrei automaticamente meus olhos se arregalaram e meu queixo caiu. A sala não deixava de ser um quarto normal de um homem refinado e cheio de frescuras, a não ser pelos milhões de quadros, distribuídos por todas as paredes, mesas e cadeiras. Fotos em branco e preto de uma época antiga, como alguns anos depois da invenção da máquina fotográfica. Mas imagens bonitas, e porque meu queixo caiu? Eram fotos minhas. Não fotos minhas, mas era uma garota idêntica a mim, sem ter o que tirar ou colocar, o mesmo cabelo, os mesmos olhos, o mesmo corpo. Era... Eu em outra vida. E meu queixo caiu mais ainda quando eu olhei na parede à minha direita. Um desenho enorme que ocupava a parede inteira, um desenho do meu rosto, séria e determinada. Mas aquela não era eu. Não podia ser. Vi palavras miúdas escritas no canto inferior esquerdo do quadro. Cheguei mais perto para ver e estava escrito.


“Minha eterna Mackenzie Maya. Por Eric Adams.”


Era um dos desenhos mais bonitos que eu já vi em toda a minha vida. Eu como uma desenhista, sim, eu amava fazer desenhos e por isso ficava atrás de desenhistas famosos. Era o mais bonito e mais formoso, com meu rosto estampado nele. Quer dizer, o rosto de alguém idêntica a mim. Eu peguei um dos quadros que ficavam em uma cômoda, uma foto preta e branca dela observando o pôr do sol em uma varanda de uma casa, com os cabelos ao vento, com uma linda moldura negra. Eu fiquei ali observando aquela foto, sem movimentos, eu estava pasma, até que ouvi uma respiração ofegante atrás de mim.


- O que diabos você está fazendo aqui?


- Eric... Eu... – Queria te perguntar POR QUE VOCÊ TEM FOTOS DE UMA GAROTA IGUAL A MIM NESSE QUARTO INTEIRO?


Ele me pegou pelo braço e me atirou para fora no quarto, saiu também do quarto e trancou. Fechou olhos, ainda de costas para mim, respirou fundo e ficou de frente comigo.


- Escute aqui Allyson. Nunca. Mais. Entre. Nesse. Quarto. Ouviu bem? – Ele disse apontando o dedo para minha cara.


- Sim... Me desculpe. – Ele ia indo. – Eric. – Ele parou, e se virou para mim novamente.


- O que?


- Ela não era... Eu?


- Não Aly. Ela não era você.


- Quem era?


- Não te interessa. Se arruma. Vamos ter um encontrozinho.


- Ok.


Eu não estava muito ansiosa para o “encontrozinho”, com certeza eu teria que matar mais algumas almas inocentes, oh! Que grande novidade... (Ultimamente). Me arrumei, coloquei uma camiseta vermelha lisa de mangas compridas, uma calça preta e uma bota preta de couro. Saímos pela estrada. Eric estava me levando para uma floresta. Ok. Isso é estranho. Quando chegamos ao fim da estrada ele desceu do carro, me pus a fazer o mesmo. Ele começou a andar seguindo uma trilha, eu estava o seguindo. Depois de um tempo andando em silêncio, adentramos um acampamento de lobisomens. Muitas matilhas faziam isso, se juntavam no dia de lua cheia em uma floresta bem afastada da cidade e aproveitavam, outros se prendiam a correntes no porão esperando pela transformação. Eric parou no meio do acampamento, eu estava atrás dele. Todos do acampamento olharam com olhares tortos e olhos arregalados. Só um louco invadiria um acampamento cheio de lobisomens, na noite de lua cheia! Mas eu não sentia perigo algum, apesar de saber da minha situação.


- Cadê o líder de vocês? – Eric perguntou ao geral.


- Sou eu. – Um homem que parecia ser um caipira, baixo, mas forte, com os cabelos castanhos claros e uma barba que cobria o maxilar, os olhos verdes precisos. – Vocês dois são loucos de aparecer aqui?


Eric olhou para mim e fez um movimento com a cabeça, eu já havia entendido. Avancei para o homem em uma enorme velocidade, em segundos ele estava de joelhos em minha frente e eu segurando-o pelos braços. Eric se aproximou de nós, rindo, depois cortou o próprio pulso e deu para o homem beber, ele relutou, mas tomou uma boa quantidade. Eric moveu a cabeça para mim de novo em direção ao homem. Eu o levantei e mordi seu pescoço, retirando uma boa quantidade de sangue e fazendo um grande estrago em seu pescoço, resultando na morte. Eric olhou em volta.


- Quem é o próximo?


Isso se repetiu mais cinco vezes, até que o líder acordou. Tremendo e confuso. Tremendo exageradamente e começou a tossir sangue. Eric pensou “Isso não é um bom sinal, não é”. O homem fugiu, Eric não precisou fazer muita coisa, meu impulso foi sair correndo atrás dele. Eu corri uma boa distância até que trombei em uma árvore, levantei e balancei a cabeça. Quando olhei para a direita. David. David lutando contra o maldito homem que tentava mordê-lo, colocando-o contra a árvore. Posicionei-me atrás do homem e em um segundo havia um coração caindo da minha mão e um corpo do lado. David olhou para mim de olhos arregalados, depois simplesmente pegou meu rosto com as mãos e me beijou. Eu cedi, depois recuei.


- O que você tá fazendo aqui? Você é louco? – Ele voltou a me beijar.


- Sim! Por você eu sou louco! – Ele disse meio enrolado com os lábios no meu. Eu recuei de novo.


- Pára David! Só você veio?


- Sim.Eles não sabem que eu estou aqui.


- O que você veio fazer aqui?


- Te levar de volta para a casa. – Ele pegou uma de minhas mãos e me puxou. – Vamos. – Eu recuei de novo.


- O que? Não! Eu não vou voltar com você! Eu mudei de lado David! Agora eu estou com Eric! – Eu lutava para que as lágrimas não saltassem dos meus olhos, eu estava falando aquilo pelo bem deles.


- Não! Você não pode ficar com o Eric!


- Sim eu posso. E só te digo uma coisa. Nunca mais venha atrás de mim. Me esqueça.


- Eu não posso simplesmente te esquecer Allyson!


- ME ESQUEÇA. – Eu o calei, em seguida sumi dali, não aguentaria olhar mais um segundo para a cara dele.


Eu saí correndo dali e quando consegui uma boa distância, coloquei as mãos nos bolsos da calça e comecei a andar lentamente. Eu achava que era fria antes, mas antes eu não era nada comparada ao que Eric tinha me tornado agora. Eu era muito pior. Muito pior mesmo. Demorei bastante para voltar ao acampamento, quando voltei, corpos, corpos e, mais corpos, e Eric sentado em um tronco ali no meio do acampamento.


- O que aconteceu? – Eric deu de ombros.


- Eu queria um exército que fora transformado por mim mesmo. O exército que eu possuo, maioria são amigos leiais a mim e muito mais da metade são os transformados por eles. Eu queria um exército feito por mim. Mas eles... Simplesmente sangraram pela boca e pelo nariz até morrerem. – Ele levantou e deu um chute no tronco que voou longe. Eu permaneci quieta. – Vamos embora, tenho que descobrir porque diabos isso aconteceu. – Ele estava frustrado, era fácil identificar.


Já tinha passado duas semanas que estávamos na mesma situação, David não tinha vindo atrás de mim de novo e Hunter queria vir, mas David o convenceu de ficar, eu fiquei sabendo isso por uma visão, não sei por que a tive, mas deve ser porque o laço que tenho com Hunter é muito forte. Em um dia normal qualquer, eu peguei um copo de sangue e subi as escadas, passei pela porta “proibida”, estava aberta e Eric estava lá dentro de costas para a porta simplesmente olhando o grande desenho, eu parei na porta para olhar um pouquinho só.


- Ela era incrível. – Ele disse.


- Me desculpe, eu não quis...


- Tudo bem, entre. – Eu entrei, cuidadosamente, como se o piso fosse desabar a qualquer momento. – Mackenzie... Ela não era você.


- Por que ela é idêntica a mim?


- Vocês são as Catarns.


- O que isso quer dizer?


- Você é uma cópia de Mackenzie. Ela nasceu em 1452. Era uma vampira. Mas foi morta por um caçador de vampiros em 1920.


- Você a amava? – Ele não respondeu. Somente abaixou a cabeça. A resposta era sim.


- Vá embora.


- O que?


- Você está livre.


- Como assim?


- VÁ. EMBORA. Você está livre.


- Mas você precisa de mim.


- Só vá embora. Agora. Ed estará te esperando com o carro lá embaixo, comece a arrumar as malas.


- Depois de tudo que eu fiz. Eu simplesmente volto? – Ele não respondeu, olhou para mim sem expressão e saiu do quarto. Eu estava muito confusa.


Eu fui arrumar as malas. Eu não entendi porque ele me mandou embora, e seria difícil agora, depois de tudo que eu fiz, das almas inocentes que mandei para o inferno, das almas inocentes que eu torturei. Eu simplesmente volto como uma garota amada por todas? Isso? Eu não sei. Talvez eu voltasse, mas não teria a mesma relação com todos qual eu tinha antes. Eu arrumei minhas malas, não me importei em guardar tudo certo e dobrado, simplesmente botei tudo na mala de qualquer jeito, foi até difícil para fechar a mala. Resolvi ir avisar a Zoe, ela tinha virado minha amiga e não seria justo com ela. Eu abri a porta de seu quarto, ela estava em sua cama lendo um livro antigo de uma bruxa mais antiga ainda e morta.


- Oi. – Eu disse, adentrando o quarto um pouco sem jeito.


- Oi.


- Eu... Vou embora.


- Hum?


- Eu to indo embora. Eric meio que me liberou, não entendi nada ainda.


- Ahn... Que sorte a sua.


- Ei. – Eu disse me sentando na cama ao lado dela. – Eu vou voltar por você ok? Eu vou te tirar daqui e vou matar Eric. Ouviu bem? – Ela assentiu e começou a chorar.


- O-obrigada...


- Tudo bem querida. Eu tenho que ir agora. – Nós no abraçamos por um bom tempo, eu levantei, peguei as malas, acenei com a cabeça e saí do quarto, saí da casa, saí de Atlanta, saí daquela merda de vida, mas eu não sei se a assassina veio comigo, mas suas memórias... Infelizmente sim.


 


Capítulo 7 (David’s POV)


Eu estava sentado em uma cadeira de uma mesa no meu quarto, fazia dois meses que eu não tinha a companhia dela... Fazia dois meses que eu não ganhava um beijo proibido... Não achei que aquela vadiazinha iria fazer tanta falta assim para mim. Quando ela me dispensou eu senti seriedade em seu rosto. Quantas vezes me passou pela cabeça voltar para lá e pegar ela a força, mas sei que eu estaria colocando todos em perigo, o que eu não estava nem aí, mas eu sei que Allyson iria me odiar para sempre por isso.


Eu apoiei minha cabeça na mesa e a cobri com as mãos, não coseguia pensar em mais nada nos últimos dias a não ser as palavras cruéis de Allyson: “Me esqueça”. Meu pensamento era dominado por essas palavras, todas as noites, todas as tardes, todas as manhãs. Eu convivi com Eric, eu sei a cobra que aquele filho da mãe é, e eu sei que ele pode ter transformado Aly na pior pessoa do mundo. Ele poderia transformar uma formiga em uma viúva-negra.


Comecei a ouvir barulhos de algo batendo na minha janela, levantei a cabeça e olhei. Pedrinhas do asfalto sendo jogadas na minha janela e quase trincando o vidro. Eu olhei um pouco longe e quando vi, meu coração mesmo não batendo quase pulou para fora da minha boca, eu abri a janela desesperadamente na maior velocidade do mundo e a puxei para cima com tanta força que eu acho que ela tinha até travado aberta. Eu olhei para ver se não estava sonhando mesmo. Não, eu não estava. Desci as escadas na velocidade da luz e abri a porta correndo. Era mesmo, e eu não estava sonhando.


 


Allyson’s POV


- Allyson! – David disse antes de me mandar um beijo na boca. A casa dele foi a única coisa que eu consegui pensar, ele seria a única pessoa com quem eu poderia ficar naquele momento, não era justo com nenhum deles, mas David pelo menos era um do últimos.


- David. – Eu disse segurando seu rosto com as mãos.


- Você vo-voltou?


- Sim David... Eu voltei.


- Entre. – Ele disse abrindo espaço para mim, eu estava com as malas ainda. Ele as pegou sem o menor incomodo e as colocou para dentro da casa, fechando as portas em seguida e me dando outro beijo. – Eu não acredito que você voltou... Mas você voltou... Pra sempre?


- Sim... Pra sempre. – Eu disse assentindo.


- Você não imagina a falta que você fez.


- E os outros?


- Eu vou sempre lá. A casa parece sempre vazia, o diálogo entre os três é muito pouco, e o diálogo deles com outras pessoas também. E eles ficam quietos o dia todo, até no trabalho. – Eu fiz uma expressão de preocupada.


- E Tyler? – Ele olhou como se eu estivesse o desprezando, mas logo essa expressão sumiu e ele ficou indiferente.


- Ele não fala com ninguém no trabalho, não vai as festas que ele é convidado, às vezes passa na sua antiga casa e fica em seu quarto... Eu acho que ele está um pouco depressivo. Não gravemente, mas...


- Ahn... – Eu olhei para baixo, triste.


- Vamos lá. Eu te levo lá.


- Não!


- Por quê?


- Eu... David, você não sabe as coisas horríveis que eu fiz. Eu não vou aguentar chegar lá e simplesmente dar um abraço neles, muito menos em Tyler. Eu não posso fazer isso...


- E o que vai fazer? Ficar na cidade sem eles saberem?


- Não. Eles vão saber que eu estou aqui... Algum dia eles irão saber... Mas não hoje e nem amanhã. Terá o dia certo.


- Ok... – Ele me abraçou e encheu minha nuca de milhões de beijos, depois recuou, pegou minha mão e a beijou. – Aly... O que você quis dizer com coisas horríveis? – Eu fechei os olhos e fiquei parada com os olhos fechados, depois os abri, David parecia ter entendido o recado. – Ah minha querida. – Ele me abraçou de novo, dessa vez sem beijos. – Você tem lugar pra ficar? – Eu disse que não com a cabeça. – Então você vai ficar aqui.


- Não David, não precisa...


-Claro que precisa. Você não me deixou dormir durante todas essas noites, agora me deve isso ok? – Eu ri.


- Ok David.


- Só tem um probleminha...


- O que? Se quiser eu posso achar outro lugar... – Eu disse mesmo sabendo que não tinha outro lugar para eu ficar.


- Não. É que tem dois quartos nessa casa, o meu e o de hóspedes, mas o de hóspedes tá sem colchão... – Já entendi tudo. – E você vai ter que dormir comigo... – Eu cruzei os braços e fiquei olhando para a cara dele.


- Eu posso dormir no sofá.


- Nada disso.


- Então você pode dormir no sofá. – Eu sei que isso não é nada educado. Mas era o David mesmo.


- Não quero. – Eu descruzei os braços e revirei os olhos.


- Ok... – Ele deixou escapar um sorrisinho de lado.


- Você pode deixar as roupas no quarto de hóspedes.


- Não, eu deixo nas malas mesmo.


- Claro que não! Então dá aqui que eu arrumo!


- Não! Eu mesmo faço isso obrigada.


- Hum... Por quê? O que tem ai dentro? Coisas que eu não posso ver?


- Tem sim, lingerie. – Era verdade mesmo. Eu não gostaria que um cara ficasse olhando minhas roupas intimas. Ainda mais quando são todas brancas, vermelhas e pretas de renda, e algumas floridas. Ele olhou com a boca aberta.


- Ah sim... Esqueci desse detalhe. Mas não vou dizer que eu não gostaria... – Ele deu um olhar safado.


- Ha ha. – Eu ri sarcasticamente.


- Pode subir. Eu vou arrumar a cama. – Já devia ser umas onze horas da noite, eu geralmente dormia à meia-noite.


- Ok. – Eu peguei as malas e subi.


Desfiz as malas novamente, só deixando as roupas e sapatos no armário. Deixei os livros e lingeries dentro das malas. Sentei na cama sem colchão, sentindo as madeiras, comecei a passar a mão pelas armações. E agora? Eu não queria vê-los tão cedo, mas precisava matar Eric, eu precisava livrar Zoe e qualquer um que caiu ou iria cair na dele. E a única coisa que poderia mata-lo estava escondida em algum lugar de Inglewood. Eu teria que pedir ajuda deles. Paciência Allyson... Paciência...


- As camas estão arrumadas. Eu já vou deitar, se você quiser tomar um banho e deitar... Ou... Só deitar... Você que sabe. – David disse apontando na porta.


- Ok. Obrigada. – Não. Eu só iria deitar mesmo.


Ele fechou a porta. Me levantei, coloquei um jorte curto e justo que parecia uma cueca, e uma regata apertada e justa vermelha meia desbotada. Não queria provocar David, mas foi a primeira roupa de dormir que eu encontrei e a única coisa que eu queria era dormir. Eu estava cansada. Caminhei pelo corredor até chegar à porta do quarto dele. Ele estava do lado esquerdo da cama, com a luz apagada e mexendo no celular. Eu adentrei o quarto cuidadosamente e sem jeito, ele viu e já colocou o celular na cômoda do lado, deixando o quarto escuro. Eu deitei na cama, um pouco longe dele, e ele também parecia um pouco sem jeito e estava longe de mim. Estava um silêncio enorme, que eu achava que iria continuar até que dormíssemos.


- Você deixou o Tyler não é? – David disse se sentando na cama.


- Ahn?


- Se você o deixou, então você não namora mais ele.


- O que? Não, mas eu... Eu não sei nada pra falar a verdade.


- E então se sentiria culpada por isso?


- Isso o que?


- Isso.


Ele se jogou em cima de mim e me deu um beijo na boca, um beijo desesperado, passando as mãos pelos meus braços, minha barriga, minhas pernas, coxas e seios. Eu não consegui lutar contra ele. Aquilo era muito bom, bom quanto o que eu tinha com Tyler. Sem falar que eu estava traindo ele... E estava gostando... Eu senti nojo de mim mesma, mas eu cedi. Comecei a retribuir o beijo desesperadamente, jogando as pernas por cima de suas costas, também comecei a arranhar suas costas. Uma das mãos dele estava em meu pescoço, depois foi descendo... Meus seios, minha barriga, a barra de meu jorte. Ele começou a adentrar meu jorte com as mãos e colocou um dos dedos bem ali mesmo... Onde você está pensando, ali mesmo. Eu parei de beija-lo para soltar um gemido, ainda com os lábios relando nos dele, estava escuro, mas eu senti um sorriso abrindo-se em sua boca. Ele acelerou os movimentos, e eu comecei a soltar mais gemidos, um atrás do outro, chegando a momentos que eu reclinava minha cabeça e a afundava no travesseiro. Involuntariamente minhas pernas se abriram bastante, eu devo ter dado o convite sem querer. E então... Eu cedi, simplesmente cedi... Alguns minutos depois ele estava literalmente dentro de mim... E foi tão intenso quanto à Tyler.


Sete horas da manhã. Eu acordei. Acordei nua com os braços enlaçados no corpo de David que também estava nu... Ele percebeu que eu tinha acordado e já devia estar acordado há tempos. Eu retirei meus braços dele e cobri meus seios que estavam à mostra com uma das duas cobertas que estavam na cama. Ele se virou e começou a seguir uma trilha com os olhos pelo meu corpo, mesmo estando coberto.


- O que está fazendo? – Eu perguntei me encolhendo um pouco.


- Observando a paisagem. – Ele disse com um sorriso safado. Eu levantei puxando uma das cobertas enroladas em meu corpo.


- Isso foi um erro... Não pode mais acontecer... Não pode...


- Ei.


Ele se levantou sem se importar em cobrir o corpo nu e parou em minha frente, eu fiquei pouco à vontade, ele pareceu perceber, mas nem sequer ligou. Ele pegou meu rosto com as mãos e beijou. Quando ele me beijava, eu podia ter toda a força e disposição do mundo, mas eu não conseguia recuar de jeito algum. Ele me fazia esquecer que tinha um mundo girando à minha volta. E realmente era melhor que Tyler... Que pena não poder escolher dois homens...


- David... – Eu disse quando ele parou de me beijar.


- Ei pequena. Eu te amo ok?


- Mas Davi... E o Tyler? – Ele se afastou de mim na hora abriu uma expressão frustrada e furiosa.


- E o Tyler? Que se dane o Tyler! Por acaso ele foi te procurar lá? Não! Eu fui e parei por medo de que você dissesse palavras piores! Quantas vezes me passou pela cabeça voltar lá e te trazer à força de volta! Quantas vezes! E aposto que Tyler... – Ele chegou perto de novo e quase colou o rosto no meu com um olhar ameaçador, quando me dei conta eu já estava contra a parede. – Aposto que nunca passou pela cabeça de Tyler ir atrás de você. Nunca.


Ele pegou uma cueca qualquer e colocou, depois saiu do quarto pisando duro, eu larguei a coberta no quarto e vesti o pijama, depois fui para o quarto de hospedes para pegar uma roupa para mim. Entrei no quarto, eu estava meia em choque pelas palavras que saíram da boca dele. Claro que eu não queria que Tyler fosse atrás de mim, mas doía ouvir isso assim tão seco e frio. Eu tinha colocado uma camiseta larga do Mickey e ainda estava só com uma calcinha vermelha que era um pouco fio dental... Eu só tinha essa de fio dental ok? Eu senti dois braços enlaçando minha cintura atrás de mim e depois beijando meu pescoço, como eu disse, eu não conseguia recuar dos beijos de David.


- Aly. – Ele falou com a voz de veludo em meu ouvido. – Me desculpe, por favor... Eu não queria dizer aquilo... Me diga que vai ficar por favor... – Eu me virei e apoiei as mãos em seu peito nu.


- Tudo bem Davi... Eu vou ficar... – Logo depois eu dei um beijo nele. Eu não queria mais pensar em Tyler. Eu estava ali naquele momento com David e era isso que eu importava. Minha vida estava uma bagunça e eu sentia o mundo inteiro nas minhas costas. David simplesmente tirava esse peso de mim.


- Obrigado. – Ele disse distribuindo mais beijos que iam do meu maxilar até meu ombro. – Ahn... Dá pra você ficar assim mesmo, só tem nós dois aqui mesmo...


- De que jeito você tá falando?


- Assim... Com essa roupa... Você fica deliciosa assim sabia?


- Que roupa? Eu só to com uma calcinha e uma camiseta. Deixa eu colocar um jorte. – Ele me pressionou contra seu corpo me prendendo, nesse momento eu percebi que ele ainda só estava de cueca.


- Ahn, não.


- Me larga David.


- Não.


- Então eu vou embora!


- Vai nada!


- David. – Eu comecei a me mover para frente e para trás tentando me soltar e só depois de sentir o volume dele atrás de mim que eu percebi o que eu estava fazendo. Parei na hora.


- Continua...


- David! – Eu dei um grande impulso e me libertei daqueles braços fortes e lindos. Eu me direcionei para o armário para pegar um jorte, andei olhando para baixo e trombei nele, que estava de frente com a porta.


- Você. Vai. Ficar. Assim.


- Eu não vou ficar assim!


- Minha casa minhas regras.


- Fazer o quê né...


 


Continua...




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Autor(a): Mac

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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  Sim, eu fiquei andando pela casa só de camiseta e calcinha. Eu sei que estava sendo uma vadia, estava com David e tinha feito aquilo com Tyler. Mas para falar a verdade, eu simplesmente não ligava mais, eu já tinha matado muitas pessoas e feito muitas coisas nesses últimos dois meses, ser uma vadia safada não mudaria muita coisa m ...


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