Fanfics Brasil - Continuação cap. 7 e cap. 8 The Allyson diarie

Fanfic: The Allyson diarie | Tema: Vampiros e hibridos


Capítulo: Continuação cap. 7 e cap. 8

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Sim, eu fiquei andando pela casa só de camiseta e calcinha. Eu sei que estava sendo uma vadia, estava com David e tinha feito aquilo com Tyler. Mas para falar a verdade, eu simplesmente não ligava mais, eu já tinha matado muitas pessoas e feito muitas coisas nesses últimos dois meses, ser uma vadia safada não mudaria muita coisa mesmo... Eu saí do quarto e fui para a cozinha, David estava com uma calça jeans clara, sem camiseta. Eu peguei uma bolsa de sangue e coloquei um pouco em um copo pequeno, David me abraçou de novo pelas costas e começou a beijar minha nuca, eu fiquei quieta, tomando o sangue e olhando pela janela o dia lá fora. Olhei para o anel de imunidade ao sol de David e peguei sua mão, comecei a olhar o anel e a roda-lo em seu dedo. Ele estava mordiscando minha orelha enquanto passava a mão que estava livre em minha barriga debaixo da camiseta. Ele parou de me beijar e apoiou o queixo em meu ombro, eu coloquei uma das mãos para trás na nuca dele e deixei que minha cabeça caísse para trás, em seus ombros.


- Eric não pode ser morto... – Eu disse, de repente.


- Ahn? – David perguntou confuso, levantando a cabeça.


- Eric não pode ser simplesmente morto.


- Você tá livre Allyson, esquece esse idiota.


- Eu não posso David, o que ele quer fazer não é bom, eu tenho certeza disso. E também preciso livrar alguém das mãos dele. – Eu disse me lembrando de como o cabelo de Zoe brilhava quando ela estava ao sol, fazendo algum feitiço para Eric.


- Deixa ele pra lá. – Eu me virei de frente com ele.


- Eu não posso David, eu tenho que matar ele! – Ele se encostou à bancada e abaixou a cabeça.


- Por favor... Esquece ele... Vamos só viver... Por favor, se você quiser podemos até fugir... Só nós dois... – Eu cheguei mais perto dele.


- Não. Eu tenho que matar ele. Mas vou precisar de ajuda pra isso.


- Como assim?


- Eric só pode ser morto por uma estaca de carvalho branco...


- Mas... Todas foram queimadas...


- Sim, mas ainda existe uma casa feita dessa árvore em algum lugar de Inglewood. Eu preciso ir lá.


- Ok. Nós vamos lá e vamos pedir ajuda para Hunter, Charles e Elijah. Mas por favor, espere um ou dois dias pelo menos. Eu queria aproveitar o tempo com você. – Ele pegou minhas mãos e começou a balança-las no ar. Eu olhei indecisa.


- Ok... Eu espero.


O dia passou rápido ao lado de David. Ele estava toda hora me enchendo de beijos e me agarrando. Se eu pensava em Tyler? Claro que pensava. Mas eu tinha me tornado uma criatura fria e sem coração em Atlanta, só porque eu tinha mudado de cidade isso iria mudar? Claro que não. O sangue das pessoas inocentes está em minhas mãos e a cena da morte de cada um que eu matei ainda está aqui bem guardado na minha memória. Toda essa confusão, tudo isso, foi por causa da minha existência, e maldita existência.


Outro dia, eu acordei aninhada ao peito de David, ainda estávamos de pijama, eu não quis fazer nada essa noite, mesmo não sentindo culpa por isso, eu pedi para que só dormíssemos. Eu levantei e tomei um banho, fiquei com um jorte colorido curto e meio largo e outra camiseta extremamente larga da Ramones, que ainda era masculina. Sentamos no sofá e ligamos a televisão, estava frio e por mais que não sentíssemos frio, não havia ninguém na rua, não havia o porquê sair. O dia estava com muita neblina cobrindo toda a estrada e todo o caminho. Eu até pensei em ir para a casa e avisa-los que eu estou aqui hoje, mas David tinha tirado essa ideia da minha cabeça. David ligou a televisão, estava passando um filme de terror, ótimo, pelo menos vou ver algo que mata pior que eu. Ele estava em um canto de um dos sofás e eu estava no outro canto do mesmo sofá, fazendo assim que nossas pernas se enlaçassem. Ele estava sem camiseta de novo. A campainha tocou. Nossos olhares se encontraram, preocupados, eu levantei para sair dali, ninguém podia saber que eu estava na cidade, não ainda. Quando eu ia correndo para subir as escadas, David me puxou e tirou minha camiseta, eu virei e fiquei olhando confusa ele colocando a camiseta. Ele fez um movimento com a mão e uma careta para que eu subisse as escadas. Eu comecei a subir as escadas, só de sutiã e o jorte, para você ver a minha situação. Corri no quarto e peguei uma regata branca qualquer que estava por cima de tudo. Depois reapareci na escada, de um jeito que desse para eu ver quem estava na porta, mas que ele não pudesse me ver. Eu agachei e me segurei no corrimão, eu fiquei espiando e quando David abriu a porta... Hunter.


- Ahn... Você ficou sabendo algo a respeito da Allyson?


- Ahn... Allyson?


- É...


- Na verdade eu não sei – Eu resolvi interromper a conversa descendo as escadas e me mostrando para Hunter.


Hunter simplesmente ficou paralisado no lugar onde estava, sem expressão, sem movimentos... Simplesmente paralisou como se estivesse congelado ou estivesse em choque. Seus olhos focaram nos meus enquanto eu dava os passos até ficar de frente com ele. Ficamos ambos paralisados, de frente com o outro. Eu também estava surpresa, eu agi sem pensar, meu único impulso ao ver Hunter foi ir para perto dele. Depois de dois meses sem a companhia de meu pai adotivo e ainda matando sem parar... Ter um momento desses é muito bom... Muito bom mesmo, mas eu não podia ser injusta de novo. Fazer o que eu fiz, simplesmente aparecer para Hunter e o abraçar, falar que amava ele, beija-lo no rosto. Eu não podia fazer a mesma injustiça.


- Allyson. – Ele disse depois de um bom tempo nos encarando.


- Hunter. – Eu disse assentindo.


- Você voltou...?


- Sim. Eu voltei.


- Pra sempre?


- Pra sempre Hunter. – Nós nos encaramos de novo. Ele virou a cabeça para baixo e não me abraçou. Por algum motivo ele pareceu saber o que eu queria.


- Ahn... Entra Hunter. – David disse abrindo espaço. Hunter assentiu e entrou. Sentou-se no sofá.


- Então Hunter... – Eu disse me sentando no outro sofá ao lado dele. – Eu precisava da ajuda de vocês...


- Claro.


- Eu preciso matar Eric...


- Todos precisam...


- Mas não podemos simplesmente mata-lo assim de uma hora pra outra.


- O que quer dizer?


- Tem uma arma em especial para mata-lo.


- E qual seria?


- Uma estaca. Uma estaca feita de carvalho branco. – Hunter franziu o cenho.


- Mas todas as árvores foram queimadas pelos originais.


- As árvores sim... Mas...


- Mas?


- Ainda há uma casa feita desse material. Em Inglewood.


- Você tá falando sério?


- Bom. Foi uma amiga bruxa minha que disse. Nós duas confiamos nisso, na verdade, precisamos confiar nisso. Por isso tenho que pedir a ajuda de vocês. Precisamos encontrar essa estaca.


- Ok. Eu vou conversar com os garotos.


- Tudo bem... Hunter... Como Tyler está?


- Ele está melhorando aos poucos... – Eu franzi o cenho dessa vez.


- Ahn... – Ficamos em um grande silêncio por um bom tempo.


- Eu preciso ir. Tenho algumas coisas pra fazer. – Hunter disse se levantando.


- Ok. – David disse.


- Allyson... Bom saber que você voltou. – Hunter disse, antes de se virar e sair pela porta. Eu pulei sentada no sofá e cobri o rosto com as mãos. David se sentou ao meu lado e me abraçou de lado.


- Ei. O que foi?


- Não é justo... Não estou sendo justa... Eu estou sendo uma vadia... É isso que eu estou sendo. Uma vadia.


- Porque acha isso?


- Não é justo com eles... Não é justo com ninguém... Eu simplesmente fui pra lá e matei várias pessoas cruelmente e friamente... Depois eu volto e quero que vocês me recebam bem? Ainda traindo o Tyler? Isso não é justo Davi... Não é...


- Aly... Você tá passando por muita coisa... Não devia ficar pensando nisso.


- Não Davi! Eu tenho que pensar nisso! Eu não mereço o carinho que vocês querem me dar! Eu não mereço estar aqui abraçada com você enquanto outro sofre por mim! – David deu um beijo em minha testa.


- Aprenda uma coisa pequena... Nada vai ser justo nessa vida... Nem pra mim, nem pra você e nem pra ninguém. – Ele se levantou de repente e ficou de frente comigo. – Vamos fazer uma coisa ok? Você vai ver o Tyler essa noite.


- O que? Não! Eu não posso!


- Não é questão de poder. É questão de querer.


- Ahn?


- Hoje. Você vai ver ele ok?


- Mas como vou encontrar ele?


- Não sei. Só que você tem que ver ele ok?


- Ok...


É... Eu tive que fazer isso mesmo... De noite. Eu fiquei sabendo por David que Tyler iria a uma festa. Mas acabei encontrando ele um pouco antes. Eu estava de carro andando devagar pelas ruas de Los Angeles e entrei em uma rua qualquer vazia. E até ri quando vi a cena. Tyler com uma garrafa de cerveja na mão andando e cambaleando pela rua, falando coisa com coisa. Eu saí do carro e fui até ele em tempo de evitar outro tombo. Ele olhou para mim e me pegou pelo braço. Falando como um legitimo bêbado.


- Você m-me deixou... Não p-pode fazer isso.


- Tyler. Vamos para a casa.


- Não! – Ele disse recuando quando eu tentei pegar ele pelo braço.


- Tyler... – Eu disse o puxando. Depois o enfiei dentro do carro. Ele começou a falar várias coisas, mas nem prestei atenção no que ele falou.


- Ai. – Ele disse quando entrei no carro e me sentei no banco de motorista, ele já estava no do passageiro.


- O que foi? – Eu perguntei ligando o carro.


- Minha bunda. – Eu ri.


- O que tem ela?


- Tá doendo?


- Por quê?


- Eu caí um monte de vezes. – Eu comecei a andar com o carro enquanto ria. – Ei! Do que você tá rindo?


- Nada não, Tyler. – David ligou. Eu atendi enquanto Tyler estava cantando uma musiquinha de criança sobre notas musicais. – O que é? – Eu perguntei para David.


- O Tyler? Como tá? – Eu dei uma olhada rápida para ele.


- Bêbado.


- Ok...


- Eu vou trazer ele pra casa dele.


- Ok, eu vou aí depois.


- Como quiser.


- Tchau.


- Tchau.


Eu desliguei o telefone e coloquei de volta no bolso. Depois de alguns minutos eu já estava carregando Tyler pelo braço até a porta da casa dele. E ele continuava a cantar a maldita música, e regendo ainda. Cheguei até a porta da casa e o encostei-me à parede.


- A chave está com você?


- Ahan.


- Então abre aí.


- Pega aqui e abre.


- Onde está a chave?


- Aqui. – Ele disse apontando com as duas mãos para o colo e mostrando um sorriso safado.


- Porque você deixou a chave aí?


- Porque eu não queria perder elas. – Eu revirei os olhos e enfiei as mãos dentro das calças dele sem hesitar, ele abriu olhos arregalados. Eu virei a chave e abri a porta. Entrei e puxei ele para dentro pelo braço.


Quando estávamos passando pelo sofá ele de repente se jogou em cima de mim e começou a me beijar. Sim, o beijo dele era bom e era um dos melhores. Mas eu simplesmente não conseguia beija-lo depois de tudo que eu causei a ele. Eu o empurrei delicadamente o fazendo ficar em pé. Ele olhou confuso para mim, desviei o olhar e comecei a subir as escadas puxando-o pelo braço de novo. Quando chegamos ao quarto dele, eu pedi que ele tomasse banho, ele tomou banho sim... Cantando e derrubando tudo quanto é tipo de pote de shampoo que tinha no banheiro. Ele saiu, eu estava em seu quarto. Ele foi à cômoda para pegar uma cueca, então olhou para mim com um sorriso safado de novo e deixou que a toalha caísse. Me pegou pelos braços e me levantou, colando meu corpo ao dele, eu congelei enquanto ele me beijava e levantava minha camiseta. Tirei as mãos dele de mim e recuei, ele ainda estava com uma expressão de confusão e quando eu ia saindo pela porta ele pegou meu braço de novo.


- Por favor... Fica aqui essa noite. – Ele pediu com olhos de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança. Eu hesitei, mas acabei cedendo.


- Certo, mas eu vou dormir no sofá ok? – Ele franziu o cenho.


- Mas...


- Tyler. Eu vou dormir no sofá ok? Amanhã a gente conversa.


- Ok... – Ele disse pegando a toalha do chão e vestindo a cueca.


- Só deite e durma.


- Ok.


Eu desci as escadas e deitei no sofá, com a mesma roupa e o mesmo sapato, sem tirar ou colocar nada, sem cobertas ou travesseiros. Eu ouvi o barulho de algumas coisas caindo lá em cima, mas não subi para verificar se ele não tinha conseguido se destruir em alguns minutos sem mim. Ele ficou dois meses sem mim, e sobreviveu. E David não havia aparecido lá.


Eu acordei de madrugada com Tyler andando e batendo nas paredes por ter acabado de acordar, eu me sentei no sofá e ele congelou quando me viu, ele deve ter ficado muito bêbado ontem para não se lembrar de exatamente nada.


- Allyson? – Ele disse se sentando ao meu lado.


- Eu vou... Embora... – Eu disse um pouco constrangida.


- Eu precisava falar com você.


- Tyler, por favor, me perdoa eu não...


- Allyson. Eu não posso ficar com você. – Eu parei de falar e congelei na hora.


- Ahn?


- Eu... Eu achava que iria me acostumar com isso tudo... De você ser uma hibrida... Mas não dá. Eu não posso mais fazer isso. Não dá. Por favor, me perdoa. – Eu comecei a olhar para o nada de queixo caído.


- Tudo bem, Tyler. Essa foi a melhor escolha que você já fez na sua vida. Acredite. – Eu levantei e saí pela porta sem olhar para trás. Deixando para trás a única coisa que um dia pôde ser puro e bom na minha vida. Tyler e seu amor.


Saí da casa dele e não vi mais nada, entrei no carro automaticamente e dirigi para a casa de David, devia ser umas três horas da manhã e nem a pau que David estaria acordado.


Desci do carro e deixei a porta bater fortemente, coloquei as chaves no bolso e entrei na cerca da casa de David, mas paralisei quando meu olhar foi para a escada da varanda. David nu deitado e desacordado na varanda. Essa era uma situação bastante comum quando você se transformava em hibrido, nos primeiros meses a transformação em lobisomem era forçada e o hibrido não tinha controle. Mas David era um vampiro e não um hibrido, porque diabos ele estaria ali pelado na varanda desacordado? Eu tirei minha jaqueta aproveitando por ela ser larga e cobri as partes baixas dele que estavam expostas. Nesse momento ele abriu os olhos meio sonolentos e levantou a cabeça. Nem eu e nem ele dissemos nada, eu o levantei, ele estava um pouco mole e tonto, o guiei até para dentro da casa e o sentei no sofá da sala. Eu não o levaria para o andar de cima em seu quarto, ele estava muito tonto e eu não iria carrega-lo para cima. O fiz deitar no sofá e subi as escadas até seu quarto, abri o armário e peguei duas cobertas grossas e levei para baixo. Quando cheguei lá ele já estava dormindo e minha jaqueta havia caído no chão. O cobri com a coberta e sentei-me no canto do sofá ao lado de sua cabeça, descobri um pouco a parte do seu ombro e comecei a passar os dedos delicadamente por sua pele morena e gelada, fiquei uns vinte minutos ali observando o movimento que seu peito fazia, depois me levantei e saí da casa. Me sentei na escada da varanda e fiquei ali olhando para o céu e observando ele mudando de cor até dar sete horas da manhã. Entrei de novo dentro da casa. David ainda estava dormindo com a respiração ofegante. Me joguei no sofá um pouco para baixo de seus pés, ele abriu os olhos preguiçosamente e se sentou encostado nos braços do sofá, eu abaixei a cabeça.


- O que foi? – Ele perguntou com um tom de voz baixo.


- Acabou tudo. Tyler. Se foi. – Ele abaixou a cabeça e chegou bem pouco mais perto.


- Sinto muito. – Eu assenti.


- Ele foi inteligente.


- Vem aqui. – Ele estendeu o braço para mim e abriu um espaço entre ele e o sofá. Eu deitei e me aninhei em seu peito. – Você não liga de eu estar pelado não é? – Eu olhei para ele.


- Esse é o último detalhe qual eu iria me importar agora, David. Mas eu posso saber por que você estava pelado e desmaiado na varanda?


- Eu devia ter te contado...


- Ter contado o que?


- Uns três dias depois que você foi embora, um hibrido de Eric me transformou. Mas como eu era um vampiro, eu já sei me controlar e ontem seria a ultima transformação forçada.


- Então você é um hibrido?


- Tecnicamente.


- Não importa. – Eu o beijei.


Por impulso eu me posicionei em cima dele enquanto ele me beijava desesperadamente.


- Mas e o Tyler Aly?


- Eu não quero pensar nisso. – Eu disse recuando.


- Pode deixar que eu te ajudo a esquecer. – Ele disse me puxando de volta e soltando um sorriso safado.


Voltamos a nos beijar. Ele começou a tirar minha blusa, depois ouvi o som do zíper sendo abaixado e minha calça sendo tirada, depois invertemos nossas posições. Ele me beijou na boca e depois foi descendo ao meu pescoço, meu peito, minha barriga... Minhas pernas estavam meio abertas, ele desceu com o rosto até ali e voltou o olhar para mim. Eu vi suas presas se alongando um pouco, fechei os olhos e depois a única coisa que senti foi seus dentes em minha virilha, sugando meu sangue e me enchendo de prazer. Eu corei, e em certo momento eu achei que não iria aguentar e iria desmaiar. Ele fez o movimento para recuar, mas eu apertei seu pescoço de volta para que ele continuasse a me morder. Ele fechou os olhos e colocou o nariz sobre a mordida, dava até para sentir a respiração imprecisa.


- Por favor... Não me tente.


Eu levantei as pernas por cima dele e comecei a passar meus pés por suas costas, fazendo o pescoço dele continuar no lugar em que estava, entre as minhas pernas. Ele não iria sair de lá ainda e eu iria provoca-lo. Ele continuou com os olhos fechados e apertou minhas coxas fortemente, me fazendo gemer de dor, ele começou a suspirar tentando se controlar para não enfiar os dentes na minha virilha de novo e me drenar. Ele encostou os lábios de novo na mordida que estava fechando e começou a lamber o sangue que ainda escorria de cima a embaixo. Eu perdi totalmente a força quando ele começou a lamber, minhas pernas ficaram moles, ele conseguiu se levantar e ficou olhando para meu rosto, ele estava com a face de hibrido, os olhos vermelhos e negros com as veias abaixo dos olhos, os caninos alongados e sangue escorrendo por um dos cantos da boca que logo ele limpou com as costas da mão. Posicionou as duas mãos em meus quadris e subiu em cima de mim de novo, chegando perto de meu rosto bem devagar, com as mãos acompanhando o movimento de seu corpo. Ele começou a beijar meu pescoço, meu maxilar e depois meus lábios. E então qualquer movimento leve que estivéssemos fazendo se transformou em amor violento, ele me beijava desesperadamente e apertava todas as partes de meu corpo me fazendo gemer de dor, eu arranhava suas costas e me locomovia de um lado para o outro. Depois eu só lembro-me de ele estar dentro de mim e também que eu via estrelas por todo quanto é lado da sala. Depois eu acordei no chão abraçada com ele, nós dois nus e com uma coberta em cima de nós. Eu levantei e peguei uma das duas cobertas que eu havia pegado, mas não tínhamos usado, a abri e a enrolei em corpo. Minhas pernas estavam muito doloridas e entre elas também. Subi as escadas e fui tomar um banho, depois fui pegar uma roupa, peguei uma bermuda preta com dois bolsos atrás e uma camiseta vermelha justa sem desenho. Percebi que algo estava me pinicando no bolso de trás da bermuda. Coloquei a mão direita dentro do bolso e senti a textura de uma foto, retirei-a e o que eu vi foi Tyler e eu, no shopping, abraçados e rindo de alguma coisa. Eu congelei com a foto em minhas mãos, meus olhos focaram no sorriso de Tyler e minha mente começou a se lembrar do motivo que estávamos rindo. Tyler ia comer um lanche, pediu para que eu abrisse um saquinho de ketchup, mas quando eu abri o conteúdo inteiro caiu em meu colo. Foi um bom momento, um dos poucos que eu consegui abrir um sorriso verdadeiro e puro, sempre ao lado de Tyler. Mas ele tinha feito a escolha certa, a escolha que deveria ter feito dês do dia em que ele me conheceu, simplesmente me jogar para fora da vida dele e preserva-la invés de sempre coloca-la em perigo como a colocava quando estava ao meu lado. Eu fui tola, deveria ter percebido, humanos e híbridos, ou vampiros, duas coisas que nunca poderão viver sem que uma coloque a outra em risco. É impossível. É impossível que eu convivesse sempre feliz com ele sem ter que me preocupar com a segurança dele a todo instante. Era simplesmente impossível, sem mais nem menos. Para falar a verdade, não era nem para sermos capazes de amar, deveríamos simplesmente mandar o lado humano embora e ser uma criatura sombria que não sente culpa ao matar. Simplesmente isso. É o que somos.


- Você vai voltar a trabalhar? – David estava encostado na porta com uma calça de moletom e eu nem sequer tinha percebido sua presença.


- Eu não sei... Eu acho que sim. É o certo não é?


- Também não sei... Não sou bom para dar conselhos... – Nós dois rimos. – Você ainda o ama? – David disse apontando com a cabeça para a foto.


Eu não respondi, eu amava Tyler, mas... Ok, tudo isso estava uma bagunça, eu simplesmente não posso confirmar se eu ainda amava Tyler do mesmo jeito antes de conhecer David.


- Eu não sei... Depois que você apareceu – Ele soltou um riso e desviou o olhar.


- Ah, então o problema sou eu.


- Não!


- Se eu não tivesse aparecido na sua vida, estaria tudo perfeito não é? Você poderia amar Tyler ainda não é?


- Pare de arrumar briga David! Você só sabe fazer isso? Eu não estou te culpando! Não estou dizendo que o motivo foi você! Claro, o motivo foi você ter aparecido em minha casa, mas foi Eric que te mandou! Tyler me largou agora. Era isso que você queria não é? E então! Agora que você tem o que você quer você vai começar a reclamar? – Ele me encarava com a expressão indiferente. – E talvez você não tenha sido bom o bastante pra mim! Talvez eu ainda ame o Tyler mil vezes mais que você! – Oh... Eu sei que aquelas palavras doeram... Mas elas simplesmente saltaram da minha boca. Em um segundo ele estava pressionando com seu corpo o meu contra a parede, com cada mão aos lados de minha cabeça.


- Se eu não fui bom o bastante... Porque você cedeu todas as vezes? Porque subiu em cima de mim naquela hora? Porque arranhou minhas costas? Porque soltou tantos gemidos de prazer? – Ele colocou uma das mãos em meu peito e depois desceu até aquela região que só ele sabe como tocar... – E... Porque fica como uma vadia no cio molhada toda vez que eu encosto em você? – Ele encostou os lábios em minha orelha. – Tem certeza que eu não sou bom o bastante? Pequena... Eu sei que nunca ninguém te fez sentir assim, como eu faço, nem sequer o Tyler... Ou qualquer outro que você já foi para a cama... – Ele posicionou as presas em meu pescoço e simplesmente mordeu. Meu corpo ficou bambo e eu iria cair se ele não estivesse me segurando. Eu havia dito que não podia simplesmente largar Tyler e ficar com David... E era tudo o que eu estava fazendo. Ele parou de me morder e começou a distribuir milhões de beijos por meu ombro e meu pescoço.


- David... Pàra...


- Você não quer parar Aly... – Ele disse continuando a me beijar.


- Quero sim... – Eu disse quase cochichando, tentando encontrar forças. Se ele não parasse, não poderia ser eu que pararia.


- Não quer não...


- Agente acabou de... – Eu parei quando ele deu um beijo demorado em meu maxilar. - Por favor... Pàra. – Ele me soltou e quando ele recuou eu quase caí para baixo, tendo que me segurar na mesa ao nosso lado. – Não pense que eu não me esqueci do que você me chamou.


Ao invés de ele continuar no lugar ele me colocou contra a parede de novo violentamente e nada educado, eu dei um grito, mas ele nem sequer ligou, só começou a me beijar desesperadamente como um leão correndo atrás da presa. Eu cedi novamente. Comecei a passar as mãos pelas costas dele e fui abaixando. Minhas mãos adentraram a calça dele na parte de trás e eu apertei com força suas nádegas. Ele parou de me beijar e deu um gemido baixinho ainda com os lábios relando nos meus. Foi o bastante para que eu o provocasse mais ainda. Ele me pegou no ar e me jogou no chão, nada educadamente de novo, depois pulou em cima de mim, fazendo meus seios baterem contra seu peitoral. Ele se levantou um pouco e partiu minha regata em dois. Depois violentamente colocou a boca em meu sutiã e o rasgou com os dentes, como se fosse um pedaço de sanduíche. Eu inverti nossas posições e prendi as mãos dele acima da cabeça, continuei beijando ele. Eu estava tentando ter o controle, mas ele inverteu nossas posições de novo.


E que viesse a segunda parte...


 •     •     •


Papéis, papéis... Eu carregava um monte de papéis nas mãos para entregar para os atores. Eu tinha voltado a trabalhar, e tudo quanto é ator veio perguntar para mim o que aconteceu e porque eu tinha sumido de uma hora para outra. Eu menti dizendo que foi uma emergência com a minha família e eu precisei ficar um tempo a mais lá. Eu já havia falado com Elijah e Charles, e claro que eles me abraçaram, não iriam aguentar, tinha voltado tudo ao normal, a não ser por Tyler e eu ainda não tinha visto a cara dele, mas aposto que ele estava tentando me evitar, assim como eu estava tentando evita-lo. Eu cheguei até certo ponto do set e meu radar começou a identificar algo, não um vampiro, não um hibrido, só poderia ser um lobisomem. Eu parei de andar e meus olhos percorreram o local inteiro. Eu não achei ninguém muito suspeito, maioria das pessoas ali já eram atores que eu conhecia e não aparentavam serem lobisomens. Eu comecei a andar olhando para o lado e trombei com algo, uma garota, uma garota de uns vinte anos, pele morena, cabelos castanhos curtos que caíam nos ombros, olhos castanhos e bonitos, era alta, magra e musculosa. Quando olhei para meus pés eu vi que tinha derrubado todos os papéis. Abaixei-me para pega-los e ela se abaixou também para ajudar.


- Me desculpe... Eu sou muito desastrada. – Ela disse quando terminamos de pegar os papéis do chão.


- Ah tudo bem, não foi nada. Você é nova aqui não é? – Eu disse observando sua expressão, eu nunca a tinha visto.


- É... Eu entrei semana passada... Você também é nova não é?


- Ah não. Eu trabalho aqui já faz um bom tempo. Mas é que eu precisei viajar e fiquei fora uns dois meses...


- Ah sim.


- Allyson. – Eu disse estendendo uma das mãos.


- Gracielle. – Ela disse pegando a minha mão e balançando-a no ar. Soltando logo em seguida.


Tyler apareceu do lado dela.


- Ah... Vocês já se conhecem...


- Sim... Acabei de conhecê-la. – Eu disse tentando não olhar diretamente para ele. – Vocês são amigos? Ou namorados? – Eu sei que Tyler ficaria furioso com a última pergunta se ela não fosse verdade... Mas não custava arriscar.


- Não, somos muito mais que amigos. – Ela disse. (Oh merda! Merda! Merda!). Eu arregalei dois olhos e fez silêncio por alguns segundos.


- Gracielle é uma prima minha que veio de Valência para cá. – Tyler disse. Eu fiquei aliviada. (Como eu sou burra! Eu deveria ter ligado os traços dela com os de Tyler).


- Ah sim... – Eu disse meia sem graça. – Desculpe.


- Tudo bem. – Ela disse sorrindo. – Eu preciso fazer algumas coisas e outra hora a gente conversa.


- Pode ser! – Eu disse soltando um sorriso.


Ela saiu e eu saí logo em seguida. Eu vi Tyler abrindo a boca para falar comigo a sós. Mas eu não queria saber, seria mais fácil assim, tanto para mim quanto para ele. Quando eu ainda estava lá David apareceu e tocou meu braço, eu não precisei olhar, eu senti que Tyler estava olhando-o fulminante. E David confirmou isso.


- Porque ele tá me olhando? – David perguntou colando mais ainda em mim.


- Não sei... Não sou mais a namorada dele pra saber. – Eu disse fria e seca.


- Ok... – Eu virei um pouco tentando olhar discretamente para Tyler.


 - Eu tava sentindo a presença de um lobisomem.


- Eu também. Mas como é possível alguém aqui ser um lobisomem? E agora não estou sentindo mais nada, mas continua do mesmo jeito. Nosso radar deve tá com problema. – Nós dois rimos e então...


- Espera... Gracielle...


- Ahn, o que?


- A prima do Tyler que é nova aqui... Não tenho certeza ainda. Hoje eu faço uma companhia até a casa dela...


- Eu vou junto.


- Não, me deixa ir sozinha... É até mais prático, qualquer coisa eu te ligo. – Ele olhou torto para mim.


- Não sei não...


- Davi...


- Hum... Ok... Mas faça o favor de me ligar... – Ele se inclinou bem pouco para me dar um beijo. Eu recuei.


- Aqui não.


- Ahn? Por quê?


- Ainda não. Eu acabei de largar o Tyler, não vai ficar muito normal a gente fazer isso.


- Que se danem os outros!


- David...


- Ok...


Depois do trabalho eu peguei o número de Gracielle com um dos atores e a segui. Fiquei alguns metros com o carro atrás do dela na rua. Ela parou em sua casa. Uma casa pequena de dois andares moderna. Ela desceu e entrou, esperei um pouco e depois ela saiu com um uma mochila nas costas, entrou no carro de novo e começou a dirigir. Dirigiu em direção à floresta, a sorte era que a rua até lá ainda estava movimentada e ela parou quando não tinha mais movimento, saiu do carro e começou a andar a pé pelo meio das árvores. Eu saí do carro e fiquei alguns metros atrás para que ela não percebesse minha presença. Um cervo pequeno passou e em alguns segundos ele estava morto e caído no chão, Gracielle com o pequeno coração do animal na mão que ela logo jogou no chão ao lado do corpo. Eu cheguei mais perto e comecei a sentir a presença de um lobisomem de novo. Era possível? Gracielle uma lobisomem? Ela começou a remexer na mochila que levava nas costas e... Oh-uh, uma estaca de madeira... Ok, a coisa ficou mais estranha ainda. Em um segundo eu estava a metros dela e depois eu estava no chão e ela em cima de mim mostrando olhos florescentes de lobisomem enormes e furiosos. Sem perceber eu tinha começado a me aproximar dela.


- Não fique tão feliz querida, você não é um problema pra mim sem lua cheia. – Eu disse a empurrando, ela bateu as costas em um tronco de uma árvore grande. E depois a prendi contra o tronco segurando-a pelos braços.


- Ah... Uma hibrida.


- O que você veio fazer aqui? – Eu perguntei apertando-a contra o tronco, ela começou a fazer uma careta.


- Ué, eu mudei de cidade, vim trabalhar aqui esqueceu?


- Ah sim! Você tá morando aqui e depois aparece sozinha no meio da floresta com uma estaca dentro da mochila. Muito normal! Tyler está seguro? – Eu a apertei mais ainda.


- Ai...! Tyler está seguro e se você me soltar podemos conversar civilizadamente. – Eu a olhei torto, soltei-a e peguei a estaca e depois a joguei bem longe onde nossos olhos não alcançavam e nem uma santa mão iria achar.


- Comece a falar.


- Houve boatos...


- Que boatos?


- Caramba, você mora aqui e não sabe nem os boatos da cidade? – Eu olhei torto.


- Eu fiquei dois meses fora.


- Ok... Você ganha um crédito por isso. Mas os boatos... É que a policia achou corpos por esse local, com mordidas no pescoço e estavam drenados. Mas a noticia não chegou ao jornal. O que você acha que era? – Eu desviei o olhar pensando. – Sim, vampiros ou híbridos. E agora se pergunte de novo o que eu vim fazer aqui com uma estaca. – Eu ri.


- Querida você deve ser louca. Lobisomens não são páreos para nós sem a lua cheia.


- Eu tenho habilidades sabia?


- Sim, a habilidade de ter o coração arrancado por um vampiro. – Ela riu ironicamente.


- Quem me dera se fosse o Eric aqui...


- Espera... Você também quer matar o Eric?


- O que sabe sobre ele?


- Acho que um pouco demais, se os dois meses que eu fiquei fora eu fui parceira dele. – Ela me derrubou e mostrou os olhos de lobisomem de novo. Eu me levantei e a empurrei.


- Acalme-se, eu fui a força e acabei de ser livrada, não quero morrer antes de matar o desgraçado.


- Ótimo, consiga a localização dele e então o matamos.


- Não é tão fácil querida, ele é um original.


- E é um vampiro.


- Mas uma simples estaca não vai mata-lo.


- Ahn?


- Precisa ser uma estaca de carvalho branco.


- Eu já ouvi uma história sobre isso... Mas todas as árvores foram queimadas se eu não me engano... Como vamos matar ele?


- As árvores foram queimadas, mas ainda há uma casa em Inglewood feita desse material. Precisamos acha-la.


- Ok... Quando vamos para lá?


- Eu ainda não sei. Pedi ajuda a três caçadores que me criaram durante oito anos, eu não sei o que eles planejam ainda. Logo me avisarão.


- Certo. Ahn... Como suspeitou algo de mim?


- Eu senti a presença de um lobisomem lá. E você era a única novata. Só podia ser você.


- Ok...


- Eu vou embora e é melhor que você faça o mesmo. Não é tão seguro lutar com um vampiro quando ele pode simplesmente arrancar sua cabeça em dois segundos.


- Eu já disse que eu tenho – A interrompi.


- Suas habilidades não serão suficientes se você não tiver a mesma força dele. E se não me engano você só pode ter isso na lua cheia.


- Ok... Eu vou embora.


- Espera. Você tem algum papel? – Ela remexeu na mochila e retirou um celular de dentro.


- Serve?


- Ahan. – Eu peguei o celular e comecei a escrever o endereço da casa de Hunter, minha antiga casa. – Quando eu te ligar, apareça nesse endereço.


- Vai precisar do meu número pra isso.


- Não precisa. Eu já tenho. – Ela me olhou confusa, mas não questionou.


Nós duas saímos pela mesma trilha e fomos para os carros. Despedimos-nos e fomos embora, e eu tinha razão. Foi até melhor que eu investigasse isso. Já era tarde da noite, a floresta não ficava assim tão perto da cidade e não era uma viagem tão rápida. Cheguei “em casa” e David levantou do sofá onde estava assistindo televisão na hora.


- Eu pedi pra me ligar! – Ele disse furioso.


- Não se preocupe. Eu estou bem, não tá vendo? – Ele piscou duas vezes.


- E aí?


- Sim. Gracielle é um lobisomem.


- E é bem gostosinha... Há tempos que eu não pego uma lobisomem deliciosa daquele jeito. – Eu fechei a cara e comecei a olha-lo com olhos fulminantes. – Calma! Calma! É brincadeira. – Ele disse rindo e colocando as mãos na frente do corpo em função de proteção.


- Ela vai ajudar a matar Eric.


- Ótimo.


Ele me deu um beijo e então a campainha tocou.


 


Capítulo 8


- Quem se atreve a interromper meu beijo? – Eu ri.


- Vai lá atender David.


- Ok... Mas se não for importante eu arranco o pescoço de quem for.


Quando David abriu a porta não havia ninguém em nossa visão de dentro da casa, eu saí para que eu pudesse ver se alguém estivesse ali fora, mas quando olhei à minha esquerda foi Nate, meu melhor amigo, com uma mordida de hibrido pescoço, eu sabia reconhecer uma mordida de vampiro e de hibrido, as duas são diferentes e um hibrido faz mais estrago querendo ou não. Ele estava sentado encostado na parede da casa, morto. Eu paralisei. David saiu e me empurrou um pouco, depois se abaixou ao lado do corpo e o examinou com os olhos.


- Nate... – Eu disse ainda paralisada.


- Você o conhece?


- Meu... Melhor... – A fala travou e não saiu.


- Amigo? – Eu assenti. Ele colocou dois dedos no pescoço de Nate para sentir os batimentos cardíacos. – Sinto muito.


Lágrimas caíram do meu olho automaticamente. Sim, eu não vi Nate por nove ou dez anos, não convivi tanto assim com ele, mas mesmo assim, ele era meu melhor amigo e eu nunca pude tira-lo de meu coração. Doía ver o meu melhor amigo morto. Quando David se inclinou um pouco para se levantar ouvimos um suspiro e quando olhamos para ele, estava com os olhos abertos e assustados em nossa direção. Por impulso eu saltei em cima dele e o abracei, David não ficou com ciúmes, também... Seria sacanagem. Nate não retribuiu o abraço, ele estava muito confuso. Quando eu o abracei, não senti ou ouvi a pulsação, o que sempre acontecia quando eu abraçava um humano, eu sempre ouvia, sempre. A não ser que Nate não fosse mais um humano. Quando este pensamento me chegou à cabeça, eu fechei os olhos com força e mais lágrimas se caíram. Eu desgrudei de Nate, ele levantou uma das mãos examinando um papel que parecia que nem ele sabia o que era. Eu peguei o papel, sujo e molhado e o abri.


“Ainda não acabou. Até mais.”


Eu amassei o papel na mão como se fosse ferro. David o pegou e leu, depois soltou uma risada irônica que significava “só faltava essa”. Nate finalmente abriu a boca.


- Sky. O que diabos aconteceu!?


- Você não é mais... – Eu peguei a mão dele e comecei a acaricia-la. – Humano. – Ele arregalou os olhos com o queixo caído.


- Eu sou um...


- Hibrido. – Eu completei com os olhos úmidos de novo. Ele começou a olhar para o nada, sem reação ou expressão.


- Eu... Sou... Um... Hibrido. – Ele riu. – Minha vida estava uma merda... Espero que melhore pelo menos. – Oh... Ilusões meu amigo... São só ilusões.


- Você viu quem te transformou? – David perguntou. Eu olhei para ele.


- Você viu o papel?


- O que tem?


- Foi o Eric, David! Eric!


- Ahn...


- Você se lembra de alguma coisa? – Eu perguntei para Nate.


- Não. A única coisa que me lembro foi que eu estava em um bar com uma garrafa de vodka na mão.


- E eles te pegaram...


- Eles quem?


- Logo você vai saber... Vem aqui.


Eu o levantei colocando um de seus braços em meus ombros e o meu em sua cintura, David se pôs a fazer o mesmo e o levamos para dentro da casa. Sentamos ele no sofá. David me puxou para fora. Agora Nate era um hibrido e com certeza poderia ouvir dependendo da distância.


- Ele tem que aprender a se controlar. – David disse encostado em uma poltrona azul de estrelas brancas velha com o queixo apoiado em uma das mãos.


- Temos que falar com Hunter. Ele vai saber o que fazer... Eu fui aluna, não desejo ser a professora.


- Ok... Eu já vou ligar porque o carinha não vai aguentar tanto tempo sem sangue e nós... Não sabemos as precauções que devem ser tomadas...


- Sim...


David pegou o celular e discou o número imediatamente. Eu não ouvi a conversa porque ele subiu as escadas. Encostei-me no batente da porta da cozinha e fiquei observando Nate. Ele estava sentado, indiferente, quieto e imóvel, quase traumatizado. Agora ele iria passar pelo maldito sofrimento que eu tive que passar... E eu não queria isso para ele exatamente como não queria para Tyler ou para nenhum outro que eu conhecesse. Sem falar que o filho da mãe do Eric voltou a atacar... Mas se ele conseguiu transformar o Nate e agora pode fazer seu próprio exército... Porque diabos ele iria me avisar? Ele estava brincando comigo. O filho da mãe estava fazendo um joguinho comigo e eu odeio isso. Eu estava esperando pelo momento que eu enfiaria uma estaca no maldito coração daquele desgraçado.


- Eu vou leva-lo para a casa do Hunter. – David disse pegando as chaves.


- Agora?


 - Por quê? Prefere que ele fique aqui mais um tempo e seque?


- Ok... Leva ele. – David avisou Nate que levantou ainda quieto e um pouco traumatizado.


Eu comecei a vagar pela casa... Pensando no abraço que eu dei em Nate, nas noites com David, as risadas com Tyler, os conselhos de Elijah, as piadas de Charles e o carinho de Hunter... Subi as escadas passando os dedos pelo corrimão e sentindo a textura da madeira em minha pele. Comecei a andar pelo corredor do segundo andar e parei na porta do “nosso” quarto, abri a porta devagar que fez um rangido que eu nunca percebi que ela fazia. E então, eu vi, debaixo da cama um papel, um papel qualquer de caderno que parecia uma carta, já meio amarelado com a tinta da caneta meio borrada. Eu me pus de joelhos e apanhei a carta. Estava cheio de rabiscos por cima como se quem escreveu não tivesse gostado. A data que estava marcada atrás do papel era o dia em que eu tinha voltado para Los Angeles para ficar na casa de David, e logo reconheci que a caligrafia era dele mesmo, era de David.


 


A carta:


 


Querida Allyson.


 


Eu não sei o que dizer, não escrevo muitas cartas e sei que eu deveria mandar um e-mail, ou mandar uma mensagem no facebook... Sei lá, qualquer coisa que eu usasse a internet, mas... Tanto faz. Eu quero escrever uma carta e ponto final! Eu queria dizer que não estou aguentando mais isso, ficar aqui sem você. Mesmo que eu nunca tenha chegado perto de fazer alguma coisa a mais que só beijos, eu senti. Eu simplesmente senti pela primeira vez de meus duzentos anos, o amor. Eu simplesmente senti amor. E eu sei que você não sabe dançar valsa... Eu sei, isso é estranho, mas o que eu mais gostaria é de falar para você: pegue minha mão, vou te ensinar a dançar. Eu queria poder sentir a textura de seu cabelo em meu rosto pela manhã enquanto você descansa em meu peito. Eu queria você aqui, eu simplesmente te queria. E eu sei que já falei isso, mas é escroto! Eu nunca amei ninguém mais do que amei você Allyson! Enquanto você abraçava o Tyler eu simplesmente era obrigado a ficar olhando e ficar em silêncio com um desejo enorme que crescia cada vez mais e maior dentro de mim! Mas agora eu vejo que não te ver, nem que seja você beijando outro cara, dói mais ainda. Eu sei que nunca mais vou achar alguém assim como você. Eu nunca vou achar alguém tão bom para mim. Nunca. Eu já pensei em ir atrás de você umas trezentas vezes, mas sei que vai me odiar por isso, porque eu vou colocar quem você ama em perigo, e isso é o que eu mais temo. Você me odiar. Isso é meu pior pesadelo. Eu somente queria que você fosse feliz, mas antes queria sentir a textura de seu corpo colado ao meu, e eu acho que não poderei sentir isso em mais alguma coisa a não ser um beijo não é? Eu simplesmente não consigo viver sem você ao meu lado. Do momento em que você partiu daqui eu acho que esqueci o significado da palavra viver. Eu simplesmente... Não sei o que vou fazer daqui em diante. Só quero que saiba uma coisa. Somente uma.


Eu te amo.


Eu te amo como ninguém pode amar. Eu te amo incondicionalmente, por todos os seus defeitos e qualidades, você é perfeita do jeito que você é e eu... Simplesmente te amo.


EU TE AMO, ALLYSON.


 


Com amor,


Seu eterno David.


 


E quando eu coloquei a carta de volta embaixo da cama eu percebi que eu estava chorando. Eu quase destruí David, e por algum motivo louco Eric o salvou, me deixando voltar à cidade e ficando livre dele. Eu quase destruí... David. Eu não disse? Eu só ferro as pessoas que me amam e só trago perigo para todos que estão em minha volta. Acho que eu devo morrer mesmo. Mas se eu desistir de matar Eric, muitas pessoas vão sofrer, eu tenho que fazer isso, mas ninguém vai se machucar. Ninguém.


Eu ouvi o barulho do motor do carro e logo depois a porta da casa sendo aberta. Em um segundo eu já estava no topo da escada. David sorriu para mim e subiu a escada, me abraçando e me dando um beijo logo em seguida.


- Ele vai ficar bem ok? – Ele disse dando outro sorriso.


- Ok. – Eu dei um beijo bem demorado e romântico nele. Ele me olhou confuso.


- Isso foi bom...


- Muito...


Ele subiu para o quarto, certamente para se trocar e colocar uma roupa que ele ficasse mais à vontade. Eu desci e me deitei em um balanço na varanda, com o leve vento da noite batendo em meu rosto. Alguns minutos depois David se sentou ali também, com meus pés em cima de suas pernas. Sem camiseta e com uma calça jeans escura de larga. Eu inverti minha posição de modo que ao invés de meus pés, minha cabeça ficasse em seu colo. Ele começou a mexer em meu cabelo, acariciar, balançar e brincar com ele, se eu fosse uma humana já estaria dormindo há tempos por causa daquilo.


- David... – Eu disse de repente.


- O que Aly?


- O que você faria se eu fosse embora de novo?


- Você não vai embora de novo. Eu não vou deixar.


- Mas... Mesmo assim, o que você faria?


- Eu não sei. Eu não sei o que faria sem você aqui comigo de novo.


- Escute bem. Se algum dia eu for embora. Eu quero que você toque sua vida para frente, me ouviu bem? E juro que se eu souber que você não fez isso. Eu vou te odiar pra sempre. – Ele engoliu em seco.


- Ok. Mas você não vai embora. Eu não vou permitir de jeito algum. Seu lugar é aqui.


Eu levantei a cabeça para olhar para ele, ele me deu um sorriso e depois um beijo. A mão dele começou a entrar na minha camiseta, eu queria falar que estávamos na varanda e podia ter gente olhando, mas o toque dele me deixava sem voz. Até que ele mesmo parou e se levantou. Depois ficou de frente comigo que ainda estava deitada no balanço e me pegou no colo. Eu não falei nada, ele já tinha percebido. Me levou até ao quarto e me jogou na cama, depois se jogou violentamente em cima de mim e começou a me beijar, e depois sua boca foi para meu pescoço dando leves mordiscadas e beijos demorados.


- Você tem que ser mais cuidadoso sabia? – Eu disse me referindo ao modo como ele me jogava e depois subia em cima de mim.


- Você não quer cuidado pequena, você quer violência. – Ele disse continuando a me beijar.


E por mais que fosse estranho era verdade, eu não queria ser tratada como uma boneca de porcelana, eu não era uma boneca de porcelana, ao contrário, eu era mais uma boneca de ferro violenta, e David enxergava esse lado meu. O lado violenta. O lado que eu mais gostava de esconder de todos, eu não precisava esconder para ele. Ele gostava desse meu lado.


Ele apertou minhas coxas fortemente, eu dei mais um grito do que um gemido, e abriu-se um sorriso em sua boca. Eu comecei a apertar as costas dele, o fazendo gemer enquanto apertava minhas coxas e meus seios. Eu um segundo eu inverti nossas posições, mas ele ficou contra a cama de costas para cima, e eu em cima dele segurando as mãos em cima de sua cabeça. Comecei a distribuir beijos por todo seu pescoço, suas costas. E ele não se mexia, só ficava com os olhos fechados e a respiração acelerada, por algum motivo, a mesma reação que ele causava em mim, eu causava nele. Mordi o ombro esquerdo dele, sem as presas, ele gemeu, e então depois eu dei dois beijos, seguidos de uma mordida de verdade. Minhas presas fincaram em seu ombro, ele soltou vários gemidos enquanto apertava seu rosto contra o travesseiro. O sangue dele, o gosto era inexplicável, eu nunca havia mordido um hibrido, somente eles que me mordiam. E foi muito bom, eu não sei como consegui parar depois de cinco goles, era muito bom. Bom demais. Não era doce, claro, nenhum sangue é doce. Mas era muito bom. Bom do tipo que me fez ver estrelas florescentes desenhadas em seu ombro. Quando eu retirei meus dentes e comecei a lamber, eu percebi que ele estava com a respiração super acelerada e ofegante. Eu me inclinei um pouco em cima dele, de modo a ficar quase sentada, e fiquei parada enquanto ele parecia estar voltando ao planeta Terra. Então em um segundo nós estávamos na mesma posição de antes e ele apertava meu corpo todo me fazendo sentir dor, dor e prazer. E eu apertava com força seus ombros e apertava seu cabelo, ele também parecia sentir dor, mas não ligava para a dor. Parecia que se ele estivesse me beijando ele não sentia mais nada além de amor e prazer. Assim como eu. Também não ligava para dor enquanto eu sentisse o corpo dele ao meu, ou nem que fosse um dedo dele encostando em mim. Eu não ligava para a dor.


Acordei normalmente, abri os olhos sonolentos e olhei ao meu lado não havia ninguém. Eu me sentei na cama cobrindo meu corpo nu, e no canto da cama, David sentado com as pernas cruzadas debaixo do corpo com uma calça de moletom cinza olhando para a janela de vidro que reluzia o sol. Eu cheguei perto dele e o abracei por trás, ele pegou meus braços enlaçados em seu pescoço e começou a acariciá-lo.


- Você acordou.


- Sim. Bom dia.


- Bom dia, pequena.


- O que foi? – Eu perguntei observando a expressão dele de lado.


- Só preocupação.


- Por quê?


- Eu... Tenho medo. Só isso.


- Eu te protejo. – Nós dois rimos.


- Não dá. Meu medo não é algo que você possa me proteger.


- E o que é?


- Esse é o meu maior medo... O medo que vence todos os outros medos meus... Os poucos que eu tenho.


- E qual é esse medo? – Ele se virou para mim e pegou minha mão.


- Te perder. – Eu o abracei e depois o beijei no rosto. Coloquei os lábios em sua orelha.


- Escute bem. – Eu cochichei. – Você nunca vai me perder. Nunca. – Eu peguei uma das mãos dele e posicionei em cima de meu coração que não batia mais. – Por mais que ele não bata. Você está aqui. Acredite. – Ele pegou uma de minhas mãos e colocou em seu coração.


- Você também está aqui. – Ele riu.


- O que foi?


- Eu odeio ser assim. Eu odeio isso. E odeio que você me faça assim.


- Ahn?


- Eu nunca fui assim, romântico e todo meloso. Eu odeio ser assim. Mas não tem como evitar quando estou com você.


- Do mesmo jeito que eu odeio ser violenta.


- Mas você gosta. – Eu pisquei duas vezes.


- É... – Eu subi em seu colo e comecei a beija-lo. Com o dia começando assim não tinha como o resto dele ser ruim.


 


Continua...



 



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Autor(a): Mac

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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•     •     •   - Não se preocupe Allyson, ele está muito bem e vai continuar assim. – Hunter dizia no set enquanto andávamos pelo local da cena. Já tinha se passado uma semana que Nate era um hibrido. - Mas ele está conseguindo se controlar. - Pelo amor de Deus Allyson ...


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