Fanfic: O Tal Amor (VONDY) | Tema: Rebelde

Dulce: E-eu a escutei falan-do. – falou com certa dificuldade, desviando seus olhos para as mãos, que não paravam de fazer movimentos demonstrando nervoso.

Annie: Quer que eu converse com ele? – optou. Dulce negou com a cabeça de forma imediata.

Maite: Acho que não é a coisa certa no momento, Annie. A gente pode ao invés de ajudar, piorar... – Dulce chorava feito criança, Maite tocou sua mão, com a intenção de apertá-la. Logo, percebeu que a ruiva estava suando frio, e trêmula. Assim como sua voz.

Annie: Tudo bem... – suspirou, sem reação. – Dulce, as coisas não acontecem por acaso. Eu e Maite sabemos o quanto você gosta do Christopher e o quanto você luta contra isso. Mas, sinceramente... Não acho que sua dor vá ser eterna, sempre tem algo para compensar no final.

Para Dulce, não tinha agonia pior que não poder fazer nada por ela mesmo, nada para curar sua dor interior. Ela cerrou suas pálpebras e seguidamente a imagem de Christopher sorrindo pra ela veio em sua mente, fazendo com que a situação se tornasse mais triste e arrasadora para ela.

Maite acariciava seus cabelos em sinal de conforto, enquanto Annie a olhava com um olhar que só aqueles olhos azuis e piedosos sabiam dar. Sua expressão fazia com que Dulce entendesse um “calma, uma hora as coisas se acertam”, e mesmo querendo muito absorver as palavras que o olhar da loira transmitia, ela entrava em um profundo desespero. Como se nunca mais iria sentir o toque de Ucker e nunca mais ninguém fosse mirá-la com os olhos encantados cor de mel dele.

Como se não bastasse, nesse mar de pensamentos, uma onda de lembranças dele falando que a amava veio em sua mente, veio como se quisesse derrubar mais ainda. A ruiva colocou uma de suas mãos no peito, como se amenizasse a dor que sentira. Era uma angústia, ela estava sentindo seu coração partir e ao mesmo tempo, o ouvia gritar pedindo socorro.

Ela jurou realmente que fosse especial para ele, ao menos um pouco quanto ele significava para ela. Sabia muito bem que todo mundo um dia sofre por um amor não correspondido, mas aquilo não se parecia nem um pouco com aquilo. Já existiram amores passageiros de pré-adolescentes ou até mesmo que antecederam o de Ucker. Mas ela sabia diferenciar, era algo que transbordava seu coração, porque não faltava amor para dar a ele, sabia que não. Porém estava ciente que da parte dele, ele não queria receber amor, ele queria receber mulheres, objetos sexuais e derivados.

Ele merecia ela? Não. Ao menos não na concepção dela, até porque ela nunca tinha feito nada parecido com alguém. Tinha sim, machucado o sentimento de alguém, mas não porque quis. Não duas ou três vezes, na mesma pessoa. E Dulce também não sabia se supostamente tinha realmente machucado aqueles garotos. Mas porque o seu coração – teimoso, inconsequente e apaixonado – não a ouvia? Não caia na real?

Aprende! Aprende! Aprende!

Sua mente suplicava para seu coração, sem parar. Mas de que adiantava? O que ela ainda fazia falando algo para alguém surdo?

Deitou-se. Fechou os olhos. Suspirou. Suas amigas entenderam bem o que aquilo significava, embora a presença delas não incomodava em nada, até porque cada palavra da parte delas eram quase inaudíveis em relação ao nível de seus pensamentos.

Ela concluiu: Não podia fazer mais nada pelo amor dos dois. Ou, mais precisamente, pelo amor dela.

“Foi.
Não volta mais.
Agora é só aprender a viver sem.” 

Continua, comentem!

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje... Boa noite!