Fanfic: Sorry, Not My Fault - ChaMel

Mel - Ok. Vou indo. - elas confirmaram e eu fui em direção da porta enquanto elas brigavam ainda, jogando almofadas uma nas outras. Senti algo bater com força na minha cabeça e eu cambaleei pra frente. - HEY! - eu peguei a almofada jogando com força nelas e elas disseram em uníssono um "Foi mau" Eu ignorei e sai do quarto antes que eu fosse acertada por outra almofada voadora.
Eu caminhei devagar até a porta do Chay e parei de frente pra ela. Repensei no que faria e tive uma súbita vontade de desistir. Meu coração estava tão acelerado que eu chegava a pensar se ele escutava meus batimentos cardíacos e cogitei a possibilidade de meu coração sair da caixa torácica. Respirei fundo e afastei esses pensamentos bestas e bati na porta. Demorou um pouco e eu até dei um passo pra atrás com o pensamento de que ele não abriria. Mas ele abriu.

Chay - Melanie? - ele ergueu as sobrancelhas, surpreso. Ele olhou pros dois lados do corredor e me fitou. - Quem bateu aqui?

Mel - Eu. - eu ergui os braços, sentindo minhas pernas bambearem.

Chay - Você batendo na minha porta? - ele riu.

Mel - Beleza. Sabia que não daria certo. - eu virei as costas.

Chay - Hey! - ele me chamou e eu me virei de frente pra ele. - O que foi? - ele deu espaço pra eu passar, e eu entrei no quarto.

Mel - Ér.. Af, eu não sei fazer isso?!

Chay - Pelo visto você não venho brigar comigo, se não saberia fazer. - ele debochou e eu o fitei.

Mel - Olha, eu nem queria estar aqui. Deixei meu orgulho de lado só pra vir te pedir desculpas, mas você não se importa com isso né? Quer continuar com graça? Ok, eu ignoro isso e saio daqui. - eu bufei.

Chay - Me pedir desculpas? - ele parecia mais surpreso.

Mel - É, eu peguei pesado, me des... - eu passei a ponta dos meus dedos sobre o meu pescoço. Era uma mania que eu havia adquirido de uns tempos pra cá, era automático, eu ficava nervosa com algo e eu tocava na correntinha. Mas ela não estava lá. - Suede. Me devolve!

Chay - Devolver o que? Seu coração? - ele riu.

Mel - Pare de graça e me devolve! - eu senti meu coração pesar com a possibilidade de perder a corrente.

Chay - Devolver o que? - ele tentou fingir estar confuso. Só podia ser mentira.

Mel - MINHA CORRENTE, SUEDE! - eu gritei sentindo meus olhos arderem.

Chay - Eu não sei de corrente nenhuma. - ele deu de ombros e eu bati o pé com força demonstrando todo o meu nervosismo.

Mel - ME DEVOLVE! - eu implorei em desespero.

Chay - Como vou devolver algo que não está comigo? - ele riu.

Mel - Está com você! Eu sei disso...

Chay - Ok, eu peguei sim, mas não está mais comigo. - ele deu de ombros e eu senti meu coração bater com mais força e minha garganta secar diferente das lágrimas que ameaçavam sair.

Mel - O que você fez com a corrente? - eu implorei com um olhar que não fosse o que eu pensava.

Chay - Não importa o que eu fiz, o que importa é que não adianta, você nunca mais vai ver sua correntinha. - ele debochou e eu senti lágrimas deslizarem o meu rosto.

Mel - PELO AMOR DE DEUS! NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! VOCÊ FALOU QUE PARARIA! - eu gritei desesperada, tentando conter as lágrimas.

Chay - Menti. - ele riu. Em um ato de ódio eu peguei seu nootbook que estava em cima da mesa e joguei pela janela. - PORQUE VOCÊ FEZ ISSO?!

Mel - PORQUE VOCÊ SUMIU COM A MINHA CORRENTE?!

Chay - É só uma corrente garota, desapega, compra outra!

Mel - Eu posso comprar outra. - eu o fitei, mais calma, só que ainda chorando. - Mas aquela não era só uma corrente pra mim! Mas que droga! Aquela era a única coisa que me lembrava do passado que eu nunca quis que passasse. Eu não queria entrar na sua vida. Não escolhi que minha mãe se casasse com o seu pai! Só queria que tudo fosse como foi um dia! - eu elevava a minha voz.

Chay - Somos dois, mas nem sempre temos o que queremos né? - ele debochou. - você só atrapalha a minha vida, garota.

Mel - DESCULPE, NÃO É MINHA CULPA TER SUMIDO COM A ÚNICA LEMBRANÇA QUE VOCÊ TINHA DA PESSOA MAIS ESPECIAL EM TODA A SUA MALDITA VIDA! - eu gritei com a voz arrastada.

Chay - Ganhou de um namoradinho, foi? - ele fez careta e eu o olhei indignada.

Mel - Vá se foder. Suede! - eu grunhi saindo porta a fora em direção ao meu quarto.

Lari - O que aconteceu? - elas me pararam no corredor.

Mel - Vá se foder também. Eu não devia ter ido lá! Foi estupidez. - eu entrei no quarto e bati a porta com força a tempo de escutar elas falarem "Chay" e me sentei na minha cama, sentindo minha garganta e minha respiração se tornar mais difícil e dolorosa. 

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Fiquei o dia todo trancada naquele quarto, na verdade, passei dias trancada naquele quarto. Não comia e não saia. Eram as regras que eu tinha empunhado sobre mim mesma. Minha mãe, as meninas e até o Vitor passaram aqui tentando me convencer de comer usando o mesmo argumento de sempre: sua pressão vai abaixar de novo. Mas eu não me importava. Não me importava com nada. Na verdade, eu me importava em ficar dentro do quarto curtindo meu luto pela corrente. Você pode me achar dramática "É só comprar outra" mas aquele corrente era extremamente especial pra mim, nenhum poderia substitui-la. Eu me levantei da cama onde passará tantos dias e senti uma tontura, de começo, eu pensei que fosse pelo tempo deitada lá, sem sair do quarto, mas a tontura não passou como eu esperava que passasse. Parecia aumentar, se possível. Apoiei-me na mesinha que tinha no meu quarto e respirei fundo, tentando fazer com que o mal-estar e a tontura passasse. Mas não passou. Eu até chamaria minha mãe ou o Vitor, mas eles estavam no trabalho, eu sabia disso. E só me restou uma alternativa: Chay.