Fanfic: Sorry, Not My Fault - ChaMel

- Nem vou perguntar se você esta bem porque eu já sei a resposta. - ele fez graça, puxando a cadeira do computador e se sentando perto da cama dela, enquanto ela dava um pequeno sorriso pra ele e tentava limpar as lágrimas.

- Odeio esses hormônios. O médico falou que eu vou ficar assim por um tempo. - ela comentou enquanto dava uma risadinha.

- Eu sei que você ta triste. E não é só pelos hormônios. - ele deslizou a mão sobre o cabelo da garota que fechou os olhos e deu um sorriso. - Quer falar comigo sobre isso?

- Não. Quer dizer, eu acho que não to pronta ainda, desculpa. - Seus olhos se encheram de lágrimas e ele suspirou, mordendo o próprio lábio por fazer aquela pergunta.

- Tenta ficar bem ok? - Ele se levantou e deu um beijo na testa da garota, e foi em direção a porta, não queria ir, não queria deixa-la sozinha, mas ele achava que era o que ela queria.

- Chay... - a menina o chamou e ele se virou pra atrás, fez um barulho pra que ela continuasse. - Fica aqui comigo? - ela gesticulou pro seu lado da cama e seu rosto ficou subitamente ruborizado. - Ah, claro, se não quiser, eu...

- Hey, tudo bem. - ele a interrompeu soltando um risinho pela confusão da garota. Se aproximou dela e se deitou ao seu lado, a abraçando e colocando seu queixo sobre a sua cabeça, a menina colocou os braços sobre a cintura do garoto e afundou o rosto na camisa dele, sentindo seu cheiro tão inebriante, e que sentia tanta falta. O menino fazia carinho nos cabelos da menina e ficara ali por um bom tempo, no silencio não tão incomodo como deveria ser.

- Eu to sem sono. - ela sussurrou.

- Acho melhor nós descemos pra você comer alguma coisa. - Chay falou já se levantando.

- Não to com fome. - ela fez careta e ele soltou um risinho, ela daria trabalho.

- Mas precisa comer. - ele esticou a mão pra que ela se levantasse.

- Não quero. Quando der fome eu como.

- Resumindo, nunca né? - ele brincou e ela deu um pequeno sorriso. - Vamos, nem que você coma só uma fruta.

- Chay, é sério, to sem fome. Me deixa aqui vai. - ela meio que implorou. E ele por um breve momento cogitou deixa-la em seu luto, mas não deixaria, não queria que a garota ficasse trancada ali sem comer e na sua eterna tristeza. Queria ter mais um pouco da dose do sorriso dela, e se tivesse com sorte, da risada. Ele ficaria ali o resto da noite, caso ela não fosse. E ela sabia disso, ele era cabeça dura também, não desistiria de faze-la comer algo. - Por favor?

- Não, você vem comigo nem que eu tenha que carrega-la. - Chay a pegou no colo e a menina riu, o fazendo sorrir.

- Ta Chay! Pode me colocar no chão, eu vou, eu vou! - ela ria, tentando se soltar dele.

- Ah, mas agora eu não quero te soltar. - ele brincou.

- Ah claro! Você vai ficar me carregando pro resto da sua vida. - ela cruzou os braços e fez cara de paisagem.

- Boa ideia!

- É sério! - ela riu. - Me solta vai.

- Quer mesmo que eu te solte? - ele a olhou sério.

- Não! Eu quero que você me coloque no chão. - ela exclamou rapidamente depois que entendeu o que ele dirá.

- Af, estragou a brincadeira! - ele fez bico e colocou ela no chão. Ela driblou o braço dele e virou os calcanhares, se sentando na cama.

- Você falou que iria! - ele falou indignado

- Menti. - ela fez cara de paisagem e ele a fitou. - ARGH! Seu cabeça dura! - ela grunhiu enquanto se levantava.

- Olha quem fala. - ele sorriu vitorioso enquanto os dois caminhavam em direção a porta, ele cruzou seus dedos aos dela, a fazendo ter pequenos espasmos nas pontas dos dedos, e desceu as escadas.
Seus pais estavam dormindo e isso os surpreendeu, o tempo passará tão rápido que nem notaram que já era quase uma hora da manhã. Eles se sentaram nas cadeiras que tinham perto do balcão e a menina estendeu a mão pegando uma maça da cesta. Dando uma mordida e fitou o garoto que parecia indignado e risonho.

- Quando eu falei pra comer algo eu não me referia a só uma fruta. - ele tocou o rosto dela.

- Você falou "nem que você coma só uma fruta" - ela virou o rosto um pouco pro lado com um sorriso sapeca.

- Verdade, mancada minha. - ele riu.

- To com sono. Vou ir dormir. - ela avisou, depois que comeu a maça e ele acenou, ela subiu escada a cima enquanto ele ainda a fitava, esses dias seriam longos.

- Preciso conversar com vocês dois. - Vitor falou entrando no quarto de Melanie, onde ela e o Chay conversavam sobre qualquer besteira. Eles gelaram e fitaram o Vitor.

- Precisa ser agora? - Chay respirou fundo.

- Porque? Estão ocupados? - Ele falou com indiferença. - Vamos logo. - Ele desceu as escadas e os dois o seguiram, Chay de má vontade como sempre. Sabia que Vitor falaria o que não devia e temia pela Mel. Vitor entrou dentro do escritório e fechou a porta assim que os dois entraram também.

- Não é hora de falar sobre isso. - Chay comentou assim que se sentou, Mel se sentou ao seu lado e cruzou seus dedos aos dele.

- Se não agora, quando? Se depender de você, RoobertChay, nunca. - ele continuou com a indiferença. - Vocês sabem o quão é sério essa situação, não sabem? - Ele olhou sério pros dois.

- Sim, sabemos, Sr. Suede. - Melanie, murmurou, apreensiva, só queria sair dali logo.

- E continuam a levar isso como se não fosse nada? - ele retrucou.

- Quem disse que a gente leva isso como se não fosse nada? - Chay ergueu um tom de voz.

- Ninguém, mas seus atos lhe denunciam.

- A gente não é criminoso pra ser denunciados, Vitor. - Chay bufou. - Nem sei porque estamos aqui. - ele se levantou e Vitor fez o mesmo ato rapidamente.

- Sente vocês dois, agora. - ele falou entre os dentes e o Chay foi obrigado a se sentar quando Mel se sentou e o puxou para baixo. - Não terminei ainda.

- É claro que não terminou, não deu 2 horas de discurso ainda. - Chay debochou e Mel apertou sua mão com mais força.

- Não provoca. - ela sussurrou.

- Vocês agem como duas crianças! Na verdade, crianças são mais responsáveis.

- Ah, claro, crianças não fazem sexo. - Chay murmurou e Vitor o olhou furioso.

- Como você pode fazer piada disso, RoobertChay?! - ele aumentou o tom. - Ela perdeu uma criança, uma criança que nem deveria carregar! Irresponsabilidade. E ainda se consideram maiores de idade, só se for físico, porque psicológico é igual ao de uns adolescentes que só pensam em ter relações sexuais. Me admira você ser assim, Melanie, eu achava que você fosse mais madura.

- Hey, olha como fala com ela! Ela não é fruta pra ta madura, Vitor. - Chay se levantou, mesmo que Mel tenha tentado segura-lo, e olhou furioso pro pai. Mel sentia vontade de chorar.

- Estou falando a verdade, ela foi irresponsável também, colocou sua vida em risco e acabou com a vida de um bebê! - ele falou de pressa e Mel se levantou, saindo rapidamente da sala.

- Porque você disse isso pra ela?! - Chay olhou furioso pro próprio pai.

- Porque ela tem que escutar a verdade, você também!

- A gente já sabe, a gente sabe que foi irresponsáveis, e a gente se arrepende. Você não viu que ela ta sofrendo com isso? Não precisamos que você a faça sofrer e se sentir mais culpada do que já está! Você fala que a gente é irresponsavel e você parece não ter coração. Mas pode acreditar, se aquele bebê ainda estivesse vivo, eu seria um bom pai, melhor do que você foi. - Chay bufou e o Vitor o fitou por um bom tempo.

- Eu fui um pai tão ruim? - Ele o olhou sério.

- Um pai ausente que se preocupa mais com o serviço do que com o filho é um pai ruim? - Chay indagou

- Me desculpe, não achei que fosse um pai tão ruim, só queria o seu bem. - Ele murmurou.

- Me desculpa por te provocar o tempo todo também. - Ele ergueu os braços.

- Um abraço? - o Chay pareceu desconfortável mais mesmo assim acenou, e os dois se abraçaram, Chay respirou fundo e se separou rapidamente dele.

- Ok, chega de clichê, to tendo diabetes. - Chay brincou e o pai dele riu.

- Nem nessas horas você deixa de fazer piada? - ele riu.

- Nunca! - Chay sorriu. - Vou falar com a Mel. - ele foi em direção a porta.

- Chay! - Vitor chamou e o menino girou os calcanhares, fitando seu pai, esperando que ele falasse. -Estou orgulhoso, apesar de tudo, você seria um ótimo pai. - ele sorriu e Chay retribuiu, saindo da sala e subindo as escadas

Duas semanas se passaram, as meninas e o Chay viviam cercando a Mel, tentando distrai-la e faze-la sorrir nem que seja por mínimos segundos. Melanie não falava sobre aquele assunto com ninguém, e sempre que alguém de certa forma tocava nele ela fazia questão de mudar de assunto.

- Vamos, Mel! Sai dessa foça! - Fernanda tentava puxar o braço da Mel, mas ela se negava a se levantar da cama.

- Deixa eu aqui, depois eu me levanto. - ela gemeu de frustração.

- Ta criando raiz. - Larissa debochou e Melanie lhe mandou o dedo do meio.

- Pra onde vocês querem me levar? - ela grunhiu, se sentando.

- Sei lá, nem to afim de sair. - Fernanda comentou e Bárbara a beliscou. - Ah, mas você tem que sair!

- Vamos mofar aqui, vamos? - ela se deitou de novo.

- Chay, ajuda aqui! - Ela escutou Larissa falar, e logo em seguida escutou a risada do Chay.

- Pode deixar! - ele riu de novo e as meninas saíram do quarto. - Levanta, Melanie.

- Ah não, Chay, de novo não! - Chay era o único que conseguia convencer a Mel de fazer as coisas, de comer, passear entre outras coisas que as meninas queriam que ela fizesse e não fazia por conta própria, as meninas sabiam disso, por isso, sempre usavam o Chay para fazer a Melanie se divertir.

- Eu sim, vamos sair. - ele puxou seu braço.

- Pra onde? - ela indagou curiosa, e sentiu raiva de si mesma por não relutar mais contra sair.

- Não vou dizer, só vem. - Ele riu, puxando ela. Ela deu de ombros e o seguiu, ou melhor, foi arrastada por ele até o carro e os dois partiram pra um lugar cujo ambos conheciam. Mas que Melanie não desconfiava.