Fanfic: Sorry, Not My Fault - ChaMel

- Chay, é sério? Não ta em um dia bom pra praia! - Mel riu assim que ele estacionou o carro perto da areia, mas mesmo com o comentário contraditório ela saiu do carro e começou a andar, Chay trancou o carro e a alcançou rapidamente.

- Ok, vou ignorar o que você disse. - ele riu andando ao lado dela, ela o fitou com um sorriso bobo nos lábios e desviou o olhar assim que o olhar de Chay se encontrou ao dela.

- Oque faremos aqui? Não ta sol, Chay. - ela disse o obvio. O céu estava um pouco nublado, não quer dizer que choveria, mas fazia um frio razoável, certamente não era um bom dia pra praia, não pra entrar na agua.

- Não se preocupe, só vamos conversa. - ele a puxou e os dois se sentaram na areia, em um lugar razoavelmente perto do mar, no mesmo lugar onde os dois haviam ido no começo do "romance" deles, e talvez, esse pequeno fato especial, tornasse aquele lugar deles.

- Poderíamos ter conversado em casa, Suede! - Mel riu o fitando.

- Não estrague o momento. Dêsha. - ele brincou e ela balançou a cabeça rindo.
Os dois ficaram em silencio por um tempo indeterminado, poderia ser horas, mas pra eles seriam apenas minutos, de tão submersos que eles estavam sobre os próprios pensamentos, os dois fitavam a vastidão ilimitada que era mais conhecida como "mar" e Mel quebrou o silencio, parecendo hipnotizada.

- Eu me arrependo... De tudo no que eu pensei sobre o bebê. - ela sussurrou submersa nas lembranças dos seus pensamentos que agora a deixava com repulsa de si mesma.

- E o que você pensou? - ele a fitou.

- Eu pensei em tira-lo de mim. - ele percebeu as pequenas lágrimas se formarem nos olhos da garota. - eu o chamei de maldito, Chay. - ela o fitou por um breve momento, que foi o suficiente para que ele notasse o arrependimento nos olhos da garota. Ela parecia esperar que ele a julgasse, a dissesse o quão foi cruel por pensar e falar assim do bebê, mas ele não faria isso, ele nunca faria isso, ele a entendia. - Eu achava que o odiava.

- Achava? - ele a fitou, só que mesmo sentindo o pesar dos olhos do menino sobre ela, ela não desviou sua atenção pra ele.

- É. Na verdade só agora que percebi que eu não odiava, nunca odiei, na verdade eu o amo e sempre vou amar. - algumas lágrimas acariciaram o rosto frágil de Melanie. - Eu só transmite a raiva que eu sentia de mim mesma pra um pedaço inocente de mim, pro único que pedaço que não tinha culpa de nada e que agora não faz mais parte de mim. A maldita frase "você só da valor depois que perde" nunca fez tanto sentindo pra mim quanto agora. - ela debochou com um pequeno sorriso que, pra agonia do garoto, se desmanchou rapidamente.
Chay passou seu braço sobre os ombros da garota e a puxou pra perto de si, ela enterrou o rosto em seu pescoço e ele permaneceram por ali em um tem indefinido. Chay esperava que ela contasse mais, falasse o que sentia e o que se passava por sua cabeça, não a forçaria, mas parecia que agora era o momento ideal, afinal, ela já havia começado a falar sobre esse assunto com ele.

- Eu me sinto vazia, não é como se tivesse arrancado um pedaço de mim, é como se tivesse arrancado tudo de mim. - Ela murmurou. - Eu queria esse bebê, Chay... - Chay franziu a testa e tentou limpar as lágrimas da garota, dando um pequeno beijo em sua testa e a abraçando com mais força.

- Você foi e é forte. - Ele sussurrou e ela sorriu, limpando as lágrimas. - Tenho uma coisa pra te mostrar.

- E o que é? - Ela indagou curiosa, ele enfio seus dedos no bolso da sua calça e puxou o que queria mostrar a ela. Os olhos da garota se estreitaram e as lágrimas vieram a tona de novo.

- M-mas voc-ê...? - ela gaguejava confusa.

- Eu menti. - ele riu.

- Caramba, Chay! Eu achava que você tinha dado um fim na corrente. - Mel limpou as lágrimas e sorriu pegando a corrente da mão do menino que sorria ao ver a felicidade dela.

- Se você quiser eu dou. - Ele brincou.

- É claro que não! - ela sorriu fitando a corrente. - Porque você mentiu?

- Eu ia te devolver quando me pedisse desculpas ma...

- Eu fui no seu quarto fazer isso, mas você roubou a corrente de mim! - ela o interrompeu, o acusando.

- Mas você não pediu, por isso eu decidi guarda-la...

- E quando devolveria? - ela o interrompeu de novo, impaciente. 

- Se você parar de me interromper eu respondo. - ele bem, ela estava aparentemente com raiva e não triste, de certa forma isso era uma vantagem, pelo menos, pra ele.

- Ta, responde logo! 

- Eu ia te devolver quando você se acalmasse mas demorou tanto que eu esqueci de devolver - ele se justificou, rindo. Mel bateu em seu ombro, cruzando seus braços logo em seguida e fechando a cara, mas não demorou muito pra que risse também.

- Eu achei mesmo que você tivesse dado fim a corrente. - ela sorriu fitando a corrente que estava entre os seus dedos.

- Eu tento fazer nada permanente na sua vida. - Chay a fitou e ela correspondeu ao olhar, confusa.

- Como assim?

- A tinta de cabelo não ficava pra sempre, ela saia em 5 dias e mesmo que a corrente não fosse tão importante pra você eu a guardaria pra devolver depois - a menina se mexeu desconfortável, mesmo que o que o garota acabará de falar não fosse totalmente verdade ela se sentia mau com a situação, ela ja havia feito tanta coisa a ele sem pensar se era permanente.

- O bebê era permanente. - Melanie riu.

- É, era. - Chay sorriu, apesar de não achar engraçado a piada de humor negro de Melanie, mas ele sabia que nem ela achava engraçado, ela só riu pra amenizar a situação.

- Vira. - o menino quebrou o silêncio que havia se instalado entre os dois por poucos minutos. 

- Hã? - a menina exclamou confusa.

- Só vira. - ele a girou pelos ombros e pegou a corrente de sua mão, assim que entendeu o que ele queria fazer ela puxou seus cabelos perfeitamente ondulados pro lado esquerdo e com a brecha o garoto colocou a corrente em seu pescoço.

- Obrigada. - ela murmurou puxando a corrente e a fitando.

- Agora eu posso saber quem a deu pra você? - Chay indagou e Mel o fitou séria.

- Meu ex-namorado. - ela abaixou o olhar. - ele me de...

- Não precisa falar! - ele a interrompeu rapidamente.

- Não, mas el...

- Não, eu não quero saber! - ele a interrompeu de novo e ela o fitou, e começou a gargalhar. - o que foi?

- Seu bobo ciumento, eu não ganhei de namorado nenhum! - ela falou entre a risada.

- Ah, então de quem ganhou? - Ele a fitou.

- Porque quer saber? - Ela riu da careta que ele fez, ele odiava quando o respondiam com outra pergunta, mas ignorou isso, estava interessado mais em descobrir de quem ela ganhou aquela corrente de que era tão apegada do que argumentar com ela sobre o que acabará de fazer.

- E porque você não quer responder? - ele riu da própria contradição.

- Do que ta rindo? - ela indagou confusa.

- Chega de perguntas. - eles riram.

- Eu ganhei do meu pai. - ela decidiu falar depois que parou de rir. - ganhei quando era pequena e é a única lembrança que eu tenho dele.

- E onde ele ta? - Chay se amaldiçoou assim que a garota abaixou o olhar e fitou a areia da praia cuja ela mesma brincava com as pontas do dedo. - Desculpe.

- Tudo bem. - ela sorriu pra ele, erguendo o olhar. - Só queria que ele estivesse aqui em momentos como esse. - ela sussurrou e logo em seguida tombou sua cabeça no ombro do Chay, rapidamente ele a abraçou e a puxou pra si dando um beijo em sua testa.



                                                                               -X-

Alguns meses se passaram, não mudou muita coisa, mas foi o bastante pra que as coisas se ajustassem ou saíssem definitivamente dos trilhos. Mel voltou a carreira de modelo graças a um empurrãozinho do Chay, que queria distrair um pouco a garota, além de ser o sonho dela, voltar a modelar era bom pra ela, pra que não ficasse sozinha. Já que uma vez, as meninas estavam trabalhando na loja da mãe da Fernanda, seus pais viviam trabalhando e Chay passava boa parte do tempo na casa do Arthur fazendo sua última música de playlist pra Musical Revelation apesar de ainda ter 3 meses ele estava apressado e irritado pois não conseguia criar a última musica que ele queria que fosse perfeita. Mel já não parecia tão abalda com a perda do bebê mesmo que não quisesse tocar no assunto. E Chay e Mel, pra infelicidade de ambos agiam como dois irmãos, apesar de sentir o coração descompensado perto do outro eles preferiam esperar o tempo passar e ver no que aquilo levaria. 



Mel entrou dentro de casa e deixou sua bolsa sobre o sofá e as chaves sobre a mesinha. Suspirou cansada, o dia foi cheio de ensaios fotográficos, estava realizada, porém exausta. Por esse motivo não foi comer nada, decidiu tomar um banho antes pra ver se toda a tensão ia embora. Subiu as escadas fazendo um coque no cabelo e entrou no quarto pegando um short`s e uma bata branca. Desceu as escadas e ficou imóvel.