Fanfic: Sorry, Not My Fault - ChaMel

Chay pegou o papel e amaçou grunhindo enquanto jogava no cesto de lixo cheio, consequentemente, deixando o papel cair no chão, perto de muitos. Passou a mão pelo cabelo e bufou.

- Você ta sendo muito exigente Chay. - Arthur o reprendeu, já estava ficando irritado com a situação, fazia semanas que só faltava uma música para Chay completar sua playlist de 8 músicas e dar pros organizadores do projeto Musical Revelation mas ele parecia exigir muito de si mesmo nessa última música, sempre que escrevia algo e Arthur falava que estava ótimo, o que realmente era verdade, ele negava, grunhia e amassava jogando o papel no lixo. Arthur não entendia essa pressa dele, tinha 3 meses pela frente, tudo bem que ele tinha de treinar e organizar tudo, mas ainda daria tempo.

- Não, essa última musica precisa ser... Ah, não sei! - ele bufou e pegou mais um papel e caneta. Arthur arrumou o violão em seu colo e tocou algumas notas. - Pestana. Dedo indicador na segunda casa. - Chay o orientou e foi o que o Arthur fez. Chay assim que escutou a nota começou a reescrever pela milésima vez, ou certamente, até mais.

O telefone de Chay tocou e ele bufou, o pegando e jogando com força contra o chão.

- HEY, TA LOUCO? - Arthur puxou o celular que agora estava mudo.

- Não. Só estou sem paciência pra falar com ninguém! - ele mexeu no cabelo.

- E se for uma emergência? - Arthur o reprendeu, torcendo que o celular tocasse de novo.

- Não é! Deve ser meu pai pra encher o saco! - o celular voltou a tocar e Arthur estendeu a mão pro Chay.

- Seu pai. Atende. - Chay balançou a cabeça negativamente. - Atende logo! - Chay pegou o celular e revirou os olhos.

- Fala. - ele respirou fundo colocando o celular no ouvido.

- RoobertChay, vem pro hospital perto de casa agora! - Chay escutou a voz abafada do seu pai e um choro de fundo o que o deixou confuso e preocupado.

- Porque? O que aconteceu?

- Não pergunta nada só vem, passa em casa antes e pega o envelope da Mel. - ele desligou o celular e Chay se levantou rapidamente, não se importava tanto com em ligar de novo pro pai e perguntar o que aconteceu, até porque, ele não responderia, então decidiu agir o mais rápido possível. Havia acontecido algo com a sua Mel. Pegou a chave em cima da mesinha de computador do Arthur e respirou fundo tentando inutilmente se acalmar.

- O que aconteceu? - Arthur indagou curioso e preocupado ao reparar no rosto pálido do amigo e na rapidez do mesmo em se levantar e sair do quarto.

- N-não sei direito. A Mel ta no hospital! - ele desceu as escadas e Arthur foi atrás dele.

- O que aconteceu com ela? - ele parecia mais preocupado.

- NÃO SEI! - ele gritou e respirou fundo de novo. - Pega as meninas e leva pro hospital perto de casa, tenho que passar em casa antes. - e sem esperar pela respostas - ou perguntas- do amigo, ele correu porta a fora da casa de Arthur , entrando rapidamente dentro do seu carro.

Pra sua sorte a casa de Arthur era próxima a sua, batia a ponta dos dedos impaciente sobre o couro do volante enquanto dirigia e suspirou com um certo alivio quando chegou em frente a sua casa, estacionou o corro de qualquer jeito, logo depois teria de tirar dali mesmo, e entrou dentro da casa vazia, correndo. Mas parou bruscamente na sala, perto da escada e de uma mesinha. Seu maxilar e se questionou se o seu coração poderia quebrar sua costelas, sua mão suou frio e ele sentiu um aperto tão forte no coração que ficou por breves segundos sem ar. Havia uma poça de sangue ali, relativamente grande, nunca virá tanto sangue em sua vida, quer dizer, já viu em filmes, mas não pessoalmente. E o que mais o deixava atordoado e desesperado é que ele sabia que aquele sangue era da sua Mel. Isso fez ele andar mais depressa em direção ao escritório de seu pai, assim que entrou ali foi diretamente a um armário e abriu a gaveta onde sabia que tinha os envelopes da família, cada um na casa tinha seu envelope, nele continha documentos, exames médicos entre outras coisas que ele achava que ninguém ali tinha tamanha responsabilidade pra guardar por contra própria. Puxou o envelope preto onde continha o nome Melanie e saiu rapidamente dali, sentiu seu coração pesar mais uma vez e teve de passar as costas da mão sobre os olhos, pra limpar qualquer lágrima que quisesse sair, ao passar pela poça de sangue de novo. Se sentia patético com a situação, mas seu desespero era maior que seu orgulho. Foi o mais rápido que pode pro hospital que não era tão longe dali, não se importou em passar alguns sinais vermelhos, se fosse sofrer alguma consequência quanto a isso, deixaria a preocupação pra depois, primeiro ele queria saber o que aconteceu com a Mel.

- O que aconteceu? - falou rapidamente depois que chegou no hospital e correu em direção ao seu pai e Marina, que chorava, sentados em umas cadeiras da sala de espera.

- A Mel sofreu uma hemorragia cerebral. - Vitor falou calmamente e Chay quis soca-lo, a menina havia sofrido uma hemorragia e ele falava na maior naturalidade?!
- Como?! Ela tava sozinha em casa! - Chay fechou os punhos.
- Não sei, quando a gente chegou ela já estava desmaiada. Trouxe o envelope dela?
- ELA SOFREU UMA HEMORRAGIA E VOCÊ TA PREOCUPADO COM A PORRA DESSE ENVELOPE? - ele gritou e alguns funcionários ali o fitaram, o reprendendo com um "xiu" e apontando pra uma placa que pedia silêncio.
- Chay... - Vitor gesticulou pra ele e os dois andaram poucos passos, mais ainda sim, passos o bastante para que a Marina não escutasse o que eles falavam. - Ela já está nervosa, você gritando desse jeito não ajuda. - ele pegou o envelope da mão de Chay que suspirou, tentando se acalmar, realmente Marina não merecia passar pela aquela situação. 

Chay e Vitor voltaram pra perto de Marina, depois de entregar o envelope na recepção do hospital. Chay se sentou e passou os a mão nos cabelos, nervoso, tentava pensar em como aquilo aconteceu. Mas a situação não ajudava, parecia que a preocupação bloqueava seu raciocínio. Não demorou muito pra que Arthur e as meninas chegassem e mais gente ficasse preocupada, o barulho do relógio que estava preso sobre a parede branca ecoava pelas salas, os deixando mais angustiados. E a angustia pareceu aumentar junto com os batimentos cardíacos quando o médico chegou naquela sala com uma prancheta na mão.

- Responsáveis por Melanie Nunes Fronckowiak? - ele leu a prancheta e os setes se levantaram prontamente. - a medicação passou e ela já acordou, ela quer ver a mãe. - Marina assentiu. - 10 minutos, depois iremos fazer os exames.

- Exames? - a voz de Chay ecoou falha.

- Sim. Para ver se não tem nenhum dano. - todos os olharam confusos e angustiados, pedindo por explicação. - Ela sofreu uma hemorragia cerebral grave, é um milagre ela ter acordado, mas ela pode ter danos por causa da perda de sangue e as areá afetadas.

- Danos tipo? - Vitor disse impaciente.

- Ela pode ter amnésia, temporária ou permanente, pode perder os movimentos de alguns membros, entre outras coisas. Ou pode simplesmente sair normal daqui, pra isso precisamos de exames. - ele arrumou o óculos. - Bem o tempo ta passando, acho melhor você ir logo. Sra, Fronckowiak.
O médico guiou a mãe da Mel para o quarto onde a menina estava.