Fanfic: Sorry, Not My Fault - ChaMel

Chay e Mel não se falaram desde que ele sairá da casa, por mais incrível que pareça. 6 meses se passaram, se arrastando pra Chay e voando pra Melanie, as coisas pareceram sair dos trilhos, principalmente pra Melanie que estava completamente confusa, não sabia o que fazer, falar, pensar e muito menos sentir, poderia deitar na sua cama e ficar ali até morrer, sem contato com ninguém. O motivo de toda essa confusão? Pedro. 
Assim que Chay saiu, se passaram 3 semanas e Mel estava muito trancada no quarto, por isso, as meninas resolveram a levar para sair, pra uma balada que elas haviam ido com os meninos a uns tempos atrás, na mesma balada que Melanie havia conhecido Pedro, e agora por um milagre, ou coincidência, ela o encontra-rá no mesmo lugar. Tudo virou uma confusão, em poucos meses eles já estavam tão amigos, e em mais poucos meses eles estavam mais que amigos, não, eles não estavam namorando, ficando seria o certo, Pedro foi maravilhoso com Melanie, a ajudou tanto quando mais precisou, esteve ali do lado dela o tempo todo, a fazendo sorrir e fazendo o coração dela bater mais forte, mas o problema era, "Era mais forte do que quando batia pelo Chay?" ela se perguntou isso durante semanas, e tudo pareceu piorar e ficar mais confuso -se possível- quando sua mãe a avisou que o Chay chegaria amanhã, sentia seu coração pesar, não sabia qual seria a reação dele ao chegar lá e ver a menina que ele deixará "sozinha" - segundo ele- e cega continuava cega, porém, com um menino ao seu lado, e pior era que ele já conhecia esse menino.
Mel parecia desesperada, não, ela não parecia desesperada, ela estava desesperada. Sentiu seu celular tocar sobre o colchão e deslizou a mão pelo o mesmo, procurando o aparelho e o colocando no ouvido quando o achou.

- Melanie? - ela ouviu a voz de Pedro, doce e meiga como sempre.

- Ah, oi, Pedro! - sorriu forçado, mesmo que ele não pudesse ver o seu sorriso.

- Aconteceu algo? - sua voz saiu do meigo pro preocupado.

- Não, é só que... Acho melhor você não vir aqui amanhã. - desabafou.

- Porque? Aconteceu algo?

- Sim, eu não vou mentir pra você, o Chay volta amanhã e eu não quero qu...

- Que ele me veja? - Pedro a interrompeu

- Não! - ela pareceu ofendida. - Claro que não! É só que... tanta coisa aconteceu, vamos esperar as coisas se ajustarem um pouco e depois nós vemos o que fazemos...

- Ok, nos vemos depois então, se é isso que você quer. Bom, vou desligar que eu vou ter que sair, beijos, minha pequena. - Ela sorriu. - Ah, eu te amo.

- A-ah... o-ok... - Melanie gaguejou, odiava quando Pedro fazia isso, dizia que a amava, ela não podia mentir, não podia dizer que o amava sem sentir isso, não que ela não sentisse, mas ela primeiro tinha de descobrir quem ela estava amando, por isso, preferia não iludir ele. Pra sua sorte ele não insistiu, apenas desligou o telefone e ela suspirou, essa semana seria longa.

                                                          -X-

- Você vai contar a ele amanhã né? - Fernanda sussurrou, se remexendo em cima da cama.

- Vou, só não sei se vai ser amanhã... - ela sussurrou de volta, enquanto as meninas tentavam fazer o minimo de barulho possível, já que conversar as duas da manhã e correr o risco de Vitor descobrir e brigar não fosse algo tão agradável. O quarto se manteve em silencio por meros minuto, meros minutos o bastante para que elas pudessem ouvir a pequena garoa que caia lá fora. - Confesso que to com medo.

- Do que? - Bárbara pareceu surpresa.

- Medo da reação dele, to me sentindo péssima, é como se eu tivesse prometido que o esperaria e não tivesse cumprido, sem falar nessa confusão toda. - ela aumentou o tom e quando deu por si o abaixou de novo.

- Mas você não prometeu. - Fernanda se intrometeu.

- É, mas eu me sinto culpada do mesmo jeito

- Acho melhor você já falar com ele amanhã, pior vai ser se ele saber do Pedro por conta própria ou porque alguém além de você contou. - Bárbara aconselhou e Mel sentiu seu corpo gelar ao pensar em falar com Chay, ainda mais sobre esse assunto.

- Como eu falo uma coisa dessas? E ainda por cima quando ele acaba de chegar?

- Não sei dá o seu jeito. - Fernanda reprimiu o riso.

- Nossa que amiga você! - Melanie a acusou, indignada. - Só a La... Pera aí, Lari? - Mel chamou a garota e ela não respondeu. - ela ta ai?
Bárbara e Fernanda olharam em direção a cama e abafaram o riso ao ver Larissa dormindo com a postura bem esquisita.

- Essa cadela pegou no sono!
Melanie se mexia inquieta no sofá da sala, a espera de Chay, estava sozinha e o silencio a atordoava mais ainda, as meninas decidiram sair dali antes que Chay chegasse, sabiam que acabariam falando algo que não devia, e isso não ajudaria Melanie que já estava nervosa o suficiente e sua mãe e Vitor haviam saído para busca-lo no aeroporto.
A cada vez que escutava o barulho de um carro se aproximando sentia que seu coração poderia sair pela boca, sua mão tremia e sua perna insistia em bater impaciente contra o chão, poderia desmaiar assim que escutasse o portão abrir, tentou parar de bater o pé no chão e fazer o máximo de silencio, na esperança de que esses atos a ajudassem a escutar melhor, e talvez para de ter mini-quase-infartos a toda vez que escutasse um carro passar. Já estava ficando louca quando escutou o portão se abrir, mas isso não diminuiu a hipótese de morrer de enfarte, ao sentir seu coração bater com uma força absurda, poderia até escutar seu coração bater, se não estivesse tão ocupada tentando reprimir o "grito" de euforia e desespero. Queria mais do que nunca enxergar agora e poder correr pros braços do garoto, matando a saudade e a duvida se realmente o amava, mas não podia. Estava cega e confusa e nada mudaria isso, não no momento. Mel escutou passos e logo pode identificar a voz do Chay, a voz que tanto sentiu falta, só que a mesma voz que a fazia prender a respiração e não se mover. "Talvez se eu não me mover ou falar ele não me veja... Pare de ser tola! Ele não é cego como você!" discutia consigo mesmo, mentalmente, realmente estava ficando louca.

- Vou deixar vocês conversarem sozinhos. - Marina murmurou e puxou Vitor pra fora da sala, Melanie teve vontade de contrariar, mas preferiu permanecer quieta, escutou novamente o barulho de passos e sentiu o sofá se afundar um pouco ao seu lado.

- Você não voltou a enxergar ainda? -Sentiu seu corpo estremecer ao ouvir a voz dele tão próxima de ti, assentiu em resposta a pergunta dele e o ouviu suspirar. - Aconteceu algo?

- Não... Porque teria acontecido? - finalmente sua voz escapou da garganta, um pouco rouca e balbuciada, mas pelo menos o responderá com algo além de um aceno.

- Você está esquisita... Quieta. Tem certeza que não aconteceu nada? - Chay indagou ainda em duvida.

- Tenho, continua as coisas como sempre. - mentiu.
O silêncio se estabeleceu novamente na sala. A única coisa que se podia escutar era a respiração deles, principalmente de Melanie, que se perguntava o que fazer, que se perguntava se esse era o momento certo para contar tudo a Chay.

- A quanto tempo você não sai dessa casa? - Chay quebrou o silêncio que já estava ficando constrangedor. Melanie demonstrou surpresa quanto a pergunta e se xingou mentalmente, apressando uma resposta.

- Ja faz um tempo. - Mentiu, já que Pedro sempre a arrastava pra algum lugar, coisa que antigamente só Chay fazia.

- Vamos ir lá pra fora? - Chay sugeriu e Mel concordou. Chay a ajudou a se levantar -não que precisasse dá ajuda, mas mesmo assim ele o fez- e a levou para fora da casa, indo ao quintal e se sentando perto de uma árvore com ela.

- E como foi lá? - Mel indagou, antes que Chay pudesse perguntar algo comprometedor a ela.

- Foi bom, eu fiz o projeto, e foi algo legal.

- Mas e o CD? - Mel estranhou a falta de animação de Chay.

- Ah, eu não fiz, não deu certo.

- Lamento. - Mel sussurrou, preferiu não perguntar o porque, ele não parecia querer falar no assunto.

- Ta tudo bem, eu realmente não me importo com isso. O importante é que eu to aqui. - ele sorriu e Mel se sentirá mas culpada do que nunca. - e aqui? Aconteceu alguma novidade?

- Nã-o, contin... - Mel parecia bem nervosa quando escutou um voz lhe interromper, a deixando desesperada.

- Oi amor. - Pedro sorriu. - ah, então esse é o famoso Chay?

- Famoso? E o que você ta fazendo aqui? - Chay se levantou, aparentemente nervoso e confuso.

- Ainda não contou a ele, amor? - Pedro olhou para Melanie que parecia sem ação, logo ela se levantou e se apoiou na árvore, respirando fundo e torcendo pra que fosse um pesadelo.

- Anda, Melanie, o que você não me contou?! - Chay a despertou, ficando mais nervoso, queria que Pedro sumisse dali, passasse a rua e morresse atropelado, seria uma boa.

- É, Melanie, conta logo. - Pedro falou com uma voz inocente, porém ao mesmo tempo, cínica para Chay, que fechou os punhos.

- Afinal o que você ta fazendo aqui, Pedro?! Eu te falei pra não vir hoje! - Melanie tentou não gritar.

- Ah, então você pediu pra ele não vir pra que eu não soubesse que vocês estão amiguinhos? - Chay debochou.

- Mais que isso, colega. - Pedro bateu no ombro de Chay que empurrou seu braço e ergueu o braço, Melanie sentiu uma movimentação esquisita e surtou.

- POR DEUS, PARE VOCÊS DOIS! - ela gritou e Chay ainda receoso abaixou o braço, encarando Pedro que sorria. - Pedro sai daqui.

- O que? Nã...

- SAI! - ela gritou e respirou fundo - Depois a gente conversa!
Pedro bufou só que não desmanchou o sorriso, deu um tapinha no braço de Chay e se aproximou de Melanie, que ao sentir a respiração dele bater contra seus lábios virou o rosto, fazendo com que Pedro só lhe desse um beijo na bochecha. Ele revirou os olhos, insatisfeito e apertou as bochechas de Melanie, virando o rosto dela e lhe dando um selinho rápido, mas demorado o bastante pra deixar um Chay vermelho de ódio, e saiu. Chay e Mel ficaram um tempo no silencio, um de frente pro outro, Melanie respirou fundo e decidiu sair dali, mas assim que estava passando ao lado de Chay ele segurou em seu braço com força, a fazendo voltar um passo.

- Precisamos conversar, AGORA! - Ele exigiu e ela gelou.

- N-não. - limpou a garganta. - Agora não. - Puxou seu braço pra si e saiu de lá o mais rápido que pode, não estava preparada pra uma conversa assim, ainda mas agora.