Fanfic: Sorry, Not My Fault - ChaMel

Três semanas se passaram. As coisas mudaram drasticamente. Eu passava o tempo todo trancada no meu quarto, não comia muito e quando comia eu o fazia apenas por obrigação. E quando eu saia do meu quarto, na maioria das vezes - ou melhor, sempre - eu brigava com o Suede. E não, não era aquelas briguinhas xoxas de quando nos conhecemos, era piores. Agora as brigas sempre envolvia o orgulho de ambos, sempre machucando sem ao menos se importar - ou fingir- não ligar pro sentimento alheio. Por isso, nesses últimos dias ele tem sempre aparecido com meninas aqui em casa, me provocando. Eu estava cansada disso.
Por falar nisso, eu ainda não sei sobre o que a minha mãe falou ou fez com o Suede. E nem perguntei. Digamos que se ele estivesse queimando vivo e eu estivesse com um copo de agua na mão, eu beberia a agua e ainda riria. Definitivamente. 
E minha mãe e o pai dele ainda decidiu mudar a data da comemoração do aniversário dele, sim, seria hoje e todos estavam apreensivos comigo e com o Chay. Juntos em um mesmo lugar, depois de tudo o que aconteceu, sem poder brigar. Aquilo não daria certo.
Eu terminei de colocar o vestido que minha havia me dado e arrumado o meu cabelo, estava com a mínima vontade de descer lá e sorrir fingindo que estava tudo bem, quando não estava, e ainda por cima pra aquelas pessoas que se acham superiores. Realmente, aquilo seria chato. Eu desci as escadas e fitei minha mãe e o pai do Chay conversando com alguns amigos ali, e olhei ao redor, nada do Suede.

Eu me perdi um pouco ali na sala e eu desejei que minhas amigas estivessem lá, pelo menos, estaria sorrindo e não com vontade de chorar. Minha mãe se aproximou de mim, sorrindo e eu retribui, mesmo que, fosse meio forçado. 

Marina - Eu não gosto de te ver assim. - ela passou a mão sobre o meu cabelo.

Mel - Assim como? - eu continuei sorrindo, na esperança de não transparecer a minha tristeza.

Marina - Triste.

Mel - Eu não to triste. - eu sussurrei, olhando pra escada.

Marina - Não adianta negar, eu te conheço. - ela sorriu e me abraçou. - quero ver você sorrindo, não forçado.

Mel - Vou tentar. - eu fitei meus pés assim que ela saiu de perto de mim.
Depois de alguns minutos o Chay desceu com cara de tédio e logo me deu um sorriso cínico. Isso me tirava do sério. Eu tentei ao máximo ignora-lo durante toda a "festa", afinal, não queria estragar o aniversário do pai dele. Depois de mais algum tempo de olhares, finalmente, todos se juntaram na sala de jantar e começou o tedioso discurso. Eu me encostei na parede e senti minha vista embaçar um pouco, eu fitei o copo de champagne que tinha na minha mão e balancei a cabeça. Não tinha tomado tanto. Senti minhas pernas moles e comecei a soar frio, sim, eu estava passando mal. Eu me mexi desconfortável e tentei continuar de pé com os olhos fixos no Vitor, se eu saísse de lá, minha mãe perceberia e estragaria tudo. Eu deixei o copo sobre a mesa e percebi o quão estava tremendo, passei os dedos frios sobre a minha testa e arfei. Até que eu não sentia mais minhas pernas e minha visão escureceu por completo.

Marina - Filha, pelo amor de Deus, acorda! - eu escutei minha mãe fungar, eu abri meus olhos e vi que estava no meu quarto, um médico se mantinha do meu lado e o Vitor abraçava minha mãe, o Suede estava no canto do quarto observando tudo de longe e eu voltei a atenção pra minha mãe.

Mel - O que aconteceu? - eu franzi a testa e tentei me levantar mas o médico segurou o meu braço me impendido. Eu me lembrava de ter passado mau, mas essa lembrança me parecia que fora só um sonho mas o meu corpo formigando e minhas veias ardendo iam contra essa teórica. - Tudo bem, foi só um desmaio. - eu murmurei.

Marina - Porque ela desmaiou? - eu revirei os olhos, parecia novela mexicana aquilo, credo.

Médico - A pressão dela abaixou, acho que alguém anda não se alimentando direito. - ele me olhou como se olhasse pra uma criança.

Vitor - Eu disse que era pra você se alimentar direito. - ele deu um pequeno sorriso. 

Marina - Ainda bem que não é nada de mais. - ela deu um beijo na minha testa. - você vai comer, viu?!

Mel - Ok mãe. - eu respirei fundo.

Vitor - Nós te acompanhamos até a porta. - ele murmurou saindo do meu quarto com o médico, e minha mãe o seguiu me deixando sozinha com o Suede, que ainda me fitava. Ele soltou uma risada e se aproximou de mim, vai começar...