Fanfic: A História de Ana Raio e Zé Trovão (AyA)

Capítulo 141 (quarta 17/06/2009)

- Abertura <http://br.youtube.com/watch?v=ERHcrJiEx4Y>

Cam mostra Ana e Zé chegando a cavalo em frente a prefeitura da cidade Piratini, onde Ubiratam estava esperando. Cam foca em Canjerê e Mosca dentro de um carro, ali perto espiando Ubiratam.

- Música de suspense.

Canjerê – Olha lá, a Any de Nazaré! Olha lá Mosca, eles se cumprimentaram, olha a intimidade!

Corta cena para Padre Lisâneas que chega pra falar com Ana e Zé.

Padre – Ana Raio, Zé Trovão, está tendo um problema com uns posseiros nas terras do seu Gaudêncio. Ele está mandando os capangas dele tirar todo mundo de lá e se eu bem conheço o Gaudêncio, vai haver morte! Eu preciso da ajuda de vcs!

Zé – Vamos lá, pode contar com a gente!

Ana – A gente se vê depois seu Ubiratam.

Ubiratam – Mas...

Ana – O senhor ta de carro padre?

Padre – Eu estou indo pra lá, é melhor vcs indo na frente.

Padre Lisâneas sai dali e Ana se despede de Ubiratam.

Ana – Até seu Ubiratam, a gente precisa ajudar esse povo!

Ana e Zé saem dali. Corta cena para Ana e Zé na casa do coronel Gaudêncio.

Gaudêncio – O que vcs estão fazendo aqui?

Zé – Nós viemos aqui pq ficamos sabendo que o senhor está pretendendo tirar aquele povo sem terra das suas terras a força!

Gaudêncio – Isso só pode ser coisa daquele padreco né!

Ana – A gente só está querendo ajudar!

Gaudêncio – Pode deixar que dos meus problemas cuido eu! Marisa, pede pra selarem o meu cavalo que eu vou pessoalmente lá tirar aqueles sem terra, e vcs tenham um bom dia!

Zé – Marisa, doutor Gaudêncio, o senhor por acaso foi lá ver a situação que esse povo ta vivendo?

Gaudêncio – Eu não quero falar sobre isso, esse é um caso de polícia!

Zé – E vc Marisa, foi até lá?

Marisa – Zé, o meu pai é dono dessas terras, essa gente ta querendo tirar o que é dele, pra que, pra vender, e meu pai ta querendo resolver isso no bem faz tempo já!

Zé – Eu não estou acreditando no que eu to ouvindo de vc, eu não estou te reconhecendo Marisa, vc defendendo o seu pai, um homem de muitas posses, esse fundão da fazenda dele não vai fazer a menor diferença pra ele, é um povo miserável que está morrendo de fome, vc já pensou se fosse ao contrário, que vc tivesse nessa situação?

Marisa – É Zé, mas o meu pai fez por mim e pelo meu filho o melhor que poderia fazer nesse mundo!

Zé – Nesse mundo? Que mundo pequeno e egoísta que vc vive! Só fica aqui entre quatro paredes, não é capaz de olhar um pouco mais adiante não, o sofrimento desse povo todo, vc acha que eu vou ficar tranqüilo deixando meu filho viver por aqui tendo influencia de um avô que não tem compaixão pela vida alheia?

Gaudêncio irritado – Pode sair da minha instancia guri!

Zé – Eu vou sair doutor, eu até peço desculpas de estar falando isso dentro da sua casa, mas eu vou estar lá com os posseiros e se acontecer um entrevero e alguém sair ferido, essa responsabilidade é do senhor!

Ana e Zé se viram pra sair dali.

Gaudêncio – Ana? Estás vendo o homem que tu tens pela frente?

Ana – Ele não está na minha frente não seu Gaudêncio, ele está do meu lado e eu do lado dele, com licença!

Os dois saem dali.

Gaudêncio – Já selaram o meu cavalo?

Marisa vai ver se o cavalo do pai já estava selado. Ana e Zé saem correndo a cavalo. Gorda, Niltinho e Dulce vêem os dois correndo a cavalo.

Niltinho – Mas pq será que eles estão nessa disparada Gorduchinha, olha lá!

Gorda – E eu é que sei!

Dulce – Não ta sabendo mesmo de nada Gorda?

Gorda – Eu não sei de nada.

Niltinho – O dona Dulce, se a senhora quiser eu posso pegar qualquer cavalo e...

Dulce – Vc vai trabalhar, xô!

Ana e Zé chegam no local onde os posseiros estavam assentados. Os capangas do coronel Gaudêncio estavam no local com as armas apontadas para eles. Um entrevero poderia acontecer a qualquer momento. Zé entra na frente dos posseiros.

Zé – Por favor gente, não atirem, a gente veio com o padre Lisâneas aqui foi pra resolver esse assunto usando a cabeça, vamos manter a calma!

Posseiro – A gente não vai sair daqui não Zé.

Capanga – Mas a ordem do senhor Gaudêncio é usar a força se for preciso.

Posseiro – Então pode atirar seu capanga!

Padre – Pelo amor de Deus, calma.

Zé – Pode deixar padre, a gente veio até aqui pra achar uma solução pacifica, agora se vcs quiserem começar a atirar, pode começar, pode me usar como alvo tb!

Todos ficam apreensivos, principalmente Ana.

Zé – Vamos abaixar a arma gente, eu proponho conversar.

Posseiro – Zé, a gente só sai daqui ou começa a conversar qdo os capangas do seu Gaudêncio abaixarem as armas.

O coronel Gaudêncio chega a cavalo.

Gaudêncio – Eu sabia que o senhor tava metido nisso hein seu padre!

Padre – Esse assunto já podia ter sido resolvido a muito tempo seu Gaudêncio.

Gaudêncio – O que que o teu namorado está fazendo ali hein? Ta querendo dar uma de herói?

Ana – Ele só ta tentando é evitar o pior!

Gaudêncio – Sei, mas tu sabes que se houver um confronto ele pode se ferir inutilmente!

Ana – Não vai ser inutilmente não e ele sabe disso.

Gaudêncio – Me pareces muito decidida hein guria, mas não estás cumprindo aquilo que me disseste, de que estarias do lado dele como ele estava do teu lado! Tens medo ou concordas que o que ele está fazendo não vai levar a nada?

Ana não diz nada, apenas se dirige ao lado de Zé.

Gaudêncio – Tu arrumaste dois candidatos a mártir da melhor qualidade hein padre! A morte de Ana Raio e Zé Trovão num embate com posseiros numa instancia do Sul, daria manchetes em todo o país!

Padre – Eu não arrumei nada senhor Gaudêncio, eles estão aqui pq querem, eles estão aqui pq são iguais essa gente simples que gosta de trabalhar, eles estão aqui pq eles sabem dar valor a um pedaço de chão, pq não tem!

Gaudêncio – Me disseste lá na minha instancia que as minhas atitudes não eram um bom exemplo pro teu filho, e esta tua agora, tu achas que é?

Zé – Eu não quero morte aqui doutor Gaudêncio, eu só quero justiça, eu quero que esse povo possa ter um pedaço de chão pra poder trabalhar, pra poder plantar e conseguir o seu sustento, esse chão que o senhor tinha deixado abandonado, esse chão que era infértil e eles fizeram brotar vida, brotar o alimento para o sustento, essa pequena porção de terra da imensidão que o senhor ainda tem aqui em Piratini!

Todos aplaudem as palavras de Zé. Diante de todo aquele alvoroço e vendo que não tinha mais o que fazer Gaudêncio sede as exigências daquele povo, permitindo que eles fiquem ali e plantem para se sustentar. Corta cena para Zé indo até a casa de Ana. Ele estava com a viola nas costas e carregava no lombo de sua égua Trovoada a sela branca que ele havia dado de presente a Ana na arena de rodeios da Chapada. Zé chega, joga a sela no chão e se esconde atrás da casa dela. Ana sai na porta da casa e vê a sela ali no chão. Ana se aproxima da sela e a toca com carinho. Zé aparece cantando “Hora do Clarão”.

- Música Hora do Clarão < http://www.youtube.com/watch?v=3f3M1R7jb84 >

Ana fica olhando ele cantar e sorrindo pra ele.

Ana – Seu loco!

Zé – Aiai, lembra daquela sela?

Ana – Claro que eu lembro, foi o nosso desafio lá na Chapada, o meu beijo contra a sua sela.

Zé – Só que vc não quis nem a sela e nem o beijo!

Ana sorrindo – Mas agora eu quero a sela e o beijo!

Zé – Ué, agora eu não quero só a sela e o beijo, agora eu quero mais! Eu acho que falta a gente ficar juntos peoa, eu proponho até um outro desafio.

Ana – Que desafio?

Zé – O rodeio de amanhã, se eu ganhar, vc fica comigo e se eu perder... eu fico com vc (risos). Quem ganhar escolhe, o local, a hora e as armas (risos).

Ana – Eu aceito o seu desafio, e amanhã depois do rodeio peão, eu prometo a vc não vai ter mais separação, não vai ter talvez e nenhuma dúvida entre nós dois, vai ser só eu e vc, sempre! Eu queria te falar uma coisa, mas é que eu nunca disse isso pra ninguém, só que não ta cabendo mais dentro de mim Zé, é muito maior do que eu, o que eu to sentindo, é muito mais forte do que eu!... Eu te amo! Eu... te amo Zé!

Zé sorrindo – Fala mais!

Ana sussurrando – Eu te amo!

Zé tb sussurrando – Mais!

Ana sorrindo – Eu te amo!

Zé sorrindo – De novo! Fala a noite inteira isso pra mim, o dia inteiro, o ano inteiro, a vida inteira!

Eles se beijam apaixonados. Ao fundo podemos ver os cavalos deles, o Raio e a Trovoada, tb se beijando e se amando.

Ana – Ta sendo tão bom Zé, ta sendo tão bom esse tempo que eu to te amando, que eu to perto de um homem assim como vc, (acariciando o rosto dele) sentindo a sua pele, seu cheiro, sua boca, é tão lindo é tão forte Zé, é até assustador isso que eu to sentindo, esse amor que eu to sentindo!

Os dois se beijam.

Zé – Vc me faz o homem mais feliz do mundo, eu nunca conheci uma mulher como vc, uma mulher forte, mas ao mesmo tempo tão menina, tão doce! Eu não me importo que vai ganhar esse rodeio amanhã, eu acho que a gente vai ganhar esse rodeio! Vc é linda demais Ana! Eu não quero ter mais duvida, desconfiança, eu não quero ter nada pra impedir mais a gente, eu te amo! Eu te amo Ana Raio! Eu te amo!

Os dois se beijam. Tela escurece.

FIM DO CAPÍTULO 141